Mostrar mensagens com a etiqueta Amarante História. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Amarante História. Mostrar todas as mensagens

03/08/14

Amarante Pessoas - António de Queiroz Mascarenhas, filho de Manuel Mendes de Vasconcelos (7.º), foi Capitão de Infantaria na guerra da Aclamação, soldado bem conhecido pelos seus feitos de valor e patriotismo.

 


«UM ASSALTO AO SOLAR DOS MORLEIROS


13.º - António de Queiroz Mascarenhas, filho de Manuel Mendes de Vasconcelos (7.º), foi Capitão de Infantaria na guerra da Aclamação, soldado bem conhecido pelos seus feitos de valor e patriotismo. Dotado duma invulgar energia e vivacidade, conseguia tudo quanto queria «antevendo os sucessos para lhe prevenir os remédios» diz o genealogista, ainda seu parente, que nos guia. Foi Senhor da Capela existente no Convento de S. Gonçalo a qual em seu testamento nomeou em seu sobrinho Manuel Mendes de Vasconcelos filho de seu irmão Ruy Mendes de Vasconcelos, vinculando a ela mais todos os seus bens com a obrigação de dez missas, deixando-lhe ainda o direito de requerer a satisfação de seus serviços. Tendo começado a servir como capitão de Infantaria em Junho de 1640 nomeado pelo Conde de Penaguião, foi em Janeiro de 1642 nomeado Capitão-mór de Valadares por D. Gastão Coutinho, e em 1647 era Capitão Geral do Minho e Capitão de cavalos. Por várias vezes entrou em Castela, tomando parte activa em assaltos a várias praças.

A sua vida, quer na guerra, quer na paz, foi aventurosa, como o demonstram alguns factos que vamos relatar. Contra êle houve uma denúncia ao tribunal do Santo Ofício de Coimbra, como consta no processo de habilitação para Familiar requerido por António de Queiroz Figueiredo, onde a fl. 7 se encontra um documento assinado pelo Promotor do  Tribunal de Coimbra, que declara:

«Nos reportorios desta Inq.am se acha declarado Ant.º de Queiroz Mascarenhas, morador na Vila de Amarante, e tem contra sy hua denunciação no Caderno vinte e tres de Promotor a fl. 227, da qual consta haver proferido em presença de algumas pessoas, que tanto se fiava na Santa Inquisição como na Ley de Mafoma, e estas são as formais palavras contheúdas na d.ª denunciação. Coimbra no Secreto de St.º Officio em 29 de Out.º de 1704. O Promotor Joseph de Almeida de Amaral». Arq. Da Torre do Tombo – Hab. St.º Of.º - Maço 46, Del 1036 – Letra A.

Por questões de amores, esteve ameaçado de morte por um cidadão do Porto, Pedro Vaz Cirne, ainda seu parente, que, organizando uma escolta de facínoras, o aguardou em determinado caminho para o assassinar. Ao soarem os tiros contra êle disparados, António de Queiroz Mascarenhas deixa-se cair do cavalo como morto e assim julgando, seus inimigos despejam a carga da última pistola no cavalo, que cai alvejado junto de seu dono.

Não dera resultado a investida; mas Pedro Vaz Cirne não descansa e arma nova cilada. Uma noite, acompanhada duma escolta, desce á vila, abeira-se da Casa dos Morleiros, residência do seu rival à margem do Rio Tâmega, e ordena aos seus lacaios que deitem fogo a umas azenhas ali existentes (actualmente ainda existem), propriedade da Casa dos Morleiros, supondo que António de Queiroz Mascarenhas, ocorrendo ao local do sinistro, pudesse ser alvejado, no escuro da noite, sem serem descobertos. Avisado como era, ordenou aos criados que trancassem as portas e que deixassem arder as azenhas, depois as mandaria reconstruir. 

Logrado o novo projecto, não sossega Pedro Vaz Cirne, até conseguir comprar o barbeiro que servia o seu rival, no intuito deste o assassinar na primeira ocasião oportuna. Chegada ela, quando o barbeiro entrou na Casa dos Morleiros para fazer a barba ao Senhor Morgado, encontrou-o tão diferente que alguma coisa denunciava. Uma vez na sala onde costumava barbear-se, António de Queiroz Vasconcelos fecha a porta, mete a chave no bolso e pegando duma faca bem afiada obriga o barbeiro a dela se utilisar para o barbear ao mesmo tempo que o obrigava a fazer a confissão de todo o trama e da intenção com que ia.

Mas deixemos estes factos e narremos outros que demonstram o quanto era estimado na Côrte e qual o seu valimento junto do Rei. Alguns fidalgos moços, por actos censuráveis durante a campanha militar, tinham sido castigados. Empenharam-se os seus pais e parentes junto do Rei para que fossem perdoados, mas nada conseguiram. Sabendo disto, António de Queiroz Mascarenhas, monta a cavalo e põe-se a caminho da Côrte. Todos lhe perguntam onde ia e a razão da da viagem, e êle invariavelmente respondia: buscar o perdão de vossos filhos! 

Os velhos fidalgos, apesar da amizade que lhe tinham, descriam da sua missão e riam-se da sua resposta, mas êle se bem o disse, melhor o fez. Dirigiu-se à Côrte, presumindo-se que tivesse prevenido o Secretário de Estado de quem era íntimo amigo, e uma vez lá, entrou no palácio e caiu de joelhos aos pés do rei, pondo-se a chorar. Surpreso, o Rei, pergunta-lhe o que tanto o amofinava e êle respondeu: Senhor, como fiel vassalo de Vossa Majestade me doí o coração  de ver que o exército vai perder-se por estar a ser governado pelos pais, tios e parentes dos Fidalgos que Vossa Majestade mandou desnaturalizar, pelo que estavão tão desgostosos que não podia deixar de haver intriga. Que êle, a isso não queria assistir, e o único remédio seria restituir os filhos ao Reino ou cortar as cabeças aos pais. Impressionado com o que ouvia, ao chegar  o Secretário de Estado, comunicou-lhe o que acabava de ouvir de António de Queiroz Mascarenhas, com o que este se conformou dizendo haver mais do que razão no que acabava de ser ponderado pelo referido Queiroz e que, o mais acertado, seria Sua Majestade perdoar aos fidalgos. Concorda El-Rei com o alvitre do Secretário de Estado, ordena imediatamente se passe um decreto para se recolherem os moços fidalgos e que Queiroz pessoalmente os levasse. 

