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30/09/22

Neurociência - Numa estudo publicado este mês na revista Psicofisiologia, investigadores da Universidade de Monash na Austrália percorreram a literatura científica, para resumir como a conectividade do cérebro humano muda ao longo das nossas vidas.


«Cérebro sofre uma grande “renovação” após os 40 anos

Numa estudo publicado este mês na revista Psicofisiologia, investigadores da Universidade de Monash na Austrália percorreram a literatura científica, para resumir como a conectividade do cérebro humano muda ao longo das nossas vidas.

As provas recolhidas sugerem que depois dos 40 anos, o cérebro começa a sofrer uma “renovação” radical que resulta em diversas redes mais integradas e ligadas ao longo das décadas seguintes, com efeitos correspondentes na cognição.

De acordo com a  Big Think, desde a mudança de século, os neurocientistas têm visto cada vez mais o cérebro como uma rede complexa, constituída por unidades divididas em regiões, sub-regiões, e neurónios individuais.

Estas unidades estão ligadas estruturalmente, funcionalmente, ou ambas.

Com técnicas de digitalização cada vez mais avançadas, os neurocientistas podem observar as partes do cérebro dos sujeitos que “se iluminam” em resposta a estímulos ou quando simplesmente em repouso, fornecendo uma visão superficial de como os nossos cérebros estão sincronizados.

A equipa da Universidade de Monash realizou mais de 144 estudos que utilizaram estas técnicas de imagem para sondar os cérebros de dezenas de milhares de sujeitos. A partir desta análise, os investigadores obtiveram uma visão geral da forma como o cérebro em rede muda ao longo das nossas vidas.

Desde cedo, na adolescência e na juventude adulta, o cérebro parece ter numerosas redes divididas com altos níveis de conectividade interna, refletindo a capacidade de processamento especializado. Isto faz sentido, pois é o momento em que estamos a aprender a praticar desporto, a falar línguas, e a desenvolver talentos.

No entanto, por volta 40 anos, isso começa a mudar. Em vez disso, o cérebro começa a ficar menos ligado dentro dessas redes separadas e mais ligado globalmente através de redes. Quando atingimos os 80 anos, o cérebro tende a ser menos especializado a nível regional e, em vez disso, amplamente ligado e integrado.

“Os adultos mais velhos tendem a mostrar um pensamento menos flexível, como a formação de novos conceitos e pensamento abstrato, menor inibição de resposta, bem como menor raciocínio verbal e numérico”, observaram os autores.

“Estas mudanças na função executiva podem ser vistas primeiro nos adultos na sua quinta década de vida, consistentes com as conclusões da revisão sistemática de que as mudanças na conectividade da rede funcional atingem o seu ponto de inflexão na quarta e quinta década”.

Mas as notícias não são todas más para o cérebro envelhecido. “As tarefas que dependem de processos predominantemente automáticos ou bem praticados são menos impactadas pela idade ou podem mesmo aumentar ligeiramente ao longo da vida, tais como vocabulário e conhecimentos gerais“, escreveram os autores.

Então, porque é que estas mudanças de redes cerebrais ocorrem mesmo em primeiro lugar? Os autores têm algumas especulações aprendidas. Observaram que o cérebro é um órgão ávido de recursos, esfomeado pela simples glucose açucarada.

“O cérebro adulto é responsável por aproximadamente 2% do peso corporal total, mas requer aproximadamente 20% do fornecimento total de glicose”, escreveram.

Mas à medida que envelhecemos, os nossos corpos tendem a abrandar e o cérebro torna-se menos eficiente.

Assim, não só o cérebro recebe menos glicose, como também não está a dar bom uso ao combustível. Por isso, as mudanças em rede resultam provavelmente de o cérebro se reorganizar para funcionar tão bem quanto pode com a diminuição dos recursos e o envelhecimento do “hardware”.

Uma dieta adequada, exercício regular e um estilo de vida saudável podem manter a mente em bom estado de funcionamento e colocar as mudanças em rede em espera, por vezes bem na velhice.

