31/10/10

Desporto Andebol: Portugal 27 vs Polónia 27 - Portugal empatou este domingo a 27 golos com a Polónia, na Arena de Portimão, em jogo da segunda jornada do Grupo 3 de apuramento para o Euro2012 de andebol!

«Portugal empata com a Polónia

Portugal empatou este domingo a 27 golos com a Polónia, na Arena de Portimão, em jogo da segunda jornada do Grupo 3 de apuramento para o Euro2012 de andebol.
Portugal podia ter vencido o jogo. Fábio Magalhães teve nas mãos, nos últimos três segundos, o último lance do golo, mas o remate saiu picado e por cima. Assim, a selecção nacional conseguiu um empate, 27-27, contra uma equipa poderosa, que cilindrou a Ucrânia na primeira jornada (23-15).
Portugal chegou a estar a vencer por cinco golos, mas nos últimos três minutos, já só com uma vantagem de três golos, a Polónia foi ganhando terreno e acabou por conseguir empatar o jogo.
Os pupilos conseguem um ponto importante em casa contra uma selecção que é favorita.» in http://desporto.sapo.pt/andebol/artigo/2010/10/31/portugal_empata_com_a_pol_nia.html
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Grande atitude da Selecção Portuguesa que empatou um jogo, em que teve tudo para o vencer, contra uma potência do Andebol Mundial, como é a Polónia. Grande jogo de Andebol, com o guardião Português a brilhar a grande nível!

Desporto Motociclismo - Lorenzo conquista hat-trick no Estoril, em Portugal, com a generalidade da imprensa Portuguesa a passar ao lado deste evento desportivo com importância Mundial!

«Lorenzo conquista hat-trick no Estoril

Jorge Lorenzo, já campeão do Mundo da categoria de MotoGP, conquistou esta tarde mais uma vitória no Autódromo do Estoril. A terceira consecutiva.
Jorge Lorenzo, piloto espanhol da Yamaha já com o seu primeiro título mundial conquistado, venceu esta tarde o GP de Portugal na categoria de MotoGP, no Autódromo do Estoril.
O piloto espanhol partiu da pole position, mas nas primeiras voltas ao circuito português foi obrigado a ceder a liderança, numa altura em que foi grande a dança de pilotos na frente da corrida.
Acabou por ser Valentino Rossi a tomar conta da frente da corrida, acompanhado de Lorenzo. Os dois pilotos da Yamaha distanciaram-se da concorrência após a queda de Casey Stoner e depois de uma fase em que “Il Dottore” dominou a corrida, o espanhol voltou à carga e superou facilmente o italiano.
Com 12 voltas para o fim da corrida, Lorenzo ultrapassou Rossi e distanciou-se de imediato do seu colega de equipa, gerindo até final mais uma vitória no Estoril. A terceira consecutiva em outras tantas participações na pista portuguesa na carreira do jovem piloto espanhol.
No segundo lugar ficou então Valentino Rossi, ficando a terceira posição para Andrea Dovizioso, depois de uma luta intensa com Marco Simoncelli e Nicky Hayden.» in http://desporto.sapo.pt/motores/artigo/2010/10/31/lorenzo_conquista_hat_trick_no_e.html

Espaço - NASA encontra água em Marte, através dos dados enviados sistematicamente desde 2004, pelo robô Spirit!

«NASA encontra água em Marte

A NASA encontrou vestígios de água em Marte. O robô Spirit, que ficou atolado na superfície daquele planeta desde o ano transacto, confirmou a descoberta da agência espacial americana.


O Spirit está em Marte desde 2004 e está atolado naquele planeta mas apesar de já ter perdido uma roda continuou a se útil aos investigadores da NASA.
Os investigadores têm estudado camadas do solo de Marte através deste robô. Assim, a agência espacial descobriu uma infiltração de água no subsolo que pode ter ocorrido durante uma mudança climática na época em que o eixo de Marte era mais inclinado. A NASA acredita que a água possa ter escorrido pela areia carregando minerais solúveis para um nível mais profundo do que o dos menos solúveis.
Entre os minerais relativamente insolúveis encontrados próximos à superfície estão hematita, sílica e gipsita. Entre os minerais mais solúveis estão os sulfatos férricos, que são mais solúveis, parecem ter sido dissolvidos e carregados pela água para baixo. Esta é a primeira vez que os materiais estão expostos à superfície.» in http://tvnet.sapo.pt/noticias/detalhes.php?id=62706
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Lá vai o bicho-homem dar cabo de outro Planeta do Sistema Solar, assim que possa!

Liga Zon/Sagres: Académica de Coimbra 0 vs F.C. do Porto 1 - Os Dragões passaram no teste do dilúvio conimbricense, com golos a menos, para tanto futebol à chuva!

«Fibra à prova de água

Um lance de génio e um lapso de inspiração foi suficiente. Varela fez o golo e desenhou a vitória (0-1), alicerçada sobre uma invejável amostra de músculo e fibra, que o dilúvio exponenciou. O Dragão tem virtudes absolutamente resistentes e impermeáveis até à chuva e à intempérie. Por isso, venceu a Académica, num desafio aos seus limites que as condições climatéricas tornaram ainda mais exigente.

Chuva a mais, futebol a menos. Forçoso, como numa relação de causa e efeito, que condicionaria todo o jogo, ao ponto de provocar uma profunda quebra qualitativa e revelar, como contrapartida, fibra e determinação, depois de reduzir a metade os talentos dos intérpretes e os argumentos das equipas.

Da subtracção saiu claramente perdedor o Dragão. Mais cintilante, mais genial, o FC Porto debatia-se com um imenso lençol de água, que se intrometia na génese de cada lance de ataque. Indiscutível que a chuva e o seu depósito embaraçavam também a acção da Académica, mas com a vantagem evidente de a aproximarem, em termos de competências, de um adversário impossibilitado de recorrer a uma das suas mais valiosas armas: a criatividade.

Contra a torrente, mas ao sabor da corrente a que o líder soubera adaptar-se, Varela fez o golo improvável. Não pelo ascendente que o FC Porto já exercia, mas pelo gesto técnico irrepreensível e inesperado num relvado que desaconselhava vivamente todo e qualquer movimento artístico.

Mas Varela fê-lo. Arriscou tudo. Recebeu de costas para a baliza, rodopiou e rematou. Tudo em dois toques, ainda Alvaro mal terminara o lançamento da linha lateral. O pontapé saiu colocado e indefensável, com o guarda-redes Peiser a conferir a inabalável trajectória da bola e a assistir, impotente, ao balançar das redes.

O resto foi futebol de raça e persistência, num género que, mesmo penalizando o FC Porto, o aproximou de uma vantagem mais ampla, quando Hulk falhou as medidas do remate por pouco, com Peiser a meio caminho entre a baliza e a bola, e, em especial, quando João Moutinho acertou no poste, na marcação de uma grande penalidade em que até convencera o guarda-redes da Académica a lançar-se para o lado errado.

FICHA DE JOGO

Académica-FC Porto, 0-1
Liga 2010/11, 9ª jornada
30 de Outubro de 2010
Estádio Cidade de Coimbra

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)
Assistentes: José Lima e Pedro Garcia
4º Árbitro: Hélder Malheiro

ACADÉMICA: Peiser; Pedro Costa, Berger, Orlando e Hélder Cabral; Diogo Melo e Hugo Morais; Sougou, Laionel e Diogo Valente; Miguel Fidalgo
Substituições: Laionel por Eder (70m), Diogo Valente por Júnior Paraíba (78m) e Pedro Costa por Habib (87m)
Não utilizados: Ricardo, Amoreirinha, Bischoff e Diogo Gomes
Treinador: Jorge Costa

FC PORTO: Helton «cap»; Sapunaru, Rolando, Maicon e Alvaro; Fernando, Belluschi e João Moutinho; Hulk, Faclao e Varela
Substituições: Fernando por Guarín (23 m), Varela por Otamendi (71 m) e Falcao por Cristian Rodríguez (81m)
Não utilizados: Beto, Rafa, Walter e Rúben Micael
Treinador: André Villas-Boas

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Varela (42m)
Disciplina: cartão amarelo a João Moutinho (38m), Hélder Cabral (73m), Maicon (90m), Helton (90m), Peiser (90m)
» in site F.C. do Porto.


Academica 0-1 FC Porto

Simão | Myspace Video


Um golo de antologia de Varela que deu uma vitória mais do que merecida aos Dragões, na dança à chuva de Coimbra!

30/10/10

Desporto Hóquei Patins: F.C. do Porto Império Bonança 5 vs Porto Santo SAD 1 - Dragões Somam cinco Vitórias consecutivas para o Campeonato Nacional e mais uma Goleada!

««Bis» de Emanuel Garcia na vitória sobre o Porto Santo

O FC Porto Império Bonança bateu esta sexta-feira o Porto Santo SAD por 5-1, em encontro da quinta jornada do campeonato nacional. O argentino Emanuel Garcia bisou e Filipe Santos, Pedro Moreira e Pedro Gil apontaram os restantes tentos. Os Dragões estão na frente do campeonato, só com vitórias.
Apesar do resultado, o jogo não foi fácil para os azuis e brancos, que estiveram mesmo em desvantagem, graças a um tento de Joel Coelho, apontado em contra-ataque. A resposta portista esbarrou no guarda-redes adversário, David Arellano, até que aos 17 minutos, num remate de raiva, Filipe Santos empatou a partida. O FC Porto continuou a encostar o Porto Santo às cordas e, aos 22 minutos, Emanuel Garcia rematou à meia volta e fez o 2-1, com que se chegou ao intervalo.
Os azuis e brancos só chegaram ao 3-1 aos 42 minutos, com um golo de Pedro Moreira. Até ao final, o FC Porto geriu a partida e acabou por marcar mais dois golos. Destaque também para Edo Bosch, que defendeu dois livres directos.
No final do encontro, Franklim Pais reconheceu as dificuldades criadas pelo Porto Santo SAD: «Foi um bom jogo, frente a uma equipa bastante motivada pelo óptimo campeonato que tem realizado. Criaram-nos bastantes dificuldades, apesar de termos tido bastantes oportunidades, que foram consecutivamente anuladas pelo guarda-redes adversário. O FC Porto foi um justo vencedor».

FICHA DE JOGO

FC Porto-Porto Santo SAD, 5-1
Campeonato nacional, quinta jornada
29 de Outubro de 2010
Pavilhão Dragão Caixa, no Porto
Assistência: 584 espectadores

Árbitros: António Rodrigues (Minho), Casimiro Barreto (Minho) e Sílvia Coelho (Porto)

FC PORTO: Edo Bosch, Filipe Santos, Reinaldo Ventura, Pedro Gil e Pedro Moreira
Jogaram ainda: Gonçalo Suíssas, André Azevedo, Emanuel Garcia e Rafa
Treinador: Franklim Pais

PORTO SANTO SAD: David Arellano, Márcio Fonseca, Joel Coelho, Ricardo Antunes e Daniel Coelho
Jogaram ainda: Luis Querido, José Braga, Javier Oliva e Paulo Monteiro
Treinador: José Querido

Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Joel Coelho (9m), Filipe Santos (17m), Emanuel Garcia (22m e 47m), Pedro Moreira (42m), Pedro Gil (48m)» in site F.C. do Porto.

Amarante - Cineclube de Amarante tem a seguinte Programação para as Sextas-Feiras de Novembro, um Mês de Cinema de qualidade!

