«Festas em honra de Nossa Senhora da Hora
Abrir as portas da fé
Pároco da Senhora da Hora, Amaro Gonçalo, sucedeu a Fernando Rosas, e vive, pela primeira vez, este ano, as Festas em Honra de Nossa
Senhora da Hora.
Amaro Gonçalo Ferreira Lopes nasceu a 28 de Fevereiro de 1966 em Eiriz, Paços de Ferreira.
Licenciado em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto, com a Tese de Licenciatura: «A Igreja Local à luz das sete Cartas do Apocalipse».
O novo pároco da Senhora da Hora possui uma Pós-Graduação em Educação da Sexualidade, pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa, em Braga.
Foi ordenado presbítero no dia 14 de Julho de 1991 na Catedral do Porto.
Foi pároco de Amarante (S. Gonçalo) e São Veríssimo desde 18 de Outubro de 1992 até ser nomeado pároco de Nossa Senhora da Hora, concelho de Matosinhos, a 30 de Julho de 2008.
O padre Amaro Gonçalo Ferreira Lopes assumiu a 21 de Setembro do ano passado o lugar de Fernando Rosas, agora pároco de S. Pedro da Cova, por decisão do Bispo do Porto, D. Manuel Clemente.
O “Matosinhos Hoje” conversou com o novo pároco sobre as Festas em honra de Nossa Senhora da Hora. O padre Amaro Gonçalo falou sobre os desafios e potencialidades da comunidade que lidera.
Matosinhos Hoje- Está há cerca de seis meses na paróquia da Senhora da Hora. Como tem sido essa experiência?
Amaro Gonçalo- Tem sido uma experiência interessante. Constitui para mim um desafio, porque eu vinha de uma área menos urbana. Por outro lado, a experiência de 16 anos já me facilita um pouco a adaptação, mas tenho me sentido bastante bem.
MH- Como foi recebido pela população?
AG- Fui muito bem recebido pela população. Acho que a comunidade fez uma adaptação, revelou uma caridade eclesial e até pastoral nesta transição. Pensei que ia ser pior. Pensei que ia ser mais difícil curar algumas feridas, mas penso que tem sido uma transição pacífica.
MH- Como foi feita a preparação das Festas em honra de Nossa Senhora da Hora?
AG- O meu antecessor, também fruto da experiência que tinha neste campo, sugeriu e criou uma Associação das Festas da Senhora da Hora para dar mais credibilidade e viabilidade económica e financeira a estas festas. Quando eu cheguei, a associação estava criada, pelo menos do ponto de vista turístico, e tratou-se de acorda-la do ponto de vista funcional. A Associação tem funcionado muito bem. Tem um grupo de homens, e também uma mulher, bastante comprometidos, a apoiar-me, mais directamente o Sr. Jaime Dinis, que tem vontade e disponibilidade, que tem colaborado bastante bem.
Eu sozinho, Deus me livre! Primeiro, porque eu não tinha a noção mínima das festas. Até me surpreende este tipo de festas neste tipo de enquadramento urbanístico. É uma coisa que eu não contava. O trabalho tem sido relativamente facilitado para mim. Não para a Associação que tem muitas coisas em que pensar.
MH- Optou por manter uma tradição que foi recuperada há meia dúzia de anos pelo seu antecessor. É importante manter a Bênção das Grávidas?
AG- Eu acho que é uma boa tradição. Às vezes, nós perdemos o sentido das coisas. Quando se fala em Nossa Senhora da Hora, na tradição popular, isso está relacionado, sobretudo com as mulheres e a hora do parto, embora biblicamente, a Senhora da Hora tenha a ver com outra coisa. Tem a ver com aquele momento em que Jesus, nas Bodas de Canã, diz: “Maria, ainda não chegou a minha Hora”. Essa hora, no Evangelho de S. João, é a Hora da Morte, e da Ressurreição, a Hora da Glorificação, a que Maria está também associada.
