«Convento de Setúbal na lista dos mais ameaçados da Europa
O estado de degradação a que chegou, a falta de financiamento para o restauro levou a organização internacional "Europa Nostra" a inscrever este monumento nacional na sua carta de risco. O Convento de Jesus, em Setúbal, é o primeiro bem português a ser inscrito na lista dos sete monumentos mais ameaçados da Europa.
O estado de degradação a que chegou, a falta de financiamento para o restauro levou a organização internacional "Europa Nostra" a inscrever este monumento nacional na sua carta de risco.
O local onde foi assinado o simbólico Tratado de Tordesilhas sofre as consequências de um mau restauro nos anos 50, explica Hugo O'Neill, da Associação Portuguesa de Casas Antigas.
O Convento de Jesus é considerado um dos primeiros exemplos do estilo manuelino em Portugal e foi projectado pelo mesmo arquitecto do Mosteiro dos Jerónimos.
Há um projecto de requalificação do arquitecto Carrilho da Graça que está na gaveta desde 1999 e que agora a autarquia de Setúbal quer recuperar e que poderá permitir mostrar um monumento único.
O Convento de Jesus de Setúbal está na lista de bens mais ameaçados na Europa, ao lado do anfiteatro romano em Durrës na Albânia; a zona limítrofe do centro histórico de Nicosia em Chipre; as fortificações de Vauban (século XVII) em Briançon, França; o mosteiro renascentista de San Benedetto Po, em Itália; a paisagem mineira de Rosia Montana, na Roménia; e a igreja Arménia de S. Jorge em Mardin na Turquia. O anúncio foi feito pela Europa Nostra, a principal organização europeia do património, representada em Portugal pelo Centro Nacional de Cultura, em conjunto com o Instituto do Banco Europeu de Investimento.
Para falar do caso do Convento de Jesus, esta terça-feira realiza-se em Lisboa, às 17 horas, uma conferência no Centro Nacional de Cultura - o representante do “Europa Nostra” em Portugal.» in http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=30&did=112218
«Cidadãos alertam para degradação do Portinho da Arrábida
Um grupo de 40 pessoas concentrou-se hoje no Portinho da Arrábida, Setúbal, para alertar para a necessidade de intervir na requalificação da zona, onde o areal da praia foi este ano substituído por pedras. As quatro dezenas de pessoas juntaram-se para assinalar um ano sobre o início dos protestos que juntaram vários cidadãos em torno da questão da degradação da praia do Portinho da Arrábida e lembraram que a areia continua a desaparecer daquele local.
«Neste momento temos um problema muito grave de desassoreamento, que se tem vindo a acentuar ao longo dos últimos anos e este ano temos a praia neste estado. As causas podem ser a erosão, a subida do nível das águas, pontões ao longo da costa e há a falta de um estudo de impacto ambiental sobre as dragagens contínuas do Porto de Setúbal», disse à agência Lusa o presidente do Clube da Arrábida, Pedro Vieira.
O responsável adiantou que um navio do Porto de Setúbal esteve «durante três meses a dragar areia em frente» à praia, considerando que essa pode ser uma das causas da perda de areia.
«Para os navios entrarem no canal, este tem que ser dragado. Não sabemos se tem alguma relação, mas o que é certo é que a praia está com menos areia», disse, adiantando que o facto de a praia estar coberta de pedras está a retirar pessoas ao local.
Presente na iniciativa esteve a presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, que considerou que a erosão tem sido muito rápida e que, apesar dos diversos alertas da autarquia, as entidades que tutelam a costa nada têm feito.
«Andamos há alguns anos a solicitar a gestão destas praias. Continuámos a pedir durante este ano que fossem feitas reuniões onde estivéssemos sentados - as diversas entidades que são os gestores e administradores destas praias - e essa reunião já lá vai mais de um ano e ainda não se verificou», lamentou a autarca.
Maria das Dores Meira considerou também que a causa da falta de areias nas praias pode estar relacionada com as dragagens operadas pelo Porto de Setúbal naquele local.
A autarca apresentou uma solução: «O despejo da areia que é dragada aqui é feito em alto mar. Deveria ser feito o reforço da areia aqui. Era muito mais perto e teria menos custos».
A iniciativa de hoje foi marcada por uma foto de grupo em cima do «mar de pedras» que se encontra na praia e com uma faixa com a inscrição «quem nos roubou a areia?».