O funcionamento interno do cérebro é de facto misterioso, mas com esta grande revisão sistemática compreendendo centenas de estudos e dezenas de milhares de exames ao cérebro, pelo menos a começa-se a ter uma visão superficial de como o cérebro muda ao longo das nossas vidas.

“Durante os primeiros anos de vida, existe uma rápida organização das redes funcionais do cérebro. Um maior aperfeiçoamento das redes funcionais tem então lugar até cerca da terceira e quarta década de vida. Uma interação multifacetada de alterações potencialmente nocivas e compensatórias pode seguir-se no envelhecimento”, concluíram os autores.

Inês Costa Macedo, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/cerebro-sofre-uma-grande-renovacao-apos-os-40-anos-499596

(Cérebro sofre uma grande "renovação" após os 40 anos)

#neurociência    #biologia

23/02/22

Ciência - Um homem de 87 anos estava a realizar um tratamento para a epilepsia e, por isso, os médicos tinham-no ligado a um eletroencefalograma, o que lhes permitiu obter informações preciosas sobre a atividade cerebral de uma pessoa nos momentos antes e depois de morrer.


«Acidentalmente, foi registada a atividade cerebral de um homem nos seus minutos finais de vida e isso deu uma oportunidade única aos cientistas

Um homem de 87 anos estava a realizar um tratamento para a epilepsia e, por isso, os médicos tinham-no ligado a um eletroencefalograma, o que lhes permitiu obter informações preciosas sobre a atividade cerebral de uma pessoa nos momentos antes e depois de morrer.

O caso aconteceu acidentalmente, mas permitiu aos cientistas a oportunidade de perceberem como é que o cérebro funciona nos minutos finais de vida de uma pessoa. Um homem de 87 anos estava a realizar um tratamento para a epilepsia e, por isso, os médicos tinham-no ligado a um eletroencefalograma (EEG), que regista e avalia a atividade elétrica do cérebro.

No momento em que realizava o exame, o homem sofreu um ataque cardíaco e morreu. Contudo, o EEG continuou a registar a sua atividade cerebral elétrica durante, pelo menos, 15 minutos, o que deu informações preciosas aos cientistas, que foram publicadas em estudo na Frontiers In Aging Neuroscience.

Os especialistas deram conta de que, nos últimos 30 segundos de vida do homem, antes do batimento cardíaco final, houve um aumento da atividade das ondas cerebrais gamma, definidas por frequências entre os 30Hz e os 70Hz, e relacionadas com o processamento de estímulos visuais, táteis e auditivos.

Estas ondas estão sempre presentes e em atividade, mesmo quando se está a dormir, e têm sido estudadas mais recentemente devido à sua especial atividade quando se faz meditação. São ondas que estão ainda mais ativas quando estamos concentrados ou a sonhar e permitem-nos, também, recuperar memórias.

Esta atividade cerebral registada no homem permitiu aos cientistas concluir que o ser humano, ao morrer, regista a mesma atividade cerebral que experimenta durante uma meditação, um sonho ou quando recupera alguma memória. Isto significa, de acordo com os investigadores, que, de facto, enquanto morremos, podemos ter flashbacks da nossa vida a “passar-nos à frente”, embora seja preciso ter em conta que a análise foi feita numa pessoa que sofria de epilepsia e que, portanto, o seu cérebro já estava afetado em algumas regiões.

A equipa afirma, contudo, que este estudo pode abrir portas a novas investigações. “Uma coisa que podemos aprender com este estudo é que, embora os nossos entes queridos tenham os olhos fechados e estejam prontos para nos deixarem para descansar, os cérebros podem estar a reviver alguns dos melhores momentos que vivenciaram”, referiu Ajmal Zemmar, neurocirurgião da Universidade de Louisville, e autor principal do estudo, à ZME Science.» in https://visao.sapo.pt/atualidade/mundo/2022-02-23-acidentalmente-foi-registada-a-atividade-cerebral-de-um-homem-nos-seus-minutos-finais-de-vida-e-isso-deu-uma-oportunidade-unica-aos-cientistas/

04/12/19

Neurociência - Um estudo publicado esta semana acredita ter identificado no cérebro duas redes de circuitos que podem gerar pensamentos negativos responsáveis por aumentar o risco de suicídio.