«Cineclube de Amarante, apresenta em Novembro:

Cardápio Cinematográfico para o mês de Novembro:

O último filme de Roman Polanski (que tem 2 sessões extra programadas em conjunto com a Equipa da Biblioteca da ESA), um filme sul-coreano, o filme vencedor do INDIE 2010 e um exemplo do novo cinema independente americano, + um filme sul-americano para continuarmos a mostrar o que se tem feito de novo por lá e, para acabar o mês em beleza (último sábado do mês), o Ruinas do Manuel Mozos, com a presença o realizador para conversar de novo connosco.


Cartazes em anexo.

Cinema Teixeira de Pascoaes
6ªs feiras às 21: 30 e um sábado às 17
Telefone: 255 431 084
Em Novembro


Dia 05
O Escritor Fantasma
Título original: The Ghost Writer
De: Roman Polansky
Argumento: Roman Polanski, Robert Harris
Com: Ewan McGregor, Jon Bernthal, Kim Cattrall, Pierce Brosnan, Olivia Williams
Género: Policial, Suspense
Classificacao: M/12

ALE/FRA/GB, 2009, Cores, 129 min

Um escritor-fantasma bem sucedido (Ewan Mcgregor) é contratado para concluir a autobiografia de Adam Lang, ex-primeiro ministro britânico, iniciada por um outro escritor que morreu acidentalmente. O projecto é de carácter urgente e presume a sua ida para uma ilha próxima da Costa Este dos Estados Unidos onde Lang vive, em quase total isolamento, com Ruth (Olivia Williams), a sua mulher, e Amelia (Kim Cattrall), sua assistente e amante.
Mas, o que à primeira vista parece a oportunidade de uma vida, revela-se muito mais complexo. Para começar, quando o escritor chega à ilha, um escândalo rebenta sobre o suposto envolvimento do ex-primeiro ministro com crimes de guerra e espionagem para a CIA. À medida que o seu trabalho na escrita vai avançando, ele compreende que algo de sinistro existe em toda aquela história e uma suspeição paira sobre a morte, supostamente acidental, do seu predecessor e sobre as mensagens crípticas que um manuscrito por ele deixado possa conter.
Último filme de Roman Polanski, é baseado no livro "The Gost" escrito por Robert Harris que, juntamente com o realizador, desenvolveu o argumento.

Dia 12
Mother – Uma Força Única
Título original: Madeo
De: Bong Joon-ho
Argumento: Bong Joon-ho, Park Eun-kyo
Com: Bin Won, Kim Hye-ja
Género: Drama
Classificacao: M/12

Coreia do Sul, 2009, Cores, 128 min.

Hye-ja (Kim Hye-ja) é a mãe de Do-joon (Won Bin), um inocente rapaz que, aos 27 anos, ainda é inteiramente dependente dos cuidados dos adultos. Quando uma jovem rapariga é encontrada brutalmente assassinada num lugar abandonado, todas as pistas apontam para Do-joon que acaba por ser condenado pelo crime. Percebendo a urgência com que a polícia encerrou o caso e absolutamente convicta da inocência do filho, Hye-ja vai fazer de tudo para encontrar o verdadeiro responsável pelo homicídio. Assim começa a saga obstinada de uma mãe que, contra todas as evidências e um sistema policial pouco eficaz, não se deixará abalar pelo desespero.
Do mesmo realizador do aclamado "The Host - A Criatura" (2006) e de "Barking Dogs Never Bite" (2000), chega uma história dramática sobre o poder do amor como força da Natureza.


Dia 19
Vão-me Buscar Alecrim
Título original: Go Get Some Rosemary
De: Ben Safdie, Joshua Safdie
Argumento: Joshua Safdie, Ben Safdie, Ronald Bronstein
Com: Ronald Bronstein, Sean Williams, Eléonore Hendricks
Género: Comédia Dramática
Classificacao: M/12

EUA/FRA, 2009, Cores, 96 min.

Lenny (Ronald Bronstein) é um nova-iorquino divorciado e pai de dois rapazes. Durante apenas duas semanas por ano, tem a guarda dos filhos Frey (Frey Ranaldo), de sete anos, e Sage (Sage Ranaldo), de nove. Apesar de todo o amor que lhes dedica, Lenny tem uma vida desregrada, não conseguindo assumir a responsabilidade que duas crianças exigem. Dessa forma, e apesar do seu esforço genuíno, essas semanas acabam por ser uma aventura no limiar da irresponsabilidade, entre o riso e a inquietação.
Escrito e realizado pelos irmãos Josh e Benny Safdie, é inspirado na infância dos realizadores na cidade de Nova Iorque sendo uma homenagem ao seu próprio pai. Estreou em 2009 na quinzena dos realizadores de Cannes 2009 e foi o filme vencedor do Festival IndieLisboa2010

Dia 26
Gigante
Título original: Gigante
De: Adrián Biniez
Argumento: Adrián Biniez
Com: Horacio Camandule, Leonor Svarcas
Género: Comédia, Drama
Classificacao: M/12

ALE/ARG/HOL/Uruguai, 2009, Cores, 84 min.

Jara (Horacio Camandule) tem 35 anos e trabalha como segurança nocturno num grande supermercado em Montevideu, Uruguai. A sua tarefa é controlar todas as câmaras de vigilância do edifício, algo que se adequa perfeitamente à sua personalidade calma e solitária. Um dia, através dos monitores, Jara descobre Julia (Leonor Svarcas), uma das empregadas de limpeza, e, sentindo-se atraído por ela, começa a seguir-lhe os passos através das câmaras, durante as suas longas horas de trabalho, e pela cidade, durante as folgas de ambos. Assim, nessa perseguição, Jara descobre tudo sobre Julia, ligando-se cada vez mais profundamente a ela. E o que era apenas uma atracção, transforma-se num amor intenso...
Primeira obra do argentino Adrián Biniez, foi o grande vencedor no Festival de Berlim de 2009, onde conquistou o Urso de Prata - Grande Prémio do Júri, o Prémio Alfred Bauer e o Prémio para o Melhor Primeiro Filme.

Dia 27
Ruínas
De: Manuel Mozos
Classificacao: M/12

Portugal, 2009, Cores, 60 min

O novo documentário de Manuel Mozos retrata os lugares esquecidos e abandonados pelo tempo. Numa viagem pelo Portugal profundo, ele vai filmando as ruínas que trazem as memórias das coisas vividas e das histórias contadas. Estes são lugares desprezados, obsoletos e vazios mas que fazem parte da narrativa de um país e do imaginário colectivo de um povo.
"Ruínas" conquistou o prémio Georges de Beauregard no FIDMarseille e o prémio TOBIS para melhor longa-metragem portuguesa no IndieLisboa 2009.
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Elsa Cerqueira
Cineclube de Amarante

"O Escritor Fantasma"

Desporto Futebol - Hoje Maradona faz 50 Anos e é, para mim, o Melhor Jogador do Mundo, de entre todos os que vi jogarem futebol!

«Os 50 anos de Maradona

Diego Armando Maradona faz hoje 50 anos e depois de uma carreira repleta de sucessos, confirma-se como uma lenda do futebol mundial.
A 30 de Outubro de 1960, Buenos Aires, capital argentina, dava à luz aquele que viria a ser um dos génios do futebol mundial.
Controverso, mas eternamente deslumbrante dentro das quatro linhas, assim foi Maradona, o melhor jogador argentino de todos os tempos e certamente um dos maiores deste século.
Hoje comemora 50 anos e isso é, por si só, uma batalha ganha, para um homem, que ainda jogador, esteve à beira da morte pela sedução inabalável pela cocaína. Recuperou, ganhou forças e o seu último desafio foi orientar a Argentina do seu coração no Mundial da África do Sul.
Acabou “traído”, reclama, mas nunca traiu aqueles que ansiavam por ver magia sair do seu pé esquerdo. Ficaram eternas as imagens do Mundial de 1986, ponto mais alto da sua carreira e em que se sagrou campeão do Mundo.
“A Mão de Deus” mudou o futebol e Maradona permanecerá para sempre como uma das suas maiores estrelas. Parabéns a “El Pibe”.» in http://desporto.sapo.pt/futebol/internacional/artigo/2010/10/30/os_50_anos_de_maradona.html

«Diego Maradona
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Diego Maradona
Maradona 2010-1.jpg
Informações pessoais
Nome completo Diego Armando Maradona
Data de nasc. 30 de outubro de 1960 (50 anos)
Local de nasc. Lanús, Argentina
Altura 1,66 m
Peso 87 kg
Apelido Dieguito, El Pibe de Oro, El Diez,
Pelusa, Barrilete Cósmico, D10S
Informações atuais
Clube atual Sem clube
Posição Treinador (ex-meia e atacante)
Clubes de juventude
19691976 Argentina Argentinos Juniors
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
19761981
19811982
19821984
19841991
19921993
19931994
19951997
Argentina Argentinos Juniors
Argentina Boca Juniors
Espanha Barcelona
Itália Napoli
Espanha Sevilla
Argentina Newell's Old Boys
Argentina Boca Juniors
166 00(116)
040 000(28)
058 000(38)
259 00(115)
029 0000(7)
005 0000(0)
030 0000(7)
Seleção nacional
19771994 Flag of Argentina.svg Argentina 091 000(34)
Times que treinou
Anos Clubes Jogos
1994
1995
20082010
Argentina Textil Mandiyú
Argentina Racing
Flag of Argentina.svg Argentina

Diego Armando Maradona (Lanús, 30 de outubro de 1960) é um treinador e ex-futebolista argentino que atuava como meia ou atacante.
Maradona celebrizou-se como um dos maiores, mais famosos e mais polêmicos jogadores do século XX.[1] Reunia inteligência, gana e um talento monstruoso, com dribles, habilidade para mudar drasticamente sua velocidade e dar giros surpreendentes.[2]. Enquanto jogador, Maradona foi reverenciado como uma divindade em seu país natal, sendo criada inclusive uma igreja dedicada a ele.[3]
Seu maior momento foi na Copa do Mundo de 1986, que na opinião popular foi ganha inteiramente por El Pibe de Oro,[1] outra de suas muitas alcunhas. Internacionalmente, Maradona também consagrou-se como herói da equipe italiana do Napoli, um clube que, embora tradicional, estava entre os pequenos do país. Com El Diez, o Napoli viveu momentos de glória no final da década de 1980, ganhando seus dois únicos títulos no campeonato italiano e lutando de igual para igual com as maiores equipes do país.
A carreira de Maradona, porém, foi cercada de controvérsias, que não se limitaram aos gramados. As maiores delas foram relacionadas ao seu envolvimento com drogas, um vício que acabou por arruiná-lo nos gramados e que por algum tempo o deformou fisicamente. Teve também dois filhos fora do casamento que não reconheceu como seus.[4] E rotineiramente faz declarações contra os bastidores da FIFA,[5][6] principalmente aos dirigentes João Havelange, Sepp Blatter, Michel Platini, Franz Beckenbauer, além de Pelé,[6] e também tem um histórico de atritos com imprensas, incluindo a de seu próprio país.[5][7]

Índice

[esconder]