Amigo Poeta Ângelo Ôchoa, obrigado por partilhar connosco tanta beleza, da Cidade a Sul que mais Gosto e Amo! Setúbal é a Invicta do Sul, Cidade do Trabalho e da Beleza das Coisas Simples e Verdadeiramente Importantes da Vida!
Um dialecto com potencialidades para se tornar numa Lingua Universal, ou seja, para lá do Pinhal Novo.
Dicionário Setúbalês-Português
• Sóce: Amigo/Senhor/Gajo • Ôôlha, q'é isse, pá sóce..? : Está enganado, Senhor • Hóme: Homem • Denpé: De pé • Sermos – somos o Sêrrem - São o Érrem - Eram o Fôrrem - Foram o Virrem - Viram ou Vêem ou Vêm (dos verbos Ver, Vir e Virar) o Viérrem - Vieram • Áùa, abrre já a boca toda: Isso não; ou: Assim não pode ser • Que peix' é? - O que é que se passa?; ou O que é isso? • Nha mãe: Minha mãe; • Áh, nha mãe: Ai, minha mãe • Á da nha mãe: Na casa da minha mãe; ou - Á casa da minha mãe; • Ápá parriga ia-te pu grrel acima: Rapariga, quero fazer amor contigo • Tá o calorr à patada: Está muito calor! • Tá o calorr a môntes: Está muito calor! • Desempacharr: Não atrapalhar/facilitar • Enzole – anzol; • Ínzol - anzol; • D'ínzol - com anzol • Arrepêze – arrependido • Ganda espiga: grande confusão, grande bronca • Ganda caldeirada - grande confusão, grande bronca • Ápá, p'nherrinhe da catôa - Maneira de chamar careca a alguem • Miga já passô a càminéte - Amigo já passou o autocarro • Dá um jeitinhe, miga - Com licença • Dá aí uma teca - Dá-me um bocado • Amandar - eu amando, tu amandas, ele amanda, nós amandamos, vós amandais, eles amandam... sempre ouvi dizer assim mas não aparece no dicionário.... ex: Amanda a bola p'rá frrente. • Virr' á corrida - quando alguém vem a correr • Vai andand'mano! - Não me chateies • Sóce, salga mas é isse : Esquece essa ideia • Ápá, ganda vase da merrda! - Tens mau caracter. • Carramel – Nome dado aos habitantes de Palmela • Cagalête - Nome dado aos habitantes de Sesimbra • Camone – Estrangeiro/Forasteiro • Atrracarr de pôpa: Praticar sexo anal • Picolho, Barron, Panasca, Panlêre, Pedre Prroença, etc... - Homossexual • Vá pá ré, home - quando se pede a alguém para se chegar atrás e arranjar mais espaço • Vai-te emborra chôq' que fazes a àgua negrra - Quando alguem é indesejado • Cherra à Porrtucel - Cheira mal • Feia(o) como ó batelão da Secil - Horrível / Gordo(a) • Embarrcado: Trabalhador da Marinha Mercante • Jgáde à viva - estar atento • Tá garruaç - ta frio • Tá aqui um ganda cachão: a coisa está a ficar agitada • N' alevantes cachão: deixa-te estar quieto • Ganda batajol: Uma pedra grande • Tá ralasse - Está bom, está descansado • Magalhas pó ganhas - Sou o ultimo a jogar/fazer - expressão pra jogar ao berlinde • Apá Pintelhe – Miúdo • Murraçarr- Orvalho, chuva miudinha • Tá Bebd - Está Alcoolizado • O Gaje é má rés - O Gajo é Ruim • Levas um murre pús bêces q`até ficas a fazêrre dóminó pós dôs lades: Levas um murro na cara que até ficas esticado no chão • Barraquêrre - Pessoa que arma confusão • Ôôlha, na tarrda muito, tás aqui tás ali!: Vai-te embora. • Já tás mazé a porr muita mante'ga do pão: Já estás a abusar • Na asses má bogas c'ú lume tá frraque - (tem o mesmo significado de Abe já a boca ou Aua Sóce) • Na t`arremes em enzole - não me chateies • Jogarre aos bonecos- jogar aos matraquilhos. • Deixarr a boca em chau - Ficar com os lábios rebentados por comer figos ainda mal maduros. • Larrgar ferrado – envenenar • Pérré - maré vazia • Vidrrinhos - Tipo que usa óculos • Serrem tantas cagente até nos enrolarmos todos - Eram tantas que não conseguimos fazer tudo. • Bola de catechumbo- bola de futebol em couro • Zéi o Marr tá Brrab - José, o mar está agitado • Gasoline - embarcação de pesca • Aparra-lapes - Apára-lápis (peixe usado para para farinhas e adubos • Nã mexas no tempo q senão ainda chove: Não mexas que podes estragar