«Investigadores acreditam ter identificado as regiões do cérebro responsáveis por aumentar o risco de suicídio

Um estudo publicado esta semana acredita ter identificado no cérebro duas redes de circuitos que podem gerar pensamentos negativos responsáveis por aumentar o risco de suicídio.

Cerca de 800 mil pessoas suicidam-se todos os anos no mundo, sendo esta a segunda principal causa de morte nos jovens entre os 15 e os 29 anos. O mesmo é dizer que ocorre um suicídio no mundo por cada 40 segundos, apontam os dados disponibilizados pela Organização Mundial de Saúde. Agora, um estudo publicado na revista científica Molecular Psychiatry, e baseado em 20 anos de investigações, identificou duas redes neurais que podem fazer aumentar o risco de suicídio.

“O maior preditor de morte por suicídio é a tentativa anterior de suicídio, por isso é essencial que possamos intervir o mais cedo possível para reduzir o risco”, avançou a investigadora da Universidade de Melbourne, Lianne Schmaal, e co-autora do estudo. “Para muitos indivíduos, isso será durante a adolescência. Se pudermos descobrir uma maneira de indentificar os jovens em maior risco, temos oportunidade de intervir e ajudá-los nesse estádio importante das suas vidas”, acrescentou.

O estudo partiu de uma análise extensa das pesquisas realizados nos últimos vinte anos no âmbito das alterações que ocorrem na estrutura e função das regiões do cérebro e a relação que estabelecem com o aumento do risco de suicídio nos indivíduos. A análise incluiu 131 estudos de neuroimagem envolvendo 12.000 pessoas.

“Sabemos muito pouco sobre o que está a acontecer no cérebro, porque existem diferenças entre sexos, e sobre o que torna os jovens especialmente vulneráveis ao suicídio”, justificou Anne-Laura van Harmelen, co-autora do estudo e investigadora na Universidade de Cambridge.

Os investigadores do estudo apontaram duas regiões-chave no córtex pré-frontal que parecem desempenhar um papel determinante no aumento do risco de suicídio. As alterações registadas ao nível da estrutura, função ou neuroquímica dessas redes conduzem a descontrolos emocionais que afetam negativamente a forma de pensar dos indivíduos.

Umas das regiões identificadas pela investigação está localizada na parte da frente do cérebro, conhecida como córtex pré-frontal ventral, medial e lateral, e tem ligações com as áreas que regulam as emoções. As alterações assinaladas nesta rede de circuitos neurais podem gerar pensamentos negativos e grandes dificuldades em controlar as emoções.

A segunda região envolve o córtex pré-frontal dorsolateral e o sistema do giro frontal inferior. Neste caso, as alterações registadas podem influenciar a tentativa de suicídio, uma vez que esta rede afeta diretamente a área responsável pela tomada de decisões.

Os cientistas alertaram para a necessidade urgente de alargar estas pesquisas de forma a verificar se o modelo agora proposto pode ajudar a evitar tentativas futuras de suicídio e identificar novas terapias que permitam alterar a estrutura ou a função dessas redes de circuitos neurais, reduzindo, assim, o risco de suicídio.» in https://visao.sapo.pt/sociedade/2019-12-04-investigadores-acreditam-ter-identificado-as-regioes-do-cerebro-responsaveis-por-aumentar-o-risco-de-suicidio/

07/09/19

Neurociência - Pela primeira vez, os cientistas identificaram os genes que nos tornam canhotos.


Kurt Cobain, um dos canhotos mais famosos da música


«Os canhotos têm um cérebro diferente dos destros - e isso pode ajudá-los a comunicar melhor

Pela primeira vez, os cientistas identificaram os genes que nos tornam canhotos. Estes podem contribuir para uma melhor capacidade de comunicação verbal e estar relacionados com a esquizofrenia. Por outro lado, os canhotos parecem sofrer menos de outra doença grave.

