Mostrar mensagens com a etiqueta Cidade de Lisboa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Cidade de Lisboa. Mostrar todas as mensagens

01/11/24

Cidade de Lisboa - Naquela manhã, por volta das 9h30, os lisboetas ouviram um som estranho, descrito por Davy como um “estrondo distante” vindo de baixo da terra.



«Terramoto de 1755 foi há 269 anos: Como o desastre redefiniu a cidade e o pensamento filosófico europeu

A 1 de novembro de 1755, há 169 anos, Lisboa viveu uma manhã que parecia perfeita. Como recordou o reverendo Charles Davy, um estrangeiro residente na capital portuguesa, o céu estava “perfeitamente sereno e claro”. Às primeiras horas do Dia de Todos os Santos, muitos lisboetas reuniam-se nas igrejas, mas em poucos minutos, o que começou como um dia religioso transformou-se num dos desastres naturais mais mortais e transformadores da história.

A cidade, então uma das mais ricas e prósperas do mundo, era também um centro do Império Português, com colónias espalhadas por África, Ásia e América do Sul. Naquela manhã, por volta das 9h30, os lisboetas ouviram um som estranho, descrito por Davy como um “estrondo distante” vindo de baixo da terra. Seguiram-se três violentos tremores que devastaram a cidade, atingindo uma magnitude estimada entre 8,5 e 9 na escala de Richter, segundo Edward Paice, autor de A Ira de Deus – A Incrível História do Terremoto que Devastou Lisboa em 1755. Lisboa ficou reduzida a escombros e as mortes foram às dezenas de milhares.

Após o primeiro abalo, muitos moradores correram para a grande Praça do Comércio junto ao rio Tejo, na esperança de ali encontrarem segurança. Contudo, foi precisamente ali que o segundo e maior tremor completou a ruína dos edifícios já fragilizados. Para agravar ainda mais a situação, o terremoto desencadeou um tsunami que varreu o Atlântico e subiu o Tejo, engolindo tudo pelo caminho. Como Davy relatou, “o rio espumava e rugia”, e a multidão fugiu “o mais rápido que podia” para salvar a vida.

O inferno continuou após o tsunami. Velas acesas para as celebrações religiosas espalharam-se pelas ruínas, alimentando incêndios por toda a cidade, que arderam durante seis dias ininterruptos. “Toda a cidade parecia brilhar, com uma luz tão forte que dava para ler,” escreveu uma testemunha. Os incêndios continuaram a devastar Lisboa, transformando o evento numa catástrofe ainda maior e num símbolo de dor e medo para a Europa.


Impacto no pensamento filosófico europeu

O terremoto de Lisboa não apenas devastou fisicamente a cidade, mas também agitou profundamente o pensamento europeu da época. As notícias da tragédia espalharam-se rapidamente por toda a Europa, e o evento provocou debates intensos entre filósofos como Voltaire, Rousseau e Immanuel Kant, que questionaram o papel de Deus e da Providência na natureza e na vida humana.

Para Voltaire, o desastre de Lisboa desafiava a noção de que vivíamos “no melhor dos mundos possíveis”, segundo a filosofia de Gottfried Leibniz e do poeta inglês Alexander Pope. No seu famoso poema Poema sobre o Desastre de Lisboa, Voltaire confrontou a ideia de que um Deus bondoso poderia justificar um evento tão horrível. Rousseau, por sua vez, respondeu num longo ensaio em que argumentava que os humanos eram, em grande parte, responsáveis pelo seu sofrimento, devido à forma como haviam construído Lisboa e às decisões individuais tomadas no momento do desastre.

Estes debates, influenciados pelo desastre, marcaram o Iluminismo e questionaram o otimismo religioso e filosófico da época. Kant, notavelmente, publicou três ensaios tentando explicar a causa dos terremotos por meios naturais e não sobrenaturais, tornando-se um dos primeiros a abordar a questão de forma científica.