[editar] Carreira em clubes

Maradona, aos onze anos, já aparecendo em programas televisivos

[editar] Argentinos Juniors

Em 1980, ainda no Argentinos Juniors, em jogo contra o Racing, clube por onde ele passaria posteriormente como treinador
Aos nove anos, seu talento com a bola já o fazia ser a criança mais popular da favela em que morava, no subúrbio de Buenos Aires.[1] Um colega havia sido aprovado em um teste para as categorias de base do Argentinos Juniors, e respondeu aos elogios do treinador dizendo que conhecia um garoto ainda melhor.[8] O treinador, Francis Cornejo, deu-lhe então dez pesos para que pedisse a esse outro jovem para ir vê-lo. Cornejo e outros observadores do clube, incrédulos com o que viram no outro menino, foram acompanhá-lo na volta até a casa deste e, pedindo à mãe dele, conferiram sua documentação para desfazer qualquer engano plausível. Viram que Maradona realmente tinha apenas nove anos de idade.[8]
Os pais foram então convencidos a colocar Maradona no Argentinos, clube pequeno da capital, mas famoso pelo bom trabalho que desenvolvia com as categorias de base.[1] Com quinze anos, disputava partidas preliminares, já atraindo multidões.[1] Quando finalmente foi lançado entre os profissionais, não saiu mais.[1] Demonstrava um repertório completo certeiro com a sua mágica perna esquerda: lançamentos, passes, dribles curtos, chutes certeiros de curta e longa distância, cobranças de falta e escanteios. Aos dezessete anos, recebeu a primeira convocação para a Seleção Argentina, da qual foi polemicamente cortado na Copa do Mundo de 1978.
Em sua primeira passagem pelo clube do coração, o Boca Juniors
1978 também significaria o ano em que foi pela primeira vez artilheiro do campeonato argentino.[9] Em 1979, seria artilheiro tanto do campeonato argentino quanto do campeonato metropolitano,[9] torneio que reunia os clubes da Grande Buenos Aires e que era na época considerado mais importante até do que o campeonato nacional.[9] Naquele ano, seria eleito pela primeira vez o melhor jogador sul-americano.[1]
A dose repetiu-se em 1980: Maradona foi artilheiro dos dois campeonatos [9] e eleito outra vez o melhor jogador da América do Sul,[1] com o adicional de ter levado o Argentinos Juniors ao vice-campeonato nacional, melhor resultado do clube até então.[9] Com isso, conseguiu uma transferência para o Boca Juniors, realizando um sonho: Maradona sempre fora um torcedor xeneize fanático. Jamais seria esquecido, todavia, na equipe que o revelou: o Argentinos renomearia seu campo para Estádio Diego Armando Maradona.
Marcando gol em seu primeiro Boca x River.

[editar] Boca Juniors

E foi em um amistoso contra o Argentinos que Maradona fez sua estreia pelo Boca, marcando de pênalti.[10] Parte da concordância do Argentinos em vendê-lo na época estava em uma cláusula do contrato de venda em que proibia que Diego enfrentasse a antiga equipe em jogos oficiais.[11] Dois dias depois, atraiu 65 mil pessoas à Bombonera para vê-lo marcar duas vezes em vitória por 4 x 1 na primeira partida oficial, contra o Talleres de Córdoba.[10] Amistosos, todavia, seriam continuamente disputados paralelamente às disputas do metropolitano, servindo para arrecadar finanças ao clube e gerando também uma Diegomania.[10] Em dois deles, enfrentou dois adversários que lhes seriam comuns: o Milan, em San Siro (vitória por 2 x 1) e Zico, contra o Flamengo, no Maracanã (derrota por 0 x 2).[10]
Maradona saudando a torcida boquense na Bombonera.
Naquele ano de 1981, com o Boca, Maradona fez grande dupla com Miguel Ángel Brindisi, com os dois marcando juntos 33 dos 60 gols [10] que reconduziram o time ao título metropolitano - a primeira conquista do clube auriazul em cinco anos.[10] Maradona também marca em seu primeiro Boca x River, em um 3 x 0 listado entre as dez inesquecíveis vitórias do Boca em Superclásicos pela enciclopédia do centenário do clube;[12] ele fez o último gol, deslocando o goleiro Ubaldo Fillol e completando para as redes antes que Alberto Tarantini conseguisse bloquear seu ângulo.[10]
Contra o grande rival, marcaria em todos os clássicos disputados em 1981.[10] O segundo deles, empatado em 1 x 1, foi de forma similar: tirando Fillol da jogada e marcando antes de Tarantini chegar.[10] Os outros dois foram pelo campeonato nacional. Este foi disputado em quatro chaves de sete times onde os dois primeiros de cada uma se enfrentariam em mata-matas até a final, como Boca liderando a sua, apesar de não vencer o River - foram uma derrota por 2 x 3 e um empate em 2 x 2, neste com Maradona marcando os dois, empatando a partida no último minuto.[10]
Nas quartas-de-final, os boquenses enfrentaram o Vélez Sarsfield. Na Bombonera, em um tumultuado jogo de ida, em que os dois times terminaram a partida com nove jogadores, Maradona acabaria revidando uma das faltas que sofreu e foi suspenso pela comissão disciplinar da AFA. Seria seu último jogo oficial pelo clube do coração: o Boca acabaria eliminado pelo adversário na partida de volta.[10] Maradona ainda participaria de amistosos em excursões do clube pelas Américas e Ásia antes de ser vendido para o Barcelona por uma transferência recorde de mais de 7 milhões de dólares acertada pouco antes da Copa do Mundo de 1982.[13] Coincidência ou não, sem seu grande astro, o Boca só voltaria a ser campeão argentino onze anos depois.

[editar] Barcelona

Vestindo a camisa do Barcelona pouco após assinar com o clube, às vésperas da Copa do Mundo de 1982.
Maradona chegou à Catalunha como um messias. O Barça vivia carência de títulos desde o final da década de 1950. Desde 1960, só conseguira vencer o campeonato espanhol em 1974. Via o rival Real Madrid se distanciar cada vez mais no ranking de vencedores e ainda sentia o Atlético de Madrid aproximando-se, com um título a menos. O clube fez de tudo para que seu astro se sentisse à vontade, contratando vários argentinos para servirem-lhe de assessores e funcionários.[13] A estratégia não teria bons resultados: o craque acabou por fechar-se naquele círculo de convivências e demoraria a se adaptar no estrangeiro.[13]
Na primeira temporada, ele enfrentou o primeiro problema: em dezembro de 1982, sofre de hepatite e fica de fora dos campos por três meses.[4] Os blaugranas terminam apenas em quarto; o título de 1982/83 fica com o Athletic Bilbao. Na Copa do Rei, porém, decide a final contra o Real Madrid, marcando nos dois jogos da decisão e é aplaudido de pé pela torcida do arquirrival após a vitória por 2 x 1 em pleno Santiago Bernabéu - na partida de ida, no Camp Nou, o Barcelona havia deixado o rival empatar após estar vencendo por 2 x 0.[14]
Mal inicia-se a segunda temporada e, num jogo contra o Athletic, sofre uma entrada bastante desleal do adversário Andoni Goikoetxea e fratura o tornozelo esquerdo.[4] O astro levaria 106 dias para retomar o futebol.[4] Quando volta, conduz os blaugranas ao caminho do título. No entanto, por um ponto, a taça fica justamente com o Athletic. Ambos os times decidem também a Copa do Rei, e um novo dia ruim contra a equipe basca (que vence por 1 x 0) faz Maradona surtar. Ele protagoniza uma briga generalizada entre os jogadores.[4]
Camisa do Barcelona utilizada por Maradona, no museu do clube
Maradona, que já não tinha um relacionamento bom com a diretoria do Barcelona, é praticamente descartado por ela após receber uma suspensão de três meses em razão da confusão: a cúpula culé aceita a oferta do pequeno Napoli, da Itália. Desgostoso com o que julgou como falta de esforço do clube em defendê-lo nos tribunais,[13] Maradona acatou a transferência,[13] encerrando um ciclo de dois anos de altos e baixos no Camp Nou.[15]
Declararia em sua autobiografia, Yo Soy Diego, que o presidente Josep Lluís Núñez teria inveja de sua popularidade e era o principal responsável direto por sua saída.[15] No livro, Maradona também apontou a coleção de fatores que o impediram de triunfar no Barcelona: desde a hepatite e lesões até gostar mais de Madrid.[16] Ele também revelou que foi na Catalunha que começou seu relacionamento com as drogas.[16] Aceitou a proposta do Napoli pois também estava arruinado financeiramente;[16] chegou a doar a casa que tinha em Barcelona para pagar suas dívidas.[13]
Cobrando pênalti pelo Napoli, clube onde viveu o auge de carreira

[editar] Napoli

Embora tradicional, a equipe napolitana era minúscula. Seus troféus resumiam-se a títulos nas divisões inferiores e a duas conquistas na Copa da Itália. Maradona foi logo amado e venerado como um rei,[1] chegando de helicóptero a um Estádio San Paolo tomado por torcedores que ainda custavam a acreditar.[13] Ele, curiosamente, poderia ter chegado antes ao time: o clube o havia sondado em 1979, quando ainda estava no Argentinos Juniors, mas ele recusara a proposta na época.[13] "Para mim, Napoli era apenas uma coisa italiana, como pizza", comentou.[13]
O espanto foi geral: a equipe mais vencedora do país, a Juventus, também estaria interessada, de acordo com a imprensa.[13] Maradona terminou por escolher o clube celeste porque "foi o único a me fazer uma proposta real e porque o Giampiero Boniperti, ex-jogador e presidente da Juventus na época, já havia dito que um jogador com meu porte físico não chegaria a lugar algum".[13] De acordo com as lendas, o presidente do Napoli, Corrado Ferlaini, teria blefado: depositou na federação italiana um envelope vazio, onde deveria estar o contrato do jogador, a fim de registrá-lo logo. Era o que ele precisava para ganhar tempo, enquanto a manobra era descoberta, para levantar o dinheiro para pagar o Barcelona.[13]
Cquote1.svg Fiz o que me recomendaram: falei "Buona sera, napolitani. Sono molto felice di essere con voi" e chutei a bola nas arquibancadas. Eles deliravam e eu não entendia nada [13] Cquote2.svg
Maradona, sobre sua chegada apoteótica ao estádio do Napoli
Na primeira temporada, o clube ficou apenas em oitavo, mas somente dez pontos atrás do campeão Verona. Na segunda, a de 1985/86, conseguiu um terceiro lugar. Sua terceira temporada começou com ele já consagrado em todo o planeta, com a conquista da Copa do Mundo de 1986. Em setembro, porém, surge a primeira grande polêmica extracampo: sua ex-emprega doméstica, Cristina Sinagra, denuncia que Maradona é o pai do filho que ela teve.[4] A paternidade é confirmada posteriormente na justiça.[4] O filho, Diego Sinagra (também conhecido como Diego Armando Maradona Jr.), jamais seria assumido e os dois só teriam seu primeiro encontro em 2003.[4]
Ainda assim, é na temporada 1986/87 que Maradona dá ao Napoli seu primeiro título na Serie A, sobre a poderosa Juventus. A festa termina completa no clube: paralelamente, o Napoli é também campeão da Copa da Itália. Na temporada seguinte, Maradona, com quinze gols, alcança a artilharia do campeonato. O vice-artilheiro é a sua dupla ofensiva, o brasileiro Careca, com treze. O bi, porém escapa por três pontos: o título fica com o Milan de Marco van Basten e Ruud Gullit, que consegue a liderança em vitória direta, em plena Nápoles, quando os dois clubes enfrentaram-se na antepenúltima rodada.[17] O clube rossonero tornar-se-ia o maior rival do Napoli pelos títulos italianos: a Juventus decaía com a aposentadoria de Michel Platini em 1987 e a Internazionale vivia certa carência. Na Copa dos Campeões da UEFA, o Napoli cai cedo: é eliminado pelo Real Madrid, primeiro adversário que enfrenta.
Na temporada 1988/89, o campeonato italiano vai surpreendentemente [18] para a Inter de Milão, com a perseguição única do Napoli (único time na reta final com chances de tirar o título da Inter [18]) terminando em vão. O consolo fica por conta da Copa da UEFA: Maradona lidera o Napoli na campanha rumo ao primeiro título continental do clube. Nos mata-matas finais, o clube passa pela rival Juventus e pelo Bayern Munique até chegar na decisão, contra o Stuttgart. Os alemães são vencidos no embalo da dupla de Maradona com Careca: ambos marcam na vitória de virada no jogo de ida, em Nápoles, e seguram o empate na Alemanha Ocidental.
1989/90 chega e o argentino novamente conduz o Napoli ao scudetto, com dois pontos de vantagem sobre o Milan. Maradona vivia o auge da carreira. A veneração em Nápoles em torno dele era tamanha que ele sentiu-se à vontade para convocar a população local para torcer pela Argentina, e não pela Itália, na Copa do Mundo de 1990, a ser realizada em solo italiano em semanas.[5] Gerou enorme polêmica no resto do país, notadamente no norte, região dos times mais tradicionais, ressentidos com o sucesso meteórico do Napoli,[5] que, por sua vez, era um clube de uma região historicamente desfavorecida no país.[5] O presidente da federação italiana chegou a ir a público pedir que os cidadãos napolitanos torcessem pela Azzurra,[5] e pesquisas de opinião foram feitas por jornais e revistas para calcular a que ponto Maradona conseguira influenciar Nápoles.[5]
Cquote1.svg Durante trezentos e sessenta e quatro dias do ano, vocês são considerados pelo resto do país como estrangeiros e, hoje, têm de fazer o que eles querem, torcendo pela seleção italiana. Eu, por outro lado, sou napolitano durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano[5] Cquote2.svg
Maradona, reiterando os pedidos para que os napolitanos apoiassem a Argentina na Copa de 1990, e não a anfitriã Itália
Maradona segue cultuado religiosamente em Nápoles
Na Copa, Maradona liderou uma Argentina esfrangalhada ao vice-campeonato, mas eliminando a Itália nas semifinais, aumentando o rancor do resto do país.[5] 1990/91 signifar-lhe-ia um baque maior que a fratura em 1984 e as constantes pancadas no duro futebol italiano: novamente, o Napoli caiu cedo na Copa dos Campeões, na disputa por pênaltis contra os soviéticos do Spartak Moscou. Nada comparado ao que vem em março de 1991: seu exame antidoping após partida contra o Bari dá positivo para cocaína,[4] escancarando o vício do astro nas drogas.
Ele, ligado por provas robustas com a Camorra, a máfia napolitana,[5] foi suspenso do futebol por quinze meses.[4] Entra em depressão [4] e, no mês seguinte, em abril, é, sob efeito de drogas, preso em Buenos Aires pela polícia no bairro de Caballito.[4]

