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20/12/23

História Paleoantropologia - No Lagar Velho, no vale do Lapedo, a cerca de 150 km de Lisboa, foi descoberto em 1998 o esqueleto conhecido como Menino do Lapedo - o esqueleto português que sugere que neandertais e humanos se cruzaram.



«25 anos depois, o “Menino do Lapedo” vai ou não ser mostrado ao público?

Vinte e cinco anos depois da sua descoberta, o esqueleto do “Menino do Lapedo”, a criança neandertal portuguesa descoberta em 1998, permanece depositado no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa — e está por decidir se algum dia será exposto ao público.

No Lagar Velho, no vale do Lapedo, a cerca de 150 km de Lisboa, foi descoberto em 1998 o esqueleto conhecido como Menino do Lapedo - o esqueleto português que sugere que neandertais e humanos se cruzaram.

Com cerca de 4 anos, a criança foi enterrada neste local há cerca de 29 mil anos.

Na altura da descoberta, algo diferente no seu corpo chamou a atenção dos arqueólogos que começaram a escavar o sítio arqueológico.

“Havia algo estranho na anatomia da criança. Quando encontramos a mandíbula, sabíamos que seria um humano moderno, mas quando expusemos o esqueleto completo […] vimos que tinha as proporções corporais de um Neandertal”, explica João Zilhão, arqueólogo e líder da equipa que trabalhou na descoberta.

“A única coisa que poderia explicar essa combinação de características é que a criança era, de facto, evidência de que os neandertais e os humanos modernos se cruzaram”.

Mas a teoria do cientista português provocou então uma revolução nos estudos evolutivos, e imortalizou o Menino de Lapedo — que está depositado, desde então, nas reservas do Museu Nacional de Arqueologia (MNA).

Agora, no âmbito das comemorações dos 25 anos da descoberta, o MNA organizou uma visita ao esqueleto.

O MNA está encerrado ao público há mais de um ano, para remodelação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas algumas das obras e coleções, como o esqueleto do “Menino do Lapedo”, e laboratórios estão depositados em oito contentores climatizados, numa área ao ar livre do edifício.

Na visita conduzida pelo diretor do MNA, António Carvalho, foi possível ver as caixas onde estão colocadas as dezenas de fragmentos e ossos da “Criança do Lapedo”, com cerca de 29.000 anos, classificados como tesouro nacional.

A descoberta marcou a paleoantropologia internacional, por se tratar do primeiro enterramento Paleolítico escavado na Península Ibérica e porque a criança apresenta traços de ‘Neandertal’ e de ‘homo sapiens‘.

Questionado pela Lusa, António Carvalho disse que ainda está a ser debatido, e não há uma decisão tomada, sobre o futuro deste achado arqueológico: se permanecerá nas reservas do museu nacional, se poderá integrar a exposição permanente quando reabrir, ou se regressará ao sítio arqueológico, classificado como monumento nacional.

“No quadro da intervenção do museu certamente que esta questão e outras vão ser debatidas, porque é normal. Um museu que depois se oferece com todas as condições de conservação e de alguma projeção das suas reservas que vá ser objeto de reflexão, se se vão juntar determinados bens arqueológicos”, disse.

“Até para respeitar um princípio legal que é a da não-dispersão dos bens arqueológicos. Vamos ver”, detalhou António Carvalho.

Presente na visita, a antropóloga Cidália Duarte, que em 1998 fez parte da equipa de escavações, e que atualmente ainda trabalha no projeto de conservação, falou na “enorme responsabilidade” em lidar com este tesouro nacional.

“É uma descoberta tão importante que é uma responsabilidade que recai em cima de nós se isto se deteriora por alguma ação que queiramos fazer. Já o imaginei exposto de várias maneiras, mas eu tenho receio, todos nós temos de tratar dessa memória para o futuro”, acrescentou a antropóloga.

A antropóloga recordou que o esqueleto só esteve uma vez exposto ao público, numa exposição temporária, na Alemanha, no âmbito da exposição de 2011 que assinalou os 150 anos da descoberta do Homem de Neandertal nesse país.

A visita realizada esta quinta-feira é uma das várias iniciativas que assinalam os 25 anos da descoberta do Menino do Lapedo — agora também conhecido como a “Criança do Lapedo”.

O programa prolongar-se-á até ao final de 2024 e “inclui conferências, conversas, mesas-redondas, exposições, residências artísticas, publicações, em vários formatos, percursos pedestres e atividades performativas e educativas, de distintas naturezas”, anunciou a Câmara de Leiria.» in https://zap.aeiou.pt/25-anos-depois-o-menino-do-lapedo-vai-ou-nao-ser-mostrado-ao-publico-572678


(Contigo a história é outra: Centro de Interpretação Abrigo do Lagar Velho)


(Uma história com 29 000 anos: recriação imaginada do enterramento do Menino do Lapedo)

#história    #arqueologia    #paleoantropologia    #lagarvelho    #meninodolapedo

#criançadolapedo    #neandertal    #homosapiens

02/03/23

História Paleontologia - Na verdade já foi descoberto no século XIX, mais concretamente em 1896 e foi descrito como uma água-viva com forma medusóide, quando foi descoberta pelo paleontólogo Charles Doolittle Walcott.


«Brooksella, o “fóssil” que não terá sido deixado por um ser viv

Mais de um século depois da sua descoberta, aquele objecto encontrado nos EUA continua a ser um mistério arqueológico.

Brooksella, uma espécie de fóssil mas que não é fóssil.

Em forma de estrela, foi encontrado na zona do rio Conasauga, nos Estados Unidos da América.

Na verdade já foi descoberto no século XIX, mais concretamente em 1896. Foi descrito como uma água-viva com forma medusóide, quando foi descoberta pelo paleontólogo Charles Doolittle Walcott.

Agora, um estudo publicado no PeerJ apresenta novos dados morfológicos, químicos e estruturais para analisar as suas afinidades hexactinelídeas e para avaliar se é um traço fóssil ou pseudo-fóssil.

Foram analisadas superfícies externas e transversais, secções finas, através de tomografia computadorizada de raios-X (TC) e imagens 3D; e nada indica que Brooksella seja uma esponja hexactinelídea ou um fóssil residual.

Tem vazios abundantes e tubos orientados de forma variada, consistentes com múltiplos organismos que escavam, mas essas estruturas não têm relação com a morfologia externa semelhante a um lóbulo de Brooksella.

Além disso, este objecto não tem padrão de crescimento comparável ao crescimento linear dos primeiros hexactinelídeos do Paleozóico; o seu crescimento é semelhante a concreções sindeposicionais.

Retirando os lóbulos e depressão central ocasional, Brooksella tem microestrutura que sugere que é um membro final morfologicamente incomum das concreções de sílica da formação.

É uma forma incomum de sílica – uma partícula mineral natural que se pode fundir para formar formas esféricas, cúbicas ou hexagonais.

É um “pseudo-fóssil”.

“Descobrimos que Brooksella não tinha características de esponjas de vidro, especialmente as espículas fundidas com opalina que compõem o corpo”, explicam os pesquisadores, citados no Science Alert.

“Nem cresceu como uma esponja cresce, ao longo da sua vida.”

O que parece ser a ‘boca’ de Brooksella é na verdade orientada para baixo em direcção ao sedimento, tornando extremamente difícil filtrar alimentos da água como fazem as esponjas.

E este “fóssil” está ali há tanto tempo (período Cambriano médio, mais de 500 milhões de anos, estimam os cientistas) que é mais antiga do que a primeira estrela-do-mar encontrada no planeta. Também não é estrela-do-mar.