Marquês de Pombal e o nascimento da sismologia

Após o desastre, o rei D. José I encarregou o Marquês de Pombal da reconstrução de Lisboa, e este tomou medidas que fizeram de Lisboa uma das cidades mais inovadoras do mundo em termos de engenharia e urbanismo. Pombal enviou questionários detalhados a todas as paróquias para recolher dados sobre o terremoto, desde a duração dos tremores à intensidade dos estragos, e usou esta informação para estudar e entender o fenómeno. Estas práticas pioneiras são hoje vistas como os primeiros passos na sismologia moderna.

Além disso, a reconstrução de Lisboa foi marcada por uma visão prática e cientificamente orientada: o Marquês de Pombal mandou alargar as ruas e praças e implementou a construção de edifícios com estruturas de madeira flexíveis nas paredes, que poderiam “tremer, mas não cair” em futuros tremores. Para testar a eficácia dessas estruturas, ordenou que tropas marchassem em torno dos edifícios para simular vibrações de sismos.

O terramoto de Lisboa não só moldou a arquitetura e a urbanização da capital portuguesa, mas também provocou uma revolução no pensamento europeu e na ciência. Muitos historiadores consideram 1 de novembro de 1755 como a data de nascimento da sismologia, e os esforços de reconstrução de Lisboa são vistos como um dos primeiros exemplos de engenharia sísmica.

Para muitos, o desastre também marca o início da era moderna, pois foi um dos primeiros eventos globais a ser debatido em toda a Europa, desafiando as explicações religiosas e abrindo caminho para o racionalismo científico. “O terremoto de Lisboa desencadeou toda uma série de eventos,” afirmou Vic Echegoyen, autora do romance histórico Ressurecta, comparando o impacto do evento com as ondulações provocadas por uma pedra num lago. “Nesse dia, a humanidade começou a despertar, e a era moderna, tal como a conhecemos, começou a emergir.”» in https://executivedigest.sapo.pt/noticias/terramoto-de-1755-foi-ha-269-anos-como-o-desastre-redefiniu-a-cidade-e-o-pensamento-filosofico-europeu/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques


Terramoto de Lisboa 1755 - https://www.youtube.com/watch?v=fKigEJj3iVI


#portugal    #lisboa    #terramoto    #1755    #marquêsdopombal     #sismologia

04/01/24

Cidade de Lisboa - Muito antes de surgirem os sinais luminosos e as regras de circulação, já D. Pedro II se preocupava com os problemas de trânsito entre as carroças, os coches e as liteiras.



«ESTE É O SINAL DE TRÂNSITO MAIS ANTIGO DE LISBOA. TEM MAIS DE 300 ANOS

Muito antes de surgirem os sinais luminosos e as regras de circulação, já D. Pedro II se preocupava com os problemas de trânsito entre as carroças, os coches e as liteiras. O rei mandou colocar 24 sinais de trânsito, mas apenas um sobreviveu até aos dias de hoje.

Na Rua do Salvador, em Alfama, há uma placa numa parede que pode passar despercebida, mas que tem grande importância histórica. A placa de mármore é considerada o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa (e do mundo).

Trata-se de uma placa de finais do século XVII, mandada colocar pelo Rei D. Pedro II, que diz o seguinte: “Ano de 1686. Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria do Salvador recuem para a mesma parte”. Ou seja, quem viesse de cima perdia a prioridade em relação a quem subisse. Com a rua estreita e numa época em que os conflitos acabavam muitas vezes em lutas e duelos esta foi a forma encontrada para evitar disputas de trânsito.

A movimentação da cidade era tanta que os problemas de trânsito multiplicavam-se, o que levou D. Pedro II a mandar colocar um total de 24 sinais reguladores do trânsito em Lisboa, nomeadamente em São Tomé, na Largo de Santa Luzia ou na Calçada de São Vicente. Além deste, existem outros dois sinais de trânsito do mesmo ano, sendo que um deles está no interior de um edifício privado. Outro, está no número 48 da Calçada de São Vicente, mas não seria essa a sua localização original.

Os problemas de trânsito eram tantos, que a Coroa e o Senado criaram regras de trânsito - um equivalente ao Código de Estrada - com penalidades bastante duras para aqueles que as desrespeitassem. Os cocheiros, lacaios ou liteiros foram expressamente proibidos de usar adagas, bordões ou qualquer arma que pudesse ser utilizada numa discussão de trânsito.