Ao regressar, todos inquiram pelo perdão e ele declarava nada ter concluído com El-Rei, dando lugar a dirigirem-lhe inúmeras graças, tanto o importunado, que sacando do decreto lho atirou, dizendo: aí o tendes, para que conheçam quem é o Queiroz.

A sua vida familiar não decorre menos agitada. Tendo casado com Francisca de Magalhães, já viúva de Lourenço Rodrigues de Carvalho e filha de Francisco Machado, Senhor da Casa da Castanheira, na Freguesia de Tellões, em Amarante e de sua mulher Isabel de Magalhães; neta paterna de Francisco Machado e de sua mulher Francisca de Sampaio e pela materna neta de Pedro de Magalhães Vilela, Senhor da Casa e Quinta do Reguengo e de sua mulher Catarina Borges, anulou o seu casamento, intentando uma questão com sua mulher, na qual alegava que,  sendo parentes, careciam da necessária dispensa e que as licenças obtidas em Braga, eram falsas. O casamento foi anulado, castigado o Padre ramalho que os tinha recebido, e êle ordenou-se, sendo mais tarde Abade de Real. Numa das salas da Casa dos Morleiros e sob invocação do Nosso Senhor, havia um oratório, instituído, com breve Pontifício, por António de Queiroz Mascarenhas, onde dizia missa. Por alguns actos da sua vida aventurosa e por vezes turbulenta, chegou a perder o valimento junto do Rei que o castigou, desnaturalisando-o. Tempos depois, taes foram serviços prestados durante a Campanha de 1704, já velho e Abade de Real, que foi perdoado.

In. – “O Morgadio de Fontelos”, por Artur da Mota Alves» in “Pequena História de Amarante”, compilada por Luís Van Zeller Macedo, Amarante 1989.


31/07/14

Amarante História - Se a vida de militar do Coronel Francisco Monteiro de Carvalho Lima se pode considerar exemplar, devemos referir, outrossim, a sua passagem pela administração do concelho de Amarante, que serviu desde 1950 até aos últimos dias da sua vida.




«(..) O Coronel Francisco Monteiro de Carvalho Lima nasceu em Amarante em 1883, Entrou para a Escola do Exército em 1907; prestou serviço no 3 de Viana do Castelo. Em 1909 foi promovido a alferes e colocado em Vila Real, até que partiu em 1912, como tenente, para Moçambique, onde permaneceu dois anos. Em 1914 foi incorporado em Infantaria 15  e em 1917 partiu para França tendo sido ferido em campanha. Era então Capitão. Regressou  a Portugal, em Junho de 1918, com licença de convalescença, e veio a fazer parte de Infantaria 6, do Porto. Foi promovido a major em 1932, a tenente-Coronel em 1936 e mais tarde a Coronel. Passou a comandar o Regimento de Infantaria 9 de Lamego onde se conservou até 1943, data em que passou à reserva.

Se a sua vida como militar se pode considerar exemplar, devemos referir, outrossim, a sua passagem pela administração do concelho de Amarante, que serviu desde 1950 até aos últimos dias da sua vida. Seria egoísmo e ingratidão num dia de júbilo como este que agora se vive, em que realidades e novas perspectivas se abrem, enfim, a uma terra ávida delas, esquecer-se o homem que ajudou a corporizar a maior parte dessas realizações que muito enriquecem Amarante, pois que, para além de discutíveis critérios de beleza, elas proporcionarão um melhor rendimento dos serviços oficiais, uma maior dignidade nas funções e instalações e ainda aquela apregoada higiene indispensável em todos os lugares, mas muito especialmente num mercado abastecedor da população da vila.(..)

(..) Mas um dia, é chamado à presidência da Câmara, um homem que todos conheciam pelo seu grande prestígio militar, herói da 1.ª Grande Guerra, com uma brilhante folha de serviços. Que todos conheciam e respeitavam pelo seu trato afável e pela sua simpatia, pela sua linha de conduta, mas que poucos consideravam o presidente que os novos queriam e de que Amarante precisava.

Instalado na Câmara, o Sr. Coronel Carvalho Lima, começou por sanear as finanças, cujo estado era precário e fê-lo com mão de ferro, com mão militar, não se importando de criar mau ambiente ou inimizades.

Soube ao mesmo tempo escolher os colaboradores e os técnicos e soube também chamar depois a atenção do Governo da Nação para esta Terra pequena durante tanto tempo esquecida.

E o milagre, em que já ninguém acreditava deu-se. O Governo da Nação, verificando que este homem era bem intencionado, leal, justo e cumpridor do seu dever, não pedindo nada que não se justificasse, que não gastava um centavo mal gasto, não lhe regateou o apoio e a ajuda.

E assim se atravessou um período de paz, de trabalho e de progresso para a nossa Terra.

As inaugurações começaram a fazer-se. – Primeiro foi o grande e moderno Hospital Sub-Regional, para o qual a Câmara deu boa ajuda e chamou a atenção do Governo. Na antiga quinta da Cerca, que a Câmara finalmente conseguiu comprar, abriram-se os arruamentos necessários à urbanização da nova zona e iniciaram-se as obras de construção do Palácio da Justiça e do Mercado.

E toda a gente dizia – mas como e onde é que a Câmara tem dinheiro para tanta coisa? Tinha, porque o Presidente Coronel Carvalho Lima, soube poupar, soube fazer o trabalho sério e o Governo da nação compreendeu-o e não lhe regateou o seu auxílio.