Nenhum sinal aponta para produção de lóbulos em forma de estrela. Por isso, também não seria verme escavador.

Mas o mistério vai continuar.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/fossil-misterio-524342

#história    #paleontologia    #fóssil    #estrela-do-mar    #brooksella

#charlesdoolittlewalcott

06/02/23

História e Paleontologia - Uma equipa de arqueólogos e paleontólogos descobriu dezenas de crânios de grandes mamíferos, numa caverna em Espanha.


«Neandertais ficavam com troféus das matanças. Portuguesa ajudou a descobri-las

Dezenas de crânios de grandes mamíferos foram encontrados numa caverna, em Espanha.

Uma equipa de arqueólogos e paleontólogos descobriu dezenas de crânios de grandes mamíferos, numa caverna em Espanha.

O local em causa é Cueva Des-Cubierta, perto de Madrid, conhecido por diversas descobertas arqueológicas. É uma longa galeria de cavernas que não têm o seu tecto original, explica o portal da Universidade do Algarve.

A instituição algarvia destaca esta descoberta porque uma das cientistas envolvidas no estudo é a portuguesa Ana Abrunhosa, investigadora do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da Universidade do Algarve.

Ana Abrunhosa é também arqueóloga do Centro Nacional de Investigação da Evolução Humana.

O estudo, publicado na revista Nature Human Behaviour, acaba por confirmar que os símbolos já existiam na época dos neandertais – e eram importantes para muitos.

Estes neandertais viveram nesta região há mais de 40 mil anos e ficavam com os crânios como troféus de caça.

Foi recuperada uma coleção excepcional de restos ósseos de grandes herbívoros, alguns deles associados a pequenas fogueiras.

As carcaças dos animais terão sido inicialmente processadas fora da caverna e os crânios foram posteriormente levadas para dentro. Numa aparente segunda ronda de processamento, procedeu-se à remoção do cérebro.

Em todos os casos (bisonte, veado, rinocerontes…) o processo foi o mesmo: os neandertais removeram a mandíbula e a mandíbula superior, e deixaram o crânio com chifres ou hastes como troféu de caça.

Terá sido um comportamento mais relacionado com um ritual, algo simbólico – mais do que algo relacionado com a sua sobrevivência destes humanos.

E fica a ideia de que este comportamento foi recorrente, que se prolongou por diversas gerações.

Era uma prática do simbolismo Neandertal – que afinal também eram capazes de relacionar conceitos com símbolos.

Também foram descobertas ferramentas de pedra musterianas (em homenagem a Le Moustier, França), bigornas e martelos usados para partir os crânios.

Os neandertais foram humanos arcaicos que viveram na Eurásia até há cerca de 40 mil anos.» in https://zap.aeiou.pt/neandertais-trofeus-matancas-520372

#história    #paleontologia    #neandertais    #troféus    #caça

31/01/23

Paleontologia - Um fóssil descoberto no norte do Canadá deixou os cientistas boquiabertos ao revelar duas espécies até agora não identificadas e que se podem posicionar relativamente perto dos primatas.


«Fósseis revelam misteriosos primos dos primatas que viveram no Ártico há 52 milhões de anos

Maxilares e os dentes parecem diferentes dos apresentados por outros primatomórficos que também viveram na América do Norte, mas em regiões mais a sul.

Um fóssil descoberto no norte do Canadá deixou os cientistas boquiabertos ao revelar duas espécies até agora não identificadas e que se podem posicionar relativamente perto dos primatas. Esta espécies terão vivido acima do círculo Ártico há cerca de 52 milhões anos, de acordo com uma nova investigação.

As agora extintas espécies pertenciam a uma parte da árvore genealógica dos primatas que se ramificou ainda antes dos antepassados dos lémures divergirem dos ancestrais comuns dos macacos e humanos, Chris Beard, um dos autores do estudo e professor de ecologia e biologia evolutiva da Universidade do Kansas.

As duas espécies, que terão vivido no que é atualmente a Ilha Ellesmere, são os primeiros familiares de primatas a viver em latitudes tão elevadas, especificamente a norte do círculo Ártico. “Para se perceber como que os Ignacius eram visualmente, devemos imaginar a mistura de um lémure e um esquilo, com metade do tamanho de um gato doméstico”, especificou o investigador à CNN.

“Ao contrário de outros primatas vivos, os Ignacius tinham olhos nas laterais da cabeça (não olhavam exclusivamente para a frente como os humanos) e garras nas mãos e nos pés em vez de unhas.”

As revelações que tiveram origem na análise dos fósseis surpreenderam os cientistas, já que os maxilares e os dentes pareciam diferentes dos apresentados por outros primatomórficos que também viveram na América do Norte, mas em regiões mais a sul.

“O que eu tenho vindo a fazer ao longo dos últimos anos é tentar perceber do que é que se alimentavam e se comiam o mesmo que os mesmos exemplares, mas que viviam numa latitude inferior”, explicou a principal autora do estudo, Kisten Miller, investigadora do Instituto de Biodiversidade da Universidade do Kansas.

As diferenças encontradas pelos especialistas na composição dos maxilares e dos dentes parece ser uma adaptação da espécie a alimentos mais duros, como nozes e sementes, em alternativa a uma dieta em que dominava a fruta. Esta adaptação física também pode ser uma consequência da exposição à noite durante meio ano, o que tornava a comida muito mais difícil de encontrar.

A equipa de investigadores está ainda otimista perante a possibilidade de estas conclusões poderem ser aplicadas a outras espécies de animais que tenham de se adaptar e evoluir durante períodos de alterações climáticas, como as que experienciamos atualmente.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/fosseis-primos-dos-primata-519559

#história    #paleontologia    #biologia    #ciência

30/08/22

Paleontologia - Pensa-se que os restos são os de um saurópode, um dinossauro herbívoro de 12 metros de altura e 25 metros de comprimento que habitava a Terra há cerca de 150 milhões de anos, segundo a Phys Org.


«Descoberto fóssil de dinossauro em Portugal. Pode ser o maior da Europa

Paleontologistas portugueses encontraram o esqueleto fossilizado do que pode ser o maior dinossauro da Europa, em Portugal.

Pensa-se que os restos são os de um saurópode, um dinossauro herbívoro de 12 metros de altura e 25 metros de comprimento que habitava a Terra há cerca de 150 milhões de anos, segundo a Phys Org.

“É uma das maiores espécies descobertas na Europa, talvez no mundo”, sublinhou Elisabete Malafaia, paleontóloga da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa à AFP, esta segunda-feira

Os ossos foram descobertos por investigadores portugueses e espanhóis no jardim de uma casa perto de Pombal, no centro de Portugal, no início de agosto.

Entre os ossos recolhidos, encontraram os restos de uma costela de cerca de três metros de comprimento, acrescentou Malafaia.

Os fósseis foram descobertas pela primeira vez em 2017, enquanto o proprietário da casa estava a fazer obras no jardim. Na altura, contactou paleontólogos que apenas desenterraram parte do fóssil do dinossauro no início deste mês e têm vindo a examiná-lo desde então.

Os saurópodes têm pescoços e caudas longos e encontram-se entre os maiores animais que alguma vez viveram. Pensa-se que os fósseis descobertos no Monte Agudo, em Pombal, são os de um braquiossauro que viveu durante o período do Jurássico Superior.

O facto de as vértebras e costelas terem sido encontradas no mesmo local e na posição em que teriam estado na anatomia do dinossauro é “relativamente raro“, explicou Malafaia. A equipa vai realizar mais escavações nos próximos meses.

