«Turismo – Amarante pode ser, na realidade, dentro de algum tempo, um centro turístico importante, servida, como é por excelentes estradas que conduzem, por assim dizer, a regiões ricas agrícola e comercialmente, e possuindo a fama, e muito justa, do serviço esmeradíssimo dos seus hotéis e pensões.
Em Amarante, em qualquer casa de pensão ou restaurante, se come bem.
A proximidade de um centro urbano de primeira classe como é o Pôrto, poderá trazer-lhe muito desenvolvimento, podendo ser uma terra procurada para a realização dos fins de semana a que o público do nosso país já se vai habituando.
A curta distância da Serra do Marão, cheia de espetáculos inéditos de paisagem, admiráveis da grandeza solitária e beleza alpestre, quer no verão, quer no inverno quando se touca do manto alvo e puríssimo de neve, de que há que tirar partido, como fazem as terras próximas da Serra da Estrêla. Num dos pontos mais belos da grandiosa serra do Marão, em breve, será aberta ao público uma das interessantíssimas «Pousadas» que, em feliz hora, o Governo da Nação, por intermédio do Secretariado da Propaganda Nacional, aí fez construir.
A vila de Amarante, já de si curiosa pelo seu ar antigo, a que não faltam notas bizarras de modernismo e bom gosto, com os seus tesoiros artísticos, com as suas vistas cheias de encanto do parque Florestal e dos viveiros em construção à beira-Tâmega, com as suas pergolas e miradoiros, enfim, tudo quanto representa relíquias do passado histórico e monumental e tudo o que é obra do esforço e trabalho dos seus habitantes e dirigentes actuais, dá-lhe foros para ser a terra onde o turista se sinta bem, a respirar a lufada sêca que o ar do Marão nos traz.
Amarante, Novembro de 1941.
Fernando dos Reis» in Portugal Económico Monumental e Artístico, Editorial Lusitana, Fascículo LIV, Concelho e vila de Amarante.