E como não podia deixar de ser os discursos que ficaram conhecidos: • Eles errem trrinta agente erremos só vinte nóve más eu... Eles darr darrem mas levarrem que se fartarrem. • Tens más córrenes nessa cabeça q`uma saca de carracóis • Orra ápá soçe deves andare és esquecide quand endavam ca lata de trrês bicos - É o que a malta mais velha diz aos 'novos ricos' com mania, a lata de 3 bicos era quando antigamente muita gente ia á sopa dos pobres e levavam normalmente uma lata grande de conserva. • Algirra mete os putos na barraca que vai haverre mocada • O que tu querrias erra um rabd` arraia plos enterrefolhos acima...... acho que não neceessita de tradução • épa parriga ja deste comer aos passes é que eu fui ao medico da prosta na tive tempo Apá parriga qué inse, hã? Que pêxe é? Da prosefice ou da meia tona? É masé da profundurra!!
• Iste agorra tá tude perrdide, atão na vês essas raparrigas cagorra só querrem é andarr com este e c'aquele e a tomarrem a 'pírrela' (pílula) ou o que é insse...! • Boa nôte minhas senhorras e mês senhorres há aqui um grrupo de soces que nã sã soices da Onião e tão assentados É só pá avisarr os soces que nã são soices pa se alevantarrem, e os soces que são soices pa se assentarrem. (Aviso de um ex presidente da União Setubalense num dos muitos e famosos Bailes daquela instituição.): Tradução Boa Noite, minhas senhoras e meus senhores há aqui um grupo de pessoas que não são socios da União e estão sentados É só para avisar as pessoas que estão sentadas e não são sócios para se levantarem E as pessoas que são sócias para se sentarem. • Mais uma pérrela sadina
Local : Caldeira , campismo selvagem em vésperas das festas de Troia
- Ai, ai, ai Arrenalde,.... ai Arrenalde,... ai Arrenalde......tirra, tirrra tirrrrrra , tiiiiiiiiirrrrrrrraaaaaaaaaaaa, tem grrãsinhe d`arreia.......»
Setúbal Antiga vista numa apresentação que o Meu Amigo, o Poeta Ângelo Ôchoa, muito amavelmente, me enviou e que eu como um amante de Setúbal, Cidade que é Porto do Sul, muito apreciei! Obrigado, Amigo Ângelo Ôchoa!
A cidade está situada 32 km a sudeste de Lisboa, na margem norte da foz do rio Sado, e é ladeada a Oeste pela serra da Arrábida. A área urbanizada é de aproximadamente 10 km².
Setúbal é sede de um concelho de 170,57 km² de área e 124 555 habitantes (2008) [2], subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a Norte e Leste pelo município de Palmela, a Oeste por Sesimbra e, a Sul, o estuário do Sado liga-o aos municípios de Alcácer do Sal e Grândola. A litoral encontra-se o Oceano Atlântico.
A cidade possui imensos bairros, destacando-se entre os mais tradicionais o bairro do Troino, as Fontainhas, o Bairro Santos Nicolau e a Fonte Nova, zonas onde vivia grande parte da comunidade de pescadores. As Fontainhas começaram a ser povoadas por volta do século XVII, sobretudo por pessoas oriundas da zona de Aveiro. Depois da construção da Avenida Luísa Todi foi necessária a criação de uma nova doca. A zona é composta por inúmeras travessas, poços e, ao contrário da do Troino, é bastante inclinada. O Museu do Trabalho Michel Giacometti situa-se lá nesta zona da cidade, perto do mirador das Fontainhas.
O bairro Salgado era a zona onde, por tradição, vivia a classe burguesa no século XIX, pois este bairro fica bastante próximo do centro da cidade, onde se desenvolve grande parte do comércio. Actualmente, neste bairro encontram-se alguns estabelecimentos ligados à área da saúde, assim como a principal estação rodoviária da cidade.