Mas ao mesmo tempo que se fazia esta grande transportação na sede do Concelho, a Câmara não abandonou as suas 40 freguesias, pois foram quase todas electrificadas e dotadas de estradas e de escolas. Não quiz Deus que o Sr. Coronel Carvalho Lima assistisse à culminância da sua obra, da sua realização, que com tanto carinho com mão tão firme e tão hábil, soube preparar. A morte arrebatou-o dois anos antes, quando ainda havia muito a esperar dele. Não teve a merecida alegria de assistir às grandes inaugurações de hoje, mas ficará, não temos dúvidas, na história de Amarante, como o seu maior e melhor Presidente de todos os tempos. (..)» in livro "Pequena História de Amarante", compilada por Luís Van Zeller Macedo, em 1989, Amarante.
-------------------------------------------------------------------------------------------
Porque será que Amarante não honra esta figura importante do século passado amarantino?

Complexos de esquerda de "veludo", ou pelo mesmo motivo que se retirou o nome do Poeta Teixeira de Pascoaes a um estabelecimento de ensino local?

Uma terra que não honre o seu passado, é uma terra mais pobre...

No espaço aproximado de uma década lançar ou promover obras como: "O Tribunal de Amarante"; "O Mercado de Amarante"; "A Nova Ponte", "O primeiro bairro social", "O Hospital de São Gonçalo de Amarante"; a eletrificação do concelho; a disseminação de escolas pelo Concelho", entre outras, pede meças a muita gente... a muitos intelectuais da esquerda de "veludo"...

Será que o testemunho escrito prestado pelo Exmo. Sr. Dr. Luís Van Zeller Macedo, consubstanciado neste interessante livro que dedicou à sua Amarante, um Médico Altruísta e Humanista conhecido localmente como "Médico do Povo", não é fidedigno para os modernos... talvez não, afinal a sua própria figura de "Grande Amarantino", com muitos serviços prestados ao Povo da então Vila de Amarante, não tiveram ainda uma merecida homenagem...

Em política é bom atender aos constrangimentos conjunturais dos momentos históricos e saber separar o trigo do joio...


13/07/14

Amarante - Como um Soneto de Poeta F. Cabral feito quando se estava defendendo a Ponte de Amarante, retirado do livro "Pequena História de Amarante, compilada por Luís Van Zeller Macedo, em 1989, relata os acontecimentos.


Defeza da Ponte d'Amarante - Centenario da Guerra peninsular
Lapide commemoerativa a que assistiu El-Rei D. Manuel II em 4-07-1909

Vila de Amarante e a brilhante resistência aos franceses, na defesa da Ponte de Amarante, durante 14 dias:

«Pelo seu comportamento, Amarante ganhou a maior condecoração de guerra, o General Silveira, herói da defesa da ponte durante 14 dias, recebeu o título de Conde de Amarante, mas a nossa bela e já então importante Vila ficou destruída.

Napoleão foi aqui derrotado pelo General Silveira, como o foi em Espanha, em Saragoça, também na passagem de um rio, o Ebro, pelo General espanhol, Palafox.

A isso se refere um inspirado poeta estilo da época, nesta composição:

SONETO

DE F. CABRAL

Feito quando se estava defendendo a Ponte d'Amarante.

"De uma nuvem de fumo o ar povo-a,
E do Tamega enluta as margens frias,
O Portuguez canhão quatorze dias
Que sem descanço ter fuzilla atro-a:
De hum lado para o outro a morte vo-a
No meio das crueis artilharias,
E perdendo as antigas ousadias
Ja o duro Francez acurva a pro-a:
Amigos Hespanhoes, nação brilhante!
Olhai como seguimos a vossa esteira
Eis nova Saragoça, eis Amarante:
Os olhos ponha em nós a Europa inteira;
E veja em amplo quadro flamijante
Tamega, Ebro, Palafox, Silveira."» in Livro "Pequena História de Amarante, compilada por Luís Van Zeller Macedo, em 1989, Amarante.

"...comemorações do 1.o Centenário da Defesa da Ponte com a visita de S. M. D. Manuel II e descerramento da lápide..." por António Patrício." 


25/04/13

Amarante História - Em dia de 25 de Abril excelente recordação da visita de Humbero Delgado a Amarante, postada no facebook, pela "Rua 5 de Outubro (Antiga Rua de São Gonçalo)




«A propósito do 25 de Abril, Pré-História:

Em 22 de Maio de 1958, Humberto Delgado, frente às oficinas de Alberto Marinho (a partir de uma das cópias originais da foto de Eduardo Teixeira Pinto).

Automóvel de Manuel Ribeiro, da Lixa, conduzido pelo Sr. José Pinheiro, pai de uma nossa amiga que tem uma fração nesta Rua, presentemente alugada a uma jovem colombiana que integra a Orquestra do Norte.

Em destaque, José Martins Branco morador nesta Rua e que esteve detido pela PIDE, não tendo as suas barbas brancas obstado ao tratamento habitual. Foi gerente bancário e era casado com Laura Alves da Mota, filha de Ana Matias que, em 1845, abriu a Casa das Lérias na Rua da Cadeia, 12 -16.» in
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=470140349721695&set=a.231512673584465.53271.155814097820990&type=1&theater


01/01/13

Amarante História - Aqui estão relacionados alguns notáveis emigrantes portugueses que foram ao Brasil do Concelho de AMARANTE!



«Imigrantes Portugueses do Concelho de Amarante ao Brasil / Portuguese immigrants of Concelho of Amarante to Brazil

Este é um subprojeto relacionado ao Projeto Maior Brasil: Imigrantes Portugueses ao Brasil / Portuguese immigrants to Brazil.

Aqui estão relacionados os imigrante portugueses que vieram ao Brasil do Concelho de AMARANTE.