[editar] Decadência

O Napoli consegue se virar na temporada 1991/92 sem seu maior ícone, terminando em quarto. Maradona, decidido a deixar o time, protagoniza uma batalha judicial que dura 86 dias.[4] A liberação é brecada pelo presidente do clube, que estava brigado com o argentino.[4] Após intervenção da FIFA,[4] Maradona consegue se desligar do Napoli e acerta um retorno à Espanha, agora como jogador do Sevilla.[4] Anos mais tarde, Ferlaini, o antigo presidente do Napoli, declararia que Diego fora salvo diversas outras vezes do antidoping, que era burlado com a urina de jogadores "limpos" nas vezes em que o argentino era sorteado.[4]
Sua estadia no clube andaluz não dura mais que a temporada 1992/93, onde fora apenas razoável: Maradona descobre que os diretores do Sevilla, com suspeitas sobre suas saídas noturnas, contrataram detetives para monitorá-lo.[4] O argentino abandona o time imediatamente e acerta outro regresso, desta vez ao país natal, contratado pelo Newell's Old Boys. Porém, duraria menos ainda na equipe de Rosário: uma sucessão de lesões musculares provoca o término de seu contrato, após apenas quatro jogos oficiais.[4]
Deprimido, Maradona afunda cada vez mais nas drogas.[4] Em fevereiro de 1994, irritado com o assédio da mídia, atira com uma espingarda de ar comprimido em jornalistas que faziam plantão em frente à sua casa.[4] Acima do peso e desmotivado, a impressão geral era a de que ele abandonaria a carreira antes da Copa do Mundo de 1994. Conheceu então um fisiculturista em Buenos Aires que prometeu deixá-lo em forma novamente.[1] A promessa foi cumprida, mas um novo antidoping durante a Copa desmascaria que, por trás do milagre, estava a proibida substância efedrina, uma droga usada para emagrecer.[1] A FIFA termina por puni-lo com outros quinze meses de banimento.[4]
Sem poder jogar, Maradona passa rápido como diretor-técnico do pequeno Textil Mandiyú. Em poucas semanas, porém, abandona o cargo do time de Corrientes.[4] Assume como treinador do Racing, mas em março do ano seguinte desvincula-se dele também: o presidente que o havia contratado havia perdido as eleições.[4] As duas experiências foram curtas e pouco alentadoras: no Mandiyú, foram doze partidas e apenas uma vitória e, no Racing, onze jogos e apenas dois triunfos.[19] Poderia ter tido menos jogos ainda no Racing: após um 0 x 0 no clássico da cidade de Avellaneda, contra o Independiente, em que foi expulso pelo árbitro, ameaçou sair do cargo, mas foi contido pelo presidente.[20]
Com o fim da punição, ele volta ao seu amado Boca Juniors, comprado por dez milhões de dólares pelo Grupo Eurnekian, que em troca teria os direitos televisivos sobre onze partidas.[11] O retorno, iniciado em jogo contra o Colón,[11] é estampado até em seus cabelos: Maradona descolore uma faixa do lado superior direito, simbolizando a faixa dourada do uniforme boquense.[21][22] O clube acerta também com seu amigo Claudio Caniggia, outro notório usuário de cocaína.[5] É no jogo seguinte, o primeiro oficial dele contra o Argentinos Juniors, que ele marca seu primeiro gol na volta ao Boca.[11]
O Boca não ganhava títulos argentinos havia cinco campeonatos - o último fora o Apertura de 1992. Com Maradona e Caniggia em grande parceria, o clube consegue confortável liderança no Apertura 1995. Porém, em partidas sem seu maior astro, os xeneizes perdem pontos preciosos, chegando e levar de 4 x 6 para o Racing em plena Bombonera - a mesma quantidade de gols que haviam tomado em todo o torneio, até então. O clube deixa o título escapar para o Vélez Sarsfield e termina apenas em quarto.[11] O mesmo clube ganha o Clausura 1996, com o Boca, comandado por Carlos Bilardo, ficando em quinto.[23] A edição do torneio é mais lembrada por uma goleada de 4 x 1 sobre o River Plate em qua a afinada dupla Caniggia e Maradona se beija na boca, em comemoração após o terceiro gol do atacante loiro.[23][24]
No entanto, é o rival quem viverá períodos melhores: ganha o Apertura 1996 (o Boca, sem tantas presenças de Maradona, fica apenas em décimo [23]), a Taça Libertadores da América de 1996, o Clausura 1997 (nono lugar para o Boca, que só vê Maradona jogar uma vez [23]) e o Apertura 1997. Durante este último campeonato, em que, no início, chegaria a ser novamente pego no antidoping,[25] Maradona faz sua última partida profissional, justamente em um Superclásico no Monumental de Núñez, em 25 de outubro. Joga o primeiro tempo da partida e é substituído pelo jovem Juan Román Riquelme. O Boca vence por 2 x 1 e conseguia a liderança com dois pontos de vantagem sobre o arquirrival, mas Maradona prefere anunciar sua retirada, irritado com a cobertura da imprensa sobre a morte de seu pai.[25] O River conseguiria retomar a dianteira e seria campeão com um ponto de vantagem sobre o Boca.
Falando de si na terceira pessoa, Maradona resumiu seu retorno infrutífero em títulos ao Boca: "O Maradona não está feliz porque sabe que o Maradona está abaixo do padrão em que normalmente se coloca".[26]

[editar] Uso de drogas e performance do atleta

A cocaína antes dos jogos incrementa a performace do atleta psicologicamente falando, pois cria no jogador uma sensação de bem estar e de super poderes aumentando assim a coragem e disposição dentro de campo[27]. Em Abril de 1991, Maradona, então jogador do Napoli, foi flagrado no exame antidoping e suspenso por 15 meses pela Federação Italiana[28]
Utilizava também efedrina[29], fenilpropanolamina, pseudoefedrina, norpseudoefedrina e metaefredina [30], estimulantes que aumentam o desempenho físico do atleta, promovendo a melhora nos reflexos, diminuição da sensação de fadiga e aumentam os reflexos e a força. Com isso, foi expulso da Copa de 94 e desde então, jamais outro jogador foi pego no exame anti-dopping[31]. Assim sendo, fatos como estes, levam alguns especialistas e críticos a diminuírem os feitos de Maradona dentro de campo, visto que o mesmo atuava em circunstancias diferentes dos demais por utilização de substancias proibidas.
Outro caso notório e vergonhoso, foi no jogo da Copa do Mundo de 1990 que terminou 1X0 para a Argentina, onde a a Seleção Argentina preparou água com sonífero[32] para dar aos jogadores brasileiros. O jogador Branco passou a ser alvo de chacotas de Maradona num programa de televisão que ele fazia, "La Noche del Diez"[33],que passou a imitar um bêbado em alusão a esse jogador que tomou sem saber da agua batizada[34].
Em sua estreia pela Argentina em 1977, contra a Hungria

