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28/06/23

Espaço - De acordo com a agência o asteroide com o nome “2013 WV44"deverá passar a 2,8 milhões de quilómetros da Terra, sendo o que passou mais perto nos últimos cinco dias.


«Asteroide de 91 metros deverá passar mesmo ao lado da terra esta quarta-feira

Esta manhã a NASA estará atenta à passagem de um asteroide que pelo seu tamanho pode ser considerado "potencialmente perigoso".

Um asteroide com 91 metros de diâmetro irá passar muito perto da terra na manhã desta quarta-feira. A agência norte-americana NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) está neste momento a monitorizar a trajetória do corpo espacial.

De acordo com a agência o asteroide com o nome “2013 WV44"deverá passar a 2,8 milhões de quilómetros da Terra, sendo o que passou mais perto nos últimos cinco dias. A maior aproximação à terra será por volta das 9:00 da manhã de Lisboa.

Este asteroide foi observado pela primeira vez em 2013 e viaja a 11,8 quilómetros por segundo, cerca de 34 vezes a velocidade do som.

Este objeto espacial em questão não deverá colidir com a terra, no entanto, o seu tamanho bastante maior que o normal obriga a NASA a classifica-lo como "potencialmente perigoso", sendo que de acordo com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA "a maioria dos Objetos Próximos da Terra (NEO) não representa qualquer perigo”.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/asteroide-de-91-metros-devera-passar-mesmo-ao-lado-da-terra-esta-quarta-feira

(UN ASTEROIDE DE 160m SOBREVOLARA LA ORBITA DE LA TIERRA MAÑANA MIÈRCOLES)


#espaço    #asteroide    #nasa    #2013 WV44

04/05/23

Espaço - Num vislumbre do destino reservado para a Terra, daqui a cerca de 5 mil milhões de anos, astrónomos avistaram uma estrela semelhante ao Sol a devorar um planeta — e a expelir uma explosão de luz e energia.


«Estrela apanhada pela primeira vez em flagrante a devorar um planeta. Este é o nosso destino

Num vislumbre do destino reservado para a Terra, daqui a cerca de 5 mil milhões de anos, astrónomos avistaram uma estrela semelhante ao Sol a devorar um planeta — e a expelir uma explosão de luz e energia.

Pela primeira vez, uma equipa de astrónomos apanhou uma estrela em flagrante no ato de devorar um dos seus planetas.

Tal como aconteceu com esta estrela, que engoliu os seus planetas internos, o nosso próprio Sol vai expandir-se e devorar o Sistema Solar. Mas esse dia vai demorar uns 5 mil milhões de anos a chegar.

Kishalay De, investigador do Instituto de Tecnologia dos Massachusetts, e colegas usaram o telescópio da Zwicky Transient Facility, na Califórnia, para detetar uma estranha explosão de luz designada como ZTF SLRN-2020, proveniente de uma estrela a cerca de 13.000 anos-luz de distância.

Em apenas 10 dias, a estrela tornou-se cerca de 100 vezes mais brilhante.

A erupção foi semelhante a um fenómeno chamado nova vermelha, causado pela fusão de duas estrelas, mas não era tão brilhante e não emitia tanta energia.

Segundo a New Scientist, após recolher mais observações com outros telescópios, os investigadores descobriram que os dados eram consistentes com uma estrela a devorar não outra estrela, mas um planeta gigante gasoso com pelo menos 30 vezes a massa da Terra.

“No passado, todas as evidências que tivemos de estrelas a engolir planetas vieram da observação de estrelas que o fizeram há centenas de milhares de anos“, diz De. “Mas nunca tínhamos apanhado uma estrela em flagrante a comer um planeta.”

Este processo ocorre quando uma estrela semelhante ao Sol esgota o seu combustível de hidrogénio e passa a fundir hélio.

No processo, a estrela torna-se uma gigante vermelha e a sua atmosfera expande-se para fora, engolindo quaisquer planetas que tenham a má sorte de orbitar demasiado perto. No caso do ZTF SLRN-2020, o planeta demorava cerca de um dia terrestre a completar a orbita à volta da sua estrela.

O Sol deve começar a expandir-se daqui a cerca 5 mil milhões de anos. “Estamos a ver realmente o destino do nosso próprio planeta a acontecer em tempo real a um planeta azarado”, diz De.

“Se na altura estivéssemos a observar nosso sistema solar a 10.000 anos-luz de distância, veríamos que o Sol também se tornaria mais brilhante, de forma semelhante — mas o efeito não seria tão dramático porque a Terra é muito menor do que este planeta”, acrescenta o investigador.

A descoberta foi publicada esta quarta-feira na revista Nature.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/estrela-apanhada-pela-primeira-vez-em-flagrante-a-devorar-um-planeta-este-e-o-nosso-destino-533746


#ciência    #espaço    #astronomia

09/03/23

Espaço - A NASA anunciou esta terça-feira que está a vigiar o recentemente descoberto 2023 DW — um asteroide com quase 50 metros de diâmetro que tem uma pequena probabilidade de atingir a Terra em 2046.


«O asteroide 2023 DW pode ter encontro marcado com a Terra no Dia dos Namorados de 2046

A NASA anunciou esta terça-feira que está a vigiar o recentemente descoberto 2023 DW — um asteroide com quase 50 metros de diâmetro que tem uma pequena probabilidade de atingir a Terra em 2046.

Numa publicação no seu perfil no Twitter, a agência espacial norte-americana NASA anunciou estar a vigiar um pequeno asteroide, com cerca de 50 metros de diâmetro — o tamanho aproximado de uma piscina olímpica.

O asteroide em causa, designado 2023 DW, foi descoberto a 27 de fevereiro e encontra-se atualmente a cerca de 0,12 UAs da Terra (cerca de 18 mil milhões de quilómetros). Uma UA, ou Unidade Astronómica, é a distância entre o nosso planeta e o Sol.

Segundo uma estimativa divulgada esta quarta-feira pelo Centro de Coordenação de Objetos Próximos da Terra da agência espacial europeia ESA, há uma probabilidade pequena, mas não nula, de o asteroide colidir com o nosso planeta:  1 em 560, ou seja, 0,18%.

A eventual colisão do asteroide aconteceria no dia 14 fevereiro de 2046 — e este é um encontro que ninguém gostaria de ter no Dia dos Namorados.

O impacto de um corpo desta dimensão causaria estragos significativos à escala regional, mas não seria um Extinction Level Event; a humanidade sobreviveria tranquilamente ao evento.

Por comparação, o asteroide que explodiu em Chicxulub, que recentemente se confirmou ter sido responsável pela extinção dos dinossauros, tinha um diâmetro de 10 a 15 quilómetros — cerca de 200 vezes maior do que o do 2023 DW.

O 2023 DW é, ainda assim, quase três vezes maior do que o asteroide de  Chelyabinsk, corpo com 20 metros e 13.000 toneladas que em 2013 atingiu a atmosfera sobre os Montes Urais, na Rússia, a uma velocidade superior a 18 km/s.

O corpo celeste explodiu a uma altitude de 30 km, libertando uma energia de cerca de meia megatonelada — o equivalente a 35 bombas de Hiroxima.

https://www.youtube.com/watch?v=bSkPNMjRRio 

Neste momento, o asteroide está classificado com 1 na Escala de Torino, que categoriza de 0 a 10 os corpos celestes de acordo com a sua probabilidade de  impacto na Terra —ou seja, a probabilidade de colisão do 2023 DW é muito baixa, mas não nula.

A rota do asteroide está a ser acompanhada em tempo real pelo programa Eyes On Asteroids da NASA, e será traçada com melhor precisão nas próximas semanas.

Segundo o EarthSky, a probabilidade de colisão do 2023 DW foi inicialmente estimada em 1/700 — um pouco mais baixa do que os 1/560 apontados neste momento.

“Quando descobrimos um novo objeto, demoramos algumas semanas a recolher dados para reduzir as incertezas e prever a sua órbita futura”, explica a agência espacial norte-americana.

É provável então que a rota do 2023 DW seja traçada com mais precisão e que a possibilidade de colisão com a Terra venha a ser brevemente descartada.

Mas caso se venha a verificar que o asteroide está mesmo a caminho do nosso planeta, nem tudo está perdido.

O recente sucesso da Missão DART, da NASA,  que em outubro enviou uma nave suicida contra o asteroide Dimorphos e desviou a sua rota, permite-nos antever que lá para 2046 estaremos ainda mais bem preparados para o que der e vier.

Armando Batista, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/nasa-em-alerta-detetado-asteroide-que-pode-atingir-a-terra-em-2046-525809

(ASTEROIDE DE 50 METROS QUE ACABA DE SER DESCOBERTO PODE COLIDIR COM A TERRA - CONHEÇA 2023 DW)

#espaço    #asteroide    #2023dw

14/02/23

Espaço - Só entre sábado e domingo, a Defesa dos Estados Unidos da América abateu três objetos voadores não identificados.


«OVNIs: Pentágono nada exclui (nem aliens)

Objetos voadores não identificados andam a aparecer pelo céu norte-americano. Casa Branca e Pentágono com reacções distintas.

