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23/12/15

Castelo de Paiva - Aqui se conta a sua verdadeira história, do melhor pão-de-ló do universo, a partir de uma pequena fábrica na aldeia de Folgoso, na margem esquerda do Douro.




«Já provou o melhor pão-de-ló do universo?

Dizem que é o melhor pão-de-ló do universo - e afirmá-lo talvez não seja ousadia. Aqui se conta a sua verdadeira história, a partir de uma pequena fábrica na aldeia de Folgoso, na margem esquerda do Douro.

É simples, a história deste pão-de-ló. Assim como parece ser simples a sua confeção (naturalmente, terá uma pitada de segredo pelo meio). O melhor pão-de-ló do universo, atribuição que lhe foi dada por José Miguel Júdice, quando, há cinco anos, o descobriu num restaurante em Leça da Palmeira, Matosinhos, faz-se com calma. Quase com a mesma pacatez que corre na aldeia de Folgoso, no Vale de S. Domingos, Castelo de Paiva, na margem esquerda do rio Douro.

António Oliveira e a mulher, Eulália, ambos com 43 anos, entram na unidade de produção (à porta de casa) às seis da manhã. Nesta época do ano, “saem uns 250 bolos por dia”. Na banca, alinham-se 24 batedeiras (cada uma destinada à confeção de um pão-de-ló) que, durante dez minutos, batem as gemas e as claras pasteurizadas, açúcar e farinha (ou chocolate em pó, no caso da variação de chocolate). “Todas as medidas têm que estar certas”, diz António, o criador da receita. “Têm que levar a quantidade certa de açúcar (250 gramas para cada um). Não pode ser muito doce nem muito amargo, tem que estar no ponto”. Depois, é só pôr os tabuleiros retangulares nos fornos (há 12), numa temperatura média, durante meia hora. O segredo? “É a dedicação”, apressa-se a garantir António. “Cada vez gostamos mais de fazer pão-de-ló. Há muita gente que gosta dele e sentimo-nos gratos por isso”, realça, com a maior simplicidade do universo (acrescentamos nós).

António Oliveira já se dedicava à confeção do pão-de-ló há uns bons anos (depois de ter aperfeiçoado a receita de um que existia no restaurante da sua irmã, Amélia) quando o advogado e empresário Júdice meteu a colherada no doce. Ficou de tal maneira surpreendido com a iguaria que telefonou a António a propor uma parceria com o grupo Lágrimas Hotels & Emotions. E assim nasceu o título: o melhor pão-de-ló do universo. E porque não? “Não é melhor do que os outros, mas é diferente pelas suas características”, salienta o pasteleiro, sem pretensiosismos. Fofo, húmido (com as gemas mal cozidas) e retangular serão talvez os três pontos que o distinguem dos restantes. Mas gostos não se discutem, claro. E António, um dos oito filhos de um mineiro do Pejão, sabe disso. O melhor é meter a colherada, e comprovar por si mesmo.

Casa de Pão-de-Ló do Vale de S. Domingos > Folgoso, Raiva, Castelo de Paiva > T. 255 766 060

Infante Sagres Palace > Pç. D. Filipa de Lencastre, 62, Porto > T. 22 33 98 500

Quinta das Lágrimas > R. António Augusto Gonçalves, Coimbra > T. 239 802 380

Hotel da Estrela, R. Saraiva de Carvalho, 35, Lisboa > T. 21 19 00 100» in http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/comer-e-beber/2015-12-23-Ja-provou-o-melhor-pao-de-lo-do-universo-

01/03/13

Castelo de Paiva - O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, vai estar ao lado do presidente da Junta da Freguesia de Bairros, António Costa, na cerimónia de abertura da 11ª edição da Prova de Vinhos Verdes e Petiscos de Bairros, um certame local orientado para dar a conhecer e divulgar o vinho verde!


«O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva, Gonçalo Rocha, vai estar ao lado do presidente da Junta da Freguesia de Bairros, António Costa, na cerimónia de abertura da 11ª edição da Prova de Vinhos Verdes e Petiscos de Bairros, um certame local orientado para dar a conhecer e divulgar o vinho verde, sem dúvida o produto agrícola mais produzido, reconhecido e apreciado nesta freguesia paivense, sobranceira ao Rio Paiva.