Depois, a hora é também a hora do parto, da Boa Hora, da partida. Creio que o padre Rosas entendeu recuperar esta bênção, que é litúrgica, oficialmente reconhecida e penso que foi uma boa ideia. É de manter, porque também é preciso estimular a maternidade e é preciso reconhecer e celebrar a maternidade. É um valor hoje muito em baixa. Estamos a passar por um inverno demográfico acentuado. É um gesto bonito de que a Igreja valoriza a vida e que tem um apreço especial. De certo modo, vê em cada mulher grávida a imagem de Maria que dá luz ao filho. É uma espécie de reedição constante do Mistério da Reencarnação.
MH- Outro dos pontos altos das Festas em honra de Nossa Senhora da Hora é a procissão das velas que, todos os anos, muda o seu percurso, procurando chegar a outros locais da freguesia. É um momento de reflexão?
AG- A procissão é uma tradição judaica. Se formos à Sagrada Escritura, vemos que o povo de Israel é um povo peregrino. O próprio Jesus foi em peregrinação a Jerusalém desde pequeno. A peregrinação define o homem em viagem, do homem que está em demanda, do homem que vem de Deus e caminha para Deus. A peregrinação é algo de constitutivo da nossa matriz crente. Somos pessoas que estamos a caminho.
Por outro lado, havia aqui uma boa tradição de percorrer espaços não percorridos, andar por mares nunca dantes navegados, no sentido de fazer chegar as pessoas de um lado ao outro, de irem conhecendo a freguesia, de irmos marcando presença, marcando território por zonas diferentes. O objectivo é chegar aonde não temos chegado.
MH- Já tinha ouvido falar das Festas da Senhora da Hora?
AG- Sim, essa evocação da Senhora da Hora, da tradição da água, são reminiscências que eu tenho da minha infância, no tempo em que se valorizavam muito as festas populares, que eram um palco de encontro das pessoas. Não havia shoppings nem cafés com a abundância que há hoje. Curiosamente, é de reflectir, do ponto de vista antropológico, porque é que ainda hoje as pessoas, mesmo com esses espaços novos, não se desligaram destas convivências. Porque elas correspondem a qualquer coisa de genuíno da pessoa. Aquilo que não corresponde à pessoa humana, desaparece mais dia menos dia.
Mesmo com todo este progresso, vê-se que as pessoas ainda gostam destes espaços, de se encontrarem, de se verem na rua. Parece que é uma espécie de transgressão. A pessoa precisa de festa. O homem é também um ser lúdico e precisa da festa para se exteriorizar e até para ser ele mesmo, porque fora dos constrangimentos sociais em que habitualmente nos movemos, a festa deixa-nos ser mais nós. Sem tanta etiqueta sem tanto formalismo. Sem disfarce. Depois a festa também tem qualquer coisa de excessivo. O excesso também uma necessidade. Nós precisamos de nos transcender, de nos ultrapassar. Isto acaba por ser regulador do nosso equilíbrio enquanto personalidade, enquanto comunidade. As festas estabilizam, de certo modo, as nossas tensões sociais.
MH- A Senhora da Hora é uma vila muito urbanizada. À volta da Igreja existem shoppings, apartamentos, rede de metro. É difícil manter uma certa “sanidade” no meio desta confusão diária?
AG- Eu confesso que estranho muito. Eu saía da Igreja e tinha um café à frente, com uma praça, com gente. Aqui, a própria Igreja está também um pouco deslocada daquilo que era o centro original da vila. Eu sinto-me um pouco isolado. Agora, tem outras coisas boas, tem o Parque do Carriçal, tem espaços verdes, tem acessos fáceis. As pessoas procuram essa sanidade mental, espiritual, também na comunidade cristã.
MH- Mas, nos últimos anos, muita gente veio de fora para a Senhora da Hora. Houve uma transformação da própria comunidade...