E, de repente, o ser humano passou a olhar constantemente para o céu. Sobretudo na América do Norte.

Só entre sábado e domingo, a Defesa dos Estados Unidos da América abateu três objetos voadores não identificados. Quatro, em pouco mais de uma semana.

Também no Canadá, no sábado, foi abatido outro objeto voador não identificado. E na China, no domingo, cenário semelhante.

Esta sequência começou por ser mediática graças ao balão-espião da China que foi abatido no espaço aéreo dos EUA.

“Estamos a chamar-lhe objetos, e não balões, por alguma razão”, avisou o general da Força Aérea dos EUA, Glen VanHerck, citado pela Reuters.

“Vou deixar que a comunidade de inteligência e a comunidade de contraespionagem resolvam isso. Não descartei nada”, avisou, questionado sobre a possibilidade de serem extraterrestres.

“Neste momento continuamos a avaliar todas as ameaças ou possíveis ameaças, desconhecidas, que se aproximem dos EUA, tentando identificá-las”, acrescentou.

Isto foi no domingo. Mas nesta segunda-feira, outra responsável do mesmo país, a assessora da Casa Branca contrariou o general: “Não há sinais de aliens ou atividade extraterrestre nestes objetos abatidos”.

Karine Jean-Pierre, em conversa com os jornalistas, explicou que esses três objetos abatidos eram uma ameaça “muito real” ao tráfego aéreo civil (estavam a voar a uma altura mais baixa do que o balão chinês), mas não estavam a emitir sinais de comunicação.

Ao longo de quase 20 anos, entre 2004 e 2021, o Pentágono registou 144 visualizações de objetos voadores não identificados. Quase 200 não têm ainda explicação oficial.

O mistério mantém-se: ninguém sabe de onde eles vieram…

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/ovnis-aliens-522113

#espaço    #ovnis    #aliens    #balões    #espionagem

12/12/22

Espaço - O mundo poderá ter apenas 15 minutos para se preparar antes de uma tempestade solar brutal atingir o nosso planeta.


«A Humanidade terá apenas 15 minutos antes de mergulhar na escuridão total

O mundo poderá ter apenas 15 minutos para se preparar antes de uma tempestade solar brutal atingir o nosso planeta. Mas o mais certo é que a única coisa a fazer nesse quarto de hora seja tomar um último chá.

Nos dias 1 e 2 de setembro de 1859, a mais poderosa tempestade geomagnética alguma vez registada atingiu a Terra.

A tempestade foi desencadeada por uma gigantesca erupção solar que tinha ocorrido 17 horas antes, recorda o Big Think.

Embora nenhum ser vivo tenha sido afetado diretamente, o evento provocou uma série de problemas e falhas globais — numa altura em que  o Mundo não dependia como atualmente de sistemas eletrónicos.

O que o mundo presenciou nesses dia, agora conhecido como Evento Carrington, foi uma enorme tempestade geomagnética — fenómeno que ocorre quando uma grande bolha de gás sobreaquecido — chamada plasma — é ejetada da superfície do Sol e atinge a Terra.

Essa bolha é conhecida como ejeção de massa coronal.

Eventos como este, com maior ou menor intensidade, acontecem com alguma frequência. Mas se um evento com a magnitude do Carrington ocorrer nos nossos tempos, as consequências podem ser devastadoras — deitar abaixo a Internet e a rede elétrica em todo o mundo, e lançar o caos nas comunicações.

A semana passada, o Sol esteve particularmente irrequieto.  Uma tempestade solar, provocada pela colisão entre ventos solares rápidos (que se moviam a cerca de 500 km por segundo) e com ventos mais lentos, atingiu a Terra no dia 7, seguida de réplicas nos dias 8 e 9.

Poucos dias antes, adiantava o Live Science, uma tempestade solar provocada por um buraco no tamanho de um desfiladeiro no Sol poderia expelir matéria a velocidades de até 2.9 milhões de km/h — e atingir a Terra.

O evento que atingiu a Terra nos dias 7, 8 e 9 foi uma pequena tempestade solar, que ainda assim causou algumas perturbações nos sistemas eletrónicos em algumas partes do globo.

Mas o eventual impacto direto de uma tempestade solar poderosa poderá mergulhar o nosso planeta na obscuridade, cortando o fornecimento de electricidade em todo o mundo.

E o melhor que os meteorologistas podem fazer nessa altura, alertava em 2017 a meteorologista britânica Catherine Burnett, é avisar, alguns minutos antes, que a Humanidade tem pela frente um completo apagão.

As ejecções de massa coronal (EMC) do Sol podem viajar em qualquer direcção e, caso tomem o rumo terrestre, poderiam envolver o nosso planeta por completo.

“Uma ejeção de massa coronal significativa demora 19 horas a chegar à Terra“, diz a especialista. “Assim que víssemos uma ejecção a abandonar a estrela, ficaríamos a saber dela apenas 15 minutos antes da chegada ao nosso planeta, bem como os restantes dados sobre a direcção magnética ou o seu impacto”.

Em agosto do mesmo ano, investigadores da Universidade de Harvard calcularam o tempo que resta até à erupção solar que pode acabar com a humanidade, tendo concluído que a mesma poderá acontecer nos próximos 750 anos.

Os autores do estudo exploraram os efeitos das “super fulgurações” na história evolutiva da Terra e outros planetas do sistema solar, e sustentam que a magnitude dos danos económicos e tecnológicos que tal erupção provocaria seriam de tal ordem que poderiam significar o fim da humanidade.

Esperemos então que nestes 750 anos a Humanidade tenha encontrado forma de se proteger de uma tal “super fulguração” — ou encontrado abrigo num planeta distante.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/a-humanidade-tera-apenas-15-minutos-antes-de-mergulhar-na-escuridao-total-511933

(NASA | Fiery Looping Rain on the Sun)

30/05/22

Espaço - O movimento muito pequeno de uma pequena estrela revelou a presença de um exoplaneta ‘super Terra’, orbitando a uma distância próxima da habitável.


«Astrónomos descobriram uma ‘super Terra’ perto da zona habitável da sua estrela, indica estudo

O movimento muito pequeno de uma pequena estrela revelou a presença de um exoplaneta ‘super Terra’, orbitando a uma distância próxima da habitável. Perto de uma anã vermelha chamada ‘Ross 508’, localizada a apenas 36,5 anos-luz de distância, embora muito fraca para ser vista a olho nu, os astrónomos confirmaram a existência de um planeta com apenas quatro vezes a massa da Terra, o que pode significar que provavelmente será terrestre, ou rochoso, em vez de gasoso.

É improvável que o exoplaneta, chamado ‘Ross 508 b’, seja habitável para a vida como a conhecemos; no entanto, a descoberta, a primeira de uma nova pesquisa que usou o Telescópio Subaru do Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ), que se situa no Havai, demonstrou a eficácia das técnicas usadas para localizar pequenos planetas em torno de estrelas fracas.

A procura por exoplanetas habitáveis ​​é um pouco frustrada pela própria natureza do que acreditamos que esses exoplanetas sejam: o único modelo que temos é a Terra, um planeta relativamente pequeno, orbitando a uma distância da sua estrela na qual as temperaturas são propícias à água líquida na superfície, o que é conhecido como a ‘zona habitável’.

Esses não são os únicos fatores em jogo, obviamente – Marte, por exemplo, está dentro da zona habitável do Sol – mas eles são os mais fáceis de rastrear.

No entanto, as técnicas usadas para procurar exoplanetas funcionam melhor em mundos grandes, como gigantes gasosos, orbitando a distâncias muito próximas, quentes demais para água líquida.

A principal técnica para encontrar exoplanetas é o ‘método de trânsito’ – um instrumento olha para as estrelas e procura por quedas regulares na sua luz, causadas por um objeto que orbita regularmente entre nós e a estrela. A profundidade desse trânsito pode ser usada para calcular a massa do objeto; quanto maior a curva de luz – causada por planetas maiores – mais fácil é detetar. Já foram encontrados 3.858 exoplanetas encontrados através deste método.

A segunda técnica mais frutífera é o ‘método da velocidade radial’, também conhecido como ‘wobble’ ou ‘método Doppler’: quando dois corpos estão presos em órbita, um não orbita o outro; em vez disso, orbitam um centro de gravidade mútuo, o que significa que a influência gravitacional de qualquer planeta em órbita faz com que uma estrela oscile levemente no local. Esta técnica é melhor para detetar exoplanetas menores com órbitas mais amplas.

Em 2019, uma equipa internacional de astrónomos liderada pelo NAOJ iniciou uma pesquisa através do telescópio Subaru para encontrar estrelas anãs vermelhas fracas à procura de exoplanetas. O ‘Ross 508 b’, descrito num artigo liderado pelo astrónomo Hiroki Harakawa e publicado no ‘Publications of the Astronomical Society of Japan’, é o primeiro exoplaneta da campanha e é promissor. O mundo tem cerca de 4 vezes a massa do Sol, orbitando a estrela a cada 10,75 dias, o que é muito mais próximo do que a órbita da Terra.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/astronomos-descobriram-uma-super-terra-perto-da-zona-habitavel-da-sua-estrela-indica-estudo/

(What Is the Habitable Zone?)