Durante o próximo fim de semana, 2,3 de Março, muitos serão os visitantes que vão circular pelo Largo de S. Lourenço , em Bairros e presentes no certame vão estar as mais importantes quintas da freguesia, que se dedicam à produção do excelente vinho verde, com maior destaque para a produção do verde tinto, cada vez mais procurado e reconhecido, para além de representantes da gastronomia e da doçaria tradicional paivense.

Recordando a cerimónia de abertura do certam e do ano passado, António Costa prestou um justo reconhecimento à Câmara Municipal e ao Executivo de Gonçalo Rocha, já que a autarquia paivense colabora com a organização da iniciativa e assume os custos da montagem do certame.

Gonçalo Rocha espera que a edição deste ano, agora uma data definitivamente definida, volte a ser um sucesso, com uma boa adesão de visitantes e não deixa de destacar a importância do sector vitivinícola na economia desta freguesia e no próprio concelho, referindo que, “ o nosso vinho verde tem um potencial enorme que deve ser desenvolvido e sendo um produto genuíno e de grande qualidade, merece sem dúvida, ser valorizado cada vez mais e divulgado em iniciativas louváveis, tal como esta, que tem sido promovida e realizada pela JF de Bairros “. 

A abertura oficial e recepção às entidades convidadas está agendada para as 15 horas de Sábado, seguindo –se um périplo pelos “stand’s” e expositores e a primeira prova de vinhos, depois animação com Grupo de Concertinas e a partir das 20h30 haverá baile à moda antiga com a presença de “ Os Finfas de Nespereira “, culminando a noitada com animação a cargo do “ entretainer “ Ricardo Ramalho. 

Já no Domingo, o certame prossegue durante a tarde, com destaque para um espectáculo de folclore, com a participação dos Ranchos Folclóricos de Bairros – Castelo de Paiva e São Miguel de Canelas – Penafiel, seguindo se um animado bailarico com o agrupamento local “ Os Amigos da Sexta “ .

Recorde-se que esta 11ª Prova de Vinho e Petiscos de Bairros, tem o apoio da CM de Castelo de Paiva e a colaboração das diversas associações da freguesia, tendo o presidente da Junta de Freguesia, António Costa, garantido a realização e  a continuidade do evento, prometendo uma dinâmica cada vez mais forte nesta mostra que já é uma referência concelhia e que, todos os anos, atrai centenas de visitantes de todo o lado, para apreciar o Melhor Verde Tinto do Mundo.» in http://www.jornalaberto.com/index.php?option=com_content&task=view&id=2436&Itemid=8


(Feira de Vinho verde em Bairros Castelo de Paiva)


04/03/11

Castelo de Paiva - Ponte de Entre-os-Rios caiu há 10 anos, mas o País ao qual pertenço e no qual me incluo para o Bem e para o Mal, não se portou bem com aquela gente boa!



«Ponte de Entre-os-Rios caiu há 10 anos

O ex-líder da associação de familiares das vítimas de Entre-os-Rios, Horácio Moreira, considerou hoje que o poder «manipulou» o processo judicial relacionado com a tragédia de há dez anos, impedindo a incriminação dos decisores políticos. «Na minha opinião, a Justiça só foi até onde a deixaram ir. Ou seja, o processo para mim foi manipulado», disse Horácio Moreira, que até há oito meses liderou a Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTE-R).


Para Horácio Moreira, que falava à agência Lusa a poucos dias do décimo aniversário da queda da ponte Hintze Ribeiro, «foi o poder político que não deixou que tudo aquilo que era matéria provatória chegasse ao conhecimento do tribunal».

Questionado sobre se também deveriam ser incriminados responsáveis políticos ao mais alto nível, incluindo o então ministro do Equipamento, Jorge Coelho - que se demitiu alegando que a culpa não podia morrer solteira -, Horário Moreira é peremptório: «incluo todos, que não deixo ninguém de fora».