[editar] Seleção argentina

Maradona fez seu primeiro jogo pela Argentina em 1977, em amistoso contra a Hungria.[35] Integrou o grupo dos pré-convocados para a Copa do Mundo de 1978, mas, apesar do clamor popular para vê-lo no torneio, a ser disputado no país, foi deixado de fora pelo técnico César Luis Menotti, em decisão polêmica em favor de Norberto Alonso, também apreciado por público e mídia - no momento da convocação, este era o artilheiro do campeonato com o futuro campeão River Plate e fizera belo gol no último amistoso, contra o Uruguai, tendo entrado durante a partida.[36] O que mais favorecia Beto Alonso, todavia, era o fato de ele ser o preferido dos dirigentes da AFA,[37] o que incluía o general Carlos Alberto Lacoste.[36]
"Ele ainda é um garoto e precisa amadurecer. Mas sem dúvida ele pode mais que os outros e ainda vai brilhar muito no futebol", explicou Menotti sobre a decisão de cortar Maradona.[1] Maradona ficou arrasado, mas não guardou mágoas de Menotti, considerado por ele o melhor técnico que já teve, superior até a Carlos Bilardo, o comandante em 1986.[6] Pouco após o corte, foi consolado por Omar Sívori, ex-craque de história no River Plate e na Juventus e que defendera tanto a Argentina quanto a Itália: "Me escute, garoto... você tem a verdade do futebol dentro de si e toda uma vida para mostrá-la".[37] Apesar da decepção, Maradona chegaria a enviar um telegrama desejando sorte aos jogadores, a acompanhar dois jogos da Albiceleste no Monumental de Núñez, contra Itália e na decisão contra os Países Baixos, e a participar dos festejos pós-título pela cidade de Buenos Aires.[37]
Cquote1.svg Poderia ter jogado no mundial de 1978. Estava afinado como nunca. Chorei muito, senti como uma injustiça. (...) Quando se deu a notícia [de que seria cortado] vieram alguns a me consolar: Luque, um grande tipo, o Tolo Gallego... e ninguém mais. Nesse momento eram demasiado grandes para gastar uma palavra com um garoto. (...) O pior foi quando voltei a minha casa. Parecia um velório. Chorava minha velha, meu velho, meus irmãos... esse dia, o mais triste da minha carreira, jurei que iria ter revanche. Foi a maior desilusão da minha vida, me marcou para sempre[37] Cquote2.svg
Sobre o corte da Copa de 1978
A Seleção Argentina às vésperas da Copa de 1982. Maradona é o penúltimo agachado, da esquerda para a direita
No ano seguinte, Maradona liderou a Seleção na conquista do Campeonato Mundial de Futebol Sub-20 de 1979.[1] Marcou seis vezes e foi eleito o melhor jogador da competição.[1] 1979 foi também o ano em que ele marcou o primeiro gol pela seleção principal, em sua nona partida por ela. Foi em vitória por 3 x 1 sobre a Escócia, em Glasgow.[35] Ele também marcou o único gol da Argentina na derrota por 1 x 2 para Seleção do Resto do Mundo,[35] em amistoso que ironicamente celebrava o primeiro aniversário do título argentino na Copa do Mundo de 1978.
Outro jogo contra a Hungria, desta vez na Copa de 1982. Maradona marcou na partida, vencida por 4 x 1, os seus dois primeiros gols em Copas

[editar] Copa do Mundo de 1982

A Argentina, detentora do título, realizou contra a Bélgica o jogo inaugural da Copa do Mundo de 1982. O time, no papel, era ainda melhor do que o de 1978: reunia a campeã espinha-dorsal formada por Ubaldo Fillol, Daniel Passarella, Mario Kempes, Osvaldo Ardiles, Américo Gallego e Daniel Bertoni somada com as estrelas do título de juniores de 1979, Maradona e Ramón Díaz.[37] Dieguito já era conhecido internacionalmente, ainda mais após a venda para o Barcelona, concretizada pouco antes do mundial.
A estreia de Maradona em Copas, porém, seria desagradável. Ele foi repetidamente chutado e derrubado pelos belgas, chegando a receber entradas violentas pelas costas e ser puxado de cima da bola.[5] Porém, o árbitro tchecoslovaco Vojtech Christov não tomou nenhuma medida contra os adversários, que venceram por 1 x 0.[5] A Argentina recuperou-se e se classificou após vencer Hungria, em que ele marcou seus dois primeiros gols em Copas, em goleada de 4 x 1,[35] e El Salvador. A segunda fase seria decidida em quatro grupos com três países, com cada grupo conferindo uma vaga nas semifinais. A Argentina enfrentaria Itália e Brasil.
Maradona contra Claudio Gentile, seu duro marcador na partida contra a Itália.
Maradona gargalha sarcasticamente ao ser expulso no jogo contra o Brasil, após falta desleal em Batista (caído no gramado).
O primeiro jogo foi entre argentinos e italianos e novamente Maradona seria caçado em campo, com uma truculenta marcação individual de Claudio Gentile.[5] Após levar socos, chutes e joelhadas do início ao fim,[5] foi Maradona, e não Gentile, a receber o cartão amarelo do juiz romeno Nicolae Rainea, que entendia que o argentino reclamava energicamente sem cabimento.[5] A Itália venceu por 2 x 1 e praticamente obrigou a Argentina a vencer os brasileiros para haver chances reais de classificação.
Contra os rivais, Maradona finalmente veria um cartão vermelho em uma falta desleal que lhe envolvia. Porém, o autor da infração era ele, após desferir com a sola do pé um chute, pensando ser em Falcão,[37] nos testículos de Batista. Cinco minutos antes do fim do jogo,[5] perdido por 1 x 3, Maradona saía de campo e da Copa. Permaneceu na Espanha, para jogar pelo Barcelona. Reconheceu mais tarde que a seleção vivia um ambiente festeiro e excessivamente confiante antes do torneio.[37]
Pintura retratando a comemoração de Maradona após o segundo gol contra os ingleses, na Copa de 1986

[editar] Copa do Mundo de 1986

Maradona foi convocado para o segundo mundial do México com algumas críticas. Alguns setores da mídia questionavam a escolha do técnico Carlos Bilardo em chamá-lo e ainda por dar-lhe a tarja de capitão.[38] Maradona ainda não havia triunfado totalmente no Napoli. Na Itália, ainda era considerado apenas um bom jogador e malabarista.[6] Mesmo assim, o respeito que despertava em Bilardo era tão grande que o treinador não usaria na competição o convocado Daniel Passarella, estrela e capitão do título da 1978, mas desafeto de Dieguito.[39]
Maradona novamente apanhou na estreia, contra a Coreia do Sul, vencida por 3 x 1. No jogo seguinte, marcou o gol argentino no empate em 1 x 1 contra a campeã Itália. A classificação veio após vitória por 2 x 0 sobre a Bulgária. As oitavas-de-final seriam contra os rivais do Uruguai de Enzo Francescoli. Maradona teve um gol anulado e, instigado, realizou a melhor partida de sua vida, de acordo com o próprio.[6] A Albiceleste eliminou a Celeste por 1 x 0, em dia em que ele afirma ter realizado bem todas as jogadas.[6] O próximo adversário da Argentina seria a Inglaterra.
Era a primeira vez que ambos se enfrentavam após a Guerra das Malvinas e um clima bastante tenso rondava a partida, fazendo com que o próprio exército mexicano patrulhasse as arquibancadas e as redondezas do Estádio Azteca, chegando a haver tanques nas ruas.[5] O primeiro tempo terminou sem gols. No início do segundo, após driblar marcadores, Maradona passou a bola para um companheiro, que a perdeu. Steve Hodge, zagueiro adversário, chutou alto e a bola foi em direção ao goleiro Peter Shilton.[5] Maradona continuou a correr e, com o punho cerrado, jogou a bola por cima de Shilton, vinte centímetros mais alto,[5] fazendo com que a bola entrasse no gol inglês. A despeito dos protestos dos britânicos com o árbitro, o tunisiano Ali bin Nasser, o gol foi validado.[5] Curiosamente, não era a primeira vez que ele fazia isso: em jogo do campeonato italiano de 1984/85 contra a Udinese de Zico, marcou dessa forma e ali, também, a trapaça não fora anulada.[40]
Em espaço de alguns minutos, o argentino marcaria outro gol igualmente célebre. A Argentina trocava passes em seu campo de defesa quando Maradona pediu a bola.[5] Ele estava de costas para o campo de defesa inglês quando recebeu, tendo em volta três adversários: Hodge, Peter Reid e Peter Beardsley.[5] Quando Beardsley aproximou-se para disputar a bola, Maradona girou em sentido contrário, saindo do meio-de-campo e avançando na meta inglesa.[5] Reid o perseguiu sem sucesso e Terry Butcher foi facilmente deixado para trás, assim como Terry Fenwick.[5]
Butcher continuou correndo atrás, tentando ainda um carrinho quando Maradona tocou para as redes no momento em que Shilton tentou bloqueá-lo.[5] A Argentina se fechou, chegando a sofrer gol de Gary Lineker a dez minutos do fim e quase levar empate do mesmo Lineker depois,[5] mas conseguiu manter a vitória e se classificou. Após a partida, Maradona declarou que "se houve mão na bola, foi a mão de Deus", para o delírio da torcida argentina, sentindo-se vingada.[5] O outro gol, por sua vez, seria o eleito em 2002 o mais bonito da história das Copas.
Maradona em 1987, quando era um dos melhores jogadores do mundo
Se a Guerra das Malvinas motivara os argentinos contra os ingleses, Maradona continuou especialmente motivado nas semifinais. Reencontraria a Bélgica, que tanto lhe chutara em 1982. Para aumentar a animosidade, o goleiro adversário Jean-Marie Pfaff declarou antes da partida que "Maradona não é nada de especial".[41] Apesar de novas pancadas, El Pibe perseverou e anotaria dois lindos gols no segundo tempo. No primeiro, passou por dois zagueiros e venceu Pfaff com um chute de trivela.[5] Vinte minutos depois, na entrada da área belga, virou para um lado, avançou para o outro, fingiu que passaria a bola, gingou, deixou quatro adversários para trás e bateu novamente Pfaff.[5] A Argentina voltava a uma final.
O jogo seria contra a Alemanha Ocidental. Maradona, desta vez, não marcou. O técnico alemão, Franz Beckenbauer, ordenara que Lothar Matthäus marcasse de perto o argentino.[5] Ainda assim, o primeiro gol surgiu em razão dele: Matthäus cometeu uma falta em Maradona que Jorge Burruchaga cobraria para José Luis Brown abrir o marcador.[5] Todavia, Maradona continuou dominado por Matthäus até cinco minutos do fim do jogo. Após estarem perdendo por 0 x 2, os germânicos haviam acabado de empatar heroicamente. Foi quando Maradona recebeu a bola e, entre dois adversários, deu belo passe para Burruchaga fazer 3 x 2.[5] Ao final, como capitão, ergueu a Copa que, na opinião geral, ganhara praticamente sozinho.[1]
Cquote1.svg Não me assustei [após os alemães conseguirem o empate em 2 x 2]. Quando voltamos à metade do campo para reiniciar [a partida], (...) olhei Burru e lhe disse: 'veja que estão mortos, já não podem correr. Vamos movimentar a bola que os liquidaremos antes do fim [do tempo normal]'[37] Cquote2.svg
Sobre o final da decisão de 1986.
O título lhe faria ser coroado o melhor jogador do mundo pela revista Onze d'Or, premiação que receberia novamente no ano seguinte, após o primeiro título italiano com o Napoli. A Bola de Ouro, por sua vez, ainda era restrita a jogadores europeus, o que só terminaria em 1995. O prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA só seria criado em 1991.