16/03/22

Espaço - Cerca de 800 quilómetros acima da Terra, há uma camada cada vez maior de lixo – detritos espaciais compostos de corpos de foguetões usados e satélites mortos estão espalhados pelo espaço, movendo-se a mais de 29 mil quilómetros por hora.


«Detritos espaciais: satélites mortos, restos de foguetões e mísseis russos têm provocado o caos na órbita da Terra

Cerca de 800 quilómetros acima da Terra, há uma camada cada vez maior de lixo – detritos espaciais compostos de corpos de foguetões usados e satélites mortos estão espalhados pelo espaço, movendo-se a mais de 29 mil quilómetros por hora. E a Rede de Vigilância Espacial dos Estados Unidos garantiu que a camada está a aumentar: atualmente já rastreia cerca de 40 mil objetos maiores do que alguns centímetros a circular a Terra, mais do que os 25 mil em 2019.

Quando os detritos colidem na órbita baixa da Terra, podem pôr em perigo os astronautas e naves espaciais, destruir satélites ativos ou criar uma reação em cadeia e cair em cascata num perigoso cinturão ou nuvem de congestionamento conhecido como Síndrome de Kessler. Em 2016, a NASA declarou os detritos espaciais “a ameaça número 1 para naves espaciais, satélites e astronautas”.

Conforme a guerra na Ucrânia se desenrola, a segurança dos satélites e a sua vulnerabilidade a ataques do solo estão a tornar-se tópicos de conversas sobre segurança nacional. E tornou-se mais difícil determinar se as transmissões dos satélites estão a falhar porque os atores russos estão a interferir nos sinais de comunicação de e para os satélites ou porque há detritos no caminho.

De acordo com dados recolhidos pela ‘Union of Concerned Scientists’, uma organização de defesa da ciência sem fins lucrativos dos Estados Unidos, mais de 80% dos quase 5 mil satélites em órbita residem atualmente na órbita baixa da Terra. O Starlink da SpaceX e outros projetos de constelação planeiam lançar dezenas de milhares de outros satélites nos próximos anos, aumentando drasticamente o tráfego na órbita baixa da Terra e dificultando o reconhecimento de possíveis colisões.

Se estes satélites se tornarem alvos de guerra e forem destruídos, o anel de lixo espacial ficará muito maior. Também pode durar anos: em novembro passado, a Estação Espacial Internacional teve de se esquivar de detritos criados pelo teste de armas antissatélite (ASAT) da China em 2007. Menos de uma semana depois, a Rússia disparou um míssil balístico do solo, explodindo um satélite Kosmos 1408 da era soviética em mais de 1.500 pedaços – este evento criou uma nuvem de detritos que deve permanecer em órbita baixa da Terra por anos, ou mesmo décadas, de acordo com o Comando Espacial.

A manifestação da Rússia pressionou grupos dedicados ao espaço sustentável, como a Secure Globe Foundation e o Outer Space Institute, a emitir novos apelos para uma proibição internacional de armas antissatélite para evitar que o espaço se torne um “campo minado”. O Grupo de Trabalho Aberto sobre Ameaças Espaciais, um órgão das Nações Unidas criado nas semanas seguintes ao teste russo ASAT, vai discutir a prevenção de uma corrida armamentista espacial em maio.

Como os Estados Unidos operam a maioria dos satélites em órbita hoje, Saadia Pekkanen, diretora do Centro Espacial, Lei, Dados e Política da Universidade de Washington, diz que eles são o “calcanhar de Aquiles da América”, e a guerra antissatélite com mísseis seria um desastre com potencial para impactar as comunicações, navegação e comando e controlo nuclear. “Estou rezando para que isso não aconteça”, garantiu. Também traria consequências para as pessoas ao redor do mundo que estão interessadas no espaço do ponto de vista científico e exploratório, explica ela, bem como o poderio econômico ou militar dos EUA.

A China já está a enviar máquinas equipadas com lasers, redes e arpões em órbita para limpar detritos espaciais, mas os EUA estão céticos quanto à verdadeira missão do país. No mês passado, a empresa ExoAnalytics Solutions rastreou o satélite chinês SJ-21 enquanto usava o seu braço robótico para mover outro satélite chinês em órbita geossíncrona. As autoridades de defesa chinesas dizem que o SJ-21 destina-se a descartar detritos espaciais mas o Comando Espacial dos EUA diz que o mesmo braço pode debilitar ou desativar satélites rivais.

Na ausência de uma operação de limpeza em larga escala, a órbita baixa da Terra está a ficar mais lotada. No ano passado, um satélite da Agência Espacial Europeia e a estação espacial chinesa fizeram manobras evasivas para evitar colidir com os satélites Starlink. A análise do banco de dados SOCRATES de encontros ameaçadores no espaço, que foi criado pelo Center for Space Standards & Innovation, um braço de pesquisa da empresa CelesTrak, descobriu que os satélites Starlink poderiam em breve representar 90% de todos os encontros próximos entre naves espaciais em baixa altitude na órbita terrestre.

A empresa americana de rastreamento espacial LeoLabs vai começar a monitorizar objetos menores do que 10 centímetros pela primeira vez este ano. Para contextualizar: a modelagem da Agência Espacial Europeia prevê que existam aproximadamente 36 mil pedaços de detritos maiores do que 10 centímetros em órbita hoje e 1 milhão de pedaços de detritos entre 1 e 10 centímetros.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/detritos-espaciais-satelites-mortos-restos-de-foguetoes-e-misseis-russos-tem-provocado-o-caos-na-orbita-da-terra/

(Lixo espacial: limpeza é urgente! - space)

15/03/22

Espaço - Estudo que defendia a descoberta de um buraco-negro a apenas mil anos-luz da Terra é substituído por teoria da estrela vampira.


«Astrónomos resolvem mistério a 1000 anos luz da Terra: buraco negro mais próximo do nosso planeta é afinal “estrela vampira”

Estudo que defendia a descoberta de um buraco-negro a apenas mil anos-luz da Terra é substituído por teoria da estrela vampira. O engano deu origem a um conjunto de cálculos importantes para a compreensão deste fenómeno

Um estudo publicado este mês prova que o buraco negro descoberto em 2019 por uma equipa de astrónomos, considerado o mais próximo da Terra alguma vez conhecido, é, afinal, uma “estrela vampira”, que absorve a atmosfera de uma estrela próxima.

Em 2020, as notícias da descoberta de um buraco negro a apenas mil anos-luz da Terra correu a Internet. Um grupo de astrónomos do Observatório Sul Europeu (OSE) descobriu, no sistema de estrelas binário HR 6819 – sistema de duas estrelas que orbitam um mesmo centro de massa – um buraco negro tão próximo da Terra que Thomas Rivinius, o astrónomo que liderou a pesquisa, descreveu, em resposta ao The Atlantic, a sua localização como “o nosso quintal”.

A pesquisa incluía um conjunto de cálculos que suportavam a hipótese da existência de um buraco-negro entre as duas estrelas, responsável por acelerar a órbitra de uma delas. No entanto, outros estudos que se ocuparam de estudar o sistema HR 6819 apresentaram conclusões bastante diferentes.

Uma das equipa de cientistas que procurou rever os resultados da descoberta de Rivinius sugeriu que o funcionamento do sistema em causa não resultava da existência de um buraco negro que acelerava a órbita de uma das estrelas, mas antes da presença de uma estrela vampira cujo movimento rápido era impulsionado pela atmosfera que retirou de uma estrela parceira. Entre as várias alternativas apresentadas, Rivinus considerou essa uma opção não só viável, mas muito provável o que o fez “suar um pouco”, como admitiu ao The Atlantic.

A hipótese do buraco negro surgiu, inicialmente, na sequência de dados que indicavam a presença de um objeto denso que, das duas estrelas que constituem o sistema, seria orbitado pela mais próxima. A conclusão, assim como os cálculos, eram claros: “Um objeto invisível com massa pelo menos quatro vezes superior à do Sol só pode ser um buraco negro”, explicou na época Rivinius.

“Um candidato perfeito para estudar a forma como o vampirismo afeta a evolução de estrelas massivas”

A hipótese da estrela vampira, apresentada num estudo liderado por Julia Bodensteiner, estudante de doutoramento na Katholieke Universiteit Leuven, em Leuven, Bélgica, concordava que uma das estrelas tinha uma órbita significativamente mais rápida, mas a justificação para tal acontecer diferia da de Rivinius e não pareciam existir dados suficientes para definir qual seria a opção correta.

Ambas as equipas procuraram, assim sendo, obter mais dados para justificar a sua teoria, sendo que uma das questões mais importantes a responder era qual seria a distância entre as duas estrelas. A teoria do buraco negro defendia que os dois corpos celestes estavam significativamente mais distantes um do outro do que o indicado pela teoria de Bodensteiner. Resolver este enigma poderia ajudar a perceber qual dos estudos corresponderia, de facto, à realidade.

“Concordamos que existem duas fontes de luz no sistema, a questão é se elas se orbitam mutuamente de perto, como no cenário da estrela vampira, ou estão distantes uma da outra, como no cenário do buraco negro”, explicou Rivinus num comunicado.