AG- Sim, mas a comunidade está muito identificada com as pessoas originárias de cá. Não vejo que esta avalanche, este êxodo rural, para a Senhora da Hora tenha dilatado a comunidade. A comunidade mantém-se num pequeno núcleo, que se mantém fiel às suas raízes e que vive aqui a sua fé. Mas, de facto, precisávamos de dilatar o coração da comunidade e de nos expandirmos mais missionariamente. É uma das teclas onde tenho insistido desde que cheguei. Temos uma pastoral orientada para os praticantes, para os que vêm, mas com pouca abertura para os que não vêm. Precisamos de abrir aos pagãos a porta da fé. Esta ponte está muito pouco feita. Precisamos de crescer em espírito de missão. Esse é um grande desafio. É uma comunidade com muitas potencialidades humanas.» in http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=415&id=21395&idSeccao=3199&Action=noticia
Senhora da Hora
«A Senhora da Hora é uma freguesia portuguesa do concelho de Matosinhos, com 3,80 km² de área e 26 543 habitantes (2001). Densidade: 6 985,0 hab/km².
Patrimonio
* Casa e Quinta de São Gens ( incluindo terreno e jardim)
* Monumento dos Centenários
* Casa Sapage
* Quinta do Viso
* Efanor (recentemente demolida)
* Estação da CP (Senhora da Hora)- (Estação de Passageiros mais Barracão* do Carvão)
* Barracão: Ardeu na noite de 3ª feira 13 de Março de 2007, ficando completamente destruido.
Historia
Criação da Freguesia
De todas as freguesias de Matosinhos, a que foi criada mais recentemente é a freguesia da Senhora da Hora.
Em 1514, Aleixo Francisco mandou construir uma capela: a capela de Nossa Senhora da Hora. Estavam, assim, lançadas as sementes para a Festa da Senhora da Hora que, durante séculos, e ainda actualmente, trouxe a esta povoação romeiros de toda a região norte, tal era, e é, a devoção à Santa.
Em 1893, perto da já referida capela, foi construída a famosa «Fonte das Sete Bicas», sobre a qual muitas tradições existem.
É, pois, neste lugar, que se foi criando a povoação da Senhora da Hora. Povoação esta que, em 1836, foi elevada a sede do concelho de Bouças e três anos mais tarde a Vila de Bouças.
Assim se manteve com tão importante estatuto até 1853, ano em que foi criada a Vila de Matosinhos, para onde foi transferida a sede do concelho.
A Vila de Bouças volta então a ser o pequeno e simples lugar da Senhora da Hora, não conseguindo sequer ser freguesia.
Face ao aumento da população, à área ocupada e à industrialização do lugar, no diário do Governo n.º 131-I Série-de 14/06/1933, foi publicado o Decreto de Lei n.º 22:677, que criou a Freguesia da Senhora da Hora, do Concelho de Matosinhos, do Distrito do Porto. Para a concretização do processo para a elevação a Freguesia desta povoação, muito contribuiu e se esforçou o membro substituto da primeira Comissão Administrativa desta Junta, senhor Dr. Rogério Paes da Cunha Prelada, médico, muito carinhoso para com os pobres, o qual foi alvo duma singela mas significativa homenagem de reconhecimento, realizada aquando da passagem do 1º Aniversário da referida elevação (14/06/1934).
Elevação á categoria de vila
No Diário da República n.º 193-I Série-de 23/08/1986, foi publicada a Lei nº. 28/86, que no seu Artigo 2º, alínea b),eleva a povoação da Senhora da Hora à categoria de vila. A iniciativa da proposta para a publicação desta lei deve-se aos membros do Grupo Parlamentar do PPD/PSD, com assento na Assembleia da República, nas pessoas dos senhores deputados Eng. Domingos Silva Sousa, Arlindo da Silva, André Moreira e outros, do Executivo da Junta, da Assembleia de Freguesia, da Câmara Municipal de Matosinhos e, finalmente, da própria Assembleia da República, cujos órgãos envidaram esforços nesse sentido e foram unânimes em reconhecer que a Senhora da Hora era merecedora de tal distinção face à evidente forma sintomática e inequívoca dos pressupostos exigidos para a sua ascensão a esta categoria.