[editar] Copa do Mundo de 1990

Quando o mundial começou, Maradona, bem diferente dos dois anteriores, era um jogador totalmente consagrado internacionalmente. Além de líder do bicampeonato mundial argentino, havia, finalmente, dado títulos importantes à até então inexpressiva equipe do Napoli. Declarou antes da Copa que teriam de "arrancá-la de suas mãos".[37] Embora seu relacionamento com o técnico Bilardo já não fosse tão boa,[37] conseguiu impor-lhe novamente sua opinião na escalação: se em 1986 não queria que Passarella jogasse, em 1990 pressionou o treinador para chamar o amigo Claudio Caniggia.[37] Mas a relação com os italianos em geral, principalmente do norte, talvez fosse pior.[5]
Em razão de sua consagração, foi novamente caçado na estreia e a Argentina, supreendida com o futebol talentoso mas ao mesmo tempo violento de Camarões, que teve dois jogadores expulsos, perdeu por 0 x 1 para os africanos.[5] Após a partida, na coletiva de imprensa, ironizou que "o único prazer desta noite foi descobrir que graças a mim os italianos de Milão deixaram de ser racistas: hoje, pela primeira vez, apoiaram os africanos",[37] em alusão à cidade onde realizara-se o jogo, a mesma onde localizava-se o Milan e a Internazionale, os maiores rivais do Napoli na época. No jogo seguinte, os campeões encararam a União Soviética, que se entusiasmou após o goleiro argentino titular, Nery Pumpido, machucar-se sozinho e sair de maca aos dez minutos.
Os soviéticos passaram a pressionar o reserva, Sergio Goycochea, e abririam o placar com uma cabeçada de Oleh Kuznetsov se a mão de Maradona não entrasse em cena novamente.[5] A bola ia entrando nas redes quando ele apareceu e puxou-a aos seus pés com a mão direita, para mandá-la para longe,[5] e a irregularidade novamente não foi punida pelo árbitro,[5] o sueco Erik Fredriksson. Os argentinos venceriam por 2 x 0 e, após empatar em 1 x 1 com a Romênia, passaram por pouco à segunda fase apenas como um dos melhores terceiros colocados, sistema que passara a vigorar naquele mundial.
A Argentina enfrentaria nas oitavas-de-final o Brasil, que havia conseguido três vitórias em três jogos. Com tantas pancadas na primeira fase, Maradona entrou em campo com as pernas e coxas cobertas de equimoses e com uma inchação permanente em seu tão chutado tornozelo esquerdo,[5] que mais parecia uma bola.[37] Isso obrigou-lhe a praticamente apenas caminhar em campo na maior parte de partida.[5] Os brasileiros, melhores em campo, chegaram a acertar três vezes as traves de Goycochea quando, a oito minutos do fim, Maradona finalmente acelerou em campo com a bola nos pés.[5] Atraiu a marcação de quatro jogadores, deixando Claudio Caniggia totalmente livre.[5] Maradona entregou a bola a ele, que só teve o trabalho de vencer Taffarel.
O heroísmo quase deu lugar à vilania contra a Iugoslávia, nas quartas-de-final. A partida terminou em 0 x 0 no tempo normal e na prorrogação. Nos pênaltis, Maradona cobrou mal e Tomislav Ivković defendeu. Mesmo com Pedro Troglio também desperdiçando sua cobrança, os sul-americanos avançaram após Goycochea defender os chutes de Dragoljub Brnović e Faruk Hadžibegić - Dragan Stojković já havia errado anteriormente a sua, chutando no travessão.
A semifinal prometia nova atmosfera tensa. A Argentina enfrentaria a Itália, que tanto vinha odiando Maradona. Para completar, o jogo seria em Nápoles. Uma bandeira da Argentina chegaria a ser arrancada da concentração da seleção e Maradona pediu intervenção da embaixada.[37] Mais uma vez, ele apelou a seu público napolitano que torcesse pela Argentina. E boa parte de sua audiência contumaz realmente se sentiu incapaz de torcer contra o ídolo.[1] Os anfitriões saíram na frente e sofreram o empate no meio do segundo tempo - era o primeiro gol que a Itália tomava na Copa. Na jogada, Maradona passou a bola para Julio Olarticoechea cruzar para Caniggia desviar com a cabeça das mãos de Walter Zenga,[5] que ainda não havia tomado gols no torneio. Novamente, os argentinos encararam os pênaltis na Copa. Desta vez, Maradona marcou o seu. Goycochea defendeu outra vez duas cobranças, de Roberto Donadoni e Aldo Serena, e a Albiceleste tirou a Azzurra do caminho. Mais do que nunca, os italianos sentiam um verdadeiro ódio contra Maradona,[5] que declarou que eliminar os anfitriões foi o seu maior feito em Copas, "por todos os significados que teve, embora tenha me custado um montão de coisas depois. (...) Você não imagina o prazer".[6]
Não foi surpresa que ele tenha sido vaiado antes e durante todo o jogo, na final, novamente contra a Alemanha Ocidental. Durante a execução do hino nacional argentino, preferiu, ao invés de cantá-lo, soltar palavrões inaudíveis ao público.[42] Ele pouco pôde fazer na partida: a Argentina estava mais enfraquecida na Copa do que nunca, desfalcada de quatro titulares, suspensos: Caniggia, Olarticoechea, Ricardo Giusti e Sergio Batista. Pedro Monzón seria ainda expulso no início do segundo tempo. Os alemães conseguiram a revanche, vencendo com um único gol, de pênalti, a cinco minutos do fim. Os argentinos não perdoariam a marcação a penalidade, duvidosa, e o árbitro mexicano Edgardo Codesal. Gustavo Dezotti, posteriormente, também seria expulso e Maradona receberia um cartão amarelo por reclamação. Ao final da partida, o estádio inteiro se alegrou quando o telão transmitiu o rosto em lágrimas do argentino, que se recusou a apertar a mão do presidente da FIFA, João Havelange, ao receber a medalha de prata.[37]
Esquecendo-se que trapaceara em 1986 e no próprio mundial de 1990, Maradona declarou: Isto foi uma trama armada pela FIFA. Fomos punidos por vencer a Itália, que era a equipe que a FIFA queria que ganhasse esta Copa do Mundo. Há uma máfia no mundo do futebol. Aquele pênalti não existiu. Foi dado de graça para que os alemães vencessem.[5] Ele escreveria em sua biografia, anos mais tarde, que um dia antes da decisão, quando os argentinos foram realizar o reconhecimento do gramado, que Julio Grondona - presidente da AFA e um dos vice-presidentes da FIFA - comentara-lhe que estava com um mau pressentimento, de que os argentinos já estariam fora do título.[37]

[editar] Copa do Mundo de 1994

Maradona, após a suspensão de quinze meses dada pela FIFA, ficou três anos sem jogar pela Argentina partidas oficiais.[35] O país não se deu bem nas eliminatórias: na última partida chegou a ser goleado por 0 x 5 pela Colômbia em plena Buenos Aires e só não foi desclassificado porque o Paraguai não saiu de um empate com o Peru em Lima. Um clamor crescia a cada dia pelo retorno do astro,[7][43] finalmente chamado de volta para os dois jogos da repescagem, contra a Austrália.[35] O primeiro gol após voltar veio em abril de 1994, em amistoso contra o Marrocos.[35]
Após recuperar milagrosamente a velha forma, Maradona começou a Copa do Mundo de 1994 dando espetáculo. Marcou de fora da área contra a Grécia e, em famosa comemoração, rugiu com os olhos esbugalhados para uma câmera.[5] Contra a Nigéria, demonstrou fôlego incansável [5] e inspirou os argentinos a vencerem de virada. O milagre por trás da perda de treze quilos - de 89 para 76 [37] - em um tempo assustadoramente curto antes do torneio [5] foi revelado em novo antidoping, que detectou efedrina.[1][5] A droga, além de ser usada para emagrecer,[1][5] era também um poderoso estimulante.[5] Para a Seleção Argentina não ser desclassificada, Maradona teve de jurar inocência [5] e a Associação do país teve de retirar seu nome do elenco.[4]
Cquote1.svg Sentia que havia jogado um partidaço, estava feliz. Veio essa enfermeira a buscar-me e não suspeitei de nada. O único que fiz foi olhar à Claudia [esposa], que estava na tribuna, e lhe fiz um gesto como dizendo-lhe: 'e essa, quem é?'. Estava tranquilo porque havia feito controles [antidoping] antes e durante o mundial e todos davam bem.[37] Cquote2.svg
Sobre após a partida contra a Nigéria, sua última em mundiais
O episódio gerou bastante revolta na Argentina. Para os mais exaltados, Maradona, que recebera a solidariedade do tenor Luciano Pavarotti, declarado usuário de efedrina,[5] estava sendo vítima de uma conspiração da FIFA. De acordo com a teoria de conspiração, a própria entidade, temerosa que a falta de grandes astros fizesse do mundial dos Estados Unidos um fiasco, havia autorizado informalmente que Maradona usasse substâncias ilícitas para voltar à forma e jogar a Copa.[5] No entanto, suas exibições teriam extrapolado o que a FIFA queria dele, ameaçando interesses de outras seleções.[5] Fato é que Maradona, declarando ser este o episódio mais triste de sua carreira,[6] afirmou: "me cortaram as pernas. Era meu último mundial e iríamos ser campeões".[6]
A Argentina em 1994, ao contrário das Copas anteriores, onde o talento se limitava a Maradona, reunia jogadores de renome: Claudio Caniggia se consagrara em 1990 e a seleção tinha também Gabriel Batistuta, Fernando Redondo e Ramón Medina Bello em grande forma.[1][43] Eles, sem a companhia de Maradona, haviam conquistado as Copas América de 1991 e 1993, torneio que Dieguito não conseguira ganhar nas três ocasiões em que participou (1979, 1987 e 1989).
Porém, os companheiros não conseguiram superar o baque com a saída de Maradona. A Argentina perdeu a última partida da primeira fase por 0 x 2 para a Bulgária e novamente só se classificou como uma das melhores terceiras colocadas, sistema que não seria mais utilizado a partir da Copa seguinte. Nas oitavas-de-final, veio a eliminação perante a Romênia, jogo em que ele chegou a comentar para um canal de televisão.[37] O jogo contra a Nigéria deixou Maradona, em sua quarta Copa - um recorde entre os argentinos - como o jogador que mais partidas disputou no torneio. Posteriormente, seria superado por Lothar Matthäus em 1998 (em sua quinta Copa, o alemão alcançou a 25ª partida) e igualado por Paolo Maldini em 2002 (a quarta e última do italiano).

[editar] Legado

Maradona não jogaria mais pela Argentina até 10 de novembro de 2001, quando foi realizada uma partida comemorativa em La Bombonera.[44] O jogo foi contra um combinado de estrelas, dentre elas Enzo Francescoli, Éric Cantona, Davor Šuker, Hristo Stoichkov, René Higuita, Nolberto Solano e até o compatriota Juan Román Riquelme.[44]
A Argentina conseguira vencer a Copa do Mundo de 1978 sem Maradona. Porém, foi com ele no auge da carreira liderando a Seleção que a Albiceleste, já sem Mario Kempes, Osvaldo Ardiles, Ubaldo Fillol e Daniel Passarella, conseguiu com elencos fracos chegar a outras duas finais de Copa do Mundo, e saindo-se vencedora na de 1986. O país continuou a revelar bons talentos, mas nenhum conseguiu preencher com a mesma mística o vazio deixado com a saída um tanto precoce de El Pibe. Talvez por isso, a Seleção chegou a manifestar o desejo de aposentar o número 10 em sua camisa por ocasião da Copa do Mundo de 2002, mas foi impedida pela FIFA.[37]
O melhores resultados em Copas foram três eliminações nas quartas-de-final, em 1998, 2006 e 2010, nesta sendo ele o treinador. Mais do que isso, todo jogador promissor a surgir no país recebe o fardo de "novo Maradona": a alcunha já caiu a diversos nomes, como Claudio Borghi, Diego Latorre (ambos despontaram com Dieguito ainda em boa forma; Borghi chegou a integrar o elenco campeão mundial de 1986), Marcelo Delgado, Ariel Ortega, Marcelo Gallardo, Hernán Crespo, Juan Román Riquelme, Leandro Romagnoli, Javier Saviola, Pablo Aimar, Andrés d'Alessandro, Carlos Tévez, Lionel Messi e o mais recente, Sergio Agüero, dentre outros.[45][46][47]