Antonio Clemente Pinto, 2o. Barão de São Clemente (Ovelha do Marão, Conselho Amarante , Oporto, Portugal, 6 de janeiro de 1795 - Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 1869). Foi proprietário rural luso-brasileiro. Construiu o atual prédio do Palácio do Catete. Implantou o primeiro ramal da Ferrovia de Cantagalo.

Antonio da Cunha de Abreu (Quinta de Vilar de Morzelhos, Santo André de Telões, Amarante, Portugal, c. 1605 - Brasil, c.1664) assentou praça de Soldado, em 1625, e veio na armada com o seu irmão, legítimos descendentes dos verdadeiros Cunhas, Coutinhos, Abreus e Carvalhos, tendo casado com Isabel da Silva, filha de Claudio Furquim.

Belchior da Cunha de Abreu (Santo André de Telões, Amarante, Portugal, c. 1599 = Brasil, ?) veio na armada para libertar a Bahia, ocupada pelos holandeses, legítimos descendentes dos verdadeiros Cunhas, Coutinhos, Abreus e Carvalhos, casado com com Suzana de Góes.

Brigadeiro Luís Antonio (Amarante Municipality, Porto District, Portugal, 1746 - Brasil, 30 de maio de 1819). O Brigadeiro Luís António foi um grande negociante de fazendas do interior de São Paulo, proprietário do primeiro navio que saiu do Porto de Santos com mercadorias das fazendas com destino a Lisboa. Foi também um filantropo.» in http://www.geni.com/projects/Imigrantes-Portugueses-de-Amarante-ao-Brasil-Portuguese-immigrants-of-Amarante-to-Brazil/13390


(Imigração no Brasil)

20/12/11

Amarante - Algumas curiosidades sobre o Brasão da Antiga Casa da Câmara, que mais tarde foi cadeia!

Fotografia0121

Fotografia0120
Fotografia0126

«(…) Irmos ao longe descortinar a origem do burgo amarantino, assistindo à sua organização e à evolução do seu município, é tarefa impossível no meio da obscuridade dos tempos, com falta de documentos escritos e epigráficos que tantas invasões e guerras queimaram e destruíram. Antiquíssima devia ter sido a sua formação, se atendermos a que a constituição dos concelhos, de alguns coutos e honras hoje incorporados no concelho de Amarante depois da reforma de 1834, nos aparecem com o alvorecer da própria nacionalidade, quase todos com o seu foral e alguns objetos de doações régias (Documento n.º 2).

O município amarantino, rudimentar a princípio, foi-se aperfeiçoando e desenvolvendo, aparecendo-nos a sua população já mencionada nas Inquirições mandadas fazer em 1220 por D. Afonso II, e nas de D. Afonso III em 1258.

Em 1527, D. João III ordena a cada a um dos seus corregedores, o arrolamento da população em cada uma das suas comarcas, encontrando-se em Amarante, que então era «… huma rua comprida…» 236 moradores, como veremos no documento transcrito no final (Documento n.º 3).

Em 1736 a população tinha aumentado para 1108 almas, espalhadas por uns 380 fogos, continuando no entanto a vila a ser uma só paróquia.

Dissemos há pouco, que Amarante soubera sempre fazer respeitar as suas antigas regalias, escolhendo livremente o seu senhor, quase sempre um príncipe da Casa de Bragança e realmente assim era, porque, por um instrumento de 27 de Dezembro de 1143, confirmado em 30 de Janeiro de 1444 por D. Afonso V, o Juiz, Vereadores, Procurador, Homens Bons e mais moradores da Vila de Amarante, escolheram novamente para seu senhor a D. Afonso, Duque de Bragança e Conde de Barcelos, filho de D. João I, carta que em 18 de Junho de 1496 foi confirmada ao Príncipe D. Jaime.

A pedido da Câmara de Amarante, D. João II mantem o senhorio da vila na pessoa de seu filho D. Afonso e em 1491 o mesmo senhorio é confirmado a D. Jaime, juntamente com o da Honra e Beetria de ovelha do Marão, hoje uma das freguesias do concelho de Amarante.

Sucediam-se, como vimos, as confirmações do senhorio da vila na pessoa de um príncipe da Casa de Bragança, até que em 1639, alguém conseguiu a mercê da alcaideria-mor desta vila. A Câmara de Amarante ao ter conhecimento de tal nomeação, reuniu em sessão magna juntamente com o povo e resolveu protestar energicamente e pôr embargos a tal mercê, que vinha contrariar e ofender os seus antiquíssimos direitos. O protesto surtiu os seus efeitos, não sendo nomeado o alcaide-mor e esta Câmara continuou a usufruir as suas antigas regalias.

Economicamente eram diminutos os rendimentos da Câmara e necessário era fazer certas obras, muito principalmente a construção da Casa da Câmara e a Torre do relógio, para as quais não havia rendimento, tendo a Câmara solicitado em 1555 a D. João lhe concedesse uma imposição sobre o azeite, carne, vinho, mel e sal parar com esses rendimentos fazer face às despesas das obras.

Mas os 10 anos, que na aludida imposição lhe foram concedidos, acabam e as obras não estavam concluídos, resolvendo a Câmara solicitar de D. Sebastião, pois já era falecido D. João III, a prorrogação por mais 15 anos da imposição que lhe tinha sido concedida, para poder concluir as obras, pedido que lhe foi satisfeito e talvez em sinal de reconhecimento é que na fachada dessa antiga Casa de Câmara nós encontramos um escudo com as armas de D. Sebastião, a que nos vamos referir.

Nesse antigo edifício, hoje transformado em cadeia comarcã, existe na fachada entre o primeiro e o segundo andar, um escudo de armas que não hesitamos atribuir a D. Sebastião e que aqui reproduzimos em gravura.