Quem desobedecesse pagaria 2 mil cruzados de multa e corria o risco de ser  exilado para o Brasil.» in https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/este-e-o-sinal-de-transito-mais-antigo-de-lisboa-tem-mais-de-300-anos?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques


(Sinal de Trânsito mais antigo do mundo - Lisboa 1686)


#cidadedelisboa    #sinaisdetrânsito    #sinalmaisantigodomundo    #d.pedroII

#história    #lisboa     #alfama    #ruadosalvador

18/01/22

Cidade de Lisboa - Aquela que é considerada como a casa mais antiga de Lisboa conta com cinco séculos desde a sua construção e resistiu ao maior terramoto de que há registo no litoral centro do país, a um maremoto, à reconstrução de uma cidade e ao avanço dos tempos.

Imagem: Facebook Daniel Jorge

«CONHECE A CASA MAIS ANTIGA DE LISBOA? TEM 500 ANOS E SOBREVIVEU AO TERRAMOTO DE 1755

Uma relíquia, uma sobrevivente e um testemunho da longa história da capital portuguesa.

Aquela que é considerada como a casa mais antiga de Lisboa conta com cinco séculos desde a sua construção e resistiu ao maior terramoto de que há registo no litoral centro do país, a um maremoto, à reconstrução de uma cidade e ao avanço dos tempos.

A casa fica em Alfama, um dos bairros mais antigos da Europa (apenas o bairro El Pópulo, em Cádis, lhe supera a longevidade), mais precisamente, na Rua dos Cegos.

Logo na fachada, encontram-se símbolos de outros tempos, como um painel em estilo seiscentista, onde se vê a cópia de um frontal de altar com uma custódia ladeada por dois anjos. Terá feito parte de um altar seiscentista e que foi reaproveitado para fachada desta casa.

Uma das mais vincadas características da arquitetura medieval é o ressalto do primeiro andar. Hoje em dia, é raro ou inexistente encontrar-se esta tipologia em Lisboa, mas era muito comum até ao início do século passado. Inclusive, esta casa estaria rodeada por outras semelhantes.

PAREDES QUE SOBREVIVEM A UMA TRAGÉDIA

Como se não bastasse os anos de construção, esta casa também resistiu àquele que é considerado como o pior desastre natural em território português: o terramoto de 1755. 

A um de novembro de 1755, a capital é assolada por um violento terramoto, seguido de um maremoto e vários incêndios. Era o fim de Lisboa, como se conhecia até à data. Centenas de pessoas perderam a vida, habitações foram destruídas e toda a zona costeira teve de ser repensada. O Marquês de Pombal ordenou uma reconstrução quase total da cidade, a pensar no futuro, e vários edifícios foram deitados abaixo.

No entanto, sobraram alguns exemplares - poucos - que resistiram à força da natureza e à mudança dos tempos e ficaram como testemunhos visuais da história. A grande maioria está em Alfama, tal como esta casa.» in https://viagens.sapo.pt/viajar/noticias-viajar/artigos/conhece-a-casa-mais-antiga-de-lisboa-tem-500-anos-e-sobreviveu-ao-terramoto-de-1755

(Uma curiosidade? O famoso mural de homenagem a Amália Rodrigues, idealizado pelo artista plástico Vhils, está mesmo ali na praça junto à casa mais antiga de Lisboa.)

#lisboa    #casas    #portugal    #arquitetura    #história

15/03/20

Cidade de Lisboa - Muito antes de surgirem os sinais luminosos e as regras de circulação, já D. Pedro II se preocupava com os problemas de trânsito entre as carroças, os coches e as liteiras.



«ESTE É O SINAL DE TRÂNSITO MAIS ANTIGO DE LISBOA. TEM MAIS DE 300 ANOS

Muito antes de surgirem os sinais luminosos e as regras de circulação, já D. Pedro II se preocupava com os problemas de trânsito entre as carroças, os coches e as liteiras. O rei mandou colocar 24 sinais de trânsito, mas apenas um sobreviveu até aos dias de hoje.

Na Rua do Salvador, em Alfama, há uma placa numa parede que pode passar despercebida, mas que tem grande importância histórica. A placa de mármore é considerada o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa (e talvez do mundo).

