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27/06/25

Amarante Mancelos - Hoje se fosse viva, a Melinha do Convento, como era carinhosamente tratada pelas pessoas de Mancelos faria 89 anos, nasceu a 27 de junho de 1936.



«Maria Amélia Babo

Hoje se fosse viva, a Melinha do Convento, como era carinhosamente tratada pelas pessoas de Mancelos faria hoje 89 anos, nasceu a 27 de junho de 1936. Eras um ser humano extraordinário, mas claro, sou suspeito, sou Teu filho. Nos últimos meses da Tua vida sentiste a dura face da vida, todos os que se diziam teus amigos te abandonaram, tu perguntavas-me por eles, eu dizia que não podiam vir visitar-te, andavam ocupados... 

Com um sorriso nos lábios sempre apoiaste muita gente, à noite telefonavam-te e ficavas horas a ouvir e a dar alento a cada um, tratando cada um, como se fosse o único. Todos, sem exceção te abandonaram... tu que tantas pessoas visitavas quando estavam doentes, em Lares, Hospitais ou no seu próprio domicilio. Tu que tinhas um sorriso sincero para toda a gente, depressa Te esqueceram... mas Tu, nunca desistias de ser amiga das Pessoas.

Com os netos, a Beatriz e o Hélder, viveste momentos de grande felicidade, alegria e de magia. A Beatriz fez-te reviver os tempos que tiveste com a tua filha que morreu muito nova, Ana Maria, com o Helder viveste de novo os tempos de criança, do meu irmão Alex e meu. E sim, só visto a tua ternura, alegria, quando convivias com eles. Até a tua doença te deu um intervalo de tempo mágico para mostrares toda a tua ternura, alegria e humanidade, para que eles Te pudessem conhecer, um Ser mágico e do Bem. 

No fundo, todos ficavam cativados pelo teu sorriso doce e pela tua amizade sem restrições, todos te queriam retirar o melhor que tu tinhas. Sugar essa energia positiva e de bondade, eis o que Te fizeram... retirar, usar e deitar fora; este é o destino dos humanos, neste mundo sem humanidade e valores. O mundo do ter, em contrapartida ao mundo do ser...

E andam por aí uns lobos com pele de cordeiro a falar em "todos, todos, todos..." do Papa Francisco, mas quem pensa esta gente que é, consideram-se assim tão virtuosos... jamais terão o valor humano de Francisco, nem pouco mais ou menos, são uns videirinhos, a espetar facas nas costas uns aos outros... vivem em organizações com serviçais que os fazem emprenhar pelo ouvido e lhe prestam uma vassalagem não mais do que ordinária, rodeados de lambe botas que lhe enchem os egos com mediocridade, vazia, oca.

Mas, tu voltarias a fazer tudo igual, nunca quiseste nada em troca que não fosse amizade. Disseste-me nos últimos dias da Tua vida que a morte e o nascimento são acontecimentos solitários, somos nós na nossa infinita insignificância... da terra vimos, à terra voltamos. Nunca ficaste inebriada com artefactos materiais... eras um Ser Humano maravilhoso! Mas, claro que sou suspeito para afirmar isso...

Com o avançar da idade, aqueles que se dizem muito nossos amigos, entretanto, com o evoluir das suas vidas, o poder, o dinheiro, esquecem com facilidade as pessoas simples, sim é verdade, sempre me disseste isso, mas continuavas sempre a cultivar a amizade! Se isso te aconteceu a Ti, como pude testemunhar, o que será de nós comuns mortais insignificantes. Não devemos ter ilusões, somos terra e terra seremos. Que Deus Te tenha a seu lado!

Tenho muitas saudades tuas, é muito difícil viver sem Ti, minha Mãe»