“A investigação no sítio de Monte Agudo confirma que a região de Pombal tem um importante registo fóssil de vertebrados Jurássicos tardios, que nas últimas décadas proporcionaram a descoberta de materiais abundantes e muito significativos para o conhecimento das faunas continentais que habitavam a Península Ibérica há cerca de 145 milhões de anos”, conclui Elisabete Malafaia.» in https://zap.aeiou.pt/descoberto-fossil-de-dinossauro-em-portugal-pode-ser-o-maior-da-europa-495655

#história    #paleontologia    #portugal

16/02/22

História Paleontologia - Uma nova espécie de dinossauro, com 130 milhões de anos, foi descoberta no Cabo Espichel, no concelho de Sesimbra, e mostra que a península ibérica possuía uma grande diversidade destes animais, revela um estudo hoje divulgado.


«Novo dinossauro português com 130 milhões de anos descoberto no Cabo Espichel

Uma nova espécie de dinossauro, com 130 milhões de anos, foi descoberta no Cabo Espichel, no concelho de Sesimbra, e mostra que a península ibérica possuía uma grande diversidade destes animais, revela um estudo hoje divulgado.

O fóssil do “novo dinossauro português”, como é referido num comunicado da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa, está associado aos dinossauros espinossaurídeos. Os paleontólogos chamaram à nova espécie 'Iberospinus natarioi'.

A descoberta dos restos do animal, classificado como “estranho” remonta a 1999 e é originalmente atribuída ao paleontólogo amador Carlos Natário.

“Foram escavados entre 2004 e 2008, com uma escavação adicional em 2020 que surpreendentemente conseguiu novos ossos”, referem no documento os paleontólogos da FCT Octávio Mateus e Dario Estraviz-López.

Agora, novos ossos e uma reexaminação revelaram tratar-se de uma “nova espécie” de dinossauro aquático.

O estudo foi publicado na revista científica PLOS ONE, pelos paleontólogos Octávio Mateus e Darío Estraviz-López, da faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e do Museu da Lourinhã.

“O novo dinossauro foi batizado 'Iberospinus natarioi', que significa “espinho ibérico” e também está dedicado ao descobridor, Carlos Natário”, indicam os académicos.

Entre outras características, o Iberospinus tem uma configuração da mandíbula considerada única, “com canais internos diferentes e uma ponta da mandíbula reta”, em vez de apontar para cima, como acontece em dinossauros semelhantes.

Apesar de pertencer ao grupo dos espinossaurídeos, o 'Iberospinus natarioi' não teria nas costas uma vela como a do 'Spinosaurus' e não possuía as adaptações extremas que outros membros do grupo poderiam ter para se movimentarem na água.

De acordo com os cientistas, o 'Iberospinus natarioi' é o terceiro espinossaurídeo nomeado na Península Ibérica, após o 'Camarillasaurus cirugedae' (inicialmente não reconhecido como um espinossauro) e o 'Vallibonaventrix cani'.

Este animal junta-se, assim “aos membros mais antigos do grupo”, como os descobertos na Grã-Bretanha (incluindo duas espécies recentemente descritas no Sul de Inglaterra e o famoso Baryonyx), aumentando as possibilidades de os espinossaurídeos terem aparecido “pela primeira vez” na Europa Ocidental.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/novo-dinossauro-portugues-com-130-milhoes-de-anos-descoberto-no-cabo-espichel

(As pegadas de dinossáurios no Barremiano da Formação de Areia do Mastro)

01/02/22

História Paleontologia - Os nossos dias na Terra podem estar contados com a degradação do habitat, a baixa variação genética e o declínio da fertilidade, diz o paleontologista Henry Gee.


«A extinção do Homem é “inevitável” (e não importa o que fizermos)

Os nossos dias na Terra podem estar contados com a degradação do habitat, a baixa variação genética e o declínio da fertilidade, diz o paleontologista Henry Gee.

De facto, no final deste século, a população global pode começar o seu declínio inevitável. Henry Gee, paleontólogo e editor da Nature, apresentou a sua teoria na Scientific American, usando mesmo a palavra “extinção”.

As previsões atuais sobre a a população variam. O consenso geral é de que irá atingir o seu máximo em meados do século e depois começar a cair abruptamente.

“Suspeito que a população humana não está definida apenas para a diminuição, mas também para o colapso — e em breve”, alerta Gee.

O paleontólogo refere-se à falta de variação genética, à queda das taxas de natalidade, à poluição, e ao stresse causado por viver em cidades superlotadas, como receita para o desastre.

“A ameaça mais intrínseca para a humanidade é algo chamado dívida de extinção”, explicou Gee. “Chega um momento no progresso de qualquer espécie, mesmo daquelas que parecem estar a prosperar, em que a extinção será inevitável, não importa o que fazemos para a evitar”.

“As espécies mais em risco são aquelas que dominam determinados fragmentos de habitat à custa de outras, que tendem a migrar para outro lugar e que, por isso, se espalham de forma mais dispersa”, afirmou o especialista.

“Os seres humanos ocupam mais ou menos todo o planeta, e com o nosso sequestro de uma grande parte da produtividade desta mancha de habitat planetária, somos dominantes dentro dela“, nota.

Por outras palavras, as nossas ações acabarão por nos apanhar, e a humanidade pode “já ser uma espécie morta a andar“, argumentou Gee.

Para o investigador, a nossa população tem muito mais probabilidades de colapsar, e não apenas de encolher.

Como paleontólogo, Henry Gee acredita ter “uma visão a longo prazo“. As espécies de mamíferos tendem a ir e vir muito rapidamente, “aparecendo, florescendo e desaparecendo em cerca de um milhão de anos”, refere.

O Homo sapiens existe há cerca de 315.000 anos, mas durante a maior parte desse tempo, a espécie era rara. “Tão rara, de facto, que esteve perto da extinção, talvez mais do que uma vez”, acrescenta.

A população atual cresceu “muito rapidamente, de algo muito menor”. “Há mais variação genética em algumas espécies de chimpanzés selvagens do que em toda a população humana. A falta de variação genética nunca é boa para a sobrevivência das espécies”, argumenta o paleontologista”.

Gee explica que, ao longo das últimas décadas, a qualidade do esperma humano tem diminuído bastante, o que pode causar taxas de natalidade mais baixas.

A poluição, causada pela degradação humana do ambiente, é também um dos fatores apresentados pelo especialista.

Gee ainda salienta o stresse, que sugere ser “desencadeado por viver na proximidade de outras pessoas durante um longo período”.

Outra das causas que Henry Gee acredita provocarem o abrandamento do crescimento populacional é a economia.

“Os políticos lutam por um crescimento económico implacável, mas isto não é sustentável num mundo em que os recursos são finitos“, refere.

“Hoje em dia as pessoas têm de trabalhar mais e durante mais tempo, para manterem os mesmos padrões de vida que os seus pais, se esses padrões forem sequer possíveis de obter”, sublinha o especialista.

Segundo Gee, há provas de que a produtividade económica estagnou ou até declinou globalmente nos últimos 20 anos. Como resultado, as pessoas adiam ter filhos, talvez por tanto tempo que a própria fertilidade começa a diminuir.

Um fator adicional referido pelo investigador é a a “emancipação económica, reprodutiva e política das mulheres”.

“Com uma melhor contraceção e melhores cuidados de saúde, as mulheres não precisam de ter tantas crianças para assegurar que, pelo menos, algumas sobrevivam aos perigos da primeira infância. Mas ter menos filhos, ou fazê-lo mais tarde, significa que é provável que a população diminua”, justifica Gee.