Como se verifica do escudo, heraldicamente mal composto, existem três setas que, atravessando o escudete das quinas, vêm sair por detrás do escudo dos castelos, sendo encimado por uma coroa aberta, usada naquele tempo.

As setas que guarnecem este escudo e que nos aparecem em outros do tempo de D. Sebastião devem filiar-se na tradição e do uso que D. sebastião fez de algumas setas para ornamentar os seus brasões, mandando até gravar duas nas moedas de ouro, por ordenança de 6 de Novembro de 1559. (…)» do livro "O Brasão de Amarante" de Artur da Mota Alves.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Uma perplexidade que me assola tem a ver com o abandono de um edifício com tanto interesse histórico, tanto local, mas também de dimensão nacional. Torna-se evidente, a importância que os amarantinos colocaram na sua construção e ao apoio financeiro para a sua consecução com que, designadamente, os Reis D. João III e D. Sebastião quiseram legar aos amarantinos, reconhecendo a importância da então Vila de Amarante, nesta importante Região do Baixo Tâmega. 

Estranha-se o abandono a que este edifício foi votado pela Câmara Municipal de Amarante, apesar da sua importância histórica, do contributo que poderia dar para o turismo e não só... enfim, critérios!


Jose Cid - "A lenda d'el Rei D. Sebastião" - (1970)

José Cid/Quarteto 1111 - "A lenda d'El Rei D. Sebastião"

(A Lenda d'el Rei Dom Sebastião)

Batalha de Alcácer - "Quibir"


23/09/10

Amarante - República/100 anos: Só duas cidades não devem os seus colares de mérito à primeira República, uma é Amarante!

República/100 anos: Só duas cidades não devem os seus colares de mérito à primeira República«República/100 anos: Só duas cidades não devem os seus colares de mérito à primeira República
(22-09-2010)


Armindo Mendes
© Todos os direitos reservados

O decreto que distingue Amarante, com data de 21 de novembro de 1925, assinado pelo Presidente da República Teixeira Gomes, explica a atribuição da condecoração com os “altos feitos de valor, heroísmo, valentia e abnegação, praticados pela gloriosa vila de Amarante, na defesa da mesma vila na segunda invasão francesa”, em 1809.

Lusa

Coimbra, 21 set (Lusa) – Angra do Heroísmo, Amarante e, de algum modo, Covilhã são as únicas cidades portuguesas condecoradas, com a Ordem da Torre e Espada, por razões não relacionadas com a defesa da primeira República. Dos 16 municípios portugueses agraciados, Alcobaça, Aveiro, Bragança, Caldas da Rainha, Chaves, Coimbra, Covilhã, Elvas, Évora, Lisboa, Mirandela, Ovar, Porto e Santarém foram-no, de acordo com os respetivos decretos, publicados entre 1919 e 1930, pelo “heroísmo, civismo e amor que manifestaram em sustentar a integridade das instituições republicanas”. A cidade açoriana foi a primeira a ser galardoada, ainda no século XIX, também por razões de pura política, mas relacionadas com outras causas. A única vez que a monarquia agraciou, com o colar da Ordem da Torre e Espada, uma localidade, foi, em 1837, Angra do Heroísmo, por esta cidade se ter mantido "um reduto do liberalismo". Só no século seguinte e já no regime republicano aquele colar voltou a ser atribuído a localidades, sempre por motivos relacionados com a defesa do então novo regime, à exceção de Amarante e Covilhã (embora esta cidade também tenha sido condecorada pelo papel que desempenhou na defesa da República). O decreto que distingue Amarante, com data de 21 de novembro de 1925, assinado pelo Presidente da República Teixeira Gomes, explica a atribuição da condecoração com os “altos feitos de valor, heroísmo, valentia e abnegação, praticados pela gloriosa vila de Amarante, na defesa da mesma vila na segunda invasão francesa”, em 1809. Aqueles feitos mereceram, aliás, sublinha o mesmo diploma, “as mais elogiosas referências” e “encheram de glória” os seus protagonistas, tornando-os “dignos da maior admiração, pela sua destemida coragem e valentia”. Além de ter sido distinguida pela primeira República e por razões relacionadas com a defesa do regime (a cerimónia de entrega do galardão foi feita, em Lisboa, em 05 de outubro de 1930), a Covilhã também ostenta, no seu brasão e bandeira, um colar de mérito, por ter sido condecorada, em 04 de dezembro de 1931, com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial. Covilhã é o único município, além de Lisboa, condecorado com dois colares de mérito. Lisboa possui duas condecorações, mas ambas relacionadas diretamente com a primeira República. Depois de ter sido galardoada com o grau de Comendador da Ordem da Torre e Espada (decreto 5:663, de 10 de maio de 1919, assinado por Canto e Castro), a capital foi distinguida, em 03 de junho de 1920, com o Grã-Cruz da mesma Ordem (decreto 6:659, subscrito por António José de Almeida). O povo da capital do país tem dado, "inúmeras vezes", provas de "alto civismo, abnegação e fé nos destinos da Pátria e da República, praticando atos que constituem verdadeiras epopeias da defesa da República", sublinha o diploma. Tais "atos, de tão extraordinária, patriótica e heróica benemerência, como os praticados pelo povo de Lisboa na defesa da República e da Pátria devem ser oficialmente reconhecidos por intermédio do grau mais superior da mais alta condecoração nacional", lê-se no decreto que atribuiu ao municipio lisboeta a Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada. JEF *** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico *** Lusa/Fim» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=3471

15/09/10

AMARANTE: Documento histórico (1909) integra acervo do Museu Municipal!

«AMARANTE: Documento histórico (1909) integra acervo do Museu Municipal
(15-09-2010)

DR
© Todos os direitos reservados

Tratando-se de uma peça única, proveniente do arquivo de família de João de Noronha Osório, este documento assume uma assinalável importância política e histórica para o concelho.