Trata-se de uma placa de finais do século XVII, mandada colocar pelo Rei D. Pedro II, que diz o seguinte: “Ano de 1686. Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria do Salvador recuem para a mesma parte”. Ou seja, quem viesse de cima perdia a prioridade em relação a quem subisse. Com a rua estreita e numa época em que os conflitos acabavam muitas vezes em lutas e duelos esta foi a forma encontrada para evitar disputas de trânsito.

A movimentação da cidade era tanta que os problemas de trânsito multiplicavam-se, o que levou D. Pedro II a mandar colocar um total de 24 sinais reguladores do trânsito em Lisboa, nomeadamente em São Tomé, na Largo de Santa Luzia ou na Calçada de São Vicente. No entanto, só esta placa chegou aos nossos dias.

Os problemas de trânsito eram tantos, que a Coroa e o Senado criaram regras de trânsito - um equivalente ao Código de Estrada - com penalidades bastante duras para aqueles que as desrespeitassem. Os cocheiros, lacaios ou liteiros foram expressamente proibidos de usar adagas, bordões ou qualquer arma que pudesse ser utilizada numa discussão de trânsito.

Quem desobedecesse pagaria 2 mil cruzados de multa e corria o risco de ser  exilado para o Brasil.» in https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/este-e-o-sinal-de-transito-mais-antigo-de-lisboa-tem-mais-de-300-anos

19/04/19

Cidade de Lisboa - A placa de mármore é considerada o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa, e talvez do mundo.



«ESTE É O SINAL DE TRÂNSITO MAIS ANTIGO DE LISBOA. TEM MAIS DE 300 ANOS

Muito antes de surgirem os sinais luminosos e as regras de circulação, já D. Pedro II se preocupava com os problemas de trânsito entre as carroças, os coches e as liteiras. O rei mandou colocar 24 sinais de trânsito, mas apenas um sobreviveu até aos dias de hoje.

Na Rua do Salvador, em Alfama, há uma placa numa parede que pode passar despercebida, mas que tem grande importância histórica. A placa de mármore é considerada o sinal de trânsito mais antigo de Lisboa (e talvez do mundo).

Trata-se de uma placa de finais do século XVII, mandada colocar pelo Rei D. Pedro II, que diz o seguinte: “Ano de 1686. Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria do Salvador recuem para a mesma parte”. Ou seja, quem viesse de cima perdia a prioridade em relação a quem subisse. Com a rua estreita e numa época em que os conflitos acabavam muitas vezes em lutas e duelos esta foi a forma encontrada para evitar disputas de trânsito.

A movimentação da cidade era tanta que os problemas de trânsito multiplicavam-se, o que levou D. Pedro II a mandar colocar um total de 24 sinais reguladores do trânsito em Lisboa, nomeadamente em São Tomé, na Largo de Santa Luzia ou na Calçada de São Vicente. No entanto, só esta placa chegou aos nossos dias.

Os problemas de trânsito eram tantos, que a Coroa e o Senado criaram regras de trânsito - um equivalente ao Código de Estrada - com penalidades bastante duras para aqueles que as desrespeitassem. Os cocheiros, lacaios ou liteiros foram expressamente proibidos de usar adagas, bordões ou qualquer arma que pudesse ser utilizada numa discussão de trânsito.

Quem desobedecesse pagaria 2 mil cruzados de multa e corria o risco de ser exilado para o Brasil.» in https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/este-e-o-sinal-de-transito-mais-antigo-de-lisboa-tem-mais-de-300-anos

21/02/17

Cidade de Lisboa - O Pavilhão Carlos Lopes, localizado no Parque Eduardo VII, em Lisboa, reabre no sábado requalificado e com "outro destaque", 14 anos após ter encerrado por falta de condições de segurança.



«Lisboa: Pavilhão Carlos Lopes reabre 14 anos depois

O Pavilhão Carlos Lopes, localizado no Parque Eduardo VII, em Lisboa, reabre no sábado requalificado e com "outro destaque", 14 anos após ter encerrado por falta de condições de segurança.