“Os sinais estão à vista, para quem os quiser ver“. A pergunta que devemos realmente fazer é quanto tempo até a espécie humana colapsar?» in https://zap.aeiou.pt/a-extincao-do-homem-e-inevitavel-457760

«A extinção do Homem é “inevitável” (e não importa o que fizermos)»


01/01/22

História Paleontologia - O Dunkleosteus era um peixe de dez metros, 3,6 toneladas e uma mandíbula que, quando se fechava sobre um tubarão, era capaz de o partir ao meio.


«Dunkleosteus, o peixe que devorava tubarões com uma dentada

O Dunkleosteus era um peixe de dez metros, 3,6 toneladas e uma mandíbula que, quando se fechava sobre um tubarão, era capaz de o partir ao meio. “Um tubarão-branco grande provavelmente só consegue morder com metade dessa força”, comentou à Reuters Mark Westneat, do Museu Field de Chicago, e co-autor de um artigo publicado na revista científica Biology Letters, editada pela Royal Society britânica, onde descreve este fóssil, que viveu há cerca de 400 milhões de anos.

Como um peixe tão pesado era capaz de abrir e fechar a boca com tanta rapidez e com tamanho impacto? Para saber a resposta, os cientistas construíram um Dunkleosteus biomecânico, a partir de um crânio fossilizado. “A parte mais interessante foi descobrir que este peixe era tão veloz (dois centésimos de segundo) durante a abertura da mandíbula e tão poderoso na hora de fechá-la”, disse Mark Westneat. A conclusão? O desenho único do crânio e dos diferentes músculos usados pelo Dunkleosteus para abrir e fechar a boca fizeram desse peixe um dos primeiros grandes predadores entre os vertebrados.

Além disso, dentro de água isso produzia uma forte sucção e puxava as presas, não importava o tamanho delas. “Era capaz de devorar tudo o que existia no seu habitat”, comentou Philip Anderson, da Universidade de Chicago, o coordenador do estudo.» in https://greensavers.sapo.pt/dunkleosteus-o-peixe-que-devorava-tubaroes-com-uma-dentada/

Dunkleosteus - "Um Predador Mortal"


29/12/21

História e Paleontologia - Os anos que se seguiram ao impacto do asteroide que exterminou os dinossauros da Terra foram tempos sombrios – literalmente.


«Escuridão causada pelo asteroide que matou os dinossauros extinguiu a vida na Terra em 9 meses

Os anos que se seguiram ao impacto do asteroide que exterminou os dinossauros da Terra foram tempos sombrios – literalmente.

Há cerca de 66 milhões de anos, o impacto do asteroide que matou os dinossauros não só extinguiu muitas formas de vida instantaneamente, como também causou mudanças ambientais que levaram a extinções em massa que foram ocorrendo ao longo do tempo.

As nuvens densas de cinzas e de partículas que se espalharam na atmosfera bloquearam o Sol, situação que fez com que algumas partes da Terra mergulhassem na escuridão.

Este é um cenário proposto pelos cientistas desde os anos 80, mas só desde a última década é que a comunidade científica começou a ser capaz de desenvolver modelos que mostram como esta escuridão pode ter mesmo impactado a vida no planeta.

“O pensamento comum é que os incêndios florestais teriam sido a principal fonte de fuligem fina que teria ficado suspensa na alta atmosfera”, disse ao site Live Science Peter Roopnarine, curador de Geologia do museu California Academy of Sciences.

“A concentração de fuligem nos primeiros dias e semanas após os incêndios teria sido alta o suficiente para reduzir a quantidade de luz solar incidente a um nível baixo o suficiente para impedir a fotossíntese“, acrescentou Roopnarine, que apresentou esta pesquisa, no passado dia 16 de dezembro, na reunião anual da União de Geofísica dos Estados Unidos.

Para estudar esta longa escuridão, a equipa reconstruiu comunidades ecológicas que teriam existido no momento do impacto do asteroide. Para isso, usaram 300 espécies conhecidas da Formação Hell Creek.

“Concentrámo-nos naquela região porque o registo fóssil tem boas amostras e está bem compreendido ecologicamente, então podíamos reconstruir a paleocomunidade de uma forma confiável”, explicou ao mesmo site.

De seguida, os investigadores criaram simulações que expuseram estas comunidades a períodos de escuridão com uma duração de 100 a 700 dias, para ver quais os intervalos que produziriam a taxa de extinção de vertebrados preservada no registo fóssil – cerca de 73%.

O início da escuridão pós-impacto do asteroide teria sido rápido, atingindo o seu máximo em apenas algumas semanas, disse Roopnarine.

Os cientistas descobriram que os ecossistemas poderiam recuperar-se após um período de escuridão de até 150 dias. Mas depois de 200 dias, essa mesma comunidade atingiu um ponto crítico, em que “algumas espécies foram extintas e os padrões de domínio mudaram”, relataram os cientistas.

Nas simulações em que a escuridão durou a duração máxima, as extinções aumentaram dramaticamente. Durante um intervalo de escuridão de 650 a 700 dias, os níveis de extinção atingiram 65% a 81%, sugerindo que as comunidades de Hell Creek experienciaram cerca de dois anos de escuridão.

“As condições variaram em todo o mundo por causa do fluxo atmosférico e da variação de temperatura, mas estimámos que a escuridão poderia ter persistido em Hell Creek durante até dois anos”, declarou Roopnarine, embora destacando que estas conclusões ainda são preliminares.

Os investigadores descobriram que, assim que um ecossistema atingia esse ponto crítico, poderia eventualmente recuperar-se com uma nova distribuição de espécies. No entanto, esse processo teria levado décadas.» in https://zap.aeiou.pt/escuridao-asteroide-dinossauros-extinguiu-vida-terra-9-meses-452769

27/12/21

História e Paleontologia - A primeira criatura gigante conhecida no Planeta Terra foi o Cymbospondylus youngorum, um Ictiossauro que viveu há mais de 237 milhões de anos, durante o período Triássico.


«Ictiossauro, a primeira criatura gigante conhecida no Planeta Terra

A primeira criatura gigante conhecida no Planeta Terra foi o Cymbospondylus youngorum, um Ictiossauro que viveu há mais de 237 milhões de anos, durante o período Triássico.

O crânio de 2 metros de comprimento descoberto nas Montanhas Augusta, uma cordilheira de montanhas no Estado de Nevada, está agora exposto no Museu de História Natural do Condado de Los Angeles (NHM). Este corresponde ao maior Cymbospondylus youngorum de que há registo, que se acredita que teria mais de 17 metros, na época em que nadava no oceano. O seu longo focinho e os dentes, indicam que se alimentava de lulas e peixes.

A descoberta do réptil marinho levou os cientistas a tentar compreender o porquê do seu rápido crescimento, e a comparar a expansão do seu comprimento com o dos cetáceos modernos, como as baleias e os golfinhos, que foi mais lenta.

“As baleias e ictiossauros partilham mais do que uma variedade de tamanhos. Eles têm planos corporais semelhantes e ambos surgiram inicialmente após extinções em massa. Estas semelhanças tornam-nos cientificamente valiosos para o estudo comparativo”, explicam os autores do estudo, agora publicado na revista científica Science.

Os dados revelam que este rápido crescimento se deve ao boom de amonites (atuais lulas) e conodontes (peixes) na época, que se deu após o final do período Permiano. “Embora suas rotas evolutivas fossem diferentes, tanto as baleias quanto os ictiossauros dependiam da exploração de nichos na cadeia alimentar para a tornar realmente grande”, esclarecem.» in https://greensavers.sapo.pt/209016-2/

Ictiossauro | O Réptil Aquático - (13 METROS)

16/12/21

História - É uma descoberta que nos pode ajudar a finalmente perceber por que é que na altura da colisão com o asteróide que dizimou os dinossauros, um quarto das espécies da Terra conseguiu sobreviver.