Para responderem a esta questão, ambas as equipas procuraram recorrer a instrumentos capazes de oferecer dados mais concretos, nomeadamente o Very Large Telescope (VLT) e o Very Large Telescope Interferometer (VLTI) do OSE, dois equipamentos localizados no Chile que conseguem oferecer imagens mais detalhadas do HR 6819.

Uma vez que ambas as equipa partilhavam o foco de pesquisa, os seus membros decidiram unir forças na procura pela verdade científica, desenvolvendo um estudo assinado tanto por cientistas da equipa de Rivinius como de Bodensteiner. As imagens obtidas a partir do telescópio eram claras: o sistema HR 6819 era composto por apenas duas estrelas em órbitas próximas e, embora não existisse um buraco negro, como antes defendido por Rivinius, os seus cálculos não estavam errados, apenas mal interpretados.

De facto, o que parece ter acontecido é que Rivinius e a sua equipa observaram e desenvolveram a matemática envolvida na transferência da atmosfera de uma das estrelas para a outra, fenómeno que dá nome à “estrela vampira”. O que acontece nestes casos é que “a segunda estrela come bocadinhos da primeira”, explica Bodensteiner, uma ocorrência que, embora comum entre sistemas de duas estrelas, é extremamente improvável de ser registada por ser tão breve, uma das razões pela qual Rivinius não considerou essa hipótese. “Mesmo tendo centenas desses sistemas, ou milhares deles, esperamos sempre que (essas estrelas) estejam antes desse momento (no qual uma das estrelas capta a atmosfera da outra) ou depois desse momento”.

“Registar a fase pós-interação é extremamente difícil, porque é muita curta”, reforçou num comunicado Abigail Frost, uma das autoras do novo estudo. “Isto torna as nossas descobertas para o HR 6819 muito empolgantes porque apresenta um candidato perfeito para estudar a forma como esse vampirismo afeta a evolução de estrelas massivas e, por sua vez, a formação de fenómenos associados, incluindo ondas gravitacionais e violentas explosões de supernovas”, acrescentou. As equipas já anunciaram que vão trabalhar juntas na monotorização do sistema de estrelas binário HR 6819.

O buraco negro de Rivinius junta-se a outros tantos cuja descoberta foi depois rebatida. “É incrivelmente difícil encontrar uma coisa que não emite luz”, admitiu Bodensteiner, razão pela qual muitos daqueles que são descobertos acabam por ser engano. Hoje, o buraco negro mais próximo da Terra encontra-se a cerca de 3 mil anos-luz na constelação Unicórnio.» in https://visao.sapo.pt/atualidade/mundo/2022-03-15-astronomos-resolvem-misterio-a-1000-anos-luz-da-terra-buraco-negro-mais-proximo-da-terra-e-afinal-estrela-vampira/

(NENHUM BURACO NEGRO PERTO DA TERRA, TEMOS SIM VAMPIRISMO ESTELAR!!!)

09/02/22

Espaço - A investigação juntou três cientistas à procura de sinais de vida extraterrestre em comunicações de rádio.


«Cientistas “ouviram” o universo à procura de vida em 144 exoplanetas mas ninguém respondeu

A investigação juntou três cientistas à procura de sinais de vida extraterrestre em comunicações de rádio. Não foi identificado nenhum registo suspeito, mas se isso se deve ao facto de a busca ter sido feita na frequência errada, podem ser exploradas novas opções em breve.

Procurar sinais de vida extraterrestre não é novidade e nem há um método único para o fazer. O grupo de cientistas que dá o mote a esta notícia já organizou quatro “caçadas” a sinais de vida extraterrestre no espaço. Os resultados não são os que os maiores entusiastas do tema querem provavelmente ouvir, mas a boa notícia é que as variáveis a explorar estão longe de se esgotar, pelo que oportunidades para novas pesquisas com resultados diferentes são mais que muitas.

Na investigação agora documentada num paper que será publicado no jornal Publications of the Astronomical Society of Australia, a equipa, composta por três cientistas australianos, explica que usou um dos radiotelescópios mais sensíveis do mundo, o Murchison Widefield Array (na foto), a operar a partir do deserto australiano. O telescópio - que deteta e mede radiação eletromagnética de radiofrequências - combina 4.096 antenas, sobre 256 mosaicos e garante uma ampla cobertura para ondas de rádio de baixa frequência.

A observação decorreu no coração da Via Láctea, no final de 2020, para tentar identificar sinais de rádio, num campo de observação que cobriu 144 exoplanetas conhecidos e milhares de milhões de estrelas. Foram sete horas a tentar identificar identificar alguma evidência de vida extraterrestre, que acabou por não aparecer.

A mesma equipa já tinha recorrido ao mesmo radiotelescópio para fazer o mesmo tipo de busca, numa área diferente que cobria cerca de 10 milhões de estrelas; para procurar indícios no centro da galáxia, em 2013; e na nebulosa de Orion em 2018.

O centro da galáxia é onde há maior densidade de estrelas e planetas e é por isso um dos grandes focos deste tipo de pesquisas. Nas duas que a equipa deste projeto já tinha feito, as principais diferenças estão no campo de observação, que à segunda vez aumentou consideravelmente, e na frequência de referência para análise. Foi a primeira vez que a frequência considerada foi a dos 155 MHz. Nas pesquisas anteriores estes e outros cientistas centraram-se em frequências entre os 98 e os 133 MHz.

No que se refere ao número de estrelas coberto pela nova missão de procura de vida extraterrestre, sabe-se que foi muito superior neste último trabalho, mas o número exato é difícil de quantificar, por esta ser uma zona de intensa poeira.

O instrumento usado em missões anteriores (dados do Observatório espacial Gaia), exatamente por isso, não conseguia agora dar informação fiável, o grupo usou outra fonte que ainda assim só consegue chegar a 1% da área coberta pelo radiotelescópio. Extrapolando, o grupo acredita que na sua área de observação sonora estariam milhares de milhões de sistemas estelares, aumentando em muito o campo de observação, mas ainda assim mantendo-o restrito a uma ínfima parte do cosmos.

O radiotelescópio usado para a investigação está a ser atualizado e em breve poderá ser usado em novas gamas de frequência, o que vai abrir caminho a novos projetos como este e à possibilidade de explorar novas variáveis.» in https://tek.sapo.pt/noticias/ciencia/artigos/cientistas-ouviram-o-universo-a-procura-de-vida-em-144-exoplanetas-mas-ninguem-respondeu

(The Murchison Widefield Array (MWA): From the Outback to the Cosmos)

16/01/22

Espaço - Antes de a Terra e de os outros planetas do nosso Sistema Solar existirem, o Sol pode ter tido anéis gigantescos de poeira semelhantes aos de Saturno.


«O Sol teve anéis como Saturno (o que impediu o nosso planeta de ser uma “super-terra”)

Antes de a Terra e de os outros planetas do nosso Sistema Solar existirem, o Sol pode ter tido anéis gigantescos de poeira semelhantes aos de Saturno.

De acordo com a Science Alert, esses anéis de poeira podem ter impedido a Terra de se tornar uma “super-terra”, um tipo de planeta com cerca do dobro do tamanho do nosso e até 10 vezes a sua massa, de acordo com a NASA.

Segundo o estudo publicado em dezembro, os astrónomos descobriram super-terras a orbitar cerca de 30% das estrelas semelhantes ao Sol na nossa galáxia.

A ocorrência de super-terras em tantos outros sistemas solares deixou os astrónomos com algumas perguntas sem resposta, nomeadamente, “se as super-terras são super-comuns, porque não temos uma no Sistema Solar”?

Para descobrir, André Izidoro, astrofísico da Universidade de Rice no Texas, juntamente com outros investigadores, criou um modelo de simulação da formação do Sistema Solar, que emergiu das cinzas de uma nuvem colapsada de poeira e gás, conhecida como nebulosa solar.

As simulações sugeriram que as “colisões” de pressão, ou regiões de alta pressão de gás e poeira, teriam rodeado o Sol antigo.

Estas áreas de alta pressão provavelmente aconteceram quando as partículas se deslocaram em direção ao Sol, sob a sua forte atração gravitacional, aqueceram e libertaram grandes quantidades de gás vaporizado.

As simulações mostraram que existiam provavelmente três áreas distintas onde as partículas sólidas vaporizavam em gás, chamadas “linhas de sublimação“.

Na linha mais próxima do Sol, na zona mais quente, silicato sólido transformado em gás. Na linha do meio, o gelo teria aquecido o suficiente para se transformar em gás. E na linha mais distante, o monóxido de carbono transformou-se em gás.

Partículas sólidas, como o pó, bateram nestes “solavancos” e começaram a acumular-se, segundo a equipa de investigação.

“O efeito da colisão de pressão é que recolhe partículas de pó, e é por isso que vemos anéis”, explicou Andrea Isella, co-autora do estudo e professora associada de física e astronomia na Universidade de Rice.

Se estas colisões de pressão não existissem, o Sol teria rapidamente devorado as partículas, não deixando quaisquer sementes para os planetas crescerem. “É preciso algo que as detenha para lhes dar tempo de crescerem nos planetas”, disse Isella.

