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17/07/24

Arte Pintura - Fase artística inicial de Amadeo de Souza Cardoso, com uma pintura da vista do adro da igreja vista do altar e outra do jardim interior do Convento de Mancelos.



«Interessou-me explorar a obra inicial de Amadeo. Folheio o catálogo Raisonné, e fico parado a olhar para uma obra mergulhada de azuis, onde se sentem os ecos das atmosferas criadas pelos naturalistas portugueses, a paz de uma «[A] volta do mercado» (António da Silva Porto, 1886); um grupo de pessoas sai da igreja, apenas apontadas em pinceladas breves. 

Uma vista do altar da igreja de São Martinho de Mancelos, onde Amadeo é batizado a 16 de novembro de 1887, dois dias depois do seu nascimento. Viro mais umas páginas. 

Uma torre eleva-se sobre o casario. O catálogo da exposição de Paris de 1925 dá-lhe o nome de «Église»; e será óbvio para aqueles que já tiveram o prazer de visitar Mancelos que se trata da mesma igreja mencionada acima, da torre que vigia a última morada do artista, mas agora vista do seu claustro.Também nesta, a atmosfera é consistente, tão fria e montanhosa como a sua paisagem envolvente. 

Nestas, que o catálogo deixou como P5 (1910) e P16 (1909) respetivamente, Amadeo ainda estará longe das vanguardas, e do “de-tudo-um-pouco-ismo” que assumiu durante a sua carreira. Aqui, o pintor constrói, com pinceladas ainda pouco seguras, mas com a familiaridade de quem tem o espaço como parte de si mesmo, um dos seus edifícios formativos; a igreja como casa espiritual, e de uma grande importância para uma família de devotos católicos, como a de Amadeo. Mas ainda que sejam radicais as diferenças entre estas obras e as do seu período final de isolamento, já aqui se sente as vibrações de talento que se viriam a confirmar nos anos seguintes. 


Bibliografia 

Alfaro, C. (2007). Catálogo Raisonné: Amadeo de Souza-Cardoso: Fotobiografia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian & Assírio & Alvim. 

Almada Negreiros, J. (1916). “EXPOSIÇÃO amadeo de souza cardoso LIGA NAVAL DE LISBOA” in Vasconcelos, M. J. (coord.) (2016). Amadeo de Souza-Cardoso, Porto – Lisboa, 2016-1916. Lisboa: Museu Nacional de Soares dos Reis & Blue Book, pág. 292. 

Fonseca, C. (2016). Amadeo de Souza-Cardoso: O último segredo da arte moderna [Documentário]. RTP PLAY – 21/12/2017 (Acedido em 19/05/2018). 

Freitas, H. (2008). Catálogo Raisonné: Amadeo de Souza-Cardoso: Pintura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian & Assírio & Alvim. 

Souza-Cardoso, A. (1910a). Carta de Amadeo a Lucie, 1910. Colecção espólio de Amadeo de Souza-Cardoso. Lisboa: Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (Cota BA ASC 12/15). Disponível em: https://goo.gl/tL9JUH (Acedido em 23/03/2018). 

(1910b) Carta de Amadeo a Lucie, 1910. Colecção espólio de Amadeo de Souza-Cardoso. Lisboa: Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian (Cota BA ASC 12/19). Disponível em: https://goo.gl/brfT3k (acedido em 23/03/2018).» in https://pontesdevista.wordpress.com/2018/05/22/o-bom-filho-a-casa-pintou-manhufe-e-mancelos-na-pintura-de-amadeo-de-souza-cardoso-1887-1918/

09/07/24

Amarante Pintura - António Carneiro, "Porto Manso", 1927, primeiros passos do modernismo português, com o expressionismo a transcender o naturalismo.

António Carneiro, "Porto Manso", 1927



«Óleo sobre tela
26 × 34,5 cm
assinado
Inv. 1571
Historial
Adquirido pelo Estado a Alfredo de Magalhães, em 1954.

Exposições
Lisboa, 1958, 41; Lisboa, 2006.

Bibliografia
LAPA, 1994, 108, cor; CASTRO, 1997, 155, cor.