«Já sabemos em que altura do ano o asteróide que matou os dinossauros colidiu com a Terra

Os fósseis de peixes e tartarugas encontrados na Dakota do Norte dão uma ideia da estação em que a colisão aconteceu e permitiram aos investigadores prever que podem ter havido mais extinções no hemisfério Norte do que no Sul.

É uma descoberta que nos pode ajudar a finalmente perceber por que é que na altura da colisão com o asteróide que dizimou os dinossauros, um quarto das espécies da Terra conseguiu sobreviver.

Há cerca de dois anos, o estudante de doutoramento Robert DePalma e a sua equipa anunciaram ao mundo que tinham descoberto um conjunto de fósseis de animais que, aparentemente, tinham morrido no dia exacto do impacto, escreve o IFLScience.

As provas iniciais eram promissoras, e os investigadores continuaram os estudos no local onde os fósseis foram encontrados, perto de Tanis, no estado norte-americano da Dakota do Norte.

DePalma é agora o autor principal de um estudo na Scientific Reports que relata que os peixes, tartarugas e dinossauros lá enterrados estavam na maior fase de crescimento quando o asteróide que criou a cratera de Chicxulub e matou os dinossauros chocou com a Terra. Ou seja, imediatamente antes do Inverno de vários anos que se seguiu à colisão, estava-se na Primavera.

Estas diferenças no timing do choque podem ter levado a diferentes consequências na extinção das espécies. No fim da era Cretácea, o sítio de Tanis estava perto da costa do Mar Interior Ocidental que na altura dividia a América do Norte.

Os fósseis lá encontrados parecem ter-se afogado nas seichas – ondas estacionárias que se desenvolvem em corpos hídricos confinados ou semi-confinados, como bacias portuárias, estuários, lagos ou baías – que foram criadas pelos terramotos que resultaram do impacto. Meros minutos depois, a área ficou submersa.

Muitos dos fósseis de peixes-remo e de esturjões encontrados no sítio são muito jovens e devem ter eclodido pouco tempo antes. Assumindo que os peixe de zonas temperadas na era Cretácea tinham os mesmos ciclos de reprodução que têm nos dias de hoje, a equipa concluiu que as suas mortes aconteceram na Primavera ou no início do Verão.

Para testarem esta teoria, os autores examinaram os ossos de peixes mais velhos, já que os esqueletos destes animais registam os seus anos de crescimento. “Uma camada escura de osso, que corresponde aos meses de Primavera e de Verão, surge com o aumento do consumo de comida e com o ritmo metabólico maior”, notam.

O oxigénio e os isótopos de carbono também variam consoante as estações. Os investigadores descobriram que os esqueletos dos peixes mais velhos em Tanis correspondiam com as estações mais quentes. As análises a plantas lenhosas e a insectos também apontam para a mesma conclusão.

Seria ainda mais provável que um desastre destes matasse mais espécies na Primavera. No final do Outono, muitas plantas já deixaram cair as sementes e estão prontas a brotar na Primavera seguinte.

Se os primeiros sinais de calor só surgiram uma década após a colisão, algumas dessas sementes podiam ainda ser viáveis e ter garantido a sobrevivência das espécies que se salvaram, incluindo os nossos antepassados.

Com esta nova descoberta, o estudo prevê também que tenham existido menos extinções no hemisfério Sul do que no Norte, mas esta hipótese exige ainda mais investigações para ser comprovada.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/altura-ano-asteroide-dinossauros-colidiu-450007

25/10/21

História - Durante várias décadas, os cientistas acreditaram que os ancestrais dos atuais elefantes se extinguiram porque eram constantemente caçados pelos humanos.


«Afinal, a extinção dos mamutes-lanosos não foi culpa dos humanos

Durante várias décadas, os cientistas acreditaram que os ancestrais dos atuais elefantes se extinguiram porque eram constantemente caçados pelos humanos. No entanto, a análise de ADN dos antigos campos de pasto dos mamutes-lanosos revela uma história diferente.

Os mamutes-lanosos desapareceram da Terra há quase 4.000 anos e, agora, os cientistas sabem porquê. Geneticistas analisaram o ADN ambiental dos ancestrais dos elefantes e chegaram à conclusão de que os humanos não têm culpa.

À medida que os icebergs derretiam, o solo tornava-se demasiado húmido para que estes animais gigantes conseguissem sobreviver, uma vez que a sua fonte alimentar, a vegetação, desaparecia.

“Com base em todos os nossos modelos, demonstramos que a mudança climática, especificamente a precipitação, resulta diretamente na mudança da vegetação – os seres humanos não tiveram nenhum impacto sobre [os mamutes]”, disse, em comunicado citado pelo EurekAlert, Yucheng Wang, zoólogo da Universidade de Cambridge.

“Está é uma lição dura da História e mostra como as alterações climáticas são imprevisíveis – uma vez que algo se perde, não há como voltar atrás”, acrescentou Eske Willerslev, professor da Universidade de Cambridge e diretor do Centro de Geogenética da Fundação Lundbeck, na Universidade de Copenhaga.

Durante 10 anos, a equipa analisou restos ambientais de plantas e animais – incluindo urina, fezes e células da pele – de amostras do solo cuidadosamente recolhidas ao longo de 20 anos em locais do Ártico.

Os investigadores usaram o método de “sequenciamento de ADN de espingarda” para analisar as amostras. Neste processo, um fragmento longo de ADN é fisicamente quebrado em pequenos fragmentos que são depois clonados, sequenciados e montados através de uma análise por computador.

Em vez de recolher informações genéticas de ossos ou dentes, este método sequencia o ADN a partir de vestígios de urina ou células.

O novo artigo científico foi recentemente publicado na Nature.» in https://zap.aeiou.pt/extincao-mamutes-nao-culpa-humanos-439477

01/09/21

História Paleontologia - Um grupo de paleontólogos descobriu um fóssil de uma baleia com quatro patas no Deserto Ocidental, no Egipto.


«Cientistas descobrem fóssil de baleia com quatro patas no Egipto

Um grupo de paleontólogos descobriu um fóssil de uma baleia com quatro patas no Deserto Ocidental, no Egipto. Trata-se de uma baleia do grupo Protocetídeos, hoje extinto, que retrata a transformação da espécie de mamífero terrestre para mamífero aquático.

A espécie foi nomeada Phiomicetus anubis, em homenagem a Anúbis, o Deus egípcio da morte. Como relatam os investigadores no estudo, o animal viveu há 43 milhões de anos, na época do Eoceno, no período Terciário, e é o exemplar da família mais primitivo de que há registo em África.

“Ao longo de cerca de 10 milhões de anos, os ancestrais das baleias transformaram-se de mamíferos terrestres herbívoros, semelhantes a veados, em cetáceos carnívoros totalmente aquáticos. Os protocetídeos são baleias eocenas que representam um estágio semiaquático único dessa dramática transformação evolutiva”, explicam os autores.

Os dados revelam que a baleia tinha cerca de 3 metros de comprimento e pesava 600 quilogramas. Devido ao tamanho de alguns dos ossos do seu crânio, como o temporal e os parietais, esta é diferente de todos os outros da família Protocetidae.

“A Phiomicetus anubis é uma nova espécie de baleia e uma descoberta crítica para a paleontologia egípcia e africana”, garante Abdullah Gohar, autor principal do estudo.» in https://greensavers.sapo.pt/cientistas-descobrem-fossil-de-baleia-com-4-patas/

26/06/20

História Paleontologia - Agora, quase dez anos depois, já sabem que o misterioso fóssil do tamanho de uma bola de futebol descoberto na Antártida é, na verdade, um ovo de casca mole.

