«Canhotos são mais rápidos no desporto
Eram contrariados com reguadas, mas hoje já não são discriminados. Em algumas actividades, como as desportivas, até pensam mais rapidamente que os destros, dizem alguns estudos
Fazem tudo à esquerda e nalgumas tarefas, como a condução, as actividades desportivas ou os jogos de computador, até pensam mais rapidamente que os destros, asseguram alguns estudos científicos. Houve um tempo, no entanto, em que os canhotos, que são cerca de dez por cento da população em Portugal, eram contrariados na escola, com castigos e reguadas. Hoje já não é assim, mas há quem se queixe de que a sociedade ainda se esquece deles nas pequenas coisas do dia-a-dia.
Manuel Coelho dos Santos, que em 2001 editou um livro sobre o direito de ser canhoto e que em 1988 abriu a primeira loja em Lisboa com produtos para eles, é uma das pessoas que dizem que a sociedade portuguesa ainda não facilita a vida aos esquerdinos.
Quando abriu a loja, que acabou por encerrar em 1993, chegou a ser insultado. "As pessoas tinham vergonha de frequentar a loja, até parecia que estava a vender produtos pornográficos", contou à Lusa.
Coelho dos Santos diz que se bateu para que o Estado, através do ministério da Educação, desse às crianças canhotas condições semelhantes às destras. Mas nada mudou, garante. "Pensei que ia acontecer um milagre, mas não. Hoje centenas de crianças ingressam nos primeiros anos de escolaridade sem ter material escolar adequado", lamenta.
Por isso, sublinha, os canhotos, estigmatizados durante anos, continuam a ter as mesmas dificuldades, o mundo continua a ser todo pensado para os destros e no mercado há poucos materiais para quem é canhoto. Uma situação que contrasta por exemplo com a do Reino Unido, Estados Unidos ou Alemanha, onde, garante, existem preocupações com esta faixa da população, em especial com as crianças e com as suas aprendizagens escolares.
Apesar de tudo, os canhotos acabam por habituar-se a um mundo que não está feito para eles. Marta Cruz, 33 anos, bancária, é um exemplo. "Acabei por me habituar", afirmou à Lusa, garantindo que nunca se sentiu discriminada. A sua geração já não foi contrariada. E hoje já há materiais adaptados, como tesouras, mas chegar a eles é que ainda não é fácil. Muitas vezes a Internet é a solução.» in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1333485
Fazem tudo à esquerda e nalgumas tarefas, como a condução, as actividades desportivas ou os jogos de computador, até pensam mais rapidamente que os destros, asseguram alguns estudos científicos. Houve um tempo, no entanto, em que os canhotos, que são cerca de dez por cento da população em Portugal, eram contrariados na escola, com castigos e reguadas. Hoje já não é assim, mas há quem se queixe de que a sociedade ainda se esquece deles nas pequenas coisas do dia-a-dia.
Manuel Coelho dos Santos, que em 2001 editou um livro sobre o direito de ser canhoto e que em 1988 abriu a primeira loja em Lisboa com produtos para eles, é uma das pessoas que dizem que a sociedade portuguesa ainda não facilita a vida aos esquerdinos.
Quando abriu a loja, que acabou por encerrar em 1993, chegou a ser insultado. "As pessoas tinham vergonha de frequentar a loja, até parecia que estava a vender produtos pornográficos", contou à Lusa.
Coelho dos Santos diz que se bateu para que o Estado, através do ministério da Educação, desse às crianças canhotas condições semelhantes às destras. Mas nada mudou, garante. "Pensei que ia acontecer um milagre, mas não. Hoje centenas de crianças ingressam nos primeiros anos de escolaridade sem ter material escolar adequado", lamenta.
Por isso, sublinha, os canhotos, estigmatizados durante anos, continuam a ter as mesmas dificuldades, o mundo continua a ser todo pensado para os destros e no mercado há poucos materiais para quem é canhoto. Uma situação que contrasta por exemplo com a do Reino Unido, Estados Unidos ou Alemanha, onde, garante, existem preocupações com esta faixa da população, em especial com as crianças e com as suas aprendizagens escolares.
Apesar de tudo, os canhotos acabam por habituar-se a um mundo que não está feito para eles. Marta Cruz, 33 anos, bancária, é um exemplo. "Acabei por me habituar", afirmou à Lusa, garantindo que nunca se sentiu discriminada. A sua geração já não foi contrariada. E hoje já há materiais adaptados, como tesouras, mas chegar a eles é que ainda não é fácil. Muitas vezes a Internet é a solução.» in http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1333485