-

A 4 de Abril de 2009 teve início, em Amarante, o Programa evocativo dos 200 anos da II Invasão Francesa em Amarante, cuja sessão solene foi presidida pelo Ex-Presidente da República, General Ramalho Eanes. Da evocação do primeiro Centenário, particularmente da Defesa da Ponte, o Município de Amarante tem, agora, em sua posse o discurso gratulatório que o Senado da Câmara de Amarante dirigiu ao monarca D. Manuel II, pela sua visita a Amarante, em 1909.
Honra e estima foram as palavras de ordem do discurso escrito pelo então Presidente da Câmara de Amarante, Arthur de Moura Basto, patentes no seguinte excerto "se para esta villa é causa de legitimo orgulho e (...) contentamento a celebração d'esse glorioso feito d'armas, a visita do seu Rei o Senhor D. Manoel II é também para ella motivo do mais intenso jubilo e (...) enttusiasmo, porque em Vossa Magestade estão postas todas as esperanças do engrandecimento e prosperidade da nação."
Tratando-se de uma peça única, proveniente do arquivo de família de João de Noronha Osório, este documento assume uma assinalável importância política e histórica para o concelho, ao integrar e enriquecer o acervo histórico do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.
Apesar de centenária, a peça - adquirida pelo valor de 1250 euros (sem IVA) - conserva a sua forma, materiais originais e legibilidade integrais.» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=3451

23/02/10

AMARANTE: Ruínas de Ponte Medieval do Séc. XIII, que deu o nome de "Arquinho" aquele local, acessíveis ao público!




«AMARANTE: Ruínas de ponte medieval do séc XIII acessíveis ao público
(23-02-2010)


Estas ruínas constituem o mais antigo vestígio da arquitetura civil medieval descoberto em Amarante


Armindo Mendes/Lusa



Amarante, 23 fev (Lusa) - As ruínas de uma ponte medieval, do século XIII, descobertas recentemente em Amarante, vão ser enquadradas num projeto para permitir a sua visualização pelos munícipes, anunciou hoje fonte da autarquia.

“Tendo em vista a valorização arqueológica, arquitetónica e urbanística deste achado arqueológico, a câmara decidiu proceder à sua proteção, preservação e enquadramento”, acrescentou a fonte.

Estas ruínas constituem o mais antigo vestígio da arquitetura civil medieval descoberto em Amarante.

O que resta da ponte foi encontrado quando a câmara iniciou as obras de requalificação da zona do Arquinho, trabalhos que foram acompanhados por técnicos de arqueologia.

A proposta de intervenção da edilidade prevê a manutenção integral do monumento, com acesso visual ao público.

O pavimento sobreposto, que servirá de proteção, permitirá a observação do monumento, que terá iluminação noturna.

Os trabalhos agora anunciados pela autarquia amarantina preveem também a execução das obras de estabilidade e alterações na drenagem dos efluentes que passam no subsolo.

As obras em curso no Arquinho (Largo Conselheiro António Cândido) estão a transformar uma das principais praças da cidade, junto ao rio Tâmega, conferindo-lhe um aspeto mais moderno, através de novos pavimentos, passeios e mobiliário urbano, privilegiando-se as zonas pedonais.
APM.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/fim» in site http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=2917



18/02/10

Amarante - Visita de Comitiva Internacional à Fábrica de Aglomerados de Madeira TABOPAN, 27 de Setembro de 1964!

-------------------------------------------------------------------------------------
Numa altura em que a TABOPAN fazia correr o nome de Amarante e de Portugal, pelos quatro cantos do Mundo!
Aqui se podem ver fotografias da recepção à comitiva internacional, em Ramos Telões, visita guiada a diferentes secções da fábrica equipada com máquinas muito modernas para a época e almoço de confraternização na Pousada do Marão, em Ansiães, Amarante!

29/01/10

Amarante: 27 de Setembro de 1964, chegada de uma grande Embaixada de Lisboa, com muitos estrangeiros, numa Visita de Estudo à Tabopan!


Quando o Futuro ainda se perspetivava risonho na Tabopan, em Ramos, Telões, Amarante!


Chegada da Comitiva Internacional, a Ramos, Telões, Amarante, às Instalações da Tabopan, constituída por Ministros, Engenheiros, investigadores, Professores Universitários e Grandes Industriais, que foram muito bem recebidos pela população e trabalhadores locais, com destaque para jovens raparigas, com trajes etnográficos que espalhavam pétalas de flores aos visitantes. A Visita de estudo foi conduzida pelos Industriais Joaquim e José de Abreu, Pai e Filho, respetivamente.


18/04/09

Amarante história - Há duzentos anos tombaram muitos Franceses, devido à brava defesa da Ponte de Amarante do General Silveira e seus comandados!


«Invasões Francesas: Manobra de diversão derrotou duas semanas de resistência pela ponte de Amarante
(17-04-2009)






DR
© Todos os direitos reservados


Carlos Teixeira, quadro da divisão cultural da Câmara de Amarante responsável pelo programa comemorativo da Defesa da Ponte, explica que a resistência dos portugueses durou duas semanas e provocou inúmeras baixas entre os franceses, embora estes nunca o tenham reconhecido