O fóssil descoberto na Antártida, em 2011, a que os cientistas chamaram “A Coisa”

«Quase 10 anos depois, cientistas já sabem o que é o fóssil a que chamaram “A Coisa”

Os cientistas apelidaram-no de “A Coisa”. 

Agora, quase dez anos depois, já sabem que o misterioso fóssil do tamanho de uma bola de futebol descoberto na Antártida é, na verdade, um ovo de casca mole.

De acordo com o site Science Alert, a análise revelou que este fóssil misterioso é, na verdade, um ovo de casca mole, com cerca de 68 milhões de anos, possivelmente colocado por um tipo já extinto de cobra ou lagarto marinho.

“É muito raro encontrar fósseis de ovos de casca mole tão bem preservados. É, de longe, o maior já descoberto”, disse à agência France-Presse Lucas Legendre, investigador da Universidade do Texas, em Austin, e um dos autores do estudo publicado, na última quarta-feira, na revista científica Nature.

O fóssil, que mede 28 por 18 centímetros, foi descoberto, em 2011, por um grupo de cientistas chilenos que estavam a trabalhar na Antártida. Durante anos, outros cientistas examinaram o fóssil em vão, até que, em 2018, um paleontólogo sugeriu que poderia tratar-se de um ovo (o que agora se confirma).

A análise das secções do fóssil revelou “uma estrutura em camadas semelhante a uma membrana macia e uma camada externa muito mais fina, sugerindo que a casca era mole”, disse Legendre.

“Isto também foi confirmado pelas análises químicas, que mostraram que a casca do ovo é distinta do sedimento à sua volta e que era originalmente um tecido vivo“, acrescenta.

A equipa considera que o ovo não pertence a um dinossauro, pois os tipos de dinossauros que viviam na Antártida naquela época eram demasiado pequenos para produzir um ovo tão grande, e os grandes o suficiente eram esféricos e não ovais.

Os investigadores acreditam que o ovo veio, sim, de um réptil marinho, possivelmente de um grupo conhecido como mosassauros, que era comum na região. Além disso, o ovo foi descoberto num local onde também já tinham sido encontrados esqueletos de mosassauros bebés e de outros répteis marinhos da ordem Plesiosauria.» in https://zap.aeiou.pt/fossil-a-coisa-antartida-331347

25/02/19

História Paleontologia - O Parque Nacional da Gorongosa anunciou hoje a assinatura de um acordo de colaboração com a Universidade de Oxford, de Inglaterra, para um projeto de investigação que pretende descobrir detalhes sobre os antepassados dos seres humanos.



«Parque da Gorongosa e Oxford procuram antepassados da humanidade em Moçambique

O Parque Nacional da Gorongosa anunciou hoje a assinatura de um acordo de colaboração com a Universidade de Oxford, de Inglaterra, para um projeto de investigação que pretende descobrir detalhes sobre os antepassados dos seres humanos.

A iniciativa denominada Projeto Paleo-Primata é liderada pela paleoantropóloga e primatóloga portuguesa Susana Carvalho.

Segundo aquela responsável, estão identificados “vários sítios fósseis promissores no Parque da Gorongosa” e arrancou aquilo que poderá ser “um esforço de exploração e pesquisa de várias décadas”.

As notícias não escolhem hora, mas o seu tempo é precioso. 

No final, poderão surgir “novas ideias sobre quando e como os primeiros antepassados humanos evoluíram em África”, refere, citada hoje num comunicado do Parque da Gorongosa.

Outro ramo do projeto multidisciplinar “é o foco no estudo de primatas modernos, e as suas adaptações comportamentais à ecologia da Gorongosa, para modelar como, no passado, os ancestrais humanos podem ter conseguido viver em habitats semelhantes”, acrescenta o comunicado.

Já em 2017, em declarações à Lusa, na Gorongosa, Susana Carvalho referia que aquela zona é “a única parte do Rift [vale africano transnacional] que ainda não foi estudada em termos de evolução humana”, assinalando que os levantamentos geológicos iniciais apontam para cronologias que abrangem o período de sete milhões de anos, quando surgiram os primeiros hominídeos.

O parque apresenta a Escola de Campo Paleo-Primata Oxford-Gorongosa como “a única escola de campo do continente africano que oferece formação interdisciplinar em Paleoantropologia, Primatologia e Ecologia”.

Metade dos estudantes são selecionados em universidades moçambicanas de todo o país.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/parque-da-gorongosa-e-oxford-procuram-antepassados-da-humanidade-em-mocambique


(Parque Nacional de GORONGOSA - Moçambique África)

23/02/18

História Paleontologia - A mais antiga arte das cavernas conhecida do mundo foi criada por Neandertais, o que revela que estes já eram capazes de pensar simbolicamente, capacidade que a ciência e a história reservava ao homem moderno, ou seja, ao Homo sapiens.



«Afinal, a arte não é exclusiva do homem moderno. Estudo revela que Neandertais já eram capazes de pensar simbolicamente

A mais antiga arte das cavernas conhecida do mundo foi criada por Neandertais, o que revela que estes já eram capazes de pensar simbolicamente, capacidade que a ciência e a história reservava ao homem moderno, ou seja, ao Homo sapiens.

O relatório publicado na revista Science baseia-se em resultados obtidos com novas tecnologias capazes de revelar de forma mais precisa a idade das pinturas rupestres. O estudo foi realizado em sítios arqueológicos espanhóis.

"Esta é uma descoberta incrivelmente emocionante, que sugere que os Neandertais eram muito mais sofisticados do que se acredita popularmente", salientou o principal autor do estudo, Chris Standish, arqueólogo da Universidade de Southampton.

"Os nossos resultados mostram que as pinturas que datamos são, de longe, as mais antigas artes das cavernas conhecidas do mundo".

Uma vez que foram criadas há cerca de 64.000 anos - pelo menos 20.000 anos antes dos humanos modernos chegarem à Europa provenientes de África - "devem ter sido feitas pelos neandertais", acrescentou.

Usando principalmente pigmentos vermelhos e às vezes pretos, foram retratados grupos de animais, estêncil de mãos, gravuras, pontos, discos e desenhos geométricos nas pinturas rupestres em La Pasiega, no nordeste de Espanha, em Maltravieso, a oeste, e Ardales, no sul do país.

Estas interpretações simbólicas apontam para uma inteligência que anteriormente se acreditava pertencer exclusivamente aos humanos modernos, ou seja, o Homo sapiens.

"O surgimento da cultura material simbólica representa um limiar fundamental na evolução da humanidade", afirmou o coautor do estudo Dirk Hoffmann, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva. "É um dos principais pilares do que nos torna humanos".

Novas tecnologias

São várias as evidências que existem para desmentir o mito de que os Neandertais eram seres brutos. As informações recolhidas mais recentemente apontam que estes eram capazes de impulsos decorativos e de rituais, como enterrar os seus mortos.

Mas as pinturas rupestres eram um dos últimos bastiões que pareciam diferenciar os humanos modernos dos Neandertais, que morreram há cerca de 35 mil anos.

"Nos últimos anos vimos estudos que mostraram que os Neandertais utilizaram amplamente os objetos ornamentais, estruturas potencialmente construídas e, no geral, pareciam muito mais capazes de processos cognitivos simbólicos do que historicamente foi considerado", disse à AFP Adam Van Arsdale, professor associado de antropologia na Wellesley College.

