Mostrar mensagens com a etiqueta Zoologia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Zoologia. Mostrar todas as mensagens

21/05/24

Zoologia - O zooplâncton gelatinoso, incluindo as alforrecas e outros organismos diversos e quase transparentes, desempenha um papel importante nos ecossistemas marinhos.



«Alforrecas poderão dominar o futuro Oceano Ártico

O zooplâncton gelatinoso, incluindo as alforrecas e outros organismos diversos e quase transparentes, desempenha um papel importante nos ecossistemas marinhos. Prevê-se que as alterações climáticas alterem significativamente as suas populações e distribuições. Uma nova investigação publicada na revista Limnology and Oceanography examina o seu destino no Oceano Ártico, um dos oceanos que aquece mais rapidamente na Terra.

Os investigadores associaram modelos tridimensionais de distribuição de espécies a variáveis oceanográficas da Fase 6 do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados. As análises permitiram à equipa identificar as espécies gelatinosas de zooplâncton com áreas de habitat em expansão ou em contração

Prevê-se que sete das oito espécies modeladas se desloquem mais para norte em resposta à alteração das condições oceânicas. Os impactos destas alterações nas populações de peixes do Oceano Ártico e na dinâmica global dos ecossistemas merecem uma investigação mais aprofundada.

“As nossas descobertas revelam o potencial dramático das alterações climáticas para remodelar os ecossistemas do Oceano Ártico”, afirmou o autor correspondente Dmitrii Pantiukhin, um pós-doutorado no Centro Helmholtz do Instituto Alfred Wegener para a Investigação Polar e Marinha e na Universidade de Bremen, na Alemanha. “Estas mudanças nas populações de zooplâncton gelatinoso podem ter efeitos em cascata em toda a cadeia alimentar”, concluiu.» in https://greensavers.sapo.pt/alforrecas-poderao-dominar-o-futuro-oceano-artico/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques


#ambiente     #ecologia     #oceano     #ártico     #alforrecas     #zooplâncton

25/03/24

Zoologia - Reza a lenda que, no século V, São Patrício exterminou as cobras da Irlanda, atirando-as ao mar.



«Porque é que a Irlanda não tem cobras?

A Irlanda não tem cobras. Porquê? É uma pergunta que persiste e até os santos são chamados à “conversa”.

Reza a lenda que, no século V, São Patrício exterminou as cobras da Irlanda, atirando-as ao mar. Podia dizer-se que fez um bom trabalho, visto que não existem cobras na Irlanda… mas a realidade não é bem assim.

O que é facto é que a Irlanda nunca teve cobras. E, por isso, impõe-se a pergunta: Se podem ser encontradas cobras em quase todo o mundo — desde a Austrália até ao Círculo Polar Ártico — o que torna a Irlanda tão especial?

Para começar, é uma ilha. O Mar na Irlanda tem mais de 50 kms de largura — seria uma longa travessia para um animal terrestre.

Uma serpente marinha poderia ter mais facilidade, mas mesmo estas vivem em águas tropicais quentes, não no gelado Atlântico.

Segundo o Popular Science, a Idade do Gelo tornou as ilhas inóspitas para répteis, cujos corpos de sangue frio precisam do calor do ambiente para funcionar.

Os glaciares recuaram há cerca de 10 000 anos, expondo uma ponte terrestre entre a Europa e a Grã-Bretanha e outra entre a Grã-Bretanha e a Irlanda, permitindo uma passagem fácil para as ilhas.

O degelo dos glaciares afundou a ponte terrestre da Irlanda há 8.5000 anos, enquanto que a da Grã-Bretanha se manteve durante mais 2 000 anos.

Assim, os animais da Europa tiveram muito tempo para colonizar o Reino Unido e, mesmo assim, apenas três espécies de serpentes conseguiram estabelecer-se na Grã-Bretanha.

Nenhuma das três parece ter-se sentido obrigada a continuar a deslocar-se para oeste, em direção à Irlanda, não havendo, por isso, provas da presença dos répteis rastejantes no registo fóssil da Irlanda.

Outras ilhas que não têm cobras são, por exemplo, a Nova Zelândia, o Havai, a Gronelândia, a Islândia e a Antártida. Ainda assim, a ausência de cobras parece algo miraculoso, dado o comércio global de animais de estimação e o potencial de invasão das serpentes.

Contudo, as cobras de estimação não são proibidas na Irlanda, como acontece no Havai, na Nova Zelândia e na Islândia.

As cobras de estimação tornaram-se um símbolo de estatuto durante o boom económico da Irlanda no final da década de 1990, mas durante a recessão de 2008 e posteriormente, os tempos difíceis significaram que muitas pessoas soltaram as suas cobras.

As cobras apareceram em muitos sítios aleatórios, mas até agora não parecem ter-se espalhado muito na natureza. Se as cobras alguma vez se instalarem na Irlanda, será preciso muito mais do que uma intervenção de São Patrício para se livrarem delas.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/porque-e-que-a-irlanda-nao-tem-cobras-591667


#irlanda    #zoologia    #cobras    #sãopatrício    

20/02/24

Zoologia - Lobo percorre mais de 1.200 km entre Alemanha e Espanha. É a viagem mais longa alguma vez documentada

(O lobo GW1909m a correr numa estrada na comuna de Fleurey-lès-Faverney, em França, em junho de 2022. A fotografia foi tirada por um automobilista que alertou as autoridades locais. Foto: F. Tisserand)


«Lobo percorre mais de 1.200 km entre Alemanha e Espanha. É a viagem mais longa alguma vez documentada

Uma equipa de investigadores registou o que diz ser a viagem mais longa feita por um lobo (Canis lupus) alguma vez documentada. O animal nasceu na Alemanha, na cidade de Nordhorn, e, entre 2020 e 2023, terá percorrido cerca de 1.240 quilómetros, tendo sido detetado em França em maio de 2022. Foi detetado pela última vez em fevereiro de 2023 na cidade de Vilaller, na Catalunha.

“Este é o maior evento de dispersão de um lobo cinzento que já foi documentado em todo o mundo”, diz, em comunicado, a Universidade Autónoma de Barcelona (UAB), uma das entidades envolvidas no trabalho.