Com a idade, o gás e a poeira que rodeiam o Sol arrefeceram e as linhas de sublimação incidiram mais perto do Sol.

Este processo permitiu que a poeira se acumulasse em planetesimals, ou sementes de planetas do tamanho de asteroides, que poderiam juntar-se para formar planetas.

“O nosso modelo mostra que os choques de pressão podem concentrar o pó, e os choques de pressão em movimento podem atuar como fábricas de planetesimals”, sublinhou Izidoro.

As saliências de pressão regulavam a quantidade de material disponível para formar planetas no sistema solar interno.

De acordo com as simulações, o anel mais próximo do Sol formou os planetas do sistema solar interno: Mercúrio, Vénus, Terra, e Marte.

O anel médio acabou por formar os planetas do Sistema Solar exterior, enquanto o anel mais exterior formou os cometas, asteroides, e outros pequenos corpos no Cinturão de Kuiper, a região para além da órbita de Neptuno.

Para além disso, os investigadores descobriram que se simulassem a formação retardada do anel médio, as super-terras poderiam ter-se formado no Sistema Solar.

“Na altura em que o choque de pressão se formou nesses casos, muita massa já tinha invadido o sistema interno e estava disponível para fazer super-Terra”, explicou o docente da Universidade de Rice.

“Portanto, o tempo em que este choque de pressão média se formou, pode ser um aspeto chave do Sistema Solar“, conclui Izidoro.» in https://zap.aeiou.pt/o-sol-teve-aneis-como-saturno-o-que-impediu-o-nosso-planeta-de-ser-uma-super-terra-456325

30/12/21

Espaço - O primeiro asteroide a passar perto da Terra em 2022 vai visitar-nos já no início do ano e tem o tamanho de um autocarro e chama-se 2014 YE15.


«Um asteroide do tamanho de um autocarro passa perto da Terra em janeiro

O primeiro asteroide a passar perto da Terra em 2022 vai visitar-nos já no início do ano. Tem o tamanho de um autocarro e chama-se 2014 YE15.

De acordo com a Inverse, o 2014 YE15 tem cerca de 7 metros e representa pouca ou mesmo nenhuma ameaça para a Terra, a não ser a oportunidade de observar as rochas voadoras, à medida que se aproximam do Sol.

Com o tamanho de um autocarro ou o dobro da altura de uma girafa, o asteroide é relativamente pequeno, em comparação com outros que visitam o nosso Sistema Solar.

O 2014 YE15 fará a sua aproximação mais próxima da Terra a 6 de janeiro, quando estiver a cerca de 7.400.000 km do nosso planeta, cerca de 19 vezes a distância entre a Terra e a Lua, que é de 384.633 km.

O asteroide faz parte de um grupo conhecido como asteroides Aten, que orbitam o Sol entre a Terra e Mercúrio.

A agência espacial norte-americana, NASA, vigia de perto os asteroides que se aproximam da Terra e o programa Near Earth Objects calcula a probabilidade de impacto dos asteroides que oscilam no nosso Sistema Solar com o planeta, durante os próximos 100 anos.

Se um asteroide estiver num raio de 7.402.982 km, e for maior que 150 metros,  é considerado um objeto potencialmente perigoso, de acordo com a NASA.

O asteroide 2014 YE15, com o seu tamanho e na sua distância atual, não é uma ameaça para a Terra.

Os asteroides desse tamanho podem causar danos graves se caírem na Terra. Em 1908, um asteroide com cerca de 37 metros de diâmetro entrou na atmosfera acima da Sibéria, e explodiu no céu.

Descobertos na Sibéria vestígios do Evento de Tunguska, um dos maiores impactos na Terra

 O asteroide libertou energia equivalente a cerca de 185 bombas de Hiroshima, destruindo florestas inteiras.

O objeto foi identificado pela primeira vez no Observatório Mt. Lemmon e foi encontrado a 28 de dezembro desse ano, apenas dois dias antes de voar cerca de três vezes a distância Terra-Lua.

Em 2013, um asteroide de 20 metros explodiu sobre Chelyabinsk Oblast, na Rússia, com a mesma energia que cerca de 26 a 33 explosões de bombas atómicas. Partiu janelas, deixou fragmentos espalhados pela região, danificou alguns edifícios, e deixou 1.500 pessoas à procura de cuidados médicos.» in https://zap.aeiou.pt/asteroide-do-tamanho-de-um-autocarro-vai-passar-perto-terra-proximo-mes-452798

Espaço - A agência espacial norte-americana quer produzir conteúdos académicos com teólogos e representantes religiosos sobre o impacto de uma eventual descoberta de vida alienígena.


«Que os céus nos ajudem. NASA junta-se a padres para prever a reação do mundo à existência de vida extraterrestre

A agência espacial norte-americana quer produzir conteúdos académicos com teólogos e representantes religiosos sobre o impacto de uma eventual descoberta de vida alienígena.

É caso para dar graças aos céus. Na busca por vida extraterrestre, a NASA está a contratar teólogos para tentar perceber como essa descoberta poderia mudar a nossa visão do universo. Quem disse que a ciência não se pode aliar à religião?

Segundo o tabloide britânico Daily Mail, o reverendo Dr. Andrew Davidson da Universidade de Cambridge, está entre os 24 teólogos que estão a integrar o programa apoiado pela NASA no Centro de Inquéritos Tecnológicos (CTI) que tem como objetivo entender como as maiores religiões do mundo reagiriam à notícia de que há vida além da Terra.

De acordo com o CTI, a ideia é construir “pontes de entendimento ao convocar teólogos, cientistas, estudiosos e políticos a pensar juntos — e informar o pensamento público — sobre preocupações globais.

Procura-se a reposta a questões como “onde desenhamos a linha entre o humano e o extraterrestre?” e “quais são as possibilidades de existir vida auto consciente noutros lugares?”. Segundo o diretor do centro, Will Storrar, a expectativa é a de que a parceria gere “trabalho académico sério que seja publicado em revistas científicas e em livros”.

Entre Setembro de 2016 e Junho de 2017, o padre passou um ano académico na Universidade de Princeton, como parte de um programa sobre as implicações sociais da astrobiologia, que foi patrocinado em 1.1 milhões de dólares pela NASA.

Numa publicação num blog, o reverendo afirmou que as tradições religiosas seriam uma questão importante a ter em conta quando o tema é a existência de vida noutros planetas. “Estou a pensar nisso e levo em consideração as doutrinas que falam sobre a criação, pecado, a pessoa e o trabalho de Jesus Cristo, redenção, revelação, escatologia e assim por diante”, revela.

O padre vai também publicar um livro no próximo ano chamado “Astrobiologia e a doutrina cristã”, onde relata que considera que o mundo está mais perto de encontrar vida noutros planetas.

Para além de Davidson, a NASA vai trabalhar com pastores evangélicos, budistas, muçulmanos, hinduístas e alguns representantes de religiões africanas.

Um estudo de 2017 revelou que as pessoas que não aderem a nenhuma religião mas que têm crenças espirituais são mais propensas a acreditar na existência de extraterrestres. A investigação concluiu que a crença religiosa e nos aliens podem partir do mesmo impulso humano, que busca significado da vida.» in https://zap.aeiou.pt/nasa-prever-reaccao-mundo-padres-452812


#nasa    #agênciaespacialnorte-americana    #vidaalienígena    #padres


24/11/21

Espaço - Uma nave especial da NASA vai colidir deliberadamente contra um asteroide para o desviar da sua trajetória, sendo esta uma iniciativa inserida no Programa de Defesa Planetária.

 

«É assim que a NASA vai desviar asteroides de colidir com a Terra

Uma nave especial da NASA vai colidir deliberadamente contra um asteroide para o desviar da sua trajetória. Iniciativa inserida no Programa de Defesa Planetária.

Em menos de um ano, uma nave espacial da NASA vai colidir deliberadamente contra um asteroide para o desviar da sua trajetória, naquela que é a primeira missão no âmbito do programa "defesa planetária", que tem como objetivo proteger o Planeta Terra em caso de ameaça de colisão.

A ideia do programa, apesar de não se conhecer uma ameaça real ao planeta, é preparar a agência para essa possibilidade, afirmou esta quinta-feira Lindley Johnson, do Departamento de Defesa Planetária da NASA: "Não queremos estar numa posição no qual um asteroide está em risco de colidir com a Terra e nós não estamos devidamente preparados: temos que testar a técnica de desvio!".

A missão DART (Double Asteroid Redirection Test) vai descolar da Califórnia, a bordo do foguete SpaceX Falcon 9, no dia 23 de novembro às 22h20 locais, alcançando o asteroide dez meses depois, a 11 milhões de quilómetros da Terra.

Colidir mas não destruir

O principal objetivo da missão é atingir o grande asteroide Didymos, com 780 metros de diâmetro, medida que corresponde a duas vezes a altura da torre Eiffel. Dimorphos, de 160 metros de diâmetro, é uma lua que orbita em volta do grande asteroide.

É exatamente nessa lua que a nave vai aterrar, sendo cerca de 100 vezes menor do que ela e projetada a uma velocidade de 24.000 km/h o que irá originar o lançamento de toneladas de material.