[editar] Turbulenta vida pessoal pós-gramados

Após aposentar-se definitivamente, Maradona aumentou consideravelmente de peso. Foto de 2005, meses antes de sua cirurgia de redução de estômago
Um ano após aposentar-se no Boca, foi à Copa do Mundo de 1998 como comentarista.[1] Após a eliminação da Argentina, comandada por Daniel Passarella, manifestou pela primeira vez sua intenção em tornar-se técnico da Albiceleste, ao mesmo tempo em que não perdoava o desafeto: "Para começar vou dizer que quero ser o técnico da Seleção. O que mais bronca me deu é que não jogou a Argentina. Nos disfarçamos de Alemanha e caímos fora do mundial. Nossos jogadores podem dormir tranquilos. Perdemos pelo planejamento tático. (...) Estou quente porque Passarella negou a 35 milhões de argentinos a presença de Caniggia e Redondo".[37] Passarella não chamara os dois por não concordar com cabelos compridos, e só não fizera o mesmo com Gabriel Batistuta porque este acatara o pensamento do treinador.[48]
No ano seguinte, Maradona envolveu-se em nova polêmica com filhos fora do casamento: desta vez, a justiça argentina determinou que ele é pai de uma menina de três anos, após sete negativas do ex-jogador em fazer o exame de DNA.[4] Mesmo assim, ele também não reconheceria ela, a exemplo do que sempre fizera com Diego Sinagra. Em 2000, inicia um tratamento contra as drogas em Cuba, após ser internado depois de tomar um coquetel de remédios em Punta del Este, no Uruguai, e quase morrer.[4] Na ilha, se enfurece com fotógrafos locais, agride-os e quebra o vidro de um carro com um soco, rendendo-lhe novo processo.[4]
Esteve próximo da morte novamente em 2000 em setembro, quando destrói sua caminhonete ao chocar-se com um ônibus em Havana, escapando ileso por milagre.[4] Em outubro, é contratado para ser manager do Almagro, mas jamais assume o cargo.[4] Em novembro, tem seu visto negado para entrar no Japão, onde iria assistir seu Boca Juniors enfrentar o Real Madrid no Mundial Interclubes; as autoridades japonesas alegam o vício de Maradona em drogas como justificativa.[4] A redenção pessoal de Dieguito vem em dezembro, quando é eleito o melhor jogador do século pela FIFA por votação na Internet.[4] Porém, ele se retira da festa para não cruzar com o desafeto Pelé, que recebe premiação similar oferecida por votos de jornalistas.[4]
No mês seguinte, em janeiro de 2001, é abordado por agentes do fisco italiano ao chegar ao aeroporto de Roma; Maradona estaria devendo 24 milhões de dólares em impostos.[4] Antes de uma nova viagem à Itália, em novembro, quebra o telefone de um jornalista no aeroporto.[4] Em 2002, volta a ter negada a sua entrada no Japão, onde pretendia assistir a Copa do Mundo de 2002. No mesmo ano, a namorada de infância que tornou-se sua esposa, Claudia Vilafañe, pede a separação.[4] Ele também é condenado a dois anos e meio de prisão pela agressão aos jornalistas com espingarda em 1994, mas não precisou cumprir a pena.[4] Arranja problemas também com a vizinhança de sua nova casa, na qual chega a provocar um incêndio na sauna.[4]
Após encerrar seu tratamento e realizar uma operação de redução de estômago, Maradona passou a realizar com alguma frequência amistosos e exibições de showbol
Em abril de 2004, fica novamente a ponto de morrer. Passa mal após assistir um Boca Juniors x Nueva Chicago na Bombonera e é internado com problemas cardíacos e infecção pulmonar na Clínica Suíço-Argentina, em Buenos Aires,[4] constantando-se overdose de cocaína.[4] Ele fica em coma e chega a respirar com ajuda de aparelhos, reagindo apenas no oitavo dia.[4] Sai dois dias depois sem ter alta dos médicos.[4] Em maio, é novamente internado, chegando a ser recusado por várias instituições médicas da Argentina e do exterior.[4] Chega a ser sedado e amarrado após uma crise de abstinência da cocaína.[4] Seu médico particular declara em ultimato que ele tem a última chance de salvar sua vida.[4] Maradona posteriormente afirmaria que retirou forças para se desintoxicar definitivamente após apelos de sua filha Giannina: "pai, você tem que viver por mim".[6]
Após cinco meses de internação, obtém autorização judicial para ir à Cuba retomar seu tratamento.[4]

[editar] Recuperação

Recuperado, durante o ano de 2005 Maradona foi duas vezes destaque na mídia televisiva: em janeiro, confirmou a acusação de Branco de que, nas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 1990, o massagista argentino fornecera água com tranquilizante ao lateral brasileiro.[49] Em tom de deboche, Maradona, ciente do que ocorria, falou que oferecera a água também a Valdo [49][50] e que se desesperou quando o colega Julio Olarticoechea estava prestes a beber na mesma garrafa.[49]
Depois, Maradona, após perder cinquenta quilos depois de uma cirurgia de redução de estômago em Cartagena, na Colômbia,[51] e chegar aos 75 quilos,[50] tornou-se apresentador de um talk show, "La noche del Diez" ("A noite do Dez"), onde recebeu figuras de todo o mundo, como o próprio desafeto Pelé, Xuxa, Mike Tyson [52] e Fidel Castro.[50] A noite com Pelé foi marcada por um inesperado bom humor e amistosidade entre ambos, que cantaram juntos e terminaram trocando passes de cabeça, emocionando a plateia.[50] Por sinal, foi nos bastidores do programa que sua filha Giannina conheceria pessoalmente Sergio Agüero, com quem iniciaria um celebrado relacionamento amoroso.[53] Um ano depois, demonstrou sua recuperação ao mundo ao assistir os jogos da Argentina na Copa do Mundo de 2006, inclusive aparecendo no vestiário para incentivar os jogadores - curiosamente, só não conseguiu fazê-lo na partida da eliminação, contra a Alemanha.[37]
Em 28 de março de 2007, Maradona sofreu uma recaída e foi internado com uma crise hepática causada por abuso de álcool.[54] Ele afirma que não foi por causa de cocaína, reiterando que não usa mais drogas desde a crise de 2004.[6] Ainda assim, a reação hepática gerou boatos de um susposto ataque cardíaco que teria causado sua morte,[55] causando alvoroço até no governo argentino: o então presidente Néstor Kirchner chegou a pedir informações sobre o assunto ao seu ministro da saúde.[55] Um mês antes, o astro já havia sido internado, após sentir mal-estar repentino na casa dos pais.[55]
Como treinador da Seleção Argentina.

[editar] Técnico da Argentina

Maradona assumiu o comando da Seleção Argentina em outubro de 2008, após a saída de Alfio Basile.[56][57] Julio Grondona, o presidente da Associação do Futebol Argentino, já havia lhe prometido verbalmente o cargo após a Copa do Mundo de 2006,[6] mas na época optara por Basile. Após o técnico sucumbir com os maus resultados e críticas da imprensa, Grondona pensava em efetivar Sergio Batista, técnico da seleção argentina olímpica que conseguira a medalha de ouro nos Jogos de 2008.[19]
Porém, nas próprias Olimpíadas de Beijing Maradona pavimentou seu caminho.[58] Com permissão livre para acompanhar a delegação, Maradona procurou travar relação forte com os jogadores, muitos deles figuras também da seleção principal, como seu genro Sergio Agüero, Fernando Gago e Lionel Messi.[58] Grondona, doze dias após a demissão de Basile, enfim acatou o desejo de Diego, por razões políticas: o homem mais indicado para o cargo, Carlos Bianchi, era um desafeto pessoal do presidente.[19]
Já sendo técnico da Argentina, Maradona saúda fãs em Calcutá, na Índia
O anúncio causou furor. Quinhentos jornalistas se credenciaram para cobrir a sua estreia, contra a Escócia.[19] Maradona chegou a ameaçar demitir-se em menos de duas semanas, pois Grondona não aceitava o ex-jogador Oscar Ruggeri na comissão técnica. Mesmo endeusado, porém, Maradona continuou a colecionar polêmicas, como discussões indiretas com Juan Román Riquelme, que pediu dispensa da Seleção. Riquelme já se sentia deslocado por não receber a mesma atenção que Maradona dedicava os jogadores "europeus".[58] O novo técnico ainda tirou-lhe a faixa de capitão, entregue a Javier Mascherano.[58] A gota d'água para Riquelme foi ter sido criticado por Maradona na televisão.[58]
Em 2009, sofreu bastantes críticas. A Argentina obteve resultados vergonhosos, incluindo uma goleada de 1 x 6 para a Bolívia em La Paz, o pior resultado da história da seleção - sendo que, ironicamente, Maradona manifestara-se a favor do direito boliviano de usar a cidade, em alta altitude -, e uma derrota de 1 x 3 para o Brasil em plena Rosário. Os argentinos ficaram ameaçados de não se classificarem, conseguindo no sufuco a última vaga direta no confronto direto contra o Uruguai, em Montevidéu.[59][60] Em menos de vinte jogos, Maradona usou oitenta jogadores diferentes.[61] Apesar de criticado por muitos, completou um ano no comando da seleção com bons números: em 13 jogos, venceu 9 e perdeu 4.[62]
Após o árbitro apitar o fim da partida dramática contra o Uruguai, Maradona não se esqueceu das pesadas críticas que sofreu da imprensa, expressando todo o seu ressentimento em desabafos obscenos, gritando em referência às suas genitais "que la chupen, que la chupen y que la sigan mamando".[7][63] A grosseria lhe renderia uma suspensão da FIFA por dois meses, além de uma multa.[64] Posteriormente, pediu publicamente desculpas, mas apenas às mulheres e crianças.[7] A fúria contra a própria imprensa argentina era anterior até mesmo ao caso onde atirara para espantar jornalistas em 1994: em 1991, após ser preso sob efeito de drogas em Caballito, Maradona não perdoou jornalistas que insinuaram a respeito de aventuras homossexuais do jogador, apanhado na companhia de vários homens que os jornalistas apontaram como "suspeitos".[65]
Durante a Copa, Maradona ostentou barba e bigode. O visual foi usado para disfarçar cicatrizes sofridas após ser mordido nos lábios para uma cadela de estimação.
Na convocação para a Copa, deixou de fora dois jogadores experientes que haviam brilhado na Internazionale triplamente campeã (campeonato italiano, Copa da Itália e Liga dos Campeões da UEFA, feito inédito na Itália) na recém-finalizada temporada 2009/10, Javier Zanetti e Esteban Cambiasso, bem como a jovens de renome como Fernando Gago e Ezequiel Lavezzi. Não esqueceu, todavia, dos surpreendentes heróis da classificação argentina - o veterano atacante Martín Palermo (autor do gol da vitória nos acrécimos sobre o Peru, na penúltima partida, minutos após o gol de empate peruano em pleno Monumental de Núñez) e o zagueiro Mario Bolatti (autor do único gol no confronto direto contra o Uruguai, na última partida), bem como de Jonás Gutiérrez, que vinha de uma campanha com o Newcastle United na segunda divisão inglesa.
Na disputa da Copa do Mundo de 2010, teve um bom começo, obtendo três convincentes vitórias em três jogos (contra Nigéria, Coreia do Sul e Grécia) na fase de grupos e tendo em Gonzalo Higuaín um dos artilheiros do mundial. Nas oitavas-de-final, a Argentina obteve grande vitória sobre o México, ganhando a oportunidade da revanche contra a Alemanha, novamente nas quartas. Porém, a competição voltou a se encerrar para os argentinos nesta fase, em derrota pelo inesperado placar de 0 x 4.
No dia 27 de julho, foi confirmado que não mais continuaria no comando da equipe.[66]