Em declarações hoje à agência Lusa, o diretor-geral da Associação Turismo de Lisboa (ATL), entidade encarregue de reabilitar o pavilhão, reconheceu que o edifício estava “bastante degradado e com falta de azulejos e outras peças (…), porque tinham sido vandalizadas, e estava em risco de desaparecer”.

As obras que se iniciaram há cerca de um ano e agora terminam, no valor de oito milhões de euros, foram “no sentido de restaurar e revitalizar este espaço, que é um espaço icónico”, acrescentou Vítor Costa.

O pavilhão, localizado no Parque Eduardo VII, foi criado na década de 1920 e encerrou em 2003.

Chegaram a ser pensadas alternativas para o espaço municipal (cedido à ATL), como a criação de um museu do desporto ou um centro de congressos, mas nenhuma avançou, pelo que a Câmara encarregou o Turismo de Lisboa de o reabilitar.

“O projeto implicou uma melhoria da relação do próprio edifício com o espaço envolvente, quer com o Parque Eduardo VII, quer com a zona urbana: melhoraram-se acessibilidades, criaram-se escadas, inclusivamente uma escada rolante [para a Avenida Sidónio Pais] e retirou-se o estacionamento que havia aqui à volta”, precisou Vítor Costa.

Segundo o responsável, “o parque hoje tem outro destaque dentro deste espaço urbano”.

Dentro do pavilhão, nos “‘foyers’, torreões e átrios em que havia elementos decorativos e interesse patrimonial, foi tudo restaurado, respeitando todas as regras de boas práticas”.

Também a antiga sala multiusos, com cerca de 2.000 metros quadrados, foi “modernizada, mantendo a fachada, e foram-lhe introduzidas condições de segurança, de acesso a deficientes, de ar condicionado e condições técnicas para suspensões e, portanto, hoje pode receber qualquer tipo de evento adequado à dimensão do espaço”, apontou.

Este espaço, com capacidade para 2.000 pessoas, pode vir a alojar eventos como congressos, exemplificou Vítor Costa.

O representante referiu também que as restantes salas, com dimensões que rondam os 200 metros quadrados, poderão ser usadas para lançamentos de livros.

Apesar de se prever a “exploração comercial” do pavilhão — com valores que estão “dentro daquilo que é usual no mercado” — o objetivo principal da requalificação foi preservar a memória histórica do espaço, que começou por ser o Pavilhão de Portugal na Exposição do Rio Janeiro, em 1922, adiantou Vítor Costa.

Em 1930, o pavilhão foi reconstruído no Parque Eduardo VII e, depois do 25 de Abril de 1974, “teve muitos acontecimentos desportivos, culturais e políticos, muitos espetáculos”, recordou.

A reinauguração acontece no dia em que se assinala o 70.º aniversário do ex-atleta e campeão olímpico Carlos Lopes, que correu pelo Sporting e venceu provas como o Campeonato do Mundo de Corta-mato (1976 e 1984), a Corrida de São Silvestre de São Paulo, Brasil (1982 e 1984) e a maratona de Roterdão, Holanda (1985).

Assegurando que Carlos Lopes “participou ativamente” na intervenção, Vítor Costa adiantou que a exposição permanente “foi feita com orientação dele” e conta com 300 peças por si cedidas, como troféus, medalhas e roupa desportiva.» in http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/lisboa-pavilhao-carlos-lopes-reabre-14-anos-depois


(Pavilhão Carlos Lopes)


25/11/16

Cidade de Lisboa - Na noite de 25 e madrugada de 26 de Novembro de 1967, há 49 anos, uma grande tempestade assolou o país; na região da Grande Lisboa, mais de 500 pessoas perderam a vida, perto de 900 foram desalojadas e verificou-se um sem número de danos em infraestruturas, nomeadamente pontes, estradas e edifícios de diversa natureza.



«CHEIAS 1967

Na noite de 25 e madrugada de 26 de Novembro de 1967, há 49 anos, uma grande tempestade assolou o país. Na região da Grande Lisboa, mais de 500 pessoas perderam a vida, perto de 900 foram desalojadas e verificou-se um sem número de danos em infraestruturas, nomeadamente pontes, estradas e edifícios de diversa natureza.