A ideia "não será destruir o asteroide", mas sim "atingi-lo para que este mude a sua rota normal", disse Nancy Chabot, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que lidera a missão em colaboração com a NASA.

A partir das observações realizadas por telescópios na Terra há décadas, sabe-se que Dimorphos orbita atualmente em redor de Didymos com um valor exato: 11 horas e 55 minutos.

Usando os mesmos telescópios, este período será medido novamente depois da colisão. Nesse caso, talvez sejam "11 horas e 45 minutos, com alguma margem de erro", disse o investigador.

Mas quanto exatamente? Os cientistas não sabem e é precisamente isso o que querem investigar.

Há muitos fatores que entram em jogo, como o ângulo do impacto, o aspeto da superfície do asteroide, a sua composição e a sua massa exata, todos eles desconhecidos até o momento.

Deste modo, "se um dia descobrirmos um asteroide em rota de colisão com a Terra (...), teremos uma ideia da força de que vamos precisar para que esse asteroide não colida Terra", explicou Andy Cheng, da Universidade Johns Hopkins.

A órbita ao redor do sol de Didymos, o grande asteroide, também mudará levemente, devido à relação gravitacional com a sua lua, disse Cheng. Mas essa mudança será "pequena demais para ser medida".

Caixa de Ferramentas

Um pequeno satélite também estará na viagem. Vai-se separar da nave principal 10 dias antes do impacto e usará o seu sistema de propulsão para desviar levemente a sua própria trajetória.

Três minutos depois da colisão, sobrevoará Dimorphos, para observar o efeito do impacto e possivelmente a cratera na superfície.

O custo total da missão é de 330 milhões de dólares (cerca de 286 milhões de euros). Se a experiência for bem-sucedido, "acreditamos que esta técnica poderia fazer parte de uma caixa de ferramentas, que estamos a começar a criar, para desviar um asteroide", explicou Lindley Johnson.

"A estratégia é encontrar esses objetos não só anos antes, mas décadas antes de qualquer risco de colisão com a Terra", disse.

Atualmente são conhecidos 27.000 asteroides próximos do planeta azul.» in https://www.dn.pt/ciencia/e-assim-que-a-nasa-vai-desviar-asteroides-de-colidir-com-a-terra-14291534.html

09/11/21

Espaço - A DART será a primeira missão de teste de defesa planetária do mundo, cuja ideia é estudar tecnologias que protejam a Terra de um eventual impacto com asteroides perigosos, promovendo colisões com os corpos rochosos que os obriguem a mudar a sua trajetória.

 

«Nave que vai chocar contra asteroides tem “viagem” marcada para daqui a duas semanas

A intenção é conhecida: testar formas de proteger o planeta Terra de potenciais embates perigosos de asteroides, desviando as suas trajetórias. Com o cunho da NASA e da ESA, os preparativos avançam para que a missão DART arranque, exatamente, daqui a duas semanas.

Se as condições meteorológicas o permitirem, o foguetão Falcon 9 da SpaceX partirá na noite de 23 de novembro, com a nave DART (Double Asteroid Redirection Test) acoplada. A missão faz parte de um projeto conjunto entre a NASA e a ESA, o AIDA (Asteroid Impact Deflection Assessment), que tem como objetivo proteger o planeta Terra da colisão com asteroides.

As mais recentes informações dão conta de que nave está atestada de combustível, já realizou grande parte dos testes finais e tem feito os ensaios normais para a altura, à medida que se aproxima a data de lançamento. A partir de 10 de novembro será acoplada no topo do Falcon 9.

A DART será a primeira missão de teste de defesa planetária do mundo, cuja ideia é estudar tecnologias que protejam a Terra de um eventual impacto com asteroides perigosos, promovendo colisões com os corpos rochosos que os obriguem a mudar a sua trajetória.

O sistema binário que compreende o asteroide Didymos e o corpo secundário que o orbita Dimorphos serão os “alvos” da experiência, o primeiro com aproximadamente 780 metros e o segundo com 160 metros de diâmetro.

A espaçonave colidirá com Dimorphos a uma velocidade de quase 24 mil quilómetros por hora. O impacto mudará a velocidade do asteroide na sua órbita ao redor de Didymos em 1%, que embora pareça pouco é quanto basta para alterar o período orbital de Dimorphos por vários minutos, ou seja, o suficiente para os investigadores observarem o evento através de telescópios.

Embora nenhum dos asteroides represente uma ameaça para a Terra, a técnica usada de “impacto cinético” provará que uma espaçonave pode navegar autonomamente até um asteroide alvo e impactá-lo, explica a NASA. Depois, recorrendo a telescópios em Terra para medir os efeitos do impacto, a missão irá aprimorar a modelagem e as capacidades preditivas para nos ajudar a nos prepararmos melhor para uma ameaça real de asteroide, caso venha a existir.

O lançamento da DART está previsto para o próximo dia 2 de novembro, a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia, EUA, às 22h20 locais (06h20 do dia a seguir, em Lisboa). Se tudo correr bem, a espaçonave deverá alcançar o seu alvo, a 11 milhões de quilómetros de distância da Terra, no final de setembro de 2022.» in https://tek.sapo.pt/multimedia/artigos/nave-que-vai-chocar-contra-asteroides-tem-viagem-marcada-para-daqui-a-duas-semanas

08/11/21

Espaço - Um novo estudo descobriu a origem do ingrediente mais comum nas pastas de dentes, sendo o flúor é criado por estrelas Wolf-Rayet.


«A história cósmica do sorriso. Descoberta a origem do flúor nas primeiras galáxias

Um novo estudo descobriu a origem do ingrediente mais comum nas pastas de dentes. O flúor é criado por estrelas Wolf-Rayet.

Veja os ingredientes num tubo de pasta de dentes e provavelmente lerá algo como “contém fluoreto de sódio”. O flúor, como provavelmente sabe, é importante para dentes saudáveis. Ele fortalece o esmalte, a camada dura e protetora à volta do dente, e assim ajuda a prevenir cáries.

Pode não pensar muito sobre a pasta de dentes. Mas, como todas as coisas na Terra, do majestoso ao mundano, o flúor — e a história de um sorriso — tem uma origem cósmica. Agora, uma equipa de investigadores publicou recentemente um artigo na Nature Astronomy que revela alguns detalhes sobre isto.

Praticamente todos os elementos naturais foram formados há muito tempo na história do Universo. O hidrogénio é o elemento mais antigo: formou-se logo após o Big Bang, há cerca de 14 mil milhões de anos. Poucos minutos após o Big Bang, os elementos leves hélio, deutério e lítio também se formaram. Desde então, quase todos os outros elementos foram forjados em processos associados à vida e morte das estrelas. Mas essas estrelas nem sempre estiveram por perto.

Ainda não sabemos exatamente quando é que as primeiras estrelas acenderam no Universo, mas provavelmente não aconteceu por cerca de 100 milhões de anos ou mais após o Big Bang. Antes disso, o Universo estava cheio de uma névoa de hidrogénio, misturada com a substância misteriosa e invisível que os astrónomos chamam de matéria escura.

Essa névoa não era suave, mas ondulava — ligeiramente mais densa em algumas partes. Foram essas regiões que começaram a contrair-se, ou “colapsar”, devido à gravidade, para formar as primeiras galáxias. Onde o gás ficou denso o suficiente, as estrelas acenderam e iluminaram o Universo.

Os poucos mil milhões de anos seguintes foram uma época de rápido crescimento: a taxa de formação de estrelas no Universo aumentou drasticamente até atingir o pico, 8 a 10 mil milhões de anos atrás. Desde aquele “meio-dia cósmico”, a taxa geral de formação de estrelas no Universo está em declínio. É por isso que os astrónomos estão tão interessados nas primeiras fases da história do cosmos: o que aconteceu na altura moldou o que vemos hoje ao nosso redor.

Embora tenhamos muita informação sobre como é que o crescimento das galáxias “aumentou” em termos de formação de estrelas, temos relativamente pouca informação sobre a sua evolução química nos primeiros tempos. Isto é importante porque, conforme as estrelas vivem e morrem, os elementos que elas produzem dispersam-se por toda a galáxia e além. Muitos anos depois, alguns desses elementos podem formar novos planetas como o nosso.

Rápida evolução

Os cientistas observaram uma galáxia distante chamada NGP-190387 com o Atacama Large Millimeter/sub-millimeter Array (Alma) — um telescópio que deteta luz com um comprimento de onda de cerca de um milímetro. Isto permite ver a luz emitida pela poeira fria e gás em galáxias distantes. Os dados revelaram algo inesperado: uma queda na luz num comprimento de onda de exatamente 1,32 milímetros.

Isto corresponde exatamente ao comprimento de onda em que a molécula de fluoreto de hidrogénio (HF), que compreende um átomo de hidrogénio e um átomo de flúor, absorve a luz. O deficit de luz implica a presença de nuvens de gás fluoreto de hidrogénio na galáxia. Esta luz levou mais de 12 mil milhões de anos para chegar até nós e vemos a galáxia como ela era quando o Universo tinha 1,4 mil milhões de anos.