"Estes resultados sugerem que, além disto, as pinturas rupestres já não distinguem os Neandertais dos humanos modernos", disse Van Arsdale, que não participou do estudo.

Os resultados refletem também "alguns desenvolvimentos técnicos impressionantes em técnicas de datação em contextos de caverna, questões que sempre representaram um desafio para a compreensão do tempo dos eventos-chaves na evolução humana".

Datar sem destruir 

Até agora, descobrir a idade da arte rupestre sem a destruir era difícil.

A nova abordagem baseia-se na obtenção de uma idade mínima para a arte das cavernas "usando a datação por urânio-tório (U-Th) de crostas de carbonato que cobrem os pigmentos", explicou Hoffman.

A técnica de datação U-Th é baseada na decomposição radioativa de isótopos de urânio em tório. Esta técnica é capaz de determinar a idade das formações de carbonato de cálcio que remontam a até 500.000 anos, muito mais do que o método de radiocarbono amplamente utilizado, explica o relatório.

Foram analisadas mais de 60 pequenas amostras, de menos de 10 miligramas cada, das três cavernas.

Um segundo estudo, também publicado esta semana por Hoffmann e pelos seus colegas, determinou a idade de um depósito arqueológico localizado na Cueva de los Aviones, uma caverna no mar no sudeste de Espanha, em 115.000 anos, mais antigo que descobertas similares no sul e norte da África associadas com o Homo sapiens.

"Esta caverna continha conchas perfuradas, pigmentos vermelhos e amarelos e recipientes de conchas contendo misturas complexas de pigmentos", afirmou o relatório. A datação mostra que eles vieram de uma época em que os neandertais viviam no oeste da Europa.

"De acordo com os nossos novos dados, os Neandertais e os Homo sapiens compartilhavam o pensamento simbólico e devem ter sido cognitivamente indistinguíveis", afirmou Joao Zilhao, investigador da Instituição Catalã de Pesquisa e Estudos Avançados em Barcelona, ​​envolvido em ambos os estudos.

Estudos futuros poderão revelar muito mais cavernas onde a arte provavelmente era realizada por Neandertais, acredita o coautor do estudo Paul Pettitt, da Universidade de Durham.

"Nós temos exemplos em três cavernas separadas por 700 quilómetros de distância, e evidências de que era uma tradição de longa duração. É bem possível que artes rupestres semelhantes em outras cavernas da Europa Ocidental também tenham origem nos Neandertais", disse.

"Os Neandertais criaram símbolos significativos em lugares significativos. A arte não é um acidente isolado".

AFP/ Kerry Sheridan» in https://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/afinal-a-arte-nao-e-exclusiva-do-homem-moderno-estudo-revela-que-neandertais-ja-era-capazes-de-pensar-simbolicamente

12/02/18

História Paleontologia - Cinco gravuras que especialistas acreditam ser de arte rupestre foram descobertas nas margens do rio Guadiana, em Elvas, após a descida das águas provocada pela seca, achado que vai ser analisado pela Direção Regional de Cultura do Alentejo.



«Especialistas acreditam ter sido encontrada mais arte rupestre no Guadiana

Cinco gravuras que especialistas acreditam ser de arte rupestre foram descobertas nas margens do rio Guadiana, em Elvas, após a descida das águas provocada pela seca, achado que vai ser analisado pela Direção Regional de Cultura do Alentejo.

Fonte dos serviços regionais do Ministério da Cultura disse hoje à agência Lusa que está já prevista uma deslocação de técnicos ao local para estudar as gravuras, encontradas na semana passada, que os arqueólogos admitem ser da época pós-paleolítica.

"Eu diria que há uma forte probabilidade de serem figuras pré-históricas e que, estando emersas, deverá aproveitar-se a oportunidade para destacar uma equipa de especialistas de arte rupestre”, defendeu, por seu turno, o presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, José Morais Arnaud, em declarações à Lusa.

Os painéis foram encontrados na semana passada, na margem portuguesa do Guadiana, por um antigo militar espanhol, Joaquin Larios Cuello, na zona da ponte da Ajuda, perto da cidade raiana de Elvas, no distrito de Portalegre.

O historiador Luís Lobato de Faria, que tem acompanhado no terreno a descoberta, adiantou à Lusa que as gravuras aparentam ter "milhares de anos” e lembram a forma de serpentes e de figuras humanas através de picotados em rochas.

Devido à descida das águas, em consequência da seca, segundo Luís Lobato de Faria, estão também a surgir gravuras na margem espanhola do rio.
“Já desenhámos parte das gravuras para que fiquem salvaguardadas”, disse o historiador, recordando que, em 2001, foi feito um levantamento de gravuras de arte rupestre na mesma zona.

A descoberta das gravuras, que vão ser estudadas por especialistas, tem sido debatida nos últimos dias na página de Internet “Archport”, considerada o mais antigo fórum de discussão dedicado à arqueologia em Portugal.

As primeiras gravuras de arte rupestre no Guadiana foram descobertas na década de 70 do século XX, na zona do Pulo do Lobo, no concelho de Mértola, distrito de Beja, tendo, depois, em 2001 e 2002, sido registados mais achados aquando da construção da Barragem do Alqueva.

Nessa altura, foram identificadas gravuras representando animais e figuras geométricas, ao longo de uma faixa que se estende por mais de dez quilómetros no concelho de Alandroal, distrito de Évora.

"Descobrimos centenas de figuras, ao longo de muitos quilómetros, na zona de influência da Barragem do Alqueva. A estação principal, aquela que tinha mais gravuras, chama-se Mulenhola”, recordou hoje à Lusa o responsável pelo projeto de investigação de arte rupestre do Alqueva, António Martinho Batista.

“Algumas das gravuras que foram descobertas na parte espanhola, nessa altura, eram paleolíticas. Na parte portuguesa, a maior parte eram gravuras pós-glaciares”, acrescentou.

António Martinho Batista afirmou que as gravuras agora descobertas dão a entender que são do período entre o “neolítico e o calcolítico”.

"São figuras abstratas e inserem-se precisamente na cronologia daquilo que foi descoberto em 2001 e 2002 nos trabalhos desenvolvidos pelo Centro Nacional de Arte Rupestre", sublinhou.

Nos últimos dias, Joaquin Larios Cuello e o casal Luís Lobato de Faria e Eunice Gomes têm explorado a zona ribeirinha, na sequência de um projeto destinado a "estudar a identidade cultural e a fomentar a economia através do setor do turismo".

O casal, que explora uma unidade de alojamento local e tem uma empresa de animação turística no concelho de Alandroal, promove passeios culturais um pouco por toda a raia alentejana, onde conheceu o espanhol Joaquin Larios Cuello.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/especialistas-acreditam-ter-sido-encontrada-mais-arte-rupestre-no-guadiana


(Cascata do Pulo do Lobo, Mértola - Portugal)


(Pulo do Lobo Guadiana 12Jan2008 João Marques)


(Terras Pulo do Lobo)

29/01/18

História Paleontologia - Várias equipas de cientistas estão a procurar e encontrar microfósseis com milhares de milhões de anos de vida e que podem mudar a forma como vemos a Terra atualmente



«Como fósseis com 3,5 mil milhões de anos podem mudar a forma como vemos a Terra

Várias equipas de cientistas estão a procurar e encontrar microfósseis com milhares de milhões de anos de vida e que podem mudar a forma como vemos a Terra atualmente.

