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12/12/14

Cidade de Freamunde - Amanhã, dia 13 de dezembro têm lugar as grandiosas Feiras de Santa Luzia e dos Capões, em Freamunde, Paços de Ferreira.


«Capão de Freamunde 

Ainda em tenra idade, pega-se num frango, atenta-se contra a sua dignidade de futuro dominador do poleiro, impedindo-o de vir a … cantar de galo. Descobre-se que a sua carne se torna mais macia e capitosa e quando assado adquire um requintado e inigualável sabor. Eis a justificação da celebridade, popularidade e fama da feira que, na Cidade de Freamunde, se realiza a 13 de Dezembro de cada ano, dia festivo de Santa Luzia. 

A carne de capão sempre foi apontada como iguaria, habitual nos repastos e banquetes reais. Inúmeros historiadores e cronistas referem-na como podendo pedir meças, em qualidade e requinte, à de muitas outras aves que iam à mesa do Rei, como a perdiz, o faisão ou a galinhola.

Foi, provavelmente, a junção de três factores que levou à criação da receita Capão à Freamunde. Primeiro, as inegáveis qualidades gastronómicas da carne da ave. Segundo, o facto de o capão ser o “ex-libris” de Freamunde. Finalmente, a vontade de receber bem e sempre de braços abertos, aqueles que visitam o Concelho de Paços de Ferreira. 

O Capão de Freamunde, ex-libris da Freguesia de Freamunde, Concelho de Paços de Ferreira, é um frango proveniente de estirpes de crescimento lento, do tipo Atlântico da raça Gallus Domesticus, castrado antes de atingir a maturidade sexual e que se destina exclusivamente à produção de carne.

O acto de capar remonta ao tempo dos Romanos. Consta-se que o Cônsul Romano Caio Cânio, cansado da perda do sono por causa do cantar dos galos, conseguiu fazer aprovar uma lei impeditiva da existência destas aves na cidade de Roma. Sem contrariar a lei, houve logo quem se lembrasse de uma forma de continuar a usufruir da carne dos galos, capando-os. Terá deste modo surgido uma nova “espécie”, o capão, que ultrapassa em beleza, tamanho e sabor, o galo macho. O “voto” de castidade concede ao animal um ar triste e envergonhado, mas torna-o gordo, opulento, dotado de uma carne tenra e das mais saborosas de todas as aves. 

Com a romanização de todo o território do Noroeste Peninsular e com a criação dos pequenos aglomerados populacionais sobre a jurisdição Romana, a tradição de criação do capão foi passando de geração em geração.

Os critérios sociológicos, o modo de produção e as condições naturais, conferem ao Capão de Freamunde tipicidade e autenticidade.

Os machos de estirpe Redbro e das raças tipicamente portuguesas dão origem a Capões de penugem sedosa, brilhante, de penas muito compridas e de coloração diversa (consoante a origem racial), no entanto, destacam-se em formosura os de plumagem cor vermelho a vermelho vivo.

Etnologicamente, apresenta peito largo com grande abundância de massa muscular, patas e pele de cor amarelada e coxas muito desenvolvidas e musculadas. De tarsos escamosos, largos e de cor amarela. O capão de Freamunde distingue-se, também, pela ausência de crista e barbilhões (removidos aquando da “capadura”) e do seu imponente peso. Possui em carcaça um aspecto macio, pele de cor uniforme e amarelada, fina, lisa, hidratada e com poros pouco marcados. A textura, suculência e flavor, dão à carne do Capão de Freamunde uma qualidade ímpar, cuja fama se prolongou ao longo de gerações. 
... a feira dos capões 

Se bem que a instituição oficial se tenha verificado em 1719, por uma provisão d'El-Rei D. João V, datada de 3 de Outubro desse ano e “rezestada na chancellaria Mor da Corte e Reino no livro dos officios e Mercês a folhas quarenta e oito; (em) Lisboa occedental (a) dois de Novembro de mil e sete centos e dezanove…”, já alguns séculos antes a prática de capar frangos e de os comercializar era tradição na “freguesia de Salvador de Friamunde de honrra de Sobrosa Concelho de Aguiar de Souza Comarca do Porto…”. Estudiosos indicam-no como costume medieval, de que há mesmo notícia em documentos do Séc. XV, muito anterior, portanto, à provisão atrás citada a qual, no fundo, não mais visava do que a sua legalização e a defesa dos interesses da Confraria de Santo António, em cujo terreiro as feiras se realizavam e das quais pretendia auferir proveitos.