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, analisaram o ADN de 400 mil pessoas, entre as quais 38 332 canhotas. Foram estudados e comparados exames cerebrais com perfis genéticos para procurar associações entre genes, cérebros e utilização das mãos. O estudo foi publicado esta quinta-feira na revista científica Brain.

"Pela primeira vez, em seres humanos, conseguimos estabelecer que as diferenças citoesqueléticas [na estrutura celular] associadas à utilização das mãos são efetivamente visíveis no cérebro", afirmou Gwenaëlle Douaud, uma das autoras do estudo, citada pela BBC.

A partir daqui, foi possível perceber que as variantes genéticas relacionadas com a condição de canhoto estão ligadas às diferenças na “matéria branca” do cérebro, em particular, nas áreas associadas com a linguagem.

Nos participantes canhotos, as duas metades do cérebro, ou seja, os hemisférios esquerdo e direito, comunicavam melhor entre si e estavam mais bem coordenadas nas regiões envolvidas na linguagem. Tal fenómeno levou os autores a pensar que os canhotos podem ter habilidades verbais mais desenvolvidas, embora ainda não consigam prová-lo.

O artigo também fala de uma associação à condição de canhoto com probabilidade de desenvolver esquizofrenia e Parkinson, no sentido em que “há mais canhotos entre os pacientes que sofrem com esquizofrenia, do que entre a população em geral. Em contraste, há menos canhotos com doença de Parkinson”, segundo Dominic Furniss, autor do estudo, citado pela CNN.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2019-09-07-Os-canhotos-tem-um-cerebro-diferente-dos-destros---e-isso-pode-ajuda-los-a-comunicar-melhor


Nirvana - "In Bloom" - (Official Video)


"In Bloom
Nirvana

Sell the kids for food
Weather changes moods
Spring is here again
Reproductive glands

He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means, and I say

He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means, and I say yeah

We can have some more
Nature is a whore
Bruises on the fruit
Tender age in bloom

He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means, and I say

He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means, and I say yeah

He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means, and I say

He's the one who likes all our pretty songs
And he likes to sing along
And he likes to shoot his gun
But he don't know what it means
Don't know what it means
Don't know what it means
Don't know what it means, and I say yeah"

27/09/17

Ciência - Um grupo de especialistas do Wyss Center for Bio and Neuroengineering, na Suíça, desenvolveu uma interface cérebro-computador que permite descodificar o pensamento de doentes com síndrome de encarceramento total, como é o caso de pessoas com paralisia, incapacitadas de mover os olhos.



«DECIFRADO O PENSAMENTO DE PESSOAS INCAPAZES DE COMUNICAR

O Wyss Center for Bio and Neuroengineering, na Suíça, está a trabalhar num interface neural implantável que o permite. O investimento ronda os 16 milhões de euros.

Um grupo de especialistas do Wyss Center for Bio and Neuroengineering, na Suíça, desenvolveu uma interface cérebro-computador que permite descodificar o pensamento de doentes com síndrome de encarceramento total, como é o caso de pessoas com paralisia, incapacitadas de mover os olhos. O sistema recorre a tecnologias como a espetroscopia de infravermelhos e a eletroencefalografia.

Tecnologias capazes de medir a oxigenação do sangue e a atividade elétrica cerebral que permitem desenvolver um padrão com base nas ondas cerebrais enquanto os doentes pensam na resposta a perguntas de sim e não. Este é, para estes casos, «um primeiro passo crucial para se conseguir voltar a ter movimento», assegura John Donoghue.