Horácio Moreira considera ainda que, face à prova que lhe foi apresentada, o tribunal de Castelo de Paiva agiu bem ao absolver os seis técnicos arguidos.

O ex-responsável louva igualmente a Relação do Porto, que a recuso do Ministério Público (MP), reafirmou a absolvição dos seis técnicos «de uma forma ainda mais contundente», revelando «não entender porque é que aquelas pessoas estavam a ser julgadas quando o trabalho delas até foi meritório».

Num texto de reflexão sobre o décimo aniversário da queda da ponte, cuja cópia facultou entretanto à agência Lusa, Horário Moreira retoma a ideia de absolver a Justiça face à matéria provatória que lhe chegou e de condenar os «interesses obscuros que a toldem».

Hoje Licenciado em Direito, «repugna-me a forma com este processo foi manipulado», insiste.

Horácio Moreira pronuncia-se também em tom crítico sobre a evolução de Castelo de Paiva, após a tragédia.

«O puzzle social continua desmontado, a vida continua parada, o concelho envelhece e resigna-se nas convicções», afirma, considerando que «é urgente tirar o concelho do estigma que a tragédia agravou».

A antiga ponte Hintze Ribeiro caiu a 4 de Março de 2001, matando 59 pessoas, que seguiam a bordo de um autocarro e dois automóveis.

Mais de cinco anos depois, em Outubro de 2006, o tribunal local absolveu seis técnicos, que o MP responsabilizava pela queda daquela travessia sobre o Douro.

Com este veredicto, caiu o pedido indexado de indemnização cível das famílias, no valor global superior a mais de um milhão de euros.

Ao contrário, os 250 familiares assistentes no processo foram intimados a pagar 57 mil euros de custas judiciais, que o Estado cobriu através de um adicional indemnizatório equivalente.

Logo na primeira hora, após a declaração de morte presumida para as vítimas cujos corpos nunca foram encontrados, o Estado entregou às famílias 49 mil euros, valor a que foram acrescentados entre 4,9 e 20 mil euros no caso da existência de um herdeiro e dependendo do grau de parentesco. Lusa/SOL» in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=12992


(Entre-Os-Rios - Tragédia de Ponte Hintze Ribeiro, 10 Anos depois!)

04/03/08

Ponte Hintze Ribeiro em Entre os Rios, que liga Penafiel a Castelo de Paiva, imediatamente a seguir à confluência do Douro e Tâmega!




«Entre-os-Rios: Tragédia foi há 7 anos

O sétimo aniversário da queda da Ponte Hintze Ribeiro, que colapsou a 4 de Março de 2001, vitimando 59 pessoas, assinala-se hoje no local do acidente. Familiares já não acreditam que se faça justiça.
O colapso da ponte de Entre-os-Rios matou os 59 ocupantes de um autocarro e de três automóveis ligeiros que passavam no tabuleiro na altura do acidente. Faz hoje sete anos.

Famílias desistem de indemnizações

"Somos pessoas de bem, sabemos quando devemos parar. A nossa intenção é proteger as pessoas de um processo longo e com poucas possibilidades de sucesso, afirmou o presidente da AFVTE-R, recordando um acórdão do Tribunal de Castelo de Paiva de Outubro de 2006 que "não condenou, nem imputou culpas a ninguém pelo colapso da ponte.
Os familiares das 59 vítimas mortais da tragédia de Entre-os-Rios não acreditam numa justiça que em sete anos não conseguiu encontrar culpados pela queda da ponte. Por isso, desistiram de pedir qualquer indemnização ao Estado.
"Não vamos pedir nenhuma indemnização ao Estado. Chegamos a equacionar pedir uma indemnização simbólica, para que o tribunal dissesse que o Estado teve responsabilidades, mas concluímos que seria um caso muito longo, com poucas possibilidades de sucesso, atendendo ao passado deste processo", disse à Lusa o presidente da AFVTE-R.
Uma decisão que "tem o acordo" de todas as famílias das vítimas, sublinhou o responsável.
A Associação de Familiares das Vítimas da Tragédia de Entre-os-Rios (AFVTE-R) assinala a data com uma missa e a deposição de uma coroa de flores em memória das vítimas.
Deverá ser ainda efetuada uma visita ao futuro Centro de Acolhimento Temporário para Crianças em Risco, referiu à Lusa o presidente da associação, Horácio Moreira.
O apoio a crianças em risco é a grande aposta da AFVTE-R, uma instituição particular de solidariedade social que foi criada para defender os interesses das famílias das vítimas.
“Esperamos que as obras estejam concluídas em Julho e que as primeiras crianças possam começar a ser recebidas no centro em Setembro”, salientou o presidente da associação.
O centro, que será o maior do Vale do Sousa, está a ser construído em Oliveira do Arda, na freguesia de Raiva, onde moravam 34 das 59 vítimas mortais da tragédia ocorrida na noite de 4 de Março de 2001.