Stiuação Geografica
Freguesia situada a Norte de Portugal, no distrito do Porto, a três quilómetros, a Este do centro da sede do Concelho de Matosinhos, tendo como confrontos as seguintes freguesias, a Norte, Custóias e Guifões; a Leste, S. Mamede Infesta; a Oeste, Matosinhos; a Sul, Ramalde e Aldoar, sendo estas duas últimas, da cidade do Porto.
Area Geografica
Após a publicação do decreto-lei n.º 31933 no Diário do Governo-I Série-N.º 66, de 21 de Março de 1942, que estabelece os seus limites, a sua área geográfica comum da Freguesia da Senhora da Hora ficou definida em 380 hectares.
Demografia
A população de facto, ou presente, e a estimada é a seguinte: Censos (ano de 1991) = 19608 habitantes; Recenseamento Eleitoral (1997) = 17482 recenseados; Estimada (+/-) = 27500 habitantes.
Criação do Brasão, Bandeira e Selo Branco da Freguesia
Da autoria do membro do executivo desta Junta, já falecido, Sr. Carlos Alberto da Silva Costa (APU), foi apresentado em 1981 um esboço do desenho do brasão e da bandeira para apreciação o qual, depois de sofrer várias alterações, foi aprovado em 04/02/1982, tendo sido submetido a ratificação da Assembleia de Freguesia em 29/03/1982, e em 10/10/1991, foi solicitado o parecer à Comissão de Heráldica, a qual deu o seu parecer em 06/02/1995,nos termos da lei nº53/91, de 7 de Agosto, introduzindo-lhe novas alterações, as quais foram executadas pelo Sr. Dr. José Luís Guedes Barreira, residente em Rio Tinto, que anuiu gentil e graciosamente ao nosso pedido. Em 21/02/1995, o parecer da Comissão de Heráldica dos Arqueólogos Portugueses foi aprovado pela Junta e em 27 de Abril de 1995 pela Assembleia de Freguesia. Em 20 de Março de 1996, na página 5079, do diário da república - III serie -Nº68-, foi publicado o edital que torna público a aprovação definitiva do Brasão, Bandeira e Selo Branco desta Junta de Freguesia.
Brasão, Bandeira e Selo Branco
Brasão: Escudo de prata, chafariz de azul, com alçado com sete bicas dispostas em faixa, donde corre água; em orla, uma grinalda de folhas de planta, de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: "SENHORA DA HORA". O chafariz conhecido pela Fonte das Sete Bicas, constitui o verdadeiro "ex-libris" desta terra sendo local de um antiquíssimo culto aquífero, representando de azul numa alusão à lealdade e nobreza das suas gentes.
Bandeira: Esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro. O verde recorda a mancha verdejante de outrora, sendo o esmalte da abundância, da esperança e da liberdade. A prata, de branco por se tratar de tecido, representa o seu subsolo rico em caulinos e granitos, significando a riqueza do trabalho executado e a humildade com que é desenvolvida.
Selo Branco: Circular, com as peças do escudo sem a indicação de cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda: "Junta de Freguesia da Senhora da Hora - Matosinhos".
Das Velhas Capelas à Nova Igreja
Capela de Nossa Senhora da Hora
Foi mandada construir em 1514, no Monte do Viso, no local chamada Mãe de água , pelo mareante matosinhense Aleixo Fernandes que , como sua , a administrou por um período de 30 anos. A partir de 1544 passou ser dirigira por devotos até que, em 1705, assumiu a sua gerência, Romualdo de Almeida Cabral, sargento-mor dos Terços Auxiliares da Cidade do Porto , tendo-lhe sucedido Miguel de Almeida. A citada Capela da Senhora Hora, contém uma torre sineira e um relógio e está situada na Avenida com o mesmo nome.