Segundo o diretor do centro suíço, citado pelo Science Daily, o Wyss Center for Bio and Neuroengineering, sediado em Genebra, planeia «desenvolver uma tecnologia útil para pessoas com paralisia devido a acidente vascular cerebral (AVC), esclerose lateral amiotrófica ou ferimentos na medula espinal». O interface neural implantável que o organismo está a desenvolver representa um investimento de 16 milhões de euros.» in http://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/decifrado-o-pensamento-de-pessoas-incapazes-de-comunicar

07/10/16

Ciência Neuropsicologia - A maioria dos pais dedica muito esforço à formação académica dos filhos, convencidos de que uma “mente brilhante abrirá todas as portas”, mas o neuropsicólogo Álvaro Bilbao considera errada a ideia de que maior desenvolvimento intelectual traz mais felicidade.




«UMA MENTE BRILHANTE NÃO TRAZ MAIS FELICIDADE ÀS CRIANÇAS, DIZ NEUROPSICÓLOGO

A maioria dos pais dedica muito esforço à formação académica dos filhos, convencidos de que uma “mente brilhante abrirá todas as portas”, mas o neuropsicólogo Álvaro Bilbao considera errada a ideia de que maior desenvolvimento intelectual traz mais felicidade.

O especialista espanhol, autor do livro “O cérebro da criança explicado aos pais” lançado este mês em Portugal, parte da ideia de que o cérebro se divide em três partes – uma mais instintiva, outra mais intelectual e outra mais emocional.

Ora, os primeiros anos da criança são os mais importantes para o desenvolvimento da parte emocional; é aqui que se progride na autoestima, na confiança em si mesmo e no vínculo aos outros, em primeiro lugar, aos pais.

Álvaro Bilbao pega no exemplo da aprendizagem de línguas, começando por admitir que é mais fácil aprender chinês ou inglês nos primeiros anos. Contudo, as línguas estrangeiras podem ser aprendidas mais tarde, enquanto o desenvolvimento da autoestima, a imaginação, o afeto e bons vínculos ocorrem nesses primeiros anos e, depois, pode ser tarde demais.

“Os primeiros anos de uma criança são para o cérebro emocional, não para o cérebro racional ou intelectual", resume o neuropsicólogo.

O perito reconhece que atualmente se fala muito em inteligência emocional, mas julga que se age pouco de acordo com o que já é conhecido: “Quando numa escola há uma criança sem amigos ou que sofre perseguição de colegas, a escola segue em frente, continua dando matéria e testes, mas não se detém a solucionar esse problema emocional".

Modelo semelhante é visível nos pais, que depositam interesse nas notas que um filho atinge mas não se preocupam tanto em saber se é bom com os seus pares ou se tem algum colega que esteja sempre sozinho ou isolado.

No livro, o autor advoga que a maioria dos pais dedica muito esforço à formação académica por estarem convencidos de que “uma mente brilhante abrirá todas as portas que podem levar uma pessoa a ser feliz”.

“A ideia de que um maior desenvolvimento intelectual proporciona uma maior felicidade está totalmente errada”, afirma.

A chave para compreender melhor a afirmação do neuropsicólogo pode estar na ausência de correlação entre a capacidade intelectual e a capacidade emocional. E para o autor, a prova disso é que há muitas pessoas com excelentes carreiras de sucesso e cheias de capacidades intelectuais mas que não têm empatia, sofrem de stress crónico e não conseguem encontrar felicidade.

O especialista vinca que a inteligência emocional e a racional estão localizadas em áreas bem diferentes do cérebro, que são independentes.

Mas a ciência da inteligência emocional é recente, era desconhecida da geração que desempenha agora o papel de avós ou bisavós e foi pouco transmitida aos atuais pais, que desconhecem ainda muito do vocabulário emocional.

Álvaro Bilbao defende a importância de deixar que a criança expresse as suas emoções, as entenda e as saiba nomear: “Se tem vontade de chorar, pois que chore. Não lhe digamos, para de chorar. Devemos tentar que perceba qual a razão que a faz chorar, que a identifique e a compreenda”.» in http://lifestyle.sapo.pt/familia/noticias-familia/artigos/uma-mente-brilhante-nao-traz-mais-felicidade-as-criancas-diz-neuropsicologo


(Parte 2 Teaser - O Valor da Felicidade e o Poder da Inteligência Emocional)


13/08/13

Ciência - O cérebro mantém-se ativo até trinta segundos depois do coração parar, o que pode justificar a denominada "experiência próxima da morte" de quem sobrevive a uma paragem cardíaca, segundo um estudo norte-americano divulgado na segunda-feira.