Fazer o luto

Sete anos depois da tragédia, há famílias que nunca conseguiram fazer o luto, por falta dos corpos que nunca apareceram, apesar das intensas buscas.
Estas famílias continuam a reclamar apoio psicológico para ultrapassar o luto que não puderam fazer.
“As necessidades de ajuda psicológica são mais do que evidentes. Se há pessoas que estão a pagar consultas do seu próprio bolso, é porque precisam mesmo dessa ajuda”, afirmou Horácio Moreira.
O presidente da AFVTE-R que perdeu pai e mãe no acidente, salientou que a maioria das pessoas que ainda necessitam de apoio psicológico “são familiares das vítimas cujos corpos nunca foram encontrados”.
Entretanto, o apoio psicológico que estava a ser assegurado por uma psicóloga contratada pelo Ministério da Saúde terminou em Outubro de 2007, por não ter sido renovado o contrato com aquela especialista.
“Foi uma decisão de gabinete, sem o mínimo conhecimento da situação”, denunciou Horário Moreira, recordando que “a psicóloga não foi ouvida e a associação também não, apesar de serem os que melhor conhecem a realidade”.
A este problema não é alheio o presidente da Junta de Freguesia de Raiva, António Rodrigues, onde residiam 34 das 59 vítimas do acidente.
“Isto não é justo. Há pessoas ainda com muitas dificuldades”, admitiu o autarca, salientando que essas pessoas “estão muito debilitadas e sentem grandes dificuldades para reatar o seu dia-a-dia”.
“Não estamos a pedir dinheiro, mas apenas ajuda psicológica para estas pessoas que tanto sofreram”, frisou.» in http://q3.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ae.stories/8635
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Não posso jamais esquecer esta penosa data, em que 59 pessoas de Castelo de Paiva perderam a sua vida, duma forma brutal e pior do que isso, desnecessária! Sim, porque depois do trágico acontecimento alguém do poder disse que tinham que haver culpados... já lá vão sete anos e nada! Entretanto os senhores que ficam sempre bem passeiam-se pelas empresas privadas com gordos ordenados, neste país em que se salta do público para o privado, só por casualidade, nada de negociatas implícitas, nada, é tudo gente que serve o país, não se serve dele! Como dei aulas nessa terra, Castelo de Paiva, nos anos imediatamente anteriores a essa tragédia e como gostei muito desses alunos, dessa gente e passei muitas vezes nessa ponte a abanar, aqui deixo a minha singela homenagem. O mais triste disso tudo, é que se aquele ano não tivesse sido tão chuvoso, a ponte ainda era a mesma. Mas como houve mortes por manifesta negligência no tocante à manutenção da ponte centenária, construída para o trânsito de carroças puxadas a cavalos, fizeram-se duas. Neste país é preciso morrer gente para se agir, triste sina a nossa!

A seguinte apresentação, cujas fotografias foram gentilmente cedidas pela minha colega e amiga, Anabela Magalhães, retrata a violência das cheias do ano de 2001 que, inclusive, colocaram em risco a Ponte de S.º Gonçalo. Saliente-se que o Tâmega lança toda a sua água na Ponte Hintze Ribeiro, pois a sua foz é uns metros a montante da mesma, em Entre os Rios, Penafiel:


O Tâmega furioso é uma força da natureza!