A zona da Saboaria, assim como a zona das Fontainhas foram, durante o século XX, locais de grande concentração industrial. As fábricas de conservas de peixe de Setúbal eram nacionalmente reconhecidas, tendo-se verificado nos últimos anos alguns esforços de reactivação desta actividade na cidade, a qual atraiu diversos trabalhadores do Alentejo e Algarve durante o seu período de maior dinamismo.
Actualmente, na zona da Saboaria encontram-se instalados diversos restaurantes, com uma oferta gastronómica algo variada. Também nesta zona, situam-se a maioria dos clubes nocturnos e bares da cidade, assim como tem sido feito um esforço de revitalização urbana por parte de empreiteiros e da própria câmara municipal. Entre os projectos já realizados destacam-se o Programa Pólis, que veio reorganizar a Avenida Luísa Todi, a construção da zona residencial da Quinta da Saboaria e o Parque Urbano de Albarquel. Para breve, espera-se a deslocalização dos barcos rebocadores e a demolição de alguns edifícios velhos de fábricas para se dar início à construção da Praia da Saúde.
Para finalizar, existe ainda um sem-número de outros bairros que merecem atenção social, política e cultural. Entre eles poderemos enunciar os bairros do Casal das Figueiras, Fonte Nova, Liceu, Viso, Peixe Frito, Santa Maria da Graça, etc.
Desconhece-se a origem do topónimo 'Setúbal'. O topónimo já existe em 'Cetóbriga' (Cetoba ou Cetobra + designação celta briga para povoação). A exemplo de outras cidades ibéricas e do sul da Europa, o topónimo 'Setúbal' pode estar relacionado com o topónimo do rio que banha a povoação, referido pelo geógrafo árabe Edrisi (Muhammad Al-Idrisi), como denominar-se Xetubre (sendo esta a tese do Prof. José Hermano Saraiva). É da autoria do historiador da época filipina Frei Bernardo de Brito a tese que uma das personagens de Bíblia, Tubal neto de Noé, e também o nome com que aí vem referida uma das nações estrangeiras, identificada na História dos Hebreus de Flávio Josefo com os iberos[3], teria dado origem à cidade[4][5]. Seja como for, o topónimo ‘Setúbal’ e a cidade perdem-se no rasto dos tempos.
Setúbal nasceu do rio e do mar. Os registos de ocupação humana no território do concelho remontam à pré-história, tendo sido recolhidos, em vários locais, numerosos vestígios desde o Neolítico. Foi visitada por fenícios, gregos e cartagineses, que vinham à Ibéria em procura do sal e do estanho, nomeadamente a Alcácer do Sal, sendo então o rio navegável até esta povoação.
Aquando da ocupação romana, Setúbal experimentou um enorme desenvolvimento. Os romanos instalaram na povoação fábricas de salga de peixe e fornos para cerâmica que desenvolveram igualmente.
A queda do império romano, as invasões bárbaras, a constante pirataria de cabotagem causaram uma estagnação, senão mesmo desaparecimento da povoação entre os séculos VI e XII. Nomeadamente neste último século, não existem quaisquer registos da povoação, ‘entalada’ entre a Palmela cristã e a Alcácer do Sal árabe.
[editar]Da Reconquista cristã aos finais do séc. XVI
Alcácer do Sal foi conquistada pelos cristãos em 1217, tendo a povoação de Setúbal sido incorporada e passado a beneficiar da protecção da Ordem de Santiago, momento a partir do qual voltou a prosperar.
Em Março de 1249, Setúbal recebeu foral[6], concedido pela Ordem de Santiago, senhora desta região, e subscrito por D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago, e por Gonçalo Peres, comendador de Mértola.
Durante os vários séculos de apagamento da povoação de Setúbal, Palmela e Alcácer do Sal cresceram em habitantes e importância militar, económica e geográfica, fazendo sucessivas incursões no termo de Setúbal, ocupando-o.
Na primeira metade do séc. XIV a povoação de Setúbal, com uma extensão territorial relativamente diminuta, teve de afirmar-se, lutando com os concelhos vizinhos de Palmela e de Alcácer do Sal, já então constituídos, iniciando-se uma contenda entre vizinhos que termina pelo acordo de demarcação de termo próprio em 1343 (reinado de D. Afonso IV), tendo sido construída uma rede de muralhas, que deixam de fora os arrabaldes do Troino e Palhais (bairos antigos).