Antes deste registo, a viagem lupina mais longa tinha sido documentada em 2007, relativamente aos 1.092 quilómetros percorridos por um lobo entre a Noruega e a Finlândia. Foram também documentados percursos de 880 quilómetros entre a Alemanha e a Bielorrússia em 2009, e de 829 quilómetros entre a Suíça e a Eslováquia em 2022-2023.

Com o nome GW1909m, este lobo foi detetado na Catalunha graças à análise genética das suas fezes, que apresentavam indícios de pertencer a um indivíduo da população de lobos da Europa Central e Oriental. É também o primeiro caso identificado de um lobo dessa região europeia em Espanha.

Além disso, a análise genética de pêlos de lobo também permitiu perceber que o GW1909m tinha estado na região de Borgonha, em França, antes de ter chegado à Catalunha. Em junho de 2022, ao longo de uma estrada na comuna francesa de Fleurey-lès-Faverney, um condutor avistou e fotografou o que pensava ser um lobo a correr pelo asfalto. O homem alertou as autoridades locais de conservação da Natureza, que recolheram amostras de pelagem de uma cerca que o automobilista disse ter sido por onde o animal fugira, e veio a confirmar-se que se tratava, realmente, do mesmo indivíduo.

Os cientistas dizem que o GW1909m “é um exemplo da plasticidade comportamental e capacidade física deste grande canídeo selvagem” e dizem que a longa viagem é também assinalável pois o lobo “não viajou através de vastas áreas selvagens”, mas percorreu uma grande distância por paisagens com uma forte presença humana na Europa ocidental.

Desde que foi identificado pela última vez em fevereiro do ano passado, não voltaram a ser detetados indícios da presença do GW1909m na Catalunha.

Os investigadores consideram que eventos de dispersão como este são importantes para quebrar o isolamento entre populações fragmentadas de lobos na Península Ibérica, em Itália e na Europa central, e para promover a diversidade genética da espécie.» in https://greensavers.sapo.pt/lobo-percorre-mais-de-1-200-km-entre-alemanha-e-espanha-e-a-viagem-mais-longa-alguma-vez-documentada/


(O lobo cinzento - Canis lupus - mamífero canídeo do gênero Canis.)


#zoologia    #lobo    #canislupus    #viagem    #longadistância    #vilaller     

#espanha    #catalunha     #gw1909m

30/01/24

Zoologia - Nunca antes registada na Natureza, a intensa erupção de cores do camaleão, “como se proferisse as suas últimas palavras”, faz parte do processo de morte programada — o “adeus” que segue a reprodução.



«Dramática explosão de cor no leito da morte: veja as “últimas palavras” de um camaleão

Nunca antes registada na Natureza, a intensa erupção de cores do camaleão, “como se proferisse as suas últimas palavras”, faz parte do processo de morte programada — o “adeus” que segue a reprodução.

Os últimos momentos de vida de um de um camaleão de Labord (Furcifer labordi) foram recentemente filmados e a intensa erupção de cores na sua pele está a impressionar os aficionados pela vida animal.

O fenómeno foi captado na Floresta de Kirindy, em Madagáscar, através de fotografia time-lapse e surge na nova série da PBS “Big Little Journeys” (“Pequenas grandes Viagens”).

O momento único da morte do camaleão foi capturado enquanto a equipa de produção tentava documentar o ciclo de vida completo desta espécie. A equipa reparou que um indivíduo estava a abrandar e montou uma câmara time-lapse para registar as suas últimas horas de vida.

Ao regressarem, descobriram que o camaleão tinha falecido — e as imagens revelaram uma exibição deslumbrante de cores nunca antes observada na natureza.

Já conhecidos pela sua incrível capacidade de mudar a cor da pele — um processo controlado por células especiais que contêm nanocristais que se expandem e contraem, afetando a reflexão da luz e, consequentemente, a cor exibida — a pele do camaleão exibe uma cintilante mudança de cor nos últimos momentos de vida, mais ou menos como um espetáculo de fogo-de-artifício.

“Nos seus últimos momentos, a sua pele irrompe com cor, como se proferisse as suas últimas palavras“, compara o narrador no vídeo.

Os caóticos padrões capturados em vídeo devem-se, segundo os investigadores, à continuação dos sinais nervosos que alteram a forma das células da pele.

No entanto, o evento faz parte de uma estratégia de sobrevivência mais ampla conhecida como morte programada, em que certos animais, como polvos e mariposas, morrem após a reprodução.

No caso dos camaleões de Labord, tanto os machos como as fêmeas morrem antes da estação seca, após esgotarem todos os seus recursos na reprodução. Consequentemente, durante uma parte significativa do ano, toda a população da espécie existe apenas sob a forma de ovos enterrados no subsolo, já que os adultos não evoluíram para sobreviver à estação seca.

Conhecido pela sua excecionalmente curta esperança de vida entre os vertebrados quadrúpedes (vive apenas quatro a cinco meses após a eclosão), o camaleão de Labord passa mais tempo na forma de ovo (oito a nove meses) do que após a eclosão.

As fêmeas empregam toda a sua energia na produção de ovos, que enterram na areia para proteger durante a estação seca. Tipicamente, morrem dentro de horas após terem posto estes ovos.

“Elas morrem apenas algumas horas depois de os terem posto, pois têm poucos recursos”, explicam a produtora da série Valeria Fabbri-Kennedy e o cientista Chris Raxworthy, herpetólogo no Museu Americano de História Natural, à Live Science.

Tomás Guimarães, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/dramatica-explosao-de-cor-no-leito-da-morte-veja-as-ultimas-palavras-de-um-camaleao-580515


(Female Chameleon Erupts with Color Before Death)


22/11/23

Zoologia - Um novo estudo conduzido por arqueólogos da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revela o profundo impacto dos castores no ecossistema holandês, oferecendo não só sustento, mas também criando uma paisagem que facilitou a sobrevivência das comunidades pré-históricas.



«Castores ajudaram os antigos humanos a sobreviver

Um novo estudo conduzido por arqueólogos da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, revela o profundo impacto dos castores no ecossistema holandês, oferecendo não só sustento, mas também criando uma paisagem que facilitou a sobrevivência das comunidades pré-históricas.