O cérebro mantém-se ativo depois de uma paragem cardíaca

«O cérebro mantém-se ativo depois de uma paragem cardíaca

Estudo desenvolvido com 9 ratos, anestesiados e sujeitos a uma paragem cardíaca induzida

O cérebro mantém-se ativo até trinta segundos depois do coração parar, o que pode justificar a denominada "experiência próxima da morte" de quem sobrevive a uma paragem cardíaca, segundo um estudo norte-americano divulgado na segunda-feira.

Cientistas da Universidade de Michigan desenvolveram uma investigação, com animais em laboratório, através da qual verificaram que o cérebro tem capacidade para produzir sinais próximos do estado de consciência mesmo depois de uma paragem do coração.

O estudo foi desenvolvido com nove ratos, que foram anestesiados e sujeitos a uma paragem cardíaca induzida. Nos trinta segundos seguintes à paragem do coração, os investigadores verificaram, através de eletrocefalogramas, que todos os animais registavam atividade cerebral.

"Ficámos surpreendidos com os elevados níveis de atividade", afirmou o investigador George Mashour, explicando que muitos dos sinais verificados sugerem que "o cérebro é capaz de produzir atividade elétrica bem organizada durante a primeira fase de morte clínica".

Foram registados resultados semelhantes em ratos que foram asfixiados.

Significa que "a redução de oxigénio, ou a combinação de falta de oxigénio e glucose, durante uma paragem cardíaca pode estimular a atividade cerebral que é característica de um processo de consciência", adiantou a investigadora, Jimo Borjigin.

A investigadora espera que este estudo sirva, no futuro, para futuras pesquisas em seres humanos, sobre experiências registadas na fase em que o cérebro está considerado morto, sem atividade.

Cerca de 20% das pessoas que sobrevivem a uma paragem cardíaca relatam terem sentido algo semelhante a visões, durante o período de tempo que os médicos classificam como morte clínica.

Os resultados desta investigação, considerados como a primeira prova científica das experiências próximas da morte relatadas por vários sobreviventes de paragens cardíacas, foram publicados na Proceedings of the National Academy of Sciences.» in http://saude.sapo.pt/noticias/saude-medicina/o-cerebro-mantem-se-ativo-depois-de-uma-paragem-cardiaca.html


Experiência de Quase Morte [EQM] - Parte 1 de 6


Experiência de Quase Morte [EQM] - Parte 2 de 6


Experiência de Quase Morte [EQM] - Parte 3 de 6


Experiência de Quase Morte [EQM] - Parte 4 de 6


Experiência de Quase Morte [EQM] - Parte 5 de 6


Experiência de Quase Morte [EQM] - Parte 6 de 6

07/04/13

Neurociência - Os investigadores nos Laboratórios de Neurociências Computacionais em Quioto combinaram dois processos de neuroimagiologia - a electroencefalografia e a ressonância magnética - enquanto três pessoas dormiam e registaram as ondas do sono e as áreas do cérebro mais ativas.

Conteúdo dos sonhos descodificado

«Conteúdo dos sonhos descodificado

Uma equipa de neurocientistas japoneses recorreu à ressonância magnética para decifrarem o conteúdo dos sonhos de um grupo de voluntários

Os investigadores nos Laboratórios de Neurociências Computacionais em Quioto combinaram dois processos de neuroimagiologia - a electroencefalografia e a ressonância magnética - enquanto três pessoas dormiam e registaram as ondas do sono e as áreas do cérebro mais ativas.