Lusa




Uma "manobra de diversão", criação de um facto artificial noutro local para desviar as atenções, permitiu aos franceses, há 200 anos, vencer a resistência das tropas portugueses que durante duas semanas impediram a conquista da ponte de Amarante.
O episódio histórico, que sábado à noite vai ser recriado na cidade, acrescido do denso nevoeiro gerado no leito do rio Tâmega, foram determinantes para as tropas do general Soult atravessarem a estreita ponte de Amarante na madrugada de 02 de Maio de 1809.
A travessia da cidade do Tâmega constituía, no desenrolar da II Invasão Francesa, um itinerário estratégico para a fuga a caminho de Trás-os-Montes, depois de os franceses se sentirem acossados pelos ingleses na zona do Grande Porto.
Carlos Teixeira, quadro da divisão cultural da Câmara de Amarante responsável pelo programa comemorativo da Defesa da Ponte, explica que a resistência dos portugueses durou duas semanas e provocou inúmeras baixas entre os franceses, embora estes nunca o tenham reconhecido.
Foi a perspicácia de um oficial de engenharia, conta Carlos Teixeira, cujo plano teve o aval directo do general Soult, que conseguiu derrotar os portugueses há dois séculos.
"Soult percebeu que precisava de destruir a defensiva da ponte e chamou um oficial de engenharia para encontrar um estratagema", refere Teixeira.
Esse "engenheiro" francês [Bouchard], ainda durante a noite, subiu à torre sineira do mosteiro de S. Gonçalo e com um monóculo conseguiu avistar as defesas portuguesas na outra margem e aperceber-se das guarnições instaladas na ponte, nomeadamente a existência de um fornilho [um grande barril de pólvora, com uma arma no interior e um cordel ligado ao gatilho] preso no terceiro arco, pronto a ser detonado à distância quando da passagem das tropas.
"A armadilha visava destruir o arco da ponte, a exemplo do que foi feito no Marco [de Canaveses], se os franceses tentassem atravessar", refere o também responsável pela programação cultural do museu municipal.
"Os franceses criaram manobras de diversão a jusante da ponte, no vale dos Morleiros, simulando uma tentativa de passagem para que a atenção e o fogo dos portugueses se concentrasse naquela zona”, recorda.
“Aproveitando o nevoeiro [corriam dias chuvosos e o nevoeiro à noite e madrugada era uma constante] e com as tropas de primeira linha já colocadas na Praça da República, os franceses colocaram três batedores [vestidos com sacos de pano tosco, vulgo serapilheira, os camuflados da época] a rastejar na ponte e a empurrar três barris de pólvora com a cabeça, que previamente foram enrolados em palha para não fazerem barulho na calçada", conta Carlos Teixeira, citando os relatos da época.
Com os portugueses distraídos e com o nevoeiro, os franceses conseguiram encostar os três barris à paliçada da margem esquerda e detonar os barris, uma explosão muito bem conseguida que permitiu não só cortar a barricada mas sobretudo cortar o fornilho, em que o barril com pólvora desprendeu-se do gatilho e do cabo que permitia accioná-lo.
Segundo Carlos Teixeira, a artilharia portuguesa nem teve tempo de reorientar as peças para a ponte porque logo de seguida a infantaria e a cavalaria de Napoleão mais avançada atravessaram a ponte e despedaçaram as tropas que tentaram opor-se. A debandada foi geral.
Os franceses consolidaram depois posições e afastaram os portugueses do monte do Calvário [uma pequena elevação sobranceira à cidade] para que não tivessem posição de tiro. A cidade estava tomada.
A conquista de Amarante pelos franceses, sugere Carlos Teixeira, advém da sua importância estratégica e militar na época.
"O general Soult, no Porto, ao ver aproximar tropas inglesas a Sul, na Feira, e as tropas avançadas já na zona de Gaia, percebeu que eles lhes iam cortar a progressão [em círculo] pela Régua, cortando o trajecto de fuga para Trás-os-Montes", refere.
Percebendo este movimento táctico das forças inglesas, acrescenta o técnico cultural da câmara de Amarante, Soult viu que era necessário assegurar um trajecto de saída o mais rápido possível e manda um corpo abrir a passagem rumo a Norte. Só restava a travessia de Amarante depois de um arco ter sido destruído na ponte de Marco de Canaveses.
O mês de Abril de 1809 foi extremamente chuvoso e o leito do rio Tâmega levava um caudal de cheia, não permitindo atravessamentos a pé ou a cavalo.
"Só a ponte permitia a passagem da cavalaria e de toda a estrutura militar, os canhões, etc. e sobretudo o saque, ou seja, as carroças com o saque", assegura.
A "batalha" de Amarante, que tinha cerca de oito a nove mil combatentes de cada lado da ponte, fez baixas em ambos os exércitos.
Os franceses estavam em fuga e a antiga vila de Amarante foi retomada dez dias depois pelo general Silveira - que terá comandado a resistência algures entre a ponte e o lugar de Padronelo - e que mais tarde foi declarado Conde de Amarante.
Contudo, são os mesmos relatos da época que proclamam "primeiros heróis" da defesa de Amarante os oficiais Bento de Sá, um exímio artilheiro, e Patrick, um tenente-coronel inglês ferido de morte durante combates corpo a corpo nos primeiros dias da tomada da cidade pelos franceses.» in http://www.tamegaonline.info/v2/noticia.asp?cod=1918

10/09/08

Amarante - Marcos da Ordem de Malta ou de Cristo, em Fregim e Telões, Amarante?!












----------------------------------------------------------------------
Recebi um mail de um aluno da escola Secundária/3 de Amarante, o José Nuno Marinho, que nem sequer foi meu aluno, conheço-o porque acompanhei e avaliei o excelente trabalho de Área de Projecto do seu grupo, que muito me agradou e que me dá algum alento enquanto docente, numa altura de grande desânimo da classe. Mais uma vez, o melhor do Sistema são os alunos. Parabéns Nuno!

Rezava assim, parte do conteúdo da mensagem que trazia em anexo, as fotografias acima postadas:

"No passado mês de Agosto, encontrei na minha freguesia dois marcos de pedra, que ostentavam a cruz de Cristo;podia contudo achar que eram simples marcos que limitam as freguesias, mas a cruz que referi anteriormente, leva-me a querer que não tinham essa função.
Junto envio fotografias com os referidos marcos. Espero, que o Senhor Professor, me ajude a desvendar este 'mistério'."

Eu não sou da área de história, mas interesso-me por tudo que diga parte do passado, presente e futuro desta terra que tanto amo, Amarante, a Princesa do Tâmega.

