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14/08/14

Amarante Literatura - Num trecho do Livro de Carlos Babo, "Amor Perfeito", pode-se constatar que, já no início da Republica, a Vila de Amarante era muito bela como local físico, mas com uma vida social podre pela maldicência e lambebotismo...



Neste trecho do livro "Amor Perfeito", adaptado para o português atual, em que a Vila de São Pedro era o atributo ficcional da Vila de Amarante, e Gastão o pseudónimo do meu primo, Carlos Babo de Figueiró, Amarante. E como já aí se podia constatar, Amarante é uma terra que nos prende pelos seus encantos naturais, mas com uma vida social quase autofágica... recorde-se que Carlos Babo exercia advocacia com Teixeira de Pascoaes em Amarante, e que por problemas políticos e de índole amorosa, teve que deixar a Princesa do Tâmega, rumo a outros horizontes...

«Gastão não podia suportar a atmosfera politica da Vila de S. Pedro. Aquilo queimava-lhe os nervos. E era precisamente a falta de carácter a nota dominante.

- Que diabo - dizia ele para si umas vezes e outras para dois ou três amigos - isto assim não está direito, como diz o preto.

A época é essencialmente combatitiva. A republica nunca poderá ser um facto, enquanto os republicanos fizerem o que aqui se faz. Aqui faz-se apenas má língua. Fala-se disto e daquilo, criticam-se os actos deste e daquele como políticos, mas chega este e aquele e calam-se os críticos, e as atitudes indignadas desvanecem-se por encanto, dando lugar aos semblantes risonhos e amistosos, acompanhados de efusivas demonstrações de especialíssima deferência e fervorosa simpatia, porque este é o senhor comendador de tal e aquele é lugar tenente do senhor conselheiro Fulano.

Isto não pode ser! Não posso colaborar com esta imoralidade para já ser generoso no termo. Não posso.» in livro "Amor Perfeito" de Carlos Babo, editado em 1922


13/08/14

Arte Poesia - O Meu Familiar, Primo Carlos Babo, escreveu no seu livro editado em 1922, "Amor Perfeito", duas quadras fabulosas dedicadas ao Rio Tâmega!



"Rio Tâmega

Tâmega de águas amenas,
Entre verdes salgueirais!
Ouve, e leva as minhas penas
Contigo para onde vais...

Ouve a voz das minhas mágoas,
De uma dor que não tem par;
E leva-as nas tuas águas,
Guarda-a no fundo do mar."

Carlos Babo, in livro ("Amor Perfeito", editado em 1922)