O melhor da feira, e que lhe granjeou fama e popularidade, é o imenso mercado de aves. Se o capão é o rei da festa, com justiça se poderá dizer que o peru – que à feira também ocorre em numerosos bandos – é a sua vistosa e majestosa corte. Este enorme arraial de emplumados empresta à feira um generoso e inigualável colorido, o que a torna no mais alegre e garrido cartaz de quantas manifestações populares do género se podem fruir na região de Entre-Douro-e-Minho. Não admira, pois, que milhares de forasteiros ocorram, nesta ocasião, à Cidade de Freamunde vindos de todo o Portugal e até de Espanha, sobretudo da vizinha Galiza. 



R E C E I T A 
Capão à Freamunde

Embriaga-se o capão, com um cálice de vinho do porto e passado meia hora, mata-se, depena-se, abre-se e lava-se. Depois de estar em água fria com rodelas de limão, cerca de uma hora, põe-se a escorrer e mergulha-se em “vinha de alhos” (molho de vinho branco, algumas colheres de azeite, sal e pimenta, e vários dentes de alhos esmagados). Deve ficar neste molho, de véspera, e proceder-se a diversas viragens, esfregando o capão. No dia de o consumir, põe-se ao lume uma caçarola com azeite, gordura de porco e cebolas às rodelas. Quando a cebola está estalada, deita-se uma boa colher de sopa de manteiga, meio quartilho (2,5 dl) de vinho branco e sal q.b.. Escorre-se o capão, esfrega-se todo com este molho e receheia-se com “farófia” e um picado feito com os “miúdos” do capão e pedacinhos de salpicão e presunto. Coloca-se na assadeira, de preferência uma pingadeira de barro e leva-se ao forno a assar lentamente, picando-o com um garfo de vez em quando, ao mesmo tempo que se rega com o molho da assadeira. A operação de picar com o garfo deve ser cuidadosa para não ferir a pele que deve ficar estaladiça e loura.» in http://www.adersousa.pt/capao_de_freamunde-1.html


«HISTORIAL DO CAPÃO

A origem do capão remonta aos tempos romanos diz-se que na Roma antiga, o cônsul Caio Cânio, restringido nas suas horas de sono, pelo alvorecer sonoro dos galos, teria conseguido fazer aprovar uma lei no senado que proibia a existência dos galináceos, no perímetro urbano da cidade.

Privados do prazer da sua carne, os súbditos logo inventariam uma forma engenhosa de contornar a disposição legal – capando os galos. Surgia assim o capão, o sápido eunuco que, na sua nobreza e requinte, se tornou comparável ao faisão, à perdiz e à galinhola.
Diz-se que desvirilizados, eles pararam de cantar, para consolar a perda da função, começaram a alimentar-se compulsivamente e a engordar bastante. Ao serem abatidos, mostraram-se iguarias sublimes. Os romanos descobriram que quanto mais cedo fosse realizada a castração, melhor seria o sabor da carne.

E, pelos caminhos de Roma, chegaria até nós este costume e este processo que enriquecia a gastronomia e a alimentação da região, acrescentando-lhe nova e delicada iguaria.

Vários autores se referiram ao capão como “Manjar dos Reis” em suas obras, mereceu atenção de Gil Vicente, D. Francisco Manuel de Melo, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós.

A par de uma riqueza nutritiva e um sabor delicado, as suas origens fazem parte do património lendário da região.





FEIRA DOS CAPÕES/ FEIRA DE SANTA LUZIA

Instituída por provisão régia d' El-Rei D. João V, a 3 de Outubro de 1719, "rezestada na chancellaria Mor da Corte e Reino no livro de offícios a mercês a folhas quarenta e oito; em Lisboa occidental dois de Novembro de mil setecentos e dezanove(...)”.

Alguns historiadores referem que a "Feira dos Capões” já se realizava no séc. XV. Ainda nos dias de hoje em Freamunde, a “Feira dos Capões” realiza-se a 13 de Dezembro, e coincide com a data em que a liturgia católica venera Santa Luzia, a protetora da visão. Os alegados motivos de atração de milhares de Forasteiros à Cidade de Freamunde, é o da compra dos capões aliando também a fé religiosa, venera-se na capelinha de Santo António, situada no mesmo terreiro da feira.