Nuno leia a seguinte passagem:

"SANTÃO

Esta freguesia tem origens germânicas, como outras freguesias do concelho. Repovoada por um colono neogodo chamado Santon. Santão pertenceu no séc. X a Mumadona, por doação de seus parentes de Riba-Vizela.
As Inquirições de 1120, ao mesmo tempo que mostram que na freguesia não existiam quaisquer reguengos, dizem que nela havia seis da igreja local (de Sto Adrião).
Mais tarde, em 1336, este hospício ou hospital de primeiros socorros a peregrinos e doentes foi anexado "in solidum" à comenda de Fregim (Amarante), da Ordem de Malta, por deliberação de Frei Estêvão Vasques Pimentel, prior do hospital, ao mesmo tempo que esta comenda foi ligada à capela de Ferro do Mosteiro de Leça do Bailio.
A sua história anda, assim, intimamente ligada ao padroado da Ordem de Malta, que pertenceu até à sua extinção em 1834.
E, para se poder ficar com uma ideia mais precisa dos bens que aqui possuía e dos foros que colhia, pode-se percorrer o tombo nº 4 da referida comenda de Fregim, datado de 1817, pois nele se inventariam, medem, demarcam e especificam todos esses bens e respectivos possuidores, nomeadamente a chamada Quinta de Santão, então na posse do fidalgo Rodrigo de Sousa Lobo, e os casais do Hospital de Cima e de Baixo, aforados à família Pereira de Carvalho, da Casa da Ventosela.
Como curiosa relíquia deste padroado, conserva ainda uma singela igreja, tipicamente românica, com a Cruz de Malta esculpida na sua frontaria e datada de 1111, identificando o padroado da Ordem do Hospital de Malta, a que pertencia. Conserva certo interesse a torre sineira lateral, formando arco sobre o adro e duas cruzes; uma orbicular de tipo artesanal e outra processional gótica (de cobre).
Por perto, na Quinta de Recião, lembranças para uma carvalha, antiquíssima e de grandes dimensões, orgulho e sombra para muita vida local e rural." in http://users.med.up.pt/fatimapm/Lixa.html

«Marcos da Ordem de Malta

Os marcos assumem a função de fixação dos limites da Comenda da Ordem, permitindo a identificação das terras e casais que lhe pertenciam. Estes estavam isentos de pagamento de diversos tributos que oneravam os povos e cujo privilégio lhes vinha do facto de serem caseiros da Ordem de Malta.
Estes marcos, pelo que podemos verificar até à data, têm duas formas: quadrangular e triangular. A parte visível do marco tem cerca de um metro de altura, embora seja muito variável, pois a erosão e as deslocações de terras para fins agrícolas ou de construção, alteraram o estado original do marco. Numa das faces aparece esculpida em alto-relevo, dentro duma circunferência, a cruz de oito pontas da Ordem de Malta. Logo abaixo da cruz surge a numeração do marco. Esta numeração é representada pela letra N seguida do número respectivo.» in http://www.cm-lousada.pt/VSD/Lousada/vPT/Visitantes/Turismo/Patrim%C3%B3nio+HIst%C3%B3rico+e+Arquitect%C3%B3nico/visitantes+marcos.htm

«ORDEM DE CRISTO

Em Portugal, o Rei Dinis não acreditou nas acusações feitas a Ordem dos Templários. Em 1308 o Papa Clemente V criou a bula regnas in coelis, mandando Dinis investigar os Templários em Portugal. Em 1310, em Salamanca, os Templários foram declarados inocentes na Península Ibérica.
Em 1312, o Papa Clemente V criou a bula vox in excelso, extinguindo a Ordem dos Templários para sempre, e declarando que os Hospitalários deveriam receber seus bens. Mas Dinis estabeleceu que os cavaleiros poderiam usufruir das terras pertencentes a coroa Portuguesa em Portugal. Em 14 de agosto de 1318 uma nova Ordem foi fundada, Ordem de Cristo, na qual faziam parte alguns cavaleiros Templários Portugueses remanescentes das perseguições a eles impostas pelo Papa Clemente. Esta Ordem foi estabelecida oficialmente pelo Papa João XII no dia 14 de Março de 1319 através da bula ad ea exquibus. Seu nome oficial era Ordem dos Cavaleiros do senhor Jesus Cristo.
O patrono da Ordem foi o Papa João XII e a regra empregada na Ordem foi o Papa João XII e regra empregada foi a Cistercense, a mesma dos Templários e imediatamente a Ordem se expandiu rapidamente para Espanha, França, Alemanha e Itália.
A Ordem foi dada as propriedades que pertenciam aos Templários e seus estatutos e modos de viver se baseavam na Ordem de Calavatra.
O primeiro Grão-Mestre da Ordem foi Dom Gil Martins.
A Ordem de Cristo se destacou em vários aspectos sendo o mais importante as explorações marítimas, que deixaram grandes marcos na história.
Vasco da Gama era um membro da Ordem, assim como Príncipe Henry( o navegador) que foi durante um bom tempo o Grão-Mestre da Ordem. Navios da Ordem navegaram pelo mundo sobre a cruz de Malta Templária, e foi através dessa mesma cruz que as três caravelas de Colombo chegaram a América. Cristóvão Colombo era casado com a filha de um Ex-Grão-Mestre da Ordem e através dele possuiu acesso aos seus diários e cartas de Navegação.» in http://demolaychapeco.vilabol.uol.com.br/ordemdecristo.html







Marco Ordem Malta








Marco Ordem Cristo
---------------------------------------------------------------------------------------
Em resumo, tudo aponta para que os marcos que o Nuno fotografou sejam da Ordem de Cristo, mas eu sou um leigo. E sei que a Ordem de Malta foi atribuída a Fregim e à Lixa, mas as evidencias apontam mais para marcos da Ordem de Cristo!

Grande jovem este que procura novos horizontes e nos deixa a pensar! O Melhor de tudo são os alunos, a juventude. Bem haja, Nuno!