Isto é empolgante, porque fornece informações sobre como é que as galáxias enriqueceram com elementos químicos logo após a sua formação. Podemos ver que, mesmo nesta altura, NGP-190387 tinha uma grande abundância de flúor.

Embora os cientistas tenham observado outros elementos em galáxias distantes, como carbono, azoto e oxigénio, esta é a primeira vez que o flúor foi detetado numa galáxia em formação de estrelas a tal distância. Quanto maior a variedade de elementos que podemos observar nas primeiras galáxias, melhor será a nossa compreensão do processo de enriquecimento químico naquela época.

Sabemos que o flúor pode ser produzido de diferentes maneiras: por exemplo, em explosões de estrelas chamadas supernovas e em certas estrelas de “ramo assintótico das gigantes” — estrelas vermelhas supergigantes a chegarem ao fim da sua vida, tendo queimado a maior parte do hidrogénio e hélio nos seus núcleos e agora inchadas em tamanho.

Modelos de como os elementos se formam em estrelas e supernovas podem dizer-nos quanto flúor devemos esperar dessas fontes. E descobrimos que a abundância de flúor era muito alta em NGP-190387 para ser explicada apenas por supernovas e estrelas gigantes assintóticas. Uma fonte extra foi necessária, e este é provavelmente outro tipo de estrela chamada Wolf-Rayet. EstrelasWolf-Rayet são bastante raras — existem apenas algumas centenas catalogadas na Via Láctea, por exemplo.

As estrelas Wolf-Rayet são uma fase do ciclo de vida de estrelas muito massivas — com mais de dez vezes a massa do nosso Sol. Aproximando-se do fim da sua curta vida, essas estrelas queimam hélio nos seus núcleos e são milhões de vezes mais luminosas que o Sol. Excecionalmente, estrelas Wolf-Rayet perderam o seu envelope de hidrogénio devido a ventos poderosos, deixando o núcleo de hélio exposto. Eventualmente acabam por explodir.

Quando os cientistas adicionaram a quantidade de flúor esperada das estrelas Wolf-Rayet ao modelo, puderam finalmente explicar a queda na luz de NGP-190387.

Isto soma-se a um crescente corpo de evidências que mostra que o crescimento das galáxias foi surpreendentemente acelerado no início do Universo: um frenesim de formação de estrelas e enriquecimento químico. Estes processos estabelecem as bases para o Universo que vemos hoje ao nosso redor, e este trabalho fornece uma nova visão sobre a astrofísica em jogo, há mais de 12 mil milhões de anos.» in https://zap.aeiou.pt/origem-fluor-primeiras-galaxias-442939 

27/10/21

Espaço - Uma equipa de astrónomos encontrou provas de uma gigantesca colisão entre dois planetas num sistema planetário jovem, localizado a 95 anos-luz da Terra.


«Dois planetas envolveram-se num choque tão violento que um deles perdeu a atmosfera

Uma equipa de astrónomos encontrou provas de uma gigantesca colisão entre dois planetas num sistema planetário jovem, localizado a 95 anos-luz da Terra.

A poeira à volta da jovem estrela HD 172555, de 23 milhões de anos, é o resultado de um impacto planetário tão violento que faz com que um dos corpos envolvidos perdesse a sua atmosfera – pelo menos parcialmente.

Quando uma estrela se forma a partir de uma massa de poeira e gás, numa nuvem molecular, um vasto disco de material forma-se à sua volta, alimentando a estrela em crescimento. Segundo o Science Alert, o disco passa por uma transformação, possivelmente antes de a estrela ter terminado de crescer.

No interior, vários corpos, cada vez maiores, colidem e fundem-se entre si. O disco ganha, assim, massa suficiente para que um núcleo diferenciado se estabeleça ao centro e, finalmente, se transforme num planeta.

Porém, nem todos os jovens planetas sobrevivem a estes duros impactos.

Estas colisões são um evento muito comum durante a formação de um sistema planetário e é provável que desempenham um importante papel no crescimento dos planetas, assim como na arquitetura final do sistema.

No caso da estrela HD 172555, a poeira que gira à sua volta tem uma quantidade incomum de sílica e monóxido de silício sólido, além de grãos de poeira muito mais pequenos do que a média.

Quando a equipa observou em detalhe, descobriu que há bastante monóxido de carbono a orbitar a estrela a uma distância muito próxima de dez unidades astronómicas. Acontece que, a essa distância, o gás deveria ter sido decomposto pela radiação estelar, pelo que é necessária uma explicação para tal ainda não ter acontecido.

A hipótese mais provável seria a ocorrência de um impacto gigantesco.

Os astrónomos conseguiram então reproduzir o acontecimento: há pelo menos 200 mil anos – um fenómeno suficientemente recente para que o monóxido de carbono não tivesse tido tempo de ser decomposto –, um planeta rochoso do tamanho da Terra foi arrasado por um corpo mais pequeno, a uma velocidade de dez quilómetros por segundo .

O impacto, descrito num artigo científico publicado na Nature, teria sido tão violento que teria explodido, pelo menos, parte da atmosfera rochosa do planeta. Desta forma, estaria explicada a existência do monóxido de carbono e a poeira rica em sílica.» in https://zap.aeiou.pt/dois-planetas-um-perdeu-a-atmosfera-439495

17/09/20

Espaço - Uma equipa de físicos do Instituto de Estudos Avançados de Nova Jérsia e da Universidade de Princeton descobriu algo que parecia impossível até agora: uma forma “segura” de enviar uma pessoa viva por um buraco no espaço-tempo.


«Físicos descobrem forma de viajar através de um buraco no espaço-tempo (sem morrer)

Uma equipa de físicos do Instituto de Estudos Avançados de Nova Jérsia e da Universidade de Princeton descobriu algo que parecia impossível até agora: uma forma “segura” de enviar uma pessoa viva por um buraco no espaço-tempo.

Os buracos no espaço-tempo são hipotéticos “túneis” entre buracos negros que conectam regiões distantes do Universo e cuja existência é prevista pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.

Estudos anteriores tinham concluído ser difícil, senão impossível, viajar através de buracos no espaço-tempo. Aliás, até a própria Relatividade Geral, que descreve o comportamento da gravidade e do espaço-tempo, estabelece que os buracos, se existirem, seriam extremamente pequenos e que se fechariam sempre que algo caísse neles.

No entanto, Juan Maldacena e Alexey Milekhin descobriram uma forma pela qual buracos no espaço-tempo “” poderiam existir – e tudo sem violar nenhuma das leis da física conhecidas. Para isso, segundo os investigador, bastaria “incluir uma dimensão adicional”.

Maldacena e Milekhin calcularam que, se houvesse uma dimensão “extra” do espaço-tempo, implicaria a existência de um grande número de campos quânticos. As flutuações nesses campos produziriam a energia negativa necessária para evitar que o buraco entre em colapso e feche.

Por outro lado, segundo Maldacena, não há evidência de que estes campos quânticos adicionais existam, apesar de serem teoricamente possíveis. Isto levanta outra questão: seria viável “fabricá-los” artificialmente?

Há duas possibilidade: que o processo ocorra naturalmente, o que é extremamente improvável; ou que seja possível criá-lo artificialmente. Em teoria, algo assim só poderia ser feito com matéria comum e efeitos quânticos. Embora, de acordo com os investigadores, o esforço necessário provavelmente não valesse a pena.

Segundo explicaram Daniel Jefferis, Ping Gao e o físico de Stanford Aron Wall em 2017, de acordo com o jornal espanhol ABC, a “desvantagem” é que seria necessário encontrar dois buracos negros perfeitamente emaranhados. No entanto, parece altamente improvável que tal coisa exista na natureza.

O próximo passo seria atirar uma pessoa num deles, medir a radiação Hawking emitida pelo buraco e, depois, levá-la (por métodos convencionais) para o segundo buraco para manipulá-la e fazer a pessoa sair novamente. Assim, demoraria mais do que fazer a viagem diretamente pelo Espaço.

No entanto, segundo a Relatividade Geral, o tempo passaria de forma muito diferente para a pessoa dentro do buraco. Do seu ponto de vista, a viagem não demoraria muito. Porém, fora do buraco, todos os familiares e conhecidos teriam envelhecido. Assim, o viajante ressurgiria pelo segundo buraco num mundo totalmente diferente àquele que deixou.

Além desse “pequeno incómodo”, a viagem não apresentaria grandes problemas: o viajante perceberia como acelera devagar até atingir uma velocidade vertiginosa, próxima da da luz, e depois diminui até voltar a emergir.

Segundo Maldacena, a viagem seria bastante segura desde que o buraco estivesse totalmente limpo. Caso contrário, cair significaria morte certa. “Contanto que se viaje a uma velocidade próxima à da luz, qualquer partícula ou grão de poeira, ou qualquer outra coisa que nos atingir seria problemática. Mesmo um simples fotão poderia causar problemas”, explicou o investigador.

Este estudo está disponível desde agosto na plataforma de pré-publicação ArXiv.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/forma-viajar-atraves-buraco-espaco-tempo-346575

01/08/20

Espaço - O espaço é um dos grandes mistérios para a Humanidade, felizmente no século XXI dispomos de telescópios que permitem observar, cada vez com mais detalhe, estas pequenas maravilhas.