Sempre que os cientistas verificavam que os padrões do sono dos participantes correspondiam às primeiras fases do sono, acordavam-nos, perguntavam-lhes o que é que tinham acabado de sonhar, e depois deixavam-nos dormir novamente. Cada um dos indivíduos que participaram no estudo foi submetido a este processo de três em três horas, e repetido entre sete a dez vezes, em dias diferentes.

Acordados dez vezes em cada hora, os voluntários relataram ter tido sonhos visuais entre seis e sete vezes por hora, contabilizando um total de duzentos relatórios de sonhos de cada voluntário. A maior parte dos sonhos reflectia experiências quotidianas, como ir a uma padaria comprar um bolo ou tirar fotografias; mas outros reportavam conteúdo ligeiramente fora do comum, incluindo conhecer uma celebridade ou estar num estúdio discográfico.

Yukiyasu Kamitani, o médico neurologista que liderou este estudo, usou a base de dados lexical WordNet para extrair palavras-chave dos relatórios dos voluntários. Kamitani dividiu as palavras por vinte categorias, sendo que as que apareciam com maior frequência eram as palavras "carro", "masculino", "feminino", e "computador". De cada vez que os participantes eram acordados, uma série de fotografias eram mostradas das categorias que referiam. "Por exemplo, ao analisar a atividade cerebral durante os nove segundos antes de acordarmos os indivíduos, foi possível prever se um homem está no sonho ou não com uma precisão de 75 a 80%", acrescentou Kamitani.

Jack Gallant, investigador na Universidade da Califórnia, afirmou que este "é um trabalho interessante e entusiasmante, porque descobriu que os sonhos podem ser descodificados com maior precisão através do córtex visual de nível superior, do que do córtex visual primário, sugerindo que quando sonhamos usamos as mesmas áreas do cérebro para ver imagens."

Este estudo sobre os sonhos está publicado na revista Science. O próximo passo para a equipa de Kamitani é estudar esses dados durante a fase de sono REM (rapid eye movement).» in http://visao.sapo.pt/conteudo-dos-sonhos-descodificado=f722317#ixzz2PmuTo3Q3




(Significado dos Sonhos, Sonhar com Varrer)

21/11/12

Neurociência - O cérebro de Albert Einstein não era maior do que o de um qualquer homem adulto. Pesava uns normais 1230 gramas mas estava estruturado de um modo diferente, segundo revela a análise de 14 fotografias tiradas depois da sua morte, em 1955, e que até agora não tinham sido estudadas!

Uma das fotografias do cérebro de Einstein agora tornadas públicas

«Cérebro de Einstein era excepcionalmente desenvolvido

Estudo de 14 fotografias inéditas revela aptidões 'extraordinárias'.

O cérebro de Albert Einstein não era maior do que o de um qualquer homem adulto. Pesava uns normais 1230 gramas mas estava estruturado de um modo diferente, segundo revela a análise de 14 fotografias tiradas depois da sua morte, em 1955, e que até agora não tinham sido estudadas.

“O cérebro de Einsten tinha um córtex pré-frontal extraordinário, o que pode ter contribuído para as suas excepcionais capacidades cognitivas”, escrevem os autores da investigação, publicada na revista «Brain».

Situado acima dos olhos, o córtex pré-frontal está envolvido em aptidões como a capacidade de concentração, de planificação e de perseverança perante problemas. O físico alemão tinha esta parte do cérebro excepcionalmente desenvolvida.

Dirigidos pela antropóloga Dean Falk, da Universidade do Estado da Florida (EUA), os investigadores também descobriram anomalias nos lobos parietais, situado na parte superior do cérebro, acima das orelhas. Estes intervêm no pensamento simbólico, nas aptidões linguísticas, no raciocínio matemático e na orientação espacial.

Outra das regiões cerebrais que Einstein tinha anormalmente desenvolvidas era córtex somatossensorial primário, que processa a informação sensorial do tacto, e o córtex motor, que controla os movimentos voluntários.

Quando o Einstein morreu, foi o patologista Thomas Harvey que dirigiu a sua autópsia. Nessa ocasião, fotografou o seu cérebro de diversos ângulos antes de o cortar em 240 pedaços para o poder estudar.