No século que se seguiu, a realeza e a nobreza de então fixaram residência sazonal em Setúbal. A época dos descobrimentos e conquistas em África trouxe a Setúbal um grande desenvolvimento, tendo D. Afonso V e o seu exército, em 1458, partido do porto de Setúbal à conquista de Alcácer Ceguer. Ao longo do século XV, a vila desenvolveu diversas actividades económicas, ligadas sobretudo à indústria naval e ao comércio marítimo, tirando rendimentos elevados com os direitos cobrados pela entrada no porto.
É dos finais do século XV, princípios do sec. XVI, período de franco desenvolvimento nacional, que data a construção do Convento de Jesus e da sua Igreja, fundado por Dª. Justa Rodrigues Pereira para albergar a Ordem franciscana feminina de Santa Clara, sendo, muito provavelmente, obra arquitectónica do Mestre Diogo Boitaca, o mesmo que se ocupou do Mosteiro dos Jerónimos.
É igualmente no reinado de D. João II (que tinha Setúbal como cidade predilecta) que se iniciou a construção da Praça do Sapal (hoje Praça de Bocage, ex-líbris da cidade), e a construção de um aqueduto, em 1487, que conduzia a água à vila, obras que foram posteriormente terminadas ou ampliadas por D. Manuel I. Este monarca reformou o foral da vila, em 1514, devido ao progresso e aumento demográfico que Setúbal registara ao longo do último século.
O título de "notável villa" é concedido, em 1525, por D. João III. Foi este título que proporcionou a criação, em 1553, por carta do arcebispo de Lisboa, D. Fernando, de duas novas freguesias, a de São Sebastião e a da Anunciada, que se juntaram às já existentes de São Julião e de Santa Maria.
Em 1580, a vila tomou posição por D. António Prior do Crato, contra a eventual ocupação do trono português por Filipe II de Espanha. Foi então cercada por tropas espanholas do Duque de Alba, sendo esta localidade dois anos depois visitada por Filipe II, o qual deu ordem de construção do Forte de São Filipe (uma obra de Filippo Terzi).
No séc. XVII, Setúbal atingiu o seu auge de prosperidade quando o sal assumiu um papel preponderante como moeda de troca e retribuição da ajuda militar ao apoio fornecido pelos estados europeus a Portugal durante e após as guerras da Restauração da Independência. Em resposta a este incremento, foram construídas após 1640 as novas muralhas de Setúbal, que incluíram novas áreas como a do Troino e Palhais.
Esta prosperidade foi interrompida com o terramoto de 1755, a que se associaram a fúria do mar e do fogo. Foram grandemente afectadas as freguesias de São Julião e Anunciada.
Apenas no Século XIX, Setúbal conheceu o incremento que perdera. Em 1860 chegou o caminho-de-ferro, iniciaram-se também as obras de aterro sobre o rio e a construção da Avenida Luísa Todi. É neste século que teve início a laboração das primeiras fábricas de conservas de sardinha em azeite e, em paralelo, ganharam fama as laranjas e o moscatel de Setúbal. Ainda em 19 de Abril de 1860 foi elevada a cidade por D. Pedro V.
O florescimento de Setúbal durante o século XX, reflecte-se na criação de novos espaços urbanísticos: crescimento da Avenida Luísa Todi, parte da Avenida dos Combatentes e criação dos Bairros Salgado, Monarquina, de São Nicolau, da Conceição, Carmona, do Liceu e Montalvão e no desenvolvimento das indústrias das conservas, dos adubos, dos cimentos, da pasta de papel, naval e metalomecânica pesada.
Setúbal foi elevada, em 1926, a sede de distrito e, em 1975, a sede de diocese.
