«Por terras de Pitões à descoberta da Serra do Gerês
Partindo da vila raiana de Montalegre e caminhando até aos relevos alterosos e agrestes da Serra do Gerês, convidamo-lo a acompanhar um percurso pedestre onde há muito para se surpreender a cada passo.
Numa paisagem que o tempo perpetuou, emoldurada pelas planuras verdes da Mourela, encontra-se a aldeia de Pitões das Júnias. Palco de ancestrais tradições que mergulham fundo nas raízes culturais celtas, Pitões é a porta de entrada no território selvagem das serranias agrestes e despidas da serra do Gerês.
Numa paisagem que o tempo perpetuou, emoldurada pelas planuras verdes da Mourela, encontra-se a aldeia de Pitões das Júnias. Palco de ancestrais tradições que mergulham fundo nas raízes culturais celtas, Pitões é a porta de entrada no território selvagem das serranias agrestes e despidas da serra do Gerês.
Num desses dias primaveris, em que os deuses, aparentemente zangados com o género humano se vingam com esporádicos aguaceiros diluvianos, soltamos amarras da vila raiana de Montalegre e navegamos pelas estradas desertas do planalto Barrosão, rumo à aldeia de Pitões das Júnias. Encravada no sopé dos relevos alterosos e agrestes da serra do Gerês, Pitões das Júnias, tal como outras aldeias do Barroso, mantém viva uma cultura ancestral assente no modo de vida agro-pastoril da sua comunidade. Talvez por isso, Pitões nos tenha recebido em silêncio, na pacatez própria de quem abraça o dia ao romper da aurora para se entregar às lides da lavoura. Na verdade, entrar em Pitões das Júnias, tal como em muitas aldeias do Barroso, é percorrer as ruelas de uma cultura ancestral, assente no modo de vida agro-pastoril, que o corrupio dos anos perpetuou nesta terra, simultaneamente bela e tenebrosa, feita de paisagens que deslumbram e, no entanto, intimidam a quem de longe lhes deita o olhar. Sondar-lhe o casario e saborear o trato afável das gentes é, ainda, recuar a um período, não muito distante, em que o dia-a-dia no “país Barrosão” se fazia do comunitarismo, das vezeiras, das segas, das chegas de bois, mas também dos bailes ao entardecer e dos serões regados com malgas de vinho frio.» in