Embora já tardia no conjunto da obra do artista, esta paisagem vem na continuidade de outras, como Melgaço, realizadas dez anos antes. Este facto permite incluir parte da obra do artista dentro de preocupações características das vanguardas do extremo final do século XIX com uma continuidade que ultrapassa o mero episódio circunstanciado. O entendimento naturalista está aqui completamente ultrapassado por uma organicidade própria à relação intersubjetiva entre o sujeito e o mundo. O pictórico não é apenas uma delimitada erupção mas generaliza-se a todo o quadro. As linhas de força tornam-se espessas faixas de cor marcadas pelo pincel. As suas formas ondulantes, adversas ao geometrismo, são ainda o desenvolvimento da poética arte nova do início do século. O envolvimento dos azuis e lilases, pontuado pelos brancos luminosos dos bancos de areia do rio, exploram uma paleta mais ácida que em situações anteriores. Insinua-se uma dimensão expressionista que quebra a dicotomia entre interioridade e exterioridade, presente em algumas obras anteriores, para figurar uma poética da empatia onde o natural é vivido interiormente e como tal se revela. Atinge-se aqui um momento extremo na obra do artista que, de precursor dos primeiros modernismos nacionais, o torna participante, ainda que afastado e num quadro de entendimento muito pessoal.



08/07/24

Amarante Pintura - "Camões Lendo "Os Lusíadas" aos Frades de São Domingos" é uma pintura a óleo sobre tela datada de 1927 do artista português da corrente do simbolismo António Carneiro (1872-1930), obra que pertence à Casa-oficina António Carneiro.

(Camões lendo «os Lusíadas» aos Frades de São Domingos, pintura de António Carneiro)


«Camões Lendo "Os Lusíadas" aos Frades de São Domingos é uma pintura a óleo sobre tela datada de 1927 do artista português da corrente do simbolismo António Carneiro (1872-1930), obra que pertence à Casa-oficina António Carneiro. Camões Lendo "Os Lusíadas" aos Frades de São Domingos foi uma das obras finais de António Carneiro, em duas versões de pintura, sendo simultaneamente retrato, ao retratar muitos dos seus amigos e o seu filho Cláudio Carneyro que encarnou a figura de Luís de Camões, e pintura de história e de religião. Para António Carneiro, que fez parte do grupo Renascença Portuguesa e foi diretor artístico da revista A Águia, de que Teixeira de Pascoais era diretor literário, a saudade era um conceito renovador da consciência nacional e dos seus valores, enquadrando-se esta pintura nessa visão. 

A pintura representa a provável apresentação por Luís de Camões do seu poema épico aos censores da Inquisição, como era obrigatório na época, para permitir a sua primeira impressão em 1572, e dado que os membros deste Tribunal eram recrutados na congregação dos Dominicanos, daí o título da obra.» in https://pt.wikipedia.org/wiki/Cam%C3%B5es_Lendo_%C2%ABOs_Lus%C3%ADadas%C2%BB_aos_Frades_de_S%C3%A3o_Domingos_%28Ant%C3%B3nio_Carneiro%29


08/02/23

Amarante Pintura - Acácio Lino, nesta obra a representar o interior de uma quinta, inspirado pelo que "bebeu", na zona rural de Amarante, Travanca...

«“PAISAGEM RURAL” – Óleo sobre madeira, representando interior de quinta, casario com videiras, muros com cancela e vista montanhosa. Obra com dedicatória, assinada e datada no canto inferior esquerdo [Acácio Lino // 1940]. Trabalho com moldura em madeira e gesso.» in https://serralvesantiguidades.com/lote/acacio-lino-1878-1956

22/07/22

Amarante Pintura - "O grande desvairo", Reprodução de um quadro a óleo de Acácio Lino, que representa a tragédia de D. Pedro e D. Inês de Castro.

( "O grande desvairo", Reprodução de um quadro a óleo de Acácio Lino, que representa a tragédia de D. Pedro e D. Inês de Castro)


«ACÁCIO LINO
1878-1956

Biografia

Natural de Amarante, Acácio Lino estudou na Academia Portuense de Belas-Artes onde viria a lecionar Desenho Histórico. Estudou em Paris, onde chegou a expor no “Salon”. Tem obras na Câmara Municipal do Porto e foi um dos decoradores do Teatro S. João, na mesma cidade.

