(Igreja de Telões, na coleção Fotoselo ROTEP, N.º 60, da autoria do Eng. Alvelos)
«Igreja românica de Telões
Situação Actual
Classificado
Categoria de Protecção
Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Cronologia
Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
Nota Histórico-Artística
Telões é uma interessante igreja românica do aro de Amarante, que ilustra bem a densidade de povoamento da região nos primeiros tempos da monarquia portuguesa. Apesar de não se saber, ao certo, quando foi construída, a igreja inscreve-se nos derradeiros tempos do Românico, eventualmente no século XIII, pouco depois de D. Afonso Henriques ter doado o mosteiro de Telões aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (1173). O portal principal, hoje parcialmente escondido pela moderna galilé, revela bem o marco tardio da construção, com o seu arco ligeiramente apontado, de três arquivoltas assentes directamente nos pés-direitos e o tímpano sem qualquer decoração.
A história do templo, todavia, é ainda mais recuada, remontando as suas origens aos finais do século IX e à implantação de um mosteiro dúplice presumivelmente vinculado à autoridade asturiana. Este facto é de grande importância uma vez que o exterior da parede nascente da capela-mor conserva quatro contrafortes que, apesar de serem criticamente datados da primeira metade do século XII, têm um inequívoco ascendente asturiano (REAL, 2001: 32).
Por esta sucinta descrição, é de crer que o templo actual seja o resultado de duas fases distintas, uma ainda durante a primeira metade do século XII (eventualmente logo nos seus inícios) e outra mais tardia, eventualmente nos finais dessa centúria, mas com possibilidades de corresponder, mesmo, ao século XIII.
Ao longo dos tempos, a igreja foi sucessivamente enriquecida. No final da Idade Média algumas paredes do interior foram revestidas com painéis murais, cujas composições seriam historiadas, mas de que restam apenas frustes fragmentos. Bastante mais importantes foram as obras do período barroco. Em finais do século XVII, ergueu-se a galilé, que ocultou parte da frontaria, e, pouco depois, realizaram-se os retábulos de talha do interior, sendo particularmente tardio o retábulo-mor, estilisticamente conotado com a transição para o neoclássico.
O facto de a igreja ter sido restaurada em data tardia (já na década de 80 do século XX), favoreceu a preservação dos elementos artísticos da Época Moderna, ao contrário de muitas outras igrejas de origem medieval, expurgadas dos seus momentos de historicidade pela Unidade de Estilo praticada empiricamente pela DGEMN, no seu período áureo de intervenção.
PAF» in http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72942
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