A passagem de um sistema de baixa pressão sobre a região caraterizado por uma forte convecção e forte instabilidade, associada a uma atmosfera rica em vapor de água, traduziu-se num evento extremo cuja quantidade de precipitação registada num período de 4 a 9 horas foi compatível com um período de retorno superior a 100 anos.

A precipitação total ocorrida foi observada essencialmente num período de 5 horas, o que em algumas estações correspondia ao seu valor médio mensal.

A estação de São Julião do Tojal em 5 horas registou 110,6 mm (entre as 19 e as 24h), tendo tido um pico de 30 mm entre as 22 e as 23h da noite de 25 de novembro. Nessa noite, entre as 21 e as 22h, foram registados 42 mm em Sassoeiros, 60 mm no Monte Estoril e 33 mm em Sintra/Pena.

A elevada quantidade de precipitação originou este evento de cheias rápidas (as chamadas flash floods), no entanto o que o tornou num dos mais mortíferos em Portugal, foi principalmente a construção inadequada em leitos de cheia e a coincidência com a hora de pico da maré alta.

A maior parte das vítimas, residente ao longo de bacias de pequenos rios e ribeiras da região, muitas em habitações precárias e clandestinas, foi apanhada durante o sono, o que se traduziu num aumento substancial de mortos e desalojados.

Este evento corresponde ao segundo mais intenso de precipitação em 24h para a área da grande Lisboa entre 1950 e 2008, com uma média de precipitação de 86 mm. O evento mais intenso de precipitação na mesma área ocorreu em 1983 com média de precipitação de 95 mm, porém com impacto consideravelmente menor.

Nota: notícia elaborada com base no artigo: “The deadliest storm of the 20th century striking Portugal: Flood impacts and atmospheric circulation”, publicado no Journal of Hydrology, de Ricardo M. Trigo et all.; e na publicação “Contribuição para o estudo da cheia da região de Lisboa em 25-26 de Novembro de 1967” do Serviço Meteorológico Nacional de Silvério F. Godinho.» in http://www.ipma.pt/pt/media/noticias/news.detail.jsp?f=/pt/media/noticias/textos/cheias-1967.html

12/05/16

Cidade de Lisboa - Há uma semana, a Estátua de D. Sebastião que decorava a fachada da Estação do Rossio ficou totalmente destruída, depois de um jovem subir ao local para tirar fotografias, mas foi encontrado um rei substituto no Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, em Lisboa.



«Há um segundo D. Sebastião e pode voltar à estação do Rossio
11 Mai, 2016 - 09:30

Estátua do monarca ficou totalmente destruída depois de um jovem subir ao local para tirar fotografias.

Há uma semana, a Estátua de D. Sebastião que decorava a fachada da Estação do Rossio ficou totalmente destruída, depois de um jovem subir ao local para tirar fotografias. Mas foi encontrado um rei substituto no Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, em Lisboa.

O jornal “Público” escreve que existe uma peça idêntica guardada, até agora, no Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, nas antigas instalações do Palácio dos Condes de Penamacor.

Após a notícia da destruição da estátua, a direcção do instituto contactou a Infra-Estruturas de Portugal. "Sentimos que finalmente tínhamos encontrado o destino da estátua que aqui estava" e que foi recentemente encontrada numa arrecadação, descreve Fátima Sena e Silva, membro do conselho administração no instituto.
A mesma responsável confirma que especialistas na área do património já avaliaram a estátua do instituto.

O Palácio de Penamacor, actualmente instituto de oftalmologia, manteve durante muitos anos fortes ligações com a monarquia portuguesa e foi um dos locais de passagem de Edmund Bartissol, um dos engenheiros responsáveis pela obra da estação do Rossio, o que explica a posse da estátua do monarca.
Foi dado conhecimento do incidente, que ocorreu cerca das 23h50 de terça-feira, ao Ministério Público, uma vez que se trata de uma estátua que se encontra num edifício classificado como património nacional.