Para os boémios, manda a tradição que seja os primeiros fregueses da afamada “Barraquinha das Festas Sebastianas”, onde servem rojões, fêveras …. regadas com o novo verde tinto da região que é de praxe.

A Feira conta com a eleição do melhor “Capão Vivo” no sentido de dar a conhecer a especificidade deste produto que, se não for bem castrado, não ganha determinadas características, sendo nesse caso chamado “Rinchão”.» in http://www.cm-pacosdeferreira.pt/index.php/municipio/noticias/240-ix-semana-gastronomica-do-capao-a-freamunde

«13 de Dezembro

Santa Luzia, Virgem e Mártir

Santa Luzia, uma das heroínas mais gloriosas da Igreja de Cristo, nasceu na Sicília, no século terceiro. Os pais de Luzia eram cristãos, de nobre origem e ricos. A educação primorosa que deram à filha, não tardou a revelar bons frutos. Luzia, de tenra idade ainda, ávida de ser toda de Jesus, ofereceu a virgindade ao divino Esposo, num voto especial. Cedo morreu o pai. A vontade da mãe, Eutíquia, era que Luzia contraísse matrimonio com um moço de estirpe nobre, mas pagão. Na sua perplexidade de querer guardar o voto e ao mesmo tempo não contrariar os planos da mãe, pediu Luzia que lhe fosse concedido um prazo, para com Deus na oração pensar sobre a proposta e tomar resolução. A mãe adoeceu gravemente e outra enfermeira não admitia a não ser a filha. Quatro anos durou a enfermidade, sem que houvesse esperança de recuperar a saúde. A conselho de Luzia, fizeram uma romaria ao túmulo de Santa Águeda, em Catânia, celebérrimo pelos numerosos e estupendos milagres, com que Deus se dignava de glorificar sua santa serva. Depois de ter passado muito tempo em oração junto ao corpo da santa Mártir, Luzia adormeceu e parecia-lhe no sono ter tido a visão de Santa Águeda e tê-la ouvido bem distintamente dizer: “Que desejas de mim querida irmã? Tua mãe está restabelecida, graças à tua fé. Sabe que, como Deus se dignou de glorificar a cidade de Catânia por minha causa, assim Siracusa será célebre por ti, porque pela tua virgindade preparaste agradável morada a Deus em teu coração.”

Luzia acordou e encontrou a mãe completamente restabelecida. Mãe e filha, sumamente agradecidas a Deus e Santa Águeda, voltaram para Siracusa. Como surgisse novamente a ideia de casamento de Luzia, esta pediu instantemente à mãe, que não mais disto tratasse, visto que se tinha ligado a Jesus por um solene voto. Mais difícil foi conseguir que a mãe lhe desse o dote, da mesma forma como se tivesse aceito a proposta do casamento. ''Espera até eu morrer, tinha-lhe dito ela, — depois da minha morte, poderás fazer do que é teu, o que quiseres”. Bem sabia Eutíquia que dinheiro nas mãos da filha ia parar nas mãos dos pobres. Luzia, porém, respondeu: “O que se promete aos pobres, para ser-lhes dado depois da nossa morte, não é tão agradável a Deus como aquilo que se lhes dá enquanto temos vida. Aquele que anda na escuridão, mais utilidade percebe da tocha acesa, que o precede, do que daquele que lhe fica às costas”. Finalmente a mãe acedeu aos pedidos de Luzia e deu-lhe o dote. Aconteceu o que era de esperar. Luzia repartiu tudo entre os pobres.

O moço que até aí nutria a esperança de se casar com Luzia, tendo notícia do que sucedera, transformou o amor em ódio e denunciou-a perante o governador Pascásio por dois crimes: de não ter cumprido a palavra e de ser cristã e, portanto, desprezadora dos deuses nacionais.