Em Apex Chert, Austrália, a equipa de John Valley encontrou fósseis com 3,5 mil milhões de anos. Há outras equipas que desenterraram, pulverizaram e bombardearam com lasers rochas no deserto australiano e encontraram evidências de fósseis diversificados com 3,7, 3,9 ou mesmo 4,2 mil milhões de anos. Apesar de várias descobertas independentes e estudos mais ou menos aprofundados, não há consenso sobre estes microfósseis.

Os geólogos localizam estes fósseis no período conhecido como Hadean, uma era em que a atividade vulcânica e os constantes bombardeamentos de “migalhas” de outros planetas tornavam a Terra um local pouco recomendável. Agora, investigadores avançam com a teoria de que a Terra poderá ter sido tépida e com água nesta altura. O arrefecimento e solidificação do planeta poderão ter acontecido há 4,4 mil milhões de anos. Uma vez que as rochas agora descobertas têm oxigénio, há a sugestão de que a água já existia há 4,3 mil milhões de anos. Por outro lado, as tempestades de meteoritos podem ter abrandado lentamente e não ter chegado a um fim abrupto, explica a Wired.

Esta nova versão sobre os primórdios da Terra tem vindo a ganhar força coma descoberta de pequenos cristais de zircónio que sugerem que o planeta era mais frio, mais húmido e mais calmo do que se teorizava há alguns anos.

Também no Canadá, em março do ano passado, descobriram-se fósseis com metade da espessura de um cabelo humano e apenas meio milímetro de comprimento que se acredita serem cidades fossilizadas construídas por comunidades de micróbios há 4.28 mil milhões de anos. Este projeto revelou uma das formações de ferro mais antigas do mundo.

O trabalho de John Valley, um especialista com equipamento bastante sensível de medição de isótopos e seus rácios, permite-lhe dizer que é possível que a vida se psosa formar em “apenas” milhões de anos, desde que as condições do planeta sejam favoráveis. «Quando comecei, ensinaram-me que demorava milhares de milhões de anos até se formar vida. Do ponto de vista de um micróbio, um milhão de anos é bastante tempo, mas é um piscar de olhos em tempo geológico».» in http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/ciencia/2018-01-29-Como-fosseis-com-35-mil-milhoes-de-anos-podem-mudar-a-forma-como-vemos-a-Terra

26/10/17

História e Paleontologia - Uma equipa internacional de paleontólogos descobriu no sul do continente africano pegadas fossilizadas de uma nova espécie de dinossauro carnívoro gigantesco, que viveu há cerca de duzentos milhões de anos.




«Paleontólogos encontram pegadas de dinossauro carnívoro gigantesco

Uma equipa internacional de paleontólogos descobriu no sul do continente africano pegadas fossilizadas de uma nova espécie de dinossauro carnívoro gigantesco, que viveu há cerca de duzentos milhões de anos.

As pegadas são as maiores alguma vez encontradas de um terópode no continente africano.

A julgar pelo seu tamanho - 57 x 50 centímetros - o dinossauro deveria ter nove metros de comprimento por quase três metros de altura, no nível do quadril, segundo os cientistas que descobriram as pegadas e cujo estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista Plos One.

Este dinossauro tinha quatro vezes o tamanho de um leão, explicam os investigadores das universidades de Manchester, Cidade do Cabo e São Paulo.

A nova espécie, batizada de "Kayentapus ambrokholohali", pertence ao grupo dos mega-terópodes, gigantes bípedes como o Tiranossauro Rex (T. Rex), que viveu no continente americano e media cerca de doze metros.

As pegadas foram encontradas na antiga capa geológica em Lesoto, que tem cerca de 200 milhões de anos. Esta zona está coberta de fissuras ocasionadas pela seca no solo, sinal da presença de um rio pré-histórico.

É a primeira prova da presença de gigantescos terópodes carnívoros neste ecossistema, dominado por uma variedade de dinossauros herbívoros, omnívoros e carnívoros de tamanho muito menor, explicaram os investigadores.

Esta descoberta também é importante porque revela que estes gigantescos dinossauros já estavam presentes no Jurássico Inferior. Até o momento, os paleontólogos acreditavam que os dinossauros deste tipo, neste período, eram mais pequenos, com entre três e cinco metros de comprimento.

Terópodes gigantes como o T. Rex surgiram apenas no Cretáceo, que começou há 145 milhões de anos, segundo fósseis e pegadas encontradas.

"Esta descoberta é o primeiro indício da presença de gigantescos dinossauros carnívoros no Jurássico Inferior em Gondwana, o continente pré-histórico meridional que logo se dividiu para formar a África e outras massas de terra", assinala Lara Sciscio, investigadora da Universidade da Cidade do Cabo.

"Estas gigantescas pegadas são muito exclusivas. Só há outro lugar com 200 milhões de anos onde foram encontradas pegadas similares, e fica na Polónia".» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/paleontologos-encontram-pegadas-de-dinossauro-carnivoro-gigantesco

(DINOSSAUROS CARNÍVOROS)


24/08/17

História Paleontologia - O português Ricardo Araújo e dois paleontólogos moçambicanos anunciaram hoje a descoberta, província de Tete, em Moçambique, da mais extensa floresta fossilizada do continente africano e do período Pérmico, com cerca de 250 milhões de anos.



«Descoberta maior floresta fossilizada de África com cerca de 250 milhões de anos

O português Ricardo Araújo e dois paleontólogos moçambicanos anunciaram hoje a descoberta, província de Tete, em Moçambique, da mais extensa floresta fossilizada do continente africano e do período Pérmico, com cerca de 250 milhões de anos.

"Esta descoberta contribui para o conhecimento de como eram as florestas num período imediatamente antes à extinção de mais de 95% da vida na terra, em que os ecossistemas ficaram totalmente destruídos", disse à Lusa Ricardo Araújo, paleontólogo do Instituto Superior Técnico e do Museu da Lourinhã.

A descoberta é considerada surpreendente para a comunidade científica, uma vez que foram encontrados "troncos fossilizados de grandes dimensões e densamente povoados ao longo de mais de 75 quilómetros", adiantou, dando o exemplo de "troncos de mais de 12 metros de altura, o que quer dizer que as árvores teriam o triplo da altura, e com dois metros de diâmetro".

Para os paleontólogos, trata-se da floresta fossilizada mais extensa do período Pérmico até agora encontrada em África, com cerca de 250 milhões de anos (anterior ao período em que viveram os dinossauros).

Os paleontólogos acreditam que os troncos descobertos pertencem ao género de árvores 'Dadoxylon', uma classificação antiga em que cabem muitas espécies diferentes, motivo pelo qual o estudo mais aprofundado do material fóssil recolhido poderá não só confirmar essa hipótese, mas acima de tudo vir a determinar novos géneros e novas espécies botânicas.

"O potencial de existirem novos géneros e novas espécies é grande", apontou Ricardo Araújo, para quem "há a necessidade de reclassificação" do que já é conhecido.

A expedição durante a qual foi feita a descoberta, e em que participaram ainda os moçambicanos Nelson Nhamutole e Dino Milisse, do Museu de Geologia de Moçambique, decorreu entre 29 de julho e 17 de agosto e permitiu descobrir três novos locais que ainda não se encontravam na rota da paleobotânica de Moçambique e revisitar outros dois.

Moçambique é o país do mundo com mais registos de florestas fossilizadas do Pérmico e encontra-se entre as seis áreas do mundo com mais registos de troncos fossilizados, sendo os restantes África do Sul, Namíbia, Brasil, Antártida e Zâmbia.

A expedição foi realizada no âmbito de uma cooperação entre o Museu de Geologia de Moçambique, o Instituto Superior Técnico e o Museu da Lourinhã.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/descoberta-maior-floresta-fossilizada-de-africa


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