Capela Antiga
Está localizada nas traseiras da Capela da Senhora da Hora, bastante envelhecida pelo tempo, com uma porta virada para a Avenida e da qual se ignora o seu orago, mas que o povo vulgar e popularmente lhe chama Capela da Senhora da Penha. Em 1995, por louvável iniciativa paroquial, iniciaram-se umas obras de recuperação desta Capela, cujo Templo data do século XVI e que possuí um altar em estilo barroco sanjoanino, e se encontrava ao completo abandono e a ameaçar ruína.
Nova Igreja
Perante o insuficiente espaço físico da Capela para acomodar os fiéis no seu interior, foram congregados esforços e surgiram enormes boas-vontades que animaram e incentivaram o seu Pároco - Rev. António Gonçalves Porto - a construir uma nova igreja. Da comissão de Angariação de fundos «P’rá Nova-Igreja» destaca-se, entre outras, a figura da D. Ana da Mota Mendonça nobre senhora que acabou por se salientar como sendo a maior benfeitora da obra. Assim, em 2 de Maio de 1953, o Bispo do Porto, Sr. D. António Ferreira Gomes, benzeu, solenemente, a primeira pedra, cujo projecto de arquitectura moderna, da autoria do Arquitecto Paulo Sampaio, foi acompanhado e orientado pelo Prof. Eng.º Barbosa de Abreu. Cinco anos mais tarde, em Maio de 1958, era inaugurada, pelo mesmo Bispo que lançou a primeira pedra, a Cripta. A 11 de Fevereiro de 1963, o Padre António Gonçalves Porto, benzeu a nova igreja e, por coincidência, celebrava a primeira missa a assinalar o sétimo dia do falecimento daquela que foi a sua grande entusiasta e benfeitora - D. Ana da Mota Mendonça. Em 1968, nas celebrações do cinquentenário da paróquia com a sagração do altar-mor, foi concluída a nova Igreja. Posteriormente foi construído, nas traseiras da Igreja, um edifício destinado ao Salão Paroquial, com diversos gabinetes para os seus serviços administrativos de apoio às actividades eclesiásticas e de guarda das alfaias religiosas.
Orago e Festa Anual
Nossa Senhora da Hora (Padroeira da Freguesia). Dia (móvel) da festa anual: 5ªFeira da Ascensão.
A Senhora da Hora, depois de ter sido elevada á categoria da Freguesia, viu difundir-se extraordinariamente a devoção à sua padroeira, cuja reputação ultrapassou as próprias fronteiras e das terras mais distantes do país ocorriam inumeráveis peregrinos à ermida para deporem aos pés da Virgem dos Milagres as ofertas prometidas em horas aflitivas. No aprazível recinto fronteiro à Capela, os vendeiros e feirantes erguiam as suas improvisadas tendas e os donos dos engenhos recreativos estendiam as suas máquinas de diversão, cavalinhos, aviões, carroceis etc., que alegravam os romeiros. As moças, por sua vez, bebiam a água "milagrosa" da Fonte das Sete Bicas, que tem um caudal com uma pujança, assombrosa, mas sem virtude alguma, ficando convictas de que isso lhes garantiria para breve o almejado matrimónio. A referida ponte foi construída no ano de 1893, sem quaisquer características arquitectónicas que mereçam especial referência, onde tem esculpidos, em baixo relevo, os seguintes dizeres:
"1893
aqui apareceo Nossa Senhora
da Ora louvado seja o
Santíssimo Sacramento"
Por sua vez as mães, no dia da festa, no momento da elevação das hóstias e calix da missa, davam a beber aos seus filhos pequenos, um "remédio", de fabrico caseiro, com a suposta virtude de os imunizar das maleitas epilepsia ou da gota. no final da cerimónia e depois de darem três voltas á capela, os familiares da crianças e a maioria dos romeiros, iam felizes, com a cesta do farnel expandir a sua alegria e "matar a fome" provocada por tão longa jornada, levando no seu espirito folgazão a vontade de voltar no ano seguinte. Nos dias de hoje e desde há uns anos atrás, a romaria da Senhora da Hora deixou de ter o brilhantismo de outrora caindo em profundo desuso por parte dos romeiros que todos os anos a visitaram dando-lhe enorme vivacidade e grande brilhantismo, o que nos leva a pensar que dentro de alguns anos, a continuar o desinteresse e a desmotivação, esta apenas se limitará às festividades religiosas em honra da padroeira, pelo que se perderá, irremediavelmente, toda a tradição de grande romaria. a falta de espaço físico para a montagem das diversões, a inexistência de raiz da nova população , os enormes encargos financeiros com a sua realização, da proximidade de data com inicio das festas ao Senhor de Matosinhos e o desinteresse dos agentes económicos e dos habituais promotores das festividades, são as causas mais directas que inviabilizam a realização de uma festa digna e que outrora tanto prestigio teve.