[editar] Como personagem em mídias

Em 1982, Maradona, ainda antes de consagrar-se mundialmente, manifestou seu desejo em ter um personagem de história em quadrinhos idealizado nele, inspirado no sucesso da Turma do Pelezinho, de Mauricio de Sousa.[67] Seu desejo chegou ao próprio Mauricio e um encontro entre os dois foi marcado na concentração da Seleção Argentina, às vésperas da Copa do Mundo da Espanha.[67] Empolgado, Maradona chegou a fazer o próprio rascunho do personagem que imaginava, pediu a Mauricio que o nome fosse "Dieguito" em vez de "Maradoninha", e contou ao desenhista passagens de sua infância que pudessem render histórias.[67]
Mauricio saiu da Argentina com inspiração para um turma composta por outros onze personagens, dentre os quais Vaquita e Flaquito.[67] Séries de tiras inteiras para jornais, revistas e mesmo um desenho animado foram produzidas, mas acabaram engavetadas constantemente:[67] inicialmente, por conta da saída de Maradona para o Barcelona, ainda naquele ano, o que obrigou Mauricio a mudar alguns planos, com a previsão de que a Turma do Dieguito chegasse ao público argentino em 1984.[67] Todavia, naquele ano o jogador trocou novamente de clube, indo para o Napoli, obrigando novo atraso.[67] As notícias do envolvimento de Maradona com as drogas e outras polêmicas de sua vida pessoal acabaram fazendo Mauricio desistir de vez do personagem, lamentando: "Pela natureza dos problemas de Diego, resolvemos congelar o projeto. Coloquei tudo dentro de uma gaveta e nunca mais abri. Entreguei tudo para a mulher dele. (...) Dieguito poderia, quem sabe, ter dado um rumo diferente à vida de Maradona".[67]
Ainda assim, em 2005, o personagem Dieguito foi brevemente utilizado no programa televisivo de Maradona, La Noche del Diez, no dia em que Pelé foi entrevistado. Em uma animação, ele joga bola com Pelezinho, tal qual seus inspiradores fariam no programa.[67] Ficou a promessa de que Dieguito voltaria a ser utilizado, para campanhas de responsabilidade social.[67]
Ainda em 2005, foi lançado "Amando a Maradona - Una película sobre el amor incondicional", videotributo de Javier Vázquez que reúne imagens pouco conhecidas, testemunhos de pessoas próximas a Diego, de adeptos da Igreja Maradoniana e de diversos outros fãs.[3] O cartaz do filme mostra uma Seleção Argentina composta por onze Maradonas, com rostos que correspondem a distintas épocas de sua vida.[3] Em 2008, outro documentário biográfico sobre o ex-jogador foi lançado: "Maradona by Kusturica", produzido pelo cineasta sérvio Emir Kusturica.
O cantor franco-espanhol Manu Chao é outro que já homenageou Maradona, tendo composto duas músicas para o ídolo: "Santo Maradona" e "La Vida Tombola", esta última pertencendo à trilha sonora do filme de Kusturica.[68]

[editar] Títulos

  • Mundial Sub-20 (1979)
  • Campeonato Argentino (1980-81)
  • Copa do Rei (1982-83)
  • Copa do Mundo (1986)
  • Campeonato Italiano (1986-87)
  • Copa da Itália (1986-87)
  • Copa da Uefa (1988-89)
  • Campeonato Italiano (1989-90)
  • Supercopa da Itália (1991)

[editar] Artilharias

  • Campeonato Metropolitano Argentino (1978, 1979 e 1980)
  • Campeonato Nacional Argentino (1979 e 1980)
  • Campeonato Italiano (1987-88)
  • Copa da Itália (1987-88)

[editar] Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t "Ele podia mais que os outros", Especial Placar - Os Craques do Século, novembro de 1999, Editora Abril, págs. 7-8
  2. "Pelé x Maradona", Martín Mazur, FourFourTwo, número 6, abril de 2009, Editora Cádiz, págs. 24-27
  3. a b c "Diego eterno", Elías Perugino, Placar número 1291, fevereiro de 2006, Editora Abril, pág. 40
  4. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at "Por que Pelé e Maradona não sossegam?", Especial Placar Retrospectiva 2004, número 1277-A, dezembro de 2004, Editora Abril, págs. 56-61
  5. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc YALLOP, David A. Como eles roubaram o jogo - segredos dos subterrâneos da FIFA. São Paulo: Record, 1998. ISBN 85-01-05448-8
  6. a b c d e f g h i j k l "Ele não se cala", Elías Perugino, Placar número 1315, fevereiro de 1999, Editora Abril, pág. 72-77
  7. a b c d "O (pen)último tango", Antonio Vicente Serpa, ESPN, número 1, novembro de 2009, Ed. Spring, págs. 42-47
  8. a b "Bicho maníaco", Carlos Irusta, El Gráfico, número 4398, maio de 2010, págs. 118-121
  9. a b c d e "Dois campeões por ano", Anuário Placar 2003, Editora Abril, págs. 702-704
  10. a b c d e f g h i j k "10 - El Diego", Boca - the book of xentenary, 1º ed. Buenos Aires: Planeta, 2005, pp. 176-189
  11. a b c d e "The return of El Diez", Boca - the book of xentenary, 1º ed. Buenos Aires: Planeta, 2005, pp. 222-224
  12. "What a great party!", Boca - the book of xentenary, 1º ed. Buenos Aires: Planeta, 2005, p. 89
  13. a b c d e f g h i j k l m "Vou para onde sou rei", Leonardo Bertozzi, Trivela nº 37, março de 2009, Trivela Comunicações, págs. 52-53
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  17. "Italy Championship 1987/88", Maurizio Mariani, RSSSF
  18. a b "A Inter que venceu e convenceu", Ubiratan Leal, Trivela.com
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  20. "Meus vizinhos são o terror", Placar número 1341, abril de 2010, Editora Abril, págs. 186-187
  21. "Com que roupa... Boca Juniors, Ubiratan Leal, Balípodo.com.br
  22. "1994-1995 Boca Juniors (Home e Away)", Eroj, Kit Desing
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  26. "Aposentados", FourFourTwo, número 1, novembro de 2008, Editora Cádiz, págs. 45
  27. http://www.uniad.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2500:saiba-os-efeitos-que-a-cocaina-causa-no-corpo-de-um-atleta&catid=29:dependencia-quimica-noticias&Itemid=94
  28. http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/0,,MUL840754-9842,00-MARADONA+TITULOS+DROGAS+E+POLEMICAS.html
  29. http://www.futebolnews.com/home/especiais_jog_maradona2.asp
  30. http://esportes.terra.com.br/futebol/copa/2010/noticias/0,,OI4484604-EI15645,00-Maradona+foi+o+ultimo+a+ser+flagrado+no+antidoping+em+Copa.html
  31. http://www.jornalnh.com.br/site/esportes/internacional,canal-14,ed-101,ct-1121,cd-264583,MARADONA+FOI+O+ULTIMO+A+SER+FLAGRADO+NO+ANTIDOPING+EM+COPAS+DO+MUNDO.htm
  32. http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,maradona-comenta-sobre-agua-envenenada-na-copa-de-90,90499,0.htm
  33. http://www.lancenet.com.br/selecao/noticias/09-09-03/611524.stm?futebol-relembre-o-caso-da-agua-batizada-na-copa-de-90
  34. http://esportes.terra.com.br/interna/0,,OI480457-EI2260,00.html
  35. a b c d e f g "Diego Armando Maradona - International Appearances", José Luis Pierrend, RSSSF
  36. a b "Vos sí, vos no", Eduardo Bolaños, El Gráfico, número 4397, abril de 2010, págs. 56-60
  37. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v "Los mundiales de Diego", Diego Borinsky, El Gráfico, número 4398, maio de 2010, págs. 24-30
  38. "Meu 11 perfeito", FourFourTwo, número 1, novembro de 2008, Editora Cádiz, págs. 82
  39. "O grande capitão", Especial Placar - Os Craques do Século, novembro de 1999, Editora Abril, pág. 30
  40. DVD Placar Coleção Grandes Craques - Zico, o Galinho de Ouro do Brasil
  41. "Pfaff: Carismático guardião", Rafael Martins, Trivela.com
  42. "A saga de Alemanha e Argentina nas Copas", Fábio Altmann, Veja.com
  43. a b "História de um sufoco albiceleste", Mayra Siqueira, Trivela.com
  44. a b "Despedida de Maradona", Eroj, Kit Design
  45. "Produto típico argentino", Flávia Ribeiro, Placar número 1311, outubro de 2007, Editora Abril, págs. 56-61
  46. "A dura herança de Don Diego", Elías Perugino, Placar número 1322, setembro de 2008, Editora Abril, págs. 72-77
  47. "Sucessores de Maradona", Felipe Lobo, Trivela.com
  48. "Redondo: o 'príncipe de Madrid'", André Melsohn Dayan, Trivela.com"
  49. a b c "Êpa, Diego: a lei de Gérson é nossa!", Felipe Zylberstajn, Placar número 1280, março de 2005, Editora Abril, págs. 56-59
  50. a b c d "E Diego mudou da água para o vinho...", Maurício Ribeiro de Barros e Marcelo Monteiro, Placar número 1290, janeiro de 2006, Editora Abril, pág. 76
  51. "Maradona - uma foto, uma esperança", Maurício Ribeiro de Barros, Placar número 1283, junho de 2005, Editora Abril, pág. 16
  52. Maradona recebe Xuxa em seu programa de TV na Argentina Folha Online
  53. "Esse é o (genro do) cara", Marcela Mora y Araujo, FourFourTwo, número 1, novembro de 2008, Editora Cádiz, págs. 46-49
  54. Maradona teve "desajuste com bebida, cigarro e comida", diz Cahe
  55. a b c "Diego vive", Placar número 1314, janeiro de 2008, Editora Abril, pág. 65
  56. Maradona assume a seleção argentina VEJA.com. 2008.
  57. Maradona é o novo técnico da seleção argentina UOL Esporte.
  58. a b c d e "As razões de Román", Antonio Vicente Serpa, Trivela número 40, junho de 2009, Trivela Comunicações, págs. 42-43
  59. ALLIATTI, Alexandre. Histórico: Argentina bate Uruguai, vai à Copa e manda rival para repescagem Globoesporte.com
  60. Maradona desabafa após classificar Argentina para Copa iG Esporte.
  61. "ARGENTINA: Desorganizada, mas favorita", Felipe Lobo, Trivela.com
  62. Maradona completa um ano no comando da seleção argentina Abril.com.
  63. "Que la chupen!", Elías Perugino, Placar número 1336, novembro de 2009, Editora Abril, pág. 22
  64. Maradona leva suspensão de dois meses da Fifa
  65. "Marador", Edgardo Martolio, ESPN, número 1, novembro de 2009, Ed. Spring, pág. 47
  66. AFA confirma que Maradona não é mais o técnico da Argentina. Globoesporte.globo.com (27 de julho de 2010). Página visitada em 27 de julho de 2010.
  67. a b c d e f g h i j "Craque na gaveta", Carlos Eduardo Freitas, Trivela número 25, março de 2008, Trivela Comunicações, págs. 62-63
  68. "Manu Chao não para de homenagear Maradona", LazerMúsica

[editar] Ligações externas



Maradona - (the Original)

Tributo a Maradona

Maradona - (Gambeta)

Diego Armando Maradona - (El Pibe de Oro)


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