«‘Borboleta espacial’ capturada com detalhes inéditos

A nebulosa planetária nunca foi fotografada com detalhes tão impressionantes.

O espaço é um dos grandes mistérios para a Humanidade, felizmente no século XXI dispomos de telescópios que permitem observar, cada vez com mais detalhe, estas pequenas maravilhas.

Esta imagem inédita é uma das mais recentes maravilhas. Trata-se de uma bolha simétrica de gás conhecida como NGC 2899, que parece uma borboleta psicadélica gigante a voar pelo universo. Esta nebulosa planetária nunca foi fotografada com tanto detalhe, observa o OES (Observatório Europeu do Sul), “mesmo com as fracas bordas externas da nebulosa planetária a brilhar sobre as estrelas de fundo”.

Apesar de ter “planetário” no nome, as nebulosas planetárias não são exatamente planetárias; receberam o nome pela mão dos primeiros astrónomos que as descreveram pela aparência de planeta.

De facto, é o que acontece quando estrelas gigantes e antigas colapsam e emitem conchas de gás em expansão, cheias de elementos pesados. Como uma morte dramática no palco, no estilo espacial, as conchas brilham por milhares de anos antes de desaparecer lentamente.

Atualmente, as ondas de gás estendem-se até dois anos-luz do centro do objeto, com temperaturas a atingir mais de dez mil graus. Este calor vem do alto grau de radiação da estrela-mãe da nebulosa, que faz com que o gás hidrogénio na nebulosa brilhe em um halo avermelhado ao redor do gás oxigénio, em azul.

A beleza das borboletas está localizada na constelação ‘The Sails’, entre 3000 e 6500 anos-luz de distância. Presume-se que as suas duas estrelas centrais sejam a fonte da sua aparência (quase) simétrica. “Depois que uma estrela alcançou o fim da sua vida útil e eliminou as suas camadas externas”, explica o OES, “a outra estrela agora interfere no fluxo de gás, formando a forma vista aqui”. O OES acrescenta que apenas 10 a 20% das nebulosas planetárias exibem este tipo de forma.

A imagem, e outras similares, foram concretizadas no âmbito do programa ESO Cosmic Gems, uma iniciativa de alcance para usar os telescópios do OES para fins de educação e divulgação pública. Fazendo uso do tempo do telescópio que não pode ser usado para observações científicas, óculos como borboletas feitas de gás ardente são capturados para todos verem – dando-nos mais um motivo para nos maravilharmos com os céus noturnos.» in https://greensavers.sapo.pt/borboleta-espacial-capturada-com-detalhes-ineditos/

16/03/20

Espaço - Há séculos que as pessoas observam a Estrela Polar, porém, quanto mais estudam Astronomia, menos os astrofísicos parecem entender esta famosa estrela.



«Algo de estranho se passa com a Estrela Polar (e os cientistas não sabem porquê)

Há séculos que as pessoas observam a Estrela Polar. Porém, quanto mais estudam Astronomia, menos os astrofísicos parecem entender esta famosa estrela.

A estrela brilhante, também conhecida como Polaris, está quase diretamente por cima do Pólo Norte da Terra e serve como um marco no céu para viajantes sem bússola. É também a cefeida mais próxima da Terra, um tipo de estrela que pulsa regularmente em diâmetro e brilho. Polaris faz parte de um sistema binário: tem uma irmã mais fraca, conhecida como Polaris B.

O problema com a Estrela Polar é que ninguém consegue concordar sobre o seu tamanho nem a sua distância. “À medida que aprendemos mais, está a ficar claro que entendemos menos” sobre a Estrela Polar, escreveram os autores de um novo artigo.

Os astrofísicos têm várias formas de calcular a massa, idade e distância de uma estrela. Um deles é um modelo de evolução estelar: os investigadores estudam o brilho, a cor e a taxa de pulsação da estrela e usam esses dados para descobrir quão grande e brilhante é e em que estágio da vida se encontra. Depois, com matemática, é simples saber a sua distância à Terra.

Estes modelos são especialmente precisos para as cefeidas, porque a sua taxa de pulsação está diretamente relacionada com a sua luminosidade ou brilho. Isso facilita o cálculo da distância para qualquer uma dessas estrelas. Os astrónomos têm tanta certeza de que entendem essa relação que as cefeidas se tornaram ferramentas críticas para medir distâncias em todo o Universo. Mas existem outras formas de estudar Polaris – e esses métodos não concordam com os modelos de evolução estelar.

“Polaris é o que chamamos de binário astrométrico, o que significa que se pode realmente ver a sua companheira a circular em volta dela, como um círculo a ser atraído por Polaris. E isso demora cerca de 26 anos”, disse Hilding R. Neilson, astrofísico da Universidade de Toronto, em declarações ao LiveScience.

Os investigadores ainda não fizeram observações detalhadas da Polaris B., mas viram o suficiente da estrela companheira nos últimos anos para ter uma imagem bastante detalhada de como é a sua órbita. Com essas informações, podem aplicar as leis da gravidade de Newton para medir as massas das duas estrelas.

Essas informações, combinadas com as novas medições do Telescópio Espacial Hubble, levam a números muito precisos na massa e distância do Polaris. Essas medidas dizem que é cerca de 3,45 vezes a massa do Sol – o que é muito menos do que a massa obtida nos modelos de evolução estelar, que sugerem um valor de 7 vezes a massa do Sol.

Além disso, os cálculos da idade do Polaris B sugerem que a estrela é muito mais velha do que a sua irmã maior, o que é incomum para um sistema binário. Normalmente, as duas estrelas têm aproximadamente a mesma idade.

Neilson gerou um enorme conjunto de modelos do Polaris para verificar se esses modelos poderiam conciliar todos os dados conhecidos sobre o sistema. Conclusão: não era possível.

Segundo o investigador, Polaris é uma estrela especialmente difícil de estudar. Localizada acima do Polo Norte da Terra, fica fora do campo de visão da maioria dos telescópios. Além disso, os telescópios que possuem o equipamento necessário para medir com precisão as propriedades da estrela são projetados para estudar estrelas muito mais fracas e distantes. Polaris é demasiado brilhante, sendo mesmo ofuscante.

Estas descobertas levaram Neilson a outra explicação mais estranha: talvez a Estrela Polar já tenha sido duas estrelas que chocaram há vários milhões de anos. A colisão binária pode rejuvenescer estrelas, puxando material extra e fazendo com que as estrelas pareçam “simplesmente atravessar a fonte da juventude”.

Estrelas que resultam de colisões binárias não se encaixam perfeitamente nos modelos de evolução estelar – e esse evento pode explicar a discrepância encontrada com Polaris. “Este seria um cenário improvável, mas não impossível”, escreveu.

Até agora, nenhuma das soluções é totalmente satisfatória.» in https://zap.aeiou.pt/algo-estranho-passa-estrela-polar-313220


(POR QUE A ESTRELA POLAR NÃO SE MOVE, SE A TERRA GIRA AO REDOR DO SOL?)

14/03/20

Espaço - Uma equipa de investigadores da Universidade de Oviedo, em Espanha, e da Universidade de Uppsala, na Suécia, defendem que buracos extra-dimensionais conhecidos como “bolhas de nada” poderiam engolir o Universo.



«Buracos no espaço-tempo podem engolir todo o Universo

Uma equipa de investigadores da Universidade de Oviedo, em Espanha, e da Universidade de Uppsala, na Suécia, defendem que buracos extra-dimensionais conhecidos como “bolhas de nada” poderiam engolir o Universo.

Num artigo, intitulado “Nothing Really Matters” (“Nada importa”, em tradução livre) e enviado este mês para a revista científica Journal of High-Energy Physics, os três investigadores reavivaram uma teoria de 1982 do físico teórico Edward Witten, que fala sobre um buraco hipotético que poderia destruir todo o Universo.

“Um buraco forma-se espontaneamente no Espaço e expande-se rapidamente para o infinito, empurrando qualquer coisa que possa encontrar”, escreveu Witten no seu artigo de 1982.

Há muito que os físicos postulam que a maior parte do nosso Universo é composta por “nada” – ou vácuo. Qualquer coisa num estado mais “excitado” ou instável tende a decair para estados de energia mais baixa, libertando energia. Isso significa que o nosso Universo é relativamente estável.

Mas, agora, os cientistas estão a questionar essa conclusão, sugerindo que o Universo tem um “falso vácuo” e não está realmente num estado estável. Assim, segundo os investigadores, uma “bolha do nada” poderia “comer” o espaço-tempo, convertendo-o em “nada”, explicou Marjorie Schilloao, da Universidade de UUppsala e principal autora do estudo, em declarações ao Motherboard.

Outros especialistas afirmam que este evento é impossível, uma vez que já teria acontecido. Porém, segundo Schillo, esta teoria poderia ajudar-nos a entender a criação do Universo.» in https://zap.aeiou.pt/buracos-espaco-tempo-engolir-universo-312747


(Buraco Negro: O Mistério Desvendado - Super.doc!)
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