Devido ao envolvimento histórico com o estuário do rio Sado e à proximidade dos portos de Setúbal e de Sesimbra ao oceano Atlântico, a gastronomia da região de Setúbal faz um forte aproveitamento de pratos à base de peixe e de produtos que se desenvolvem favoravelmente no clima da região. Aliás, foi a proximidade da sua fonte de peixe um importante motor económico, nomeadamente na indústria conserveira na cidade de Setúbal, mas que no entretanto definhou a partir de meados da década de 1970 até à sua total deslocalização para outros locais do país. Apesar de a maior parte da gastronomia local assentar em pratos de peixe, a migração de população das regiões do Alentejo e Algarve trouxe alterações à gastronomia com a introdução de novos pratos de carnes e aves, e de açordas que se adaptaram a mariscos e peixes. Fazem ainda parte do repertório gastronómico da cidade bebidas espirituosas (vinho moscatel e licores), queijos, frutos e doçaria tradicional típica da região.
A cidade de Setúbal é reconhecida pela gastronomia baseada em pratos de peixe assado, cozido ou grelhado. É muito comum encontrar restaurantes da região que servem sardinhas assadas, normalmente servidas com acompanhamento de batata cozida e salada de alface temperada com azeite e vinagre. Também é possível encontrar pratos de peixe grelhado ou cozido, como por exemplo salmonete grelhado temperado com molho feito do fígado do peixe. Grande parte dos restaurantes desta zona têm como especialidade da casa Choco frito, que é choco, envolto em pão ralado e ovo que é depois frito e servido acompanhado com batatas fritas e salada sendo um dos pratos mais procurados pelos visitantes da cidade sadina.
Outros pratos à base de produtos do mar incluem: feijoadas e saladas à base de choco e polvo; pratos à base de marisco do rio Sado (santola, sapateira, navalheira); pratos à base de moluscos (amêijoas "à Bulhão Pato", ostras, lamejinhas, berbigão, navalhas, vieiras, caracóis do mar); caldeiradas de peixe ou de marisco, feitas agora com maior frequência em cataplanas (uma herança da cultura árabe); e também massas de cherne ou outros peixes.
A produção vinícola da região de Setúbal deu origem a produtos reconhecidos internacionalmente, com uma variedade de vinhos tintos e brancos de qualidade, obtidos a partir de uvas maturadas nas encostas da Serra da Arrábida. Entre estes produtos deve destacar-se o Moscatel de Setúbal, um renomeado vinho licoroso de origem demarcada centrada em Azeitão. O licor Arrabidine, menos conhecido do público, era originalmente produzido pelos frades que habitavam o Convento de Nossa Senhora da Arrábida, mas mais recentemente é produzido por uma família da freguesia da Quinta do Anjo. Na produção deste licor, cuja confecção, iniciada no século XIX, está envolta em secretismo, sabe-se que são usados frutos silvestres colhidos durante o mês de Dezembro na Serra da Arrábida bem como outros ingredientes únicos da região. O licor Arrabidine é engarrafado e necessita de estagiar cerca de 15 anos antes de ser consumido.
Do repertório da doçaria tradicional da região de Setúbal fazem parte as queijadas, as tortas, e os "esses de Azeitão" — biscoitos com a forma da letra "S", feitos com farinha, açúcar, margarina, ovos e canela. De Setúbal destacam-se também os barquilhos de "casca" de laranja, confeccionados a partir de laranjas produzidas na região. Por fim, salienta-se a produção de queijos como uma das significativas actividades artesanais e económicas desta região da Costa Azul.
Uma das fortes atracções que a cidade tem para oferecer a quem a visita, são as suas praias.
Setúbal possui um conjunto de praias bastante diferentes entre si, mas com uma característica em comum: estão todas inseridas no Parque Natural da Arrábida, com excepção de Tróia, do outro lado do Sado, o que as tornas únicas.
As praias que se destacam são:
Os elementos heráldicos que compõem o brasão da cidade de Setúbal, em uso desde 1922, são o escudo, repartido de azul e ouro, e a coroa mural, de prata de cinco torres.
Sobre o campo azul espelha-se um castelo de prata, encimado por duas cruzes, a púrpura, da Ordem de Santiago, em campo de ouro. Entre as cruzes, também em púrpura, está uma vieira. O castelo está sobre ondas aguadas de verde e prata onde vogam duas barcas afrontadas, de mastreação singular e velame amarrado, ladeando a porta do castelo. Deslocando-se sobre o mar ondeado, três peixes de prata afrontados. Listel branco com a legenda “Cidade de Setúbal”, a negro. Todos os elementos composicionais descritos estão limitados a negro.
[editar]Agremiações culturais, desportivas e recreativas