O estudo, que analisa escavações em todo o Norte da Europa, incluindo os Países Baixos, o Sul da Escandinávia, a Rússia e os Países Bálticos, concluiu que os castores não eram apenas uma fonte de alimento para os antigos humanos, mas contribuíam para o seu estilo de vida. Os restos mortais de castores eram abundantes nos sítios holandeses, evidenciando a sua importância na dieta dos humanos na altura.

Para além do consumo direto, os castores surgiram como engenheiros ambientais, moldando os ecossistemas de forma a beneficiar tanto os seres humanos como outras espécies.

O coautor do estudo, Shumon Hussain, descreveu os castores como “espécies-chave” com um impacto desproporcionado nos seus ambientes. A sua influência estendeu-se à biodiversidade, aos níveis de água e à disponibilidade de recursos, criando uma rede interligada que sustentou comunidades antigas.

Em entrevista ao site Interesting Engineering, Hussain salientou o duplo papel dos castores na influência do comportamento humano e na formação dos ecossistemas. Os castores, como “vizinhos e interlocutores importantes para os forrageadores humanos”, não só moldaram o seu ambiente como também deixaram uma marca na cultura e no comportamento humanos.

As vantagens concedidas pelos castores aos antigos humanos foram diversas. As suas atividades fomentaram a biodiversidade local, atraindo aves aquáticas, apoiando anfíbios e criando ambientes propícios a diversas populações de peixes. As alterações induzidas pelos castores nas ecologias fluviais, como a eutrofização, conduziram a ecologias específicas que favorecem os peixes, as tartarugas e as plantas – todos eles recursos valiosos para os caçadores humanos.

Os castores, com os seus comportamentos que alteram a paisagem, tornaram-se ímanes para outras espécies, como o javali e o alce, proporcionando mais oportunidades de caça para os seres humanos. Ao gerir a floresta através da construção de barragens e do corte de árvores, os castores também forneceram recursos de matérias-primas para os seres humanos e outros animais.

O estudo foi recentemente publicado na revista científica The Holocene.


ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/castores-ajudaram-os-antigos-humanos-a-sobreviver-568168

(CASTORES ENGENHEIROS DA NATUREZA - Castores constroem maior barragem natural do mundo)


#zoologia    #castores    #dinamarca    #universidadedeaarhus    #ecossistema

#holanda    #comunidades    #pré-história

17/11/23

Zoologia - Os casuares são reconhecidos pela sua aparência pré-histórica e pernas poderosas com pés garrados, capazes de causar danos graves.



«“Ave mais perigosa do mundo” avistada a emergir do oceano na Austrália

A ave, um casuar, tem pés com garras que podem matar uma pessoa. O animal está em risco de extinção.

A praia na Baía de Bingil, na costa leste da Austrália, tiveram um visitante inesperado no Dia das Bruxas. Inicialmente, os banhistas avistaram uma forma escura e incomum a esbracejar na água e pensaram ser uma barbatana de tubarão ou talvez uma tartaruga.

Mas a forma revelou ser um casuar, conhecido como a ave mais perigosa do mundo. Este avistamento raro, relatado ao Departamento de Ambiente e Ciência de Queensland em 31 de outubro, atraiu bastante atenção desde então.

Os casuares são reconhecidos pela sua aparência pré-histórica e pernas poderosas com pés garrados, capazes de causar danos graves. Geralmente são cautelosos em relação aos humanos e pouco provável que ataquem, a menos que sejam provocados.

Juntamente com as avestruzes, estão entre as poucas espécies de pássaros conhecidas por terem causado mortes humanas através de ataques físicos. Um estudo de 2006 no Journal of Zoology analisou 221 ataques de casuar, dos quais 150 foram contra humanos. A maioria dos ataques ocorreu quando os humanos tentaram alimentar os pássaros, uma prática fortemente desencorajada.

A aparição do casuar do sul (Casuarius casuarius johnsonii) na água foi inesperada, já que muitas pessoas desconhecem que estas aves podem nadar. Estes animais são conhecidos por entrarem na água para atravessar rios ou fugir de ameaças como cães domésticos ou disputas territoriais, explicou o oficial de vida selvagem Stephen Clough do Serviço de Parques e Vida Selvagem de Queensland (QPWS).

“Não sabemos quanto tempo este animal esteve na água ou porque é que foi nadar, mas as imagens são impressionantes“, considera.

O casuar estava a nadar a cerca de 200 metros da costa, conforme relatos de Nikita McDowell, anfitriã do acampamento de Bingil Bay. “Corri e esperei o casuar emergir do oceano, e ele devia estar exausto, pois ficou parado na sombra debaixo de uma árvore com as pernas a tremer durante cerca de meia hora”, disse McDowell.

“Talvez tenha entrado no oceano ao redor do sul de Mission Beach e tenha sido apanhado pela corrente e levado até à Baía de Bingil”, acrescentou.

A Baía de Bingil, ao norte de Mission Beach no norte tropical de Queensland, faz parte da “Costa dos Casuares”. Os proprietários tradicionais, o povo Djiru, têm grande estima pelo casuar, conhecido como goondoi. O pássaro desempenha um papel crucial na ecologia da floresta tropical, ajudando na propagação de várias espécies de árvores, explica o Science Alert.

No entanto, a população de casuares está em perigo, com apenas cerca de 4000 restantes em Queensland. Os atropelamentos e ataques de cães são as suas principais ameaças.

Em encontros com casuares, é aconselhado recuar lentamente e usar itens como mochilas como barreira. O avistamento serve como um lembrete da importância de proteger e conservar esta espécie, bem como das surpreendentes habilidades destes pássaros, como nadar.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/ave-mais-perigosa-mundo-567687


(Watch: "World's most dangerous bird" emerges from ocean)


#zoologia     #baíadobingil   #austrália    #casuar

11/11/23

Zoologia - As formigas podem – sem darmos conta disso – estar a gerir uma das maiores civilizações do planeta, mesmo debaixo dos nossos pés.



«A maior civilização do mundo pode estar debaixo dos seus pés

Operários, soldados e rainhas… Há uma espécie improvável que se destaca pela complexa estrutura social e capacidade física, e que, não tendo um poder central, tem conseguido manter uma civilização bem-sucedida, durante milhões de anos, o que as poderá tornar a maior civilização na Terra.

As formigas podem – sem darmos conta disso – estar a gerir uma das maiores civilizações do planeta, mesmo debaixo dos nossos pés.

A família Formicidae é composta por aproximadamente 12.000 espécies de formigas que partilham uma estrutura corporal semelhante e vivem em colónias complexas e socialmente organizadas.

De acordo com a IFL Science, um terço da biomassa animal da floresta tropical da Amazónia, é composto inteiramente por formigas e térmitas, tendo uma impactante influência ecológica global.

As habilidades de comunicação e divisão de trabalho das formigas são tão avançadas que podem transitar de papéis, como uma espécie de “progressão de carreira”, como enfermeiras para limpadoras de ninhos e forrageadoras, conforme revelado num estudo, sobre a espécie Camponotus fellah, publicado na Science, em 2013.

Uma das espécies de formigas mais notáveis são as corta-folhas dos géneros Atta e Acromyrmex, que podem carregar 10-50 vezes o seu próprio peso corporal. Em 2014, cientistas descobriram que a articulação do pescoço de uma formiga do campo americano podia suportar pressões 5.000 vezes superiores ao seu peso corporal.

As formigas são construtoras habilidosas, capazes de formar super colónias que se estendem até 6.000 quilómetros.

As formigas não são apenas operárias; são também agricultoras.

Também há ‘formigas coveiras’ que removem cadáveres da colónia para prevenir a propagação de doenças.

As formigas conseguem construir e sustentar sociedades complexas, sem qualquer forma de governo centralizado, sobrevivendo a outras espécies que evoluíram há 140 a 168 milhões de anos.

A durabilidade e a complexidade das formigas levam os cientistas a considerá-las como uma das maiores – se não a maior – civilizações da Terra.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/a-maior-civilizacao-do-mundo-pode-estar-debaixo-dos-seus-pes-564004


(A Super Organização Das Formigas Documentários em HD)

#zoologia    #formigas    #civilização    #planetaterra

24/05/23

Zoologia - As orcas que vivem ao largo da costa ibérica da Europa atingiram e afundaram recentemente um iate no Estreito de Gibraltar.


«Orcas estão a afundar barcos ao largo da costa da Europa e não se sabe porquê

As orcas que vivem ao largo da costa ibérica da Europa atingiram e afundaram recentemente um iate no Estreito de Gibraltar. Os investigadores suspeitam que esta é a terceira embarcação que esta subpopulação de orcas vira desde maio de 2020, altura em que uma orca fêmea, que se crê ser a originária deste comportamento, sofreu um encontro traumático com um barco.

Na maioria dos casos relatados, as orcas estão a morder, dobrar e partir os lemes dos veleiros. Então, como é que aprenderam a imitar este comportamento – e porquê?

A “Science Alert” questionou Luke Rendell, que investiga a aprendizagem, sobre o comportamento e a comunicação entre mamíferos marinhos na Universidade de St Andrews.

Porque é que acha que as orcas parecem estar a atacar barcos ao largo da costa ibérica?

Qualquer resposta que eu (ou qualquer outra pessoa, na verdade) dê a esta pergunta é especulação – simplesmente não sabemos o suficiente sobre as motivações das orcas para termos a certeza. O quebra-cabeças para os biólogos é compreender como é que este comportamento se desenvolveu.

A ausência de recompensas óbvias que aumentem a aptidão física (como a comida, por exemplo) significa que é pouco provável que este comportamento tenha evoluído porque permitiu às baleias sobreviver melhor no seu ambiente. É a isso que chamamos um traço adaptativo: confere um benefício evolutivo direto, ajudando o animal a encontrar alimento, a acasalar ou a criar descendentes com sucesso.

Mas posso dizer como é este comportamento.

Há vários relatos de orcas que, individualmente ou em grupo, desenvolvem hábitos idiossincráticos e não obviamente adaptativos. Estes vão desde um grupo que se envolveu no que parecia ser uma moda de curto prazo de carregar salmões mortos na cabeça, até outro que imitava vocalmente os leões-marinhos (pode haver um resultado adaptativo em convencer os leões-marinhos de que também somos um leão-marinho e não um predador voraz, mas não há provas de que isso aconteça).

Há outros tipos de comportamento que parecem trazer recompensas – por exemplo, orcas em cativeiro que aprendem a regurgitar peixe para usar como isco para gaivotas, que aparentemente preferem comer ao peixe. Mas a origem e a propagação destes ataques a barcos enquadram-se atualmente muito bem na caracterização de uma moda temporária, e resta saber por quanto tempo persistirá.

Se, pelo contrário, existe uma explicação adaptativa, o meu palpite é que tem a ver com o facto de a curiosidade conduzir, por vezes, a inovações importantes em torno das fontes de alimentação, que podem depois ser partilhadas.

Como é que suspeita que este comportamento está a ser transmitido entre as orcas da região?

Este comportamento começou provavelmente com orcas individuais, mas parece estar a espalhar-se através da aprendizagem social. Publicámos recentemente um artigo sobre um comportamento semelhante a uma moda passageira nos golfinhos roazes, em que identificámos o golfinho que promoveu um comportamento de andar com a cauda que tinha adquirido durante um período temporário de cativeiro.

Isto é bastante semelhante ao relato de um jornal académico sobre o recente naufrágio de um iate, em que um indivíduo específico foi identificado como a fonte potencial. Esta orca foi levada a adotar este comportamento devido a um trauma passado – talvez por ter sido atingida por um leme de barco, de acordo com o relato.

A razão exata é muito difícil de saber ao certo, mas sabemos que o comportamento se espalhou pelo seu grupo. E é difícil explicar essa dinâmica sem envolver algum tipo de aprendizagem social – a disseminação de informação.

Existem provas de que as orcas se comportaram desta forma no passado?

Já vi orcas a nadar muito perto do nosso barco nas águas perto de São Vicente, no leste das Caraíbas, durante uma pesquisa. O nosso navio, tal como os envolvidos nestas interações, tinha o tamanho de uma baleia grande (uma jubarte, por exemplo).

Talvez estivessem a investigar-nos, mas nunca houve qualquer tipo de interação física.

A minha impressão é que estavam interessados na hélice do barco e nas correntes que esta criava – aproximaram-se tanto numa ocasião que tivemos de desligar o motor para evitar ferimentos. Portanto, aproximar-se de barcos não é novidade.

Danificá-los de uma forma tão determinada não é, no entanto, algo que eu já tenha ouvido as orcas fazerem antes.

Sabe-se, evidentemente, que isso acontece com outras espécies – nomeadamente com cachalotes, o que deu origem à história de Moby Dick: uma combinação de relatos de uma baleia branca ao largo da costa sul-americana apelidada de “Mocha Dick” e o relato do baleeiro Essex, afundado por um grande cachalote em águas equatoriais.

A subpopulação de orcas responsável por estes ataques está criticamente em perigo. Acha que o estatuto de conservação do grupo é relevante de alguma forma?

Não creio que seja particularmente relevante para a origem e propagação do comportamento, mas é altamente relevante para a forma como devemos gerir esta população.

Se estas orcas continuarem a atacar barcos, a sua proteção será mais difícil. A interação com as hélices rotativas não só aumenta o risco de ferimentos para estes animais, como também ameaça as pessoas – desde o ferimento de tripulantes até ao afundamento de embarcações – o que criará pressão política para que se faça alguma coisa.

É claro que os operadores de pequenas embarcações não precisam de navegar nas zonas ao longo das costas atlânticas de Espanha e Portugal onde têm ocorrido estas interações com orcas.

Impedir que o façam resolveria o problema – mas, para muitos operadores e proprietários de embarcações, este é o caminho mais curto, uma vez que a navegação ao largo torna as passagens mais arriscadas. A perda de receitas do turismo se estas embarcações pararem aumentará a pressão no sentido de uma solução permanente.

É possível que alguns exijam o controlo destas orcas, até à sua morte, se continuarem a ameaçar a vida e os meios de subsistência humanos. Isto coloca questões éticas importantes sobre a nossa relação com estes animais.

Deveremos nós, enquanto espécie que detém o maior poder desocupar as pequenas e vulneráveis embarcações do habitat das orcas, como parte de uma mudança na nossa relação com o mar, que sabemos estar a deteriorar-se em resultado das nossas ações? Ou será que devemos conferir a nós próprios o direito de navegar como quisermos e controlar quaisquer animais não humanos que o impeçam, até ao seu abate?

Historicamente, esta última opinião teria quase de certeza prevalecido, e talvez prevaleça aqui. Mas esta é uma questão a que a sociedade, e não os cientistas, deve responder, e será revelador qual o rumo que as autoridades competentes acabarão por tomar.

Os relatos indicam que o comportamento foi iniciado por uma vítima “traumatizada” de uma colisão com um barco. Será que as noções de solidariedade e autodefesa entre as orcas são estranhas?

Considero que se trata de uma especulação plausível. Os autores do artigo recente apresentam-na como uma de várias hipóteses sobre a forma como o comportamento se pode ter desenvolvido, com o aumento geral da pressão sobre o seu habitat e a ideia de curiosidade natural como outras opções (esta última é a que me parece mais provável).

As noções de autodefesa coletiva nos cetáceos (mamíferos aquáticos, incluindo baleias, golfinhos e botos) estão longe de ser estranhas. Temos relatos de cachalotes que se defendem uns aos outros quando as orcas atacam, por exemplo.

A solidariedade é uma questão mais subjetiva e não temos acesso aos estados mentais internos destes animais para percebermos realmente se isto acontece.

Posso, no entanto, apontar para um cetáceo diferente: as baleias-corcundas aparentemente ajudam outras espécies, nomeadamente focas, que estão a ser atacadas por orcas. O cientista que liderou a descrição deste comportamento, Robert Pitman, disse que o considera como “altruísmo inadvertido”, baseado numa regra simples: “Quando ouvires um ataque de orcas, vai separá-las”.

Estes relatos levantam questões interessantes sobre as motivações por detrás do ataque das orcas a embarcações, às quais ainda não podemos responder. Não é impossível que estas orcas sintam em nós o seu próprio agressor comum – mas também é inteiramente possível que não tenham esse conceito.» in https://greensavers.sapo.pt/orcas-estao-a-afundar-barcos-ao-largo-da-costa-da-europa-e-nao-se-sabe-porque/

(ORCAS ASSASSINAS ATACAM BARCO DE BRASILEIROS)


15/02/23

Zoologia - Por não terem ouvidos externos, muitos de nós podem pensar que as cobras não tem capacidade de audição e que conseguem apenas captar sons através das vibrações por eles produzidas.



«As cobras, afinal, ouvem mais do que se pensava

Por não terem ouvidos externos, muitos de nós podem pensar que as cobras não tem capacidade de audição e que conseguem apenas captar sons através das vibrações por eles produzidas. Um grupo de investigadores vem agora dizer que, afinal, esses répteis ouvem muito mais do que pensamos.

Estudando as reações de 19 cobras criadas em cativeiro, e de cinco diferentes géneros, a sons de várias frequências, investigadores da Austrália revelam que todos os animais reagiram aos sons, embora tenham observado diferenças no comportamento entre os vários géneros.

Christina Zdenek, da Universidade de Queensland e principal autora do artigo publicado na revista ‘PLOS One’, afirma que este é o primeiro estudo sobre a audição das cobras em que os animais não estão anestesiados e se podem mover à vontade.

“A nova investigação revelou que [as cobras] reagem mesmo a ondas sonoras que viajam pelo ar e, possivelmente, a vozes humanas”, explica a cientista.

Um dos sons criavam vibrações no solo, ao passo que os restantes dois apenas se propagavam pelo ar. “Isso significa que fomos capazes de testar ambos os tipos de ‘audição’ – a audição tátil através das escamas ventrais das cobras” e a audição que nos é mais familiar, através do ouvido interno.

As reações foram diversas, mas apenas uma pitão do género Aspidites, se moveu em direção ao som, ao passo que as cobras dos géneros Acathophis, Oxyuranus e Pseudonaja tendiam a afastar-se da origem do som, um comportamento que os investigadores sugerem indicar que os animais consideravam o som ameaçador. Os espécimes do género Oxyuranus foram os que mais exibiram respostas defensivas.

As diferentes reações podem ser explicadas pela ecologia de cada uma das espécies. Znedek aponta que a pitão do género Aspidites é uma cobra de grandes dimensões maioritariamente noturna “com menos predadores do que espécies mais pequenas e provavelmente não precisa de ser tão cautelosa, por isso tendem a aproximar-se do som”.

Os cientistas acreditam que as cobras possam também ouvir sons produzidos naturalmente pelos humanos, como conversas e gritos.

Zdenek recorda que “sabemos muito pouco” sobre como as cobras vivem as suas vidas e exploram as paisagens que habitam, “mas o nosso estudo mostra que o som pode ser uma importante parte do seu repertório sensitivo”.» in https://greensavers.sapo.pt/as-cobras-afinal-ouvem-mais-do-que-se-pensava/

(Serpentes escutam?)

#zoologia    #cobras

08/02/23

Zoologia - Cerca de 370 ursos pardos vivem em regiões do norte de Espanha, segundo um estudo ontem divulgado que concluiu o aumento do número destes animais na Península Ibérica, onde estiveram perto da extinção na década de 1980.


«Espanha identifica população de 370 ursos no norte do país

Cerca de 370 ursos pardos vivem em regiões do norte de Espanha, segundo um estudo ontem divulgado que concluiu o aumento do número destes animais na Península Ibérica, onde estiveram perto da extinção na década de 1980.

O estudo do Ministério do Ambiente de Espanha, das regiões autónomas da Galiza, Castela e Leão, Astúrias e Cantábria e do Instituto de Investigação em Recursos Cinegéticos espanhol seguiu uma metodologia de recolha de amostras genéticas (pelos e excrementos) num território de 16.700 quilómetros quadrados, cujas informações eram depois cruzadas numa base de ADN.

A conclusão foi que existem cerca de 370 ursos pardos na cordilheira cantábrica, que se estende por mais de 400 quilómetros pelo norte de Espanha, entre a Galiza e o País Basco.

Os números revelam uma consolidação da população destes animais na metade ocidental da cordilheira em relação às estimativas anteriores (250 ursos), mas um aumento na parte oriental, de 50 para 120.

Foi precisamente neste lado oriental da cordilheira que os ursos pardos estiveram mais próximos da extinção na década de 1980, por causa da forma como a atividade humana invadiu os habitats destes animais, como aconteceu, por exemplo, com a construção de autoestradas.

Mas no passado, os ursos foram também caçados, abatidos ou envenenados ilegalmente, por serem considerados perigosos pelas populações.

Os responsáveis pelas pastas do Ambiente dos quatro governos regionais disseram hoje, durante a apresentação dos resultados do estudo na cidade de Leão, que é necessário continuar a trabalhar de forma ativa e coordenada na coexistência do urso pardo com as atividades humanas através da “adequada compensação dos danos provocados” por estes animais, quando se aproximam de contextos urbanos ou de explorações agrícolas, por exemplo.

Pelo executivo de Cantábria, António Lucio sublinhou ainda que apesar dos números “magníficos” hoje divulgados, o urso pardo continua em perigo de extinção na Península Ibérica e é preciso continuar a trabalhar na conservação desta população de animais.

Na Península Ibérica há ainda ursos nos Pirenéus, na fronteira de Espanha com França, com uma população estimada de 70 animais. Neste caso, os ursos estiveram também próximos a extinção e a sua conservação teve de ser feita com a reintrodução de animais trazidos de outras regiões em meados da década de 1996.» in https://greensavers.sapo.pt/espanha-identifica-populacao-de-370-ursos-no-norte-do-pais/

(Primeiro urso pardo avistado na Galiza em 150 anos)

#zoologia    #ursopardo    #espanha

01/02/23

Zoologia - Os machos da espécie Dasyurus hallucatus, com o nome comum quoll-do-norte, têm uma vida mais curta do que as fêmeas porque preferem sexo a sono, conclui um estudo australiano.



«O marsupial que deixa de dormir para procriar – e que por causa disso morre mais cedo

Os machos da espécie Dasyurus hallucatus, com o nome comum quoll-do-norte, têm uma vida mais curta do que as fêmeas porque preferem sexo a sono, conclui um estudo australiano.

Pretende partilhar este texto? Utilize as ferramentas de partilha que encontra na página de artigo. Todos os conteúdos da VISÃO são protegidos por Direitos de Autor ao abrigo da legislação portuguesa. Apoie o jornalismo de qualidade, não partilhe violando Direitos de Autor.

Um grupo de investigadores australianos descobriu que os marsupiais Dasyurus hallucatus machos – ou quoll-do-norte – sacrificam o sono a favor do sexo, o que pode ajudar a entender as causas das suas mortes precoces.

Esta espécie é conhecida por serem os maiores mamíferos com a estratégia de reprodução de semelparidade, que se caracteriza por ter apenas um evento reprodutivo ao longo da vida. Isto significa que os machos acabam por morrer após uma temporada de acasalamento, enquanto que as fêmeas, apesar de reproduzirem só uma vez, vivem mais, até quatro anos.

Os investigadores acompanharam os mamíferos nas suas atividades em Groote Eylandt, a maior ilha do Golfo, durante sete semanas. Na revista revista Royal Society Open Science, os especialistas escreveram que, dos dados recolhidos de sete machos e seis fêmeas, os machos descansavam apenas cerca de 8% do tempo, enquanto as fêmeas passavam três vezes mais tempo a repousar: 24% do tempo.

Além disso, os machos passam muito mais tempo em movimento: especificamente dois quolls andaram 10,4 km e 9,4 km numa noite, o equivalente a um humano caminhar cerca de 35 a 40 quilómetros, estimam os especialistas. Os machos Dasyurus hallucatus podem pesar até 600 gramas e atingir o tamanho de um pequeno gato doméstico.

“Os machos estão a investir toda a sua energia em … procurar as fêmeas, porque é assim que maximizam o sistema reprodutivo. Mas eles simplesmente não descansam no meio”, analisa Christofer Clemente, coautor do estudo.

Apesar de estas descobertas serem importantes, os investigadores não podem afirmar se a privação do sono é tecnicamente a culpada das mortes precoces, mas acreditam que pode ser responsável por um desgaste gradual dos machos. Isto “poderia explicar as causas de morte registadas nos machos após a época de reprodução (por exemplo, eles tornam-se presas mais fáceis, incapazes de evitar colisões ou morrem de exaustão)”, escreveram.

Os especialistas concluem afirmando que, se estes mamíferos efetivamente renunciam o sono em função da sua sobrevivência, são uma espécie “excelente” para demonstrar como a privação do sono afeta as funções do corpo.» in https://visao.sapo.pt/visao_verde/ambiente/2023-02-01-o-marsupial-que-deixa-de-dormir-para-procriar-e-que-por-causa-disso-morre-mais-cedo/

(Thylacoleo: The Marsupial Lion of Australia)

#zoologia    #marsupial     #austrália    #sexo    #sono     #reprodução

#dasyurus    #hallucatus     #thylacoleo

16/12/22

Zoologia - Cientistas acreditam ter resolvido o caso da morte de uma jovem no Canadá, atacada por uma matilha de coiotes, há mais de uma década.


«Antigo mistério de jovem morta por coiotes pode ter sido resolvido

Cientistas acreditam ter resolvido o caso da morte de uma jovem no Canadá, atacada por uma matilha de coiotes, há mais de uma década.

Em 2009, uma matilha de coiotes matou uma jovem de 19 anos no Cape Breton Highlands National Park, no Canadá, num ataque aparentemente não provocado.

Até então, não havia registos no país de nenhum adulto morto por coiotes. Foi também apenas a segunda morte do género na América do Norte, depois de uma criança ter morrido na Califórnia, em 1981.

A morte de Taylor Mitchell permanece um mistério até aos dias de hoje — ou, pelo menos, permanecia. Agora, uma equipa de cientistas parece ter encontrado uma explicação para o sucedido, escreve o Gizmodo.

Os especialistas argumentam que os coiotes do parque canadiano começaram a caçar animais grandes devido aos seus recursos limitados, o que os tornou mais propensos a atacar humanos.

Os coiotes normalmente caçam pequenas presas. No entanto, no caso dos espécimes do Cape Breton Highlands National Park, o seu principal pitéu eram alces, que representavam, em média, metade a dois terços das dietas dos animais observados pelos cientistas.

Entre as criaturas observadas pelos investigadores estão, mais especificamente, os coiotes envolvidos na morte de Taylor Mitchell.

Apesar do que possa pensar, os coiotes não são animais tipicamente perigosos para os humanos. Normalmente, em áreas urbanas de contacto entre ambos, os coiotes até tentam evitar interações com os humanos. Razão pela qual a morte da jovem canadiano surpreendeu tudo e todos.

“É difícil para eles fazerem isso [caçar alces], mas como tinham muito pouco ou nada para comer, essa era a sua presa”, disse o autor principal do estudo, Stan Gehrt, num comunicado divulgado pela universidade. “E isso leva a conflitos com pessoas que normalmente não veria”.

Os resultados do estudo foram publicados em novembro na revista científica Journal of Applied Ecology.

Embora tenha havido relatos de ataques de coiotes no parque nos anos seguintes, nenhuma outra morte parece ter acontecido.

Daniel Costa, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/misterio-jovem-morta-coiotes-resolvido-512384

#coiotes    #morte    #taylormitchell

16/11/22

Zoologia - É uma lenda antiga no Japão mas com uma ligação lógica a eminentes subducções no fundo do mar.


«Japoneses encontraram um peixe que anuncia catástrofe. Há base científica para esta crença

É uma lenda antiga no Japão mas com uma ligação lógica a eminentes subducções no fundo do mar.

Foi encontrado um peixe na Ilha Talcán, no Chile.

Isto nunca seria notícia em Portugal – e em muitos outros países – mas este peixe é diferente…

Esta espécie, o peixe-remo, é muito difícil de ser apanhada porque vive longe da superfície: entre 200 metros e 1 quilómetro abaixo do nível do mar.

Mas a notícia não é propriamente por aí.

O peixe encontrado numa das Ilhas Desertores, no Chile, foi logo fotografado pelos pescadores, que mostraram depois a imagem nas redes sociais.

Rapidamente a fotografia foi muito partilhada e comentada porque este é um “peixe do fim do mundo”, escreve o portal argentino TN.

O peixe raramente é visto na superfície – e ainda bem, de acordo com a cultura japonesa. Os nipónicos acreditam que agora vem aí uma catástrofe natural, uma das piores de sempre.

Aliás, o peixe recebeu a designação Ryugu no tsukai – Mensageiro do Palácio do Deus do Mar.

Mas ele não deverá aparecer sozinho: os japoneses acreditam que um terramoto ou um tsunami vai ocorrer depois de vários “exemplares” deste peixe aparecerem junto às praias.

O “fim do mundo” tem uma associação antiga: segundo a lenda de Namazu, este peixe é associado a uma serpente marinha gigante que faz a terra mexer-se, originando terramotos ou maremotos.

E cuidado, pescadores: as pessoas que encontram este peixe ficam amaldiçoadas, de acordo com a mesma lenda.

Mas este “fim do mundo” também tem uma associação à ciência: estes peixes, como habitam em águas profundas, percebem mais rapidamente quando há uma subducção no fundo do mar – deslizamento de placa tectónica.

Portanto, sim, naquela região podem estar a surgir falhas geológicas no fundo do oceano.

O Chile é um país onde há terramotos frequentemente. E foi o palco do terramoto mais forte de sempre, em 1960: magnitude aproximada de 9.5 na escala Richter, em Valdivia.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/peixe-fim-mundo-507938

#chile    #ryugu    #tsukai    #peixedofimdomundo

#namazu    #ilhatálcan    #peixe-remo

21/10/22

Zoologia - Um projeto pioneiro de reintrodução de espécies no meio selvagem, no Reino Unido, teve um nacimento-surpresa: uma pequena cria de bisonte europeu, que fez história.


«Pela primeira vez em milhares de anos, nasceu um bisonte selvagem no Reino Unido

Um projeto pioneiro de reintrodução de espécies no meio selvagem, no Reino Unido, teve um nacimento-surpresa: uma pequena cria de bisonte europeu, que fez história. Trata-se do primeiro bisonte selvagem a nascer no país em vários milhares de anos.