05/09/07

Castelo de Paiva - Gosto daquela terra, onde dei aulas na Escola Secundária, durante 3 anos consecutivos!


Vistas fantásticas de S. Domingos, é um sítio lindíssimo!


Capela da Senhora das Amoras em Castelo de Paiva!



Nos três anos que lecionei em Castelo de Paiva, tenho muita pena de não ter fotografado mais aquela terra, mas infelizmente ainda não dispunha de uma boa máquina fotográfica, deixando, deste modo, paisagens lindíssimas por registar. Contudo, se Deus quiser, ainda hei-de tirar belas fotografias desta terra, que eu fiquei a amar! Confesso que me mete um pouco de confusão, o facto, deste terra pertencer à Associação de Municípios do Vale do Sousa! Penso que pelas suas características socioeconómicas, se enquadrava melhor com a Associação de Municípios do Baixo Tâmega, mas é uma mera opinião pessoal e concordo que para Castelo de Paiva, em termos de perspetivas de desenvolvimento económico, seja melhor pertencer a uma Associação de Municípios, mais próspera. Estive dois anos consecutivos a lecionar na Escola Secundária de Castelo de Paiva, até ao ano letivo anterior, à grande tragédia que marcou aquela gente, a queda da Ponte Hintze Ribeiro, em 4 de Março de 2001. Estranho País o nosso, em que uma Vila é servida por uma ponte que foi construída para o trânsito de cavalos e carroças, e onde passavam diariamente centenas de automóveis e camiões, mormente, carregados de areia, com a negligência dos nossos governantes. Mais uma vez, a macrocefalia Lisboeta, fez asneira da grossa, por desprezo duma Vila pobre, mas rica na sua gente, que se pagou com vítimas. Por ironia do destino, uma excursão deixou castelo de Paiva, rumo às amendoeiras em flor, para no regresso, quase em casa, a ponte não aguentar a fúria do Tâmega e do Douro, naquele ano chuvoso de 2001. As fotos acima foram gentilmente cedidas por uma ex-aluna minha, Maria Arminda, que mora bem no extremo oeste daquela vila, numa terra lindíssima chamada chamada Oliveira do Arda, Freguesia da Raiva, delimitada a oeste pelo Rio Arda. Esta foi a Freguesia com mais mortes no trágico acidente; 33 no autocarro e 1 num carro ligeiro. Da aldeia da minha ex-aluna, Oliveira do arda, foram 25 os falecidos, alguns, inclusive, familiares da Maria Arminda. Aquela gente é muito boa e acolhedora, tendo eu feito em cada aluno, funcionário da Escola, ou colega, um amigo. Gente mineira, gente da extração das areias do Rio Douro, gente da agricultura, gente humilde e boa. Bem haja, gente de Castelo de Paiva! Nunca mais na vida esquecerei essa terra maravilhosa!