A estátua do rei D. Sebastião encontrava-se à entrada da estação do Rossio enquadrada por dois arcos em forma de ferradura, símbolo do mitológico cavalo branco em que, reza a lenda, o rei que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, em 1578, irá regressar a Portugal montado, numa manhã de nevoeiro.» in http://rr.sapo.pt/noticia/53876/ha_um_segundo_d_sebastiao_e_pode_voltar_a_estacao_do_rossio


(Estação Ferroviária do Rossio)


(Estação do Rossio - Lisboa)


(Tentativa de selfie destrói estátua no Rossio, em Lisboa)


13/10/14

Arte Literatura - LX 70 – Lisboa, do sonho à realidade”, editado pela D. Quixote e que é lançado na terça-feira, é um livro que “vive da escolha.



«LISBOA DA DÉCADA DE 1970 CONDENSADA EM LIVRO QUE É UMA "CÁPSULA DO TEMPO"

“LX 70 – Lisboa, do sonho à realidade”, editado pela D. Quixote e que é lançado na terça-feira, é um livro que “vive da escolha”. “É o conceito da cápsula do tempo, de se proporcionar às pessoas uma viagem a uma era com base em pequenas pistas que, esperamos nós, tudo junto dê uma imagem, um gosto, do que foi aquela época”, disse a autora, Joana Stichini Vilela, à agência Lusa.

Foi na pesquisa para um outro livro, “LX60 – A vida em Lisboa nunca mais foi a mesma”, editado em 2012, que a jornalista freelancer foi ‘esbarrando’ com temas e ideias para a nova publicação.

Parte das histórias incluídas em LX 70, “são coisas que tinham que estar lá e que até fazem parte dos currículos escolares”. Para encontrar as outras, a autora começou por consultar “todos os números das revistas Século Ilustrado e Flama”.

“É o meu começo de trabalho, para conseguir a sensação da onda daqueles tempos”, revelou a jornalista, que nasceu em 1980.

Foi no Século Ilustrado que encontrou, por exemplo, a história da ‘jam session’ na Rádio Renascença a 24 de maio de 1970 que, “sem nada planeado”, juntou o músico Gilberto Gil e o Modern Jazz Quartet. “Não conto apenas o que está lá . Vou investigar, procuro protagonistas e informações noutros sítios. Acaba por ser um processo de fazer um puzzle”, referiu. Os ‘puzzles’ surgem no livro em formatos muito diferentes.

O “LX 70”, tal como o “LX 60”, “tem a particularidade de cada história ser tratada de uma maneira diferente, não só em termos visuais, mas também em termos editoriais”. “Umas são em texto corrido, outras em entrevista ou em relato na primeira pessoa. Depois há aquelas brincadeiras mais extravagantes das bonecas de papel, do jogo dos cabelos e barbas ou dos bonequinhos do cerco ao quartel do Carmo”, disse.

A autoria do livro é dividida com dois designers gráficos, o norte-americano Nick Mrozowki, nascido em 1984, e o português Pedro Fernandes, nascido em 1976.

Numa década tão “única e cheia de estreias e últimas cenas”, é “impossível não ficarem histórias de fora”. “Acaba por ser uma escolha pessoal. Em termos de arquitetura tive pena de deixar de fora o edifício Castil, porque tinha uma história interessante de bastidores. Mas era da mesma altura da igreja e havia o Apolo 70, que era um centro comercial, e não podia repetir”, disse, a título de exemplo.

Depois de muito pesquisar a década, Joana concluiu que “não são comparáveis a Lisboa de 1970 e a Lisboa de 1979”, no sentido que “são completamente diferentes”. “Foi um desafio por causa disso. Teve uma revolução, quase no meio, e que muda por completo a vida na cidade. É uma década de transição”, disse. A possibilidade de a autora explorar agora a década em que nasceu (1980) fica em aberto. “Não sabemos. São livros que dão muito trabalho e exigem muita disponibilidade”, afirmou.» in http://lifestyle.sapo.pt/casa-e-lazer/noticias-casa-e-lazer/artigos/lisboa-da-decada-de-1970-condensada-em-livro-que-e-uma-capsula-do-tempo


(Lisboa antiga a cores)


(Documentário Habitação em Lisboa nos anos 70 RTP [1975] ESTRADA CIRCUNVALAÇÃO Algés)


(Diapositivo dos Estúdios de Lisboa da RTP dos anos 70)