Pontos de Interesse
* Igreja Velha
* Igreja Nova
* Capela da Senhora da Penha
* Capela da Senhora da Penha de França
* Fonte e Capela das Sete Bicas
* Monumento dos Centenários
* Casa Sapage
* Quinta do Viso
* Efanor (recentemente demolida)
* Estação da CP - Estação de Passageiros mais Barracão* do Carvão; é agora uma estação do Metro do Porto
* Barracão: Ardeu na noite de 3º feira 13 de Março de 2007, ficando completamente destruido.
* Escola eb 2/3 da Senhora da Hora
Parque de Jogos Manuel Pinto De Azevedo e Centro Cultural (também conhecido por Físicos)
Este parque desportivo surgiu mercê da tutela da Empresa Fabril de Norte após a criação do Clube de Desportos e Educação Física do Norte em 1 Março de 1948, tendo saído da enorme boa- vontade de servir o desporto amador nas modalidades de Basquetebol, Voleibol Hóquei em Patins, Ténis de Mesa , Ciclismo , Boxe, e, mais tarde, o Andebol de sete no qual se destacam os nomes dos seus apaniguados e saudosos dirigentes fundadores, senhores Eng. Alberto Mendonça e José da Silva Santos, ( grande entusiasta do basquetebol ), os quais tiveram boa receptividade e acolhimento por parte da administração daquela conceituada empresa têxtil, destacando nesta os senhores Manuel Pinto de Azevedo, o Eng. Luís Delgado dos Santos e o Sr. João Mendonça, os quais apadrinharam a ideia e lhe deram corpo, tendo decidido mandar construir, num terreno de sua pertença, situado no gaveto da Av. Fabril do Norte com a Rua de Lagos, desta freguesia, um magnífico campo de jogos ao ar livre, com um campo rectângulo com as medidas de 40x20 metros, uma bancada com cerca de 1200 lugares sentados, balneários, sanitários e um edifício para a sede social do referido clube, que chegou a ter mais de 650 associados, cujo complexo social e desportivo, projectado pelo Sr. Arq. José Oliveira, foi inaugurado em 1 de Maio de 1952 e ao qual foi dado, mais tarde, o nome do saudoso benemérito, Sr. Manuel Pinto de Azevedo, destinando-se o mesmo para convivência e sã camaradagem dos seus trabalhadores (que eram cerca de 2100), através da prática do desporto, o qual, durante bastantes anos, foi considerado como sendo um dos mais prestigiados clubes nas modalidades praticadas pelos seus briosos atletas, designadamente de basquetebol, que chegou a conquistar o título de campeão nacional da II.ª divisão, de Hóquei em Patins e outras, tendo contribuído com alguns dos seus atletas, destas modalidades, para as nossas selecções distritais e nacionais. Mais tarde, em meados da década de 80, em consequência das dificuldades económico-financeiras da Empresa e por várias questões multifacetadas da vida portuguesa, a mesma decidiu alterar o seu contexto sócio-económico procedendo à venda dos seus terrenos, em cujo processo entrou em negociações a Câmara Municipal de Matosinhos, tendo ficado assente que o terreno e as instalações do complexo desportivo do Educação Física do Norte ficaria da posse do Município, a qual, por sua vez, decidiu, em 28/03/84, que a administração das instalações da sede passassem para a alçada da Junta de Freguesia da Senhora da Hora, extinguindo-se, desta forma, o tão prestigiado e saudoso Clube (Físicos, como era conhecido), dando lugar, mais tarde, as suas modelares mas já degradadas instalações, à continuação da prática