Pascásio citou a donzela perante o tribunal e intimou-a a sacrificar aos deuses e solver a palavra dada ao cidadão: “Nem uma, nem outra coisa farei, respondeu Luzia. Adoro a um só Deus verdadeiro, a Ele prometi fidelidade e a mais ninguém”. — Pascásio: “Devo exigir que respeites a ordem imperial: de prestar homenagem aos deuses e cumprir o que prometeste”. — Luzia: “Fazes bem em cumprir as ordens do Imperador; eu cumpro as que Deus me deu. Se tens medo dos poderes de um homem mortal, eu temo os juízos de Deus; a ele devo sujeitar-me”. Pascásio: “Deixa de falar fanfarronices, se não queres que a tortura te ensine usar de outra linguagem.” — “Aos servos de Deus não faltará a palavra, porque Cristo disse: “Se estiverdes diante de reis e governadores, não cuideis como haveis de falar; porque não sereis vós quem fala, mas por vós falará o espírito de Deus.” (Mt 10,18). Pascásio: “Está em ti o espírito de Deus?” — Luzia: “Quem vive casta e santamente, é templo do Espírito divino”. Pascásio: “Se assim é, farei com que deixes de ser templo de Deus, e verás como te haverás, com a castidade.” Luzia: “Sem a minha vontade a virtude nada sofrerá: Podes à força pôr incenso nas minhas mãos, para que o ofereça aos deuses; de nada vale, porque Deus, que conhece o coração, não me julgará pelo que fiz sob coação. Não poderei resistir à força, mas minha virtude dupla coroa receberá.” — A ordem do governador foi posta logo em execução.

Luzia saiu do tribunal, entregue à vontade e brutalidade dos homens, mas cheia de confiança em Deus e invocando-lhe o auxílio. E eis como Deus lhe recompensou a fé. Quando os verdugos puseram mãos à obra, para levar a donzela ao lugar determinado, força nenhuma foi capaz de fazê-la mover-se de onde estava. O fato causou grande estupefação. Mas em vez de reconhecer nisto o poder de Deus, que defende os seus, os pagãos viram em tudo obra de feitiçaria. Foram chamados os sacerdotes e magos, para desencantar o feitiço, mas nada conseguiram. Luzia resistiu heróica e superiormente a todas as tentativas dos inimigos. Pascásio ideou outro plano. Ordenou que despejassem sobre a virgem azeite, pixe e resina e ateassem uma grande fogueira em redor.
Outra maravilha! Subiram as labaredas, e a densa fumaça encobriu a figura da donzela, a qual, porém, ficou ilesa. Ao ver isto, Pascásio, encolerizado e confuso, deu ordem a um soldado para que, com a espada, atravessasse a garganta daquela que, jubilosa e triunfante, exortava aos assistentes do espetáculo, a que abandonassem os falsos ídolos. À ferida foi mortal. Luzia entregou o espírito a Deus, para receber a palma do vitorioso martírio. Tal aconteceu em 303. A profecia que fizera aos cristãos, de ter chegado ao termo a perseguição, verificou-se. O corpo da santa mártir foi sepultado em Siracusa e mais tarde transportado para Constantinopla. O seu túmulo está hoje em Veneza.

REFLEXÕES

A vida de Santa Luzia é a prova eloquente da grande influência que sobre o homem, tem a educação, que recebeu na infância. É certo que as impressões, os ensinamentos e costumes que o homem leva da infância, são fatores importantíssimos na formação do caráter e influem poderosamente em toda a vida. É necessário, portanto, que a criança já aprenda a fazer sacrifícios; é necessário que se lhe mostre o grande perigo que há na adulação das paixões, principalmente da sensualidade. As paixões nascem conosco e conosco crescem, se não houver quem nos ensine a mortificá-las, a combatê-las, coisa mais fácil na Infância do que mais tarde, quando já tomaram algum incremento. A criança deve compreender que entre os vícios, os piores são: a teimosia, a preguiça e o amor aos prazeres. Como se explica que hoje bem poucas mães compartilhem das idéias e princípios de Santa Luzia? Porque tiveram educação errada. Em vez da prática das virtudes, foram educadas na sensualidade, na vaidade, no orgulho e na preguiça. Os educadores foram pueris, como elas mesmas. Se um cego guia outro cego, acontece que ambos cairão na cova.» in http://www.filhosdapaixao.org.br/os_santos/santo_do_dia/dezembro/santo_do_dia_dezembro_13.htm

(S. Luzia - Feira dos Capões em Freamunde)

(Capão á Freamunde)

(Santa Luzia - cancaonova.com - Santo do Dia)


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