A parte substancial da sua obra, à parte figuras e cenas de carácter rústico, foi desenvolvida na área da Pintura de História. Numa época em que a arte trilhava já caminhos muito diversos, Acácio Lino tornou-se um dos últimos pintores ligados ao ensino académico.» in https://www.amadeosouza-cardoso.pt/pt/artistas/acacio-lino


05/01/22

Amarante Pintura - As visitas e estadias de muitas personalidades à Casa de Pascoaes eram variadas e de seres de um interesse extraordinário, uma casa para a cultura, entre estas, as do Pintor António Carneiro ficaram nestas memórias, do Poeta Teixeira de Pascoaes.

(Autorretrato, António Carneiro, 1921)

(António Carneiro, barba e boina)


«As visitas e estadias de muitas personalidades à Casa de Pascoaes eram variadas e de seres de um interesse extraordinário, uma casa para a cultura. Das estadias do Pintor António Carneiro ficaram nestas memórias, do Poeta Teixeira de Pascoaes:

«António Carneiro e sua mulher — D. Rosa — vinham também juntar-se ao grupo.

António Carneiro era um apóstolo. A sua figura inconfundível aliava-se à sua vida de rara pureza e elevação. Os seus olhos tristes, suaves e vivíssimos, O sorriso muito doce, derramavam bondade. Tinha os ossos do rosto um pouco salientes, a barba grisalha a compensar a calvície quase total.

Como se verifica por uma fotografia de 1895, fora senhor de espessa cabeleira a reduzir-lhe a testa a curto espaço. Porém, depois, o vento do espírito, o sopro tempestuoso que agita a vida ansiosa, inspirada e insatisfeita do artista em busca permanente da sua própria realização, varrera-lhe a fronte até à nuca.

Vestia sempre de escuro e, conforme as circunstâncias, usava chapéu preto de abas reviradas ou, na intimidade, um barrete de seda negra que o defendia das moscas, e ainda a boina espanhola, como no-lo mostra o belíssimo desenho de seu filho.

Carlos, tão vivo e rico de expressão, feito amorosamente em 1930, ano da sua morte prematura.

Depois do seu desaparecimento, Pascoaes escreveu: «Diante de António Carneiro sinto-me na presença de alguém com letra grande, dum raro exemplar da Humanidade, ou que dignifica a Humanidade e nos faz esquecer a sua origem simiesca.». 

E ainda: «O Mestre domina-nos de repente, porque a sua alma é visível, exterior à sua fisionomia e envolve-nos no seu clarão maravilhoso.»

E afirma também: «Os grandes artistas têm um excesso de alma que transborda, derrama-se no mundo como infinda auréola (...) Os artistas da estirpe de Carneiro acrescentam ao mundo a sua alma.»» in Fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos.


(António Carneiro, pintor amarantino)


Mais sobre António Carneiro, no seguinte link:


06/10/21

Amarante Pintura - Mais uma magnífica obra da Pintora Amarantina, Joana Antunes, com um qualidade artística e uma marca identitária, indelével... "Let's take a walk"!

"Let's take a walk" 

(Inserida na exposição "Alquimia das cores" Projeto Onda Bienal, organizada por Artistas de Gaia - Cooperativa Cultural com o apoio da Câmara Municipal de Gaia e pode ser visitada até 23 de outubro de 2021)

17/07/21

16/07/21

Amarante Pintura - Amadeo de Souza-Cardoso - "A Casa de Manhufe" (1910).


«P23 – A Casa de Manhufe» (c. 1910) — Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) — Coleção Particular — ASC-BA: ASC 02/54 — In Freitas, H. (ed. 2008). Catálogo Raisonné Amadeo de Souza-Cardoso: Pintura. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Assírio & Alvim.» in https://pontesdevista.wordpress.com/2018/05/22/o-bom-filho-a-casa-pintou-manhufe-e-mancelos-na-pintura-de-amadeo-de-souza-cardoso-1887-1918/