Nos anos seguintes, distribuiu amostras e fotografias do cérebro a, pelo menos, 18 investigadores de vários países. Apesar dos esforços de Harvey para facilitar o estudo do cérebro de Einstein, só se publicaram, desde essa altura, seis artigos de investigação.

Nesses, revela-se que o autor da teoria da relatividade tinha uma densidade anormalmente alta de neurónios em algumas regiões do cérebro, bem como de células gliais, que proporcionam suporte e nutrição aos neurónios.

Grande parte dos materiais que Harvey distribuiu perderam-se à medida que os cientistas se foram reformando ou morrendo. Em 2010, três anos depois da morte do patologista, os seus herdeiros doaram o material que restava ao Museu Nacional de Saúde e Medicina, em Maryland. Entre esse material encontram-se as 14 fotografias que só agora são tornadas públicas.» in http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=56260&op=all


El cerebro de Albert Einstein (I de II)


El cerebro de Albert Einstein (II de II)


(El cerebro de Einstein)

15/06/12

Neurociência - Os investigadores assumem, igualmente, que à semelhança do exercício físico, os indivíduos devem apostar em actividades mentais para atrasar ao máximo qualquer tipo de doença neuro-degenerativa!




«“Quem se fecha à comunicação vai atrofiar o tecido cerebral”


Neurociência em destaque no Instituto de Bioética da Católica Porto.
2012-06-14
Por Susana Lage


Deve-se apostar em actividades mentais para atrasar doenças neuro-degenerativas
“Por muito vertiginoso que esteja a ser o progresso no conhecimento do processo de funcionamento das estruturas cerebrais, não se compreende como uma actividade electroquímica se manifesta na subjectividade individual como um sentimento ou como uma ideia abstracta”.


Este é um dos maiores mistérios escondidos por detrás da capacidade mental, sobretudo em pessoas com idade mais avançada, segundo afirmam os investigadores Daniel Serrão e António Jácomo ao Ciência Hoje.


A questão levanta-se a propósito do seminário que se realiza amanhã, no Instituto de Bioética da Católica Porto, intitulado «Neurobiologia da sabedoria do idoso, para Goldberg».


Daniel Serrão e António Jácomo, coordenadores da iniciativa, explicam que a mente pode e deve ser estimulada. Os investigadores assumem, igualmente, que à semelhança do exercício físico, os indivíduos devem apostar em actividades mentais para atrasar ao máximo qualquer tipo de doença neuro-degenerativa.


“O cérebro é o órgão de relação da pessoa com o mundo exterior, que inclui as outras pessoas, claro. A melhor forma de o activar é mantê-lo voltado para o mundo exterior, pelas diversas sensorialidades, e para o mundo interior, pela curiosidade que estimula a inteligência reflexiva e simbolizadora. Quem se fecha à comunicação vai atrofiar o tecido cerebral e diminuir as suas capacidades efectoras”, explicam.


Além de uma oportunidade de reflexão sobre a actividade do cérebro humano, o ciclo «Mente – À sexta-feira», onde se insere o encontro, explica a influência que a Neurociência possui ao nível do trabalho mental e da vida espiritual.


“As neurociências confirmam a convicção de muitos filósofos de que corpo e alma são formas ‘complementares’, no sentido de Niels Bohr, de olhar, descrever e conhecer o homem. Sendo diferentes, são ambas verdadeiras porque a certeza está no método de conhecer. O corpo, como cérebro, condiciona as manifestações mentais que são depois autónomas. Sem cérebro a pessoa não pode amar, mas quando ama exprime e cria muito mais do que o cérebro possibilitou. Esta outra vida que é chamada vida do espírito, nasce do cérebro, mas cresce fora dele”, dizem Daniel Serrão e António Jácomo.» in


(Introduction to Neuroscience)


(How the Human Brain functions - The Human Body for Beginners Episode 1 of 30)


(How The Brain Works)