desportiva de manutenção física e, o edifício da sede social, para a ministração de aulas de ginástica, ballet e de Karaté, após benfeitorias de obras de construção civil então efectuadas. Posteriormente, a Junta de Freguesia, decidiu mandar remodelar o complexo desportivo, dotando com dois courts de ténis, um novo ringue desportivo, dois novos balneários de apoio, novo sistema de aquecimento de águas para os banhos, cujos melhoramentos foram inaugurados em 28 de Outubro de 1989 e, em Maio de1992, foi inaugurada a nova luz artificial nos courts de ténis e nos ringues desportivos e ainda um parque infantil, o que se traduz num apreciável esforço financeiro da autarquia local a bem do desporto e da cultura. Dentro deste espírito sócio cultural e aproveitando as estruturas existentes, a junta deliberou também remodelar as instalação da antiga sede, criando-lhe, no seu interior, com alargamento para a parte posterior, um novo bloco para balneário, destinado à comodidade dos praticantes das já referidas modalidades, denominando as instalações como de "Centro cultural da Senhora da Hora".
Museu de Jazigos Minerais Portugueses
Sediado nas instalações do Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro, este espaço museológico apresenta uma das melhores e mais representativas colecções nacionais das principais jazidas minerais portuguesas.
Da pirite alentejana ao volfrâmio da Panasqueira, passando por muitos outros jazigos minerais, como o ouro de Jales ou o urânio da Urgeiriça, este museu presta uma particular atenção à vizinha exploração de Caulino da Senhora da Hora.
Além dos exemplares de minerais, este espaço museológico apresenta também alguns achados arqueológicos, testemunhos da actividade mineira no nosso País, através dos tempos.
Museu Vivo do Milho e do Linho
(Rancho Folclórico Paroquial do Padrão da Légua)
Concelho predominantemente rural até finais do Séc. XIX, Matosinhos lançou bem fundas as raízes da sua génese e desenvolvimento na prática e vivência agrícola. Marcando o ritmo de praticamente toda a população, as sementes, a vindima, as feiras agrícolas, as desfolhadas do milho ou a espadelada do linho assinalavam diferentes épocas do ano. Do mesmo modo que a ordenha das vacas, as regas, a confecção das alfaias ou o levar dos animais ao pasto ritmou o dia-a-dia do concelho durante séculos. As profundas implicações económicas, sociais e culturais deste modo de vida não deixaram de se reflectir, nas tradições etnográficas e no património histórico-cultural do concelho.
Desde os anos 80 que a preservação desta importante componente da nossa Memória Colectiva vem sendo incentivada e desenvolvida pelo Rancho Folclórico Paroquial do Padrão da Légua. Um programa em torno do milho (do cultivo à confecção de pão), permitiu um levantamento exaustivo das diferentes fases do trabalho, das tradições associadas a esta prática agrícola, e uma significativa recolha de alfaias e de outros elementos da cultura material ligados ao seu cultivo e tratamento.
O resultado desse programa e recolhas originou uma significativa colecção que encontra agora, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, um espaço para a sua permanente exibição pública.» in http://www.matosinhoshoje.com/index.asp?idEdicao=415&id=21395&idSeccao=3199&Action=noticia