«CASTELO DE PAIVA - Queda da ponte de Entre-os-Rios há um ano

O maior acidente rodoviário de sempre em Portugal ocorreu há um ano. A ponte centenária de Entre-os-Rios ruiu. Um autocarro e três veículos ligeiros caíram ao Douro. No total morreram 59 pessoas. Até ao momento foram recuperados 23 cadáveres, os restantes continuam desaparecidos.
A tragédia bateu à porta de Entre-os-Rios no dia 4 de Março do ano passado. O presidente da autarquia foi um dos primeiros a chegar ao local. Paulo Teixeira acusou o Governo de ter ignorado os avisos que tinha feito sobre os riscos de derrocada da ponte Hintze Ribeiro. Poucas horas depois do acidente, o ministro do Equipamento Social. Jorge Coelho demitiu-se, para não deixar «a culpa morrer solteira». As equipas de salvamento começaram desde logo as buscas. O balanço dos mortos era dramático. Um total de 59 pessoas estavam desaparecidas, a maioria da freguesia da Raiva (34). Os primeiros corpos a serem encontrados pertenciam a mulheres. Parte dos cadáveres foram descobertos na Galiza, depois de terem sido arrastados pelas águas do Douro até à foz e levados pelas corrente oceânicas até à chamada Costa da Morte.Os mergulhadores continuaram a procurar os corpos durante dias a fio, mas as fortes correntes impediram mais progressos. Dezasseis dias depois da tragédia, o autocarro foi finalmente encontrado e retirado do rio. Nele encontravam-se seis cadáveres, três mulheres e três homens. No final de Março, o mau tempo obriga a uma pausa nas buscas, lideradas por Augusto Ezequiel, director técnico do Instituto Hidrográfico da Marinha. Dezassete corpos tinham sido recuperados. Ainda neste mês foi encontrado mais um cadáver ao largo de Matosinhos. No dia 1 de Abril, recuperava-se o primeiro automóvel. No seu interior estavam mais dois corpos. Uma semana depois apareceu o segundo, mas nenhum corpo estava no seu interior. O terceiro carro foi encontrado no dia 19 de Junho. A sua remoção das águas só ocorreu no dia seguinte. Mais três cadáveres foram encontrados. Fixou-se assim em 23 o número de corpos recuperados. Ainda no Outono passado, as equipas de salvamento voltaram às operações, mas os resultados foram nulos. 

Secar lágrimas às famílias 

Para consolar as famílias das vítimas, logo depois da derrocada da ponte, o primeiro-ministro, António Guterres, e o presidente da República, Jorge Sampaio, deslocaram-se ao local. Até o Papa enviou uma mensagem de condolências. Os donativos também não faltaram para secar as lágrimas de Entre-os-Rios.O Estado propôs indemnizações às famílias das vítimas. Nomearam-se comissões de inquérito (uma independente, outra parlamentar) para investigar o sucedido. Para fazer as ligações provisórias entre as margens do Douro entraram em funcionamento, no dia 21 de Abril, dois «ferry-boats», que vieram da Alemanha. Por todo o país, começaram a vistoriar-se pontes e a interditar-se a circulação nas mais velhas. Para substituir a ponte centenária, o Governo prometeu demolir o resto das estruturas da Hintze Ribeiro para dar lugar a uma réplica, ainda a ser construída e com inauguração prevista para 5 de Maio. O concelho vai também beneficiar de uma nova Ponte Rápida a integrar no futuro itinerário complementar IC35, que deve estar pronto em 2003.A compensação do Governo engloba investimentos superiores aos efectuados nos últimos 30 anos no concelho, num valor global de 110 milhões de euros (22 milhões de contos), como diz hoje a agência Lusa.

Demissões e responsabilidades

Para além de Jorge Coelho, demitiram-se também logo após a tragédia outros responsáveis do sector: desde o presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro ao presidente do Instituto de Estradas de Portugal. Do Governo saiu igualmente Luís Parreirão, que alegadamente já havia sido advertido dos riscos da queda da ponte, pelo autarca Paulo Teixeira, quando era um dos secretários de Estado do Ministério do Equipamento Social. A comissão parlamentar de inquérito desmentiu que o presidente da Câmara de Castelo de Paiva tenha feito qualquer tipo de avisos sobre a ponte. As informações apuradas, pelos inquéritos parlamentar e independente, indicam que o acidente aconteceu devido às actividades de extracção de inertes e redução do caudal de inertes na zona da ponte por retenção nas albufeiras do Douro e afluentes. A Procuradoria-Geral da República abriu também um processo para apurar responsabilidades. A averiguação ainda decorre e os resultados ainda estão por conhecer. O acidente aconteceu cinco meses depois de caudais elevados, mas o problema já vinha desde 1986 quando uma inspecção subaquática da JAE detectou complicações, junto a um dos pilares que estava danificado e cujo colapso provocou a tragédia. Segundo os relatórios, nem a JAE bem os institutos que lhe sucederam tiveram consciência dos riscos.» in TSF OnLine em 2/04/2002.

Mais informações sobre Castelo de Paiva, em: