«Salvador do Monte obteve Foral de D. Manuel em 22 de Novembro de 1513, quando a Freguesia pertencia ao antigo Concelho de Gouveia de Riba Tâmega, que também integrava Fonte Arcada, Gouveia, Locaia, Lomba, Louredo Novo, Lourosa, Mirelhe, Mós do Além e Viveiros. Para efeitos administrativos e por Alvará do Governo Civil do Porto, foi anexada à Freguesia de Cepelos, entre 7 de Março de 1896 e 30 de Novembro de 1907.
Recuando no tempo, temos que Salvador é povoação bem antiga. A Necrópole Galaico-Romana de Louredo das Almas, estudada por José Maia Marques e Mário Barrosa, localiza-se a 300 metros de altitude e prova que já existia vida humana organizada, na atual Freguesia, em tempos muito remotos.
O achado fez-se nos anos sessenta numa propriedade de Maria José Azevedo, professora local.
Deveria tratar-se de uma Necrópole de incineração, em covas abertas no saibro, a meia encosta do pequeno outeiro de São Salvador. O local possui as seguintes coordenadas: de latitude 41º 14” N.; de longitude, 1º 02” 30” E de Lisboa.
O espólio recolhido, exclusivamente cerâmico, é constituído por nove vasos, inteiros ou passíveis de serem reconstruídos: uma taça, duas bilhas, três jarros, um pote um cântaro e um prato.
Pelos materiais exumados, esta necrópole não foge dos parâmetros já conhecidos para esta região e para os séculos II/IV d.C. É constituída por seis sepulturas inteiras, uma delas oculta por terra e vegetação. Todas elas evidenciam um desnível entre a área destinada à cabeça e o espaço para o corpo, o que significa que estavam destinadas a adultos. As suas dimensões vêm também abonar esta teoria.
A Necrópole de Salvador, como referiu Mário Barroca, “ilustra-nos o momento em que a população da Freguesia de Salvador do Monte começou a enterrar os seus mortos no espaço envolvente do templo, iniciando um multissecular estreito convívio entre o espaço de oração e o cemitério. (…) A Necrópole de São Salvador deverá, neste aspeto como outros, ser articulada com outros exemplos de enterramentos rupestres conhecidos no concelho, que sublinham, todos eles, um povoamento nos vales dos rios Ovelha e Fornelo, em cujas margens se concentram as Necrópoles rupestres até hoje identificadas”.
Ultrapassada a pré-história, chegamos à história e ao cariz religioso da população de Salvador do Monte, tão bem demonstrado no enterramento dos seus mortos.
A sua Igreja Matriz é uma dessas provas “vivas” de religiosidade. Apesar de totalmente restaurada, conserva ainda alguns elementos de origem, como o Alto-Mor. Durante as obras de restauro, aquando da substituição do soalho, foram encontradas algumas sepulturas de pequena dimensão, provavelmente da época em que os corpos eram enterrados dentro das igrejas. Sepulturas que deveriam ter merecido um estudo aprofundado dos especialistas da matéria, caso não tivessem desaparecido…» in
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