O nascimento ocorre depois de três exemplares deste animal terem sido libertados na zona de Kent, em julho, mas, sem que os responsáveis percebessem, uma fêmea estava grávida. As fêmeas de bisonte ‘escondem’ as gravidezes para prevenir serem alvos de predadores e para proteger as crias.

O bisonte bebé, uma fêmea, foi descoberto dias depois, numa altura em que os responsáveis pelos animais procuravam pela mãe, que tinha ido para uma zona escondida para dar à luz.

O projeto é uma colaboração estre duas fundações de defesa da vida animal, o Kent Wildlife Trust e o Wildwood Trust, que esperavam que uma nova manada de bisontes pudesse voltar a ser uma realidade no Reino Unido.

“A cria cresceu muito. Deu um salto, literalmente! Ela adora andar aos saltos e a correr à volta dos adultos. Houve uns dias em que não vimos uma das fêmeas, e os outros animais estavam defensivo. Fui à procura dela e vi a cria lá ao fundo. Vimos o focinho a espreitar por de trás da mãe. É inacreditável que este seja o primeiro bisonte a nascer no Reino Unido em milhares de anos. É monumental”, conta Tom Gibbs, um dos responsáveis pelos animais, sem esconder o orgulho no sucesso da operação de reintrodução da espécie em meio selvagem.

Um macho da espécie vai chegar da Alemanha em breve para se juntar às fêmeas, na esperança de alargar a manada até ao final do ano.

Segundo os responsáveis, os outros bisontes têm-se adaptado bem à vida selvagem e têm servido como “babysitters” da cria quando a mãe está a descansar ou a alimentar-se.

A cria terá nascido já no passado dia 9 de setembro, mas o anúncio do nascimento foi atrasado, devido à morte da rainha Isabel II, e para garantir que “o bisonte juvenil estava saudável”.

O local onde se desenvolve o projeto tem licença para ter até 10 bisontes. A iniciativa quer colocar bisontes selvagens em mais zonas do Reino Unido, e permitir o intercâmbio com outros animais por toda a Europa. Todos os nove mil bisontes que agora vivem em todo o continente europeu são descendentes de apenas 12 animais de jardins zoológicos, depois de a espécie ter sido salva da extinção no início do século XX, e graças aos esforços de várias iniciativas como esta.

O objetivo, agora, é garantir a maximização da diversidade genética nos bisontes europeus, para assegurar a continuidade da espécie em meio selvagem.» in https://multinews.sapo.pt/noticias/pela-primeira-vez-em-milhares-de-anos-nasceu-um-bisonte-selvagem-no-reino-unido/

#zoologia    #bisonte

Zoologia - Desde a região ártica do Canada, seguindo as Montanhas Rochosas até aos Estados Unidos em direção ao México, é possível testemunhar a presença de lobos, e os cientistas sabem que quanto mais para sul mais lobos de pelagem negra existem.


«Cor e sobrevivência: Cientistas descobrem por que razão os lobos pretos podem ser os mais resistentes

Desde a região ártica do Canada, seguindo as Montanhas Rochosas até aos Estados Unidos em direção ao México, é possível testemunhar a presença de lobos, e os cientistas sabem que quanto mais para sul mais lobos de pelagem negra existem. Até agora não se sabia a razão dessa distribuição, mas um grupo de especialistas dos EUA, do Reino Unido de França desvendaram o mistério.

Tim Coulson, da Universidade de Oxford, e um dos autores do estudo publicado na revista ‘Science’, explica que os lobos pretos não existem na maior parte do mundo, e onde estão presentes são muito raros. Na América do Norte, “são comuns em algumas áreas”, mas estão ausentes em outras.

A cor do pêlo nos lobos é atualmente determinada por um gene conhecido como CPD103. Contudo, esse gene, no início, codificava a informação genética para pêlo cinzento, e não preto. Uma mutação que ocorreu nos genes do cão, e que acabou por ser transmitida aos lobos, através da reprodução, fez com que esses animais passassem a poder apresentar pelagem preta.

Explicam os autores que os lobos herdam duas cópias do gene CPD103, um de cada progenitor, mas que basta herdarem apenas uma cópia que transporte a variação para apresentarem pêlo preto.

Os cientistas acreditam também que esse mesmo gene ajuda os lobos a protegerem-se de doenças respiratórias, como a cinomose, porque a zona do ADN onde está o CPD103 é também responsável pela produção de uma proteína que está envolvida no processo de proteção dos pulmões dos mamíferos contra infeções.

As conclusões apresentadas no artigo agora divulgado são o resultado da observação de 12 populações de lobos na América do Norte, bem como da análise de mais de 20 anos de dados recolhidas das populações de lobos em Yellowstone.

Verificou-se que a maioria dos lobos que apresentavam anticorpos para a cinomose – o que significava que já tinham contraído o vírus no passado e que tinham sobrevivido – tinham pêlo preto, e animais com essas características eram mais comuns em zonas onde se sabia que tinham ocorrido surtos de cinomose. Assim, o pêlo preto do lobo pode ser associado à sua capacidade para sobreviver a infeções respiratórias.

Nessas áreas onde o vírus esteve presente, avançam os cientistas, percebeu-se que havia uma maior probabilidade de lobos cinzentos e lobos pretos acasalarem, uma estratégia adaptativa que visa aumentar a probabilidade de as crias nascerem com o gene CPD103 que as protegerá de doenças respiratórias.

“Isso também explica porque que razão os pares reprodutores em Yellowstone, onde ocorreram surtos de cinomose, tendem a ser preto-cinzento”, salientam.

Por sua vez, Peter Hudson, da Pennsylvania State University, afirma que “é intrigante que o gene para a proteção contra a cinomose tenha vindo do cão doméstico que foi levado pelos primeiros humanos que entraram na América do Norte, e que a cinomose tenha emergido na América do Norte muitos milhares de anos depois, também a partir dos cães”.

O grupo de cientistas acredita que o que foi possível observar nos lobos acontecerá também noutras espécies de animais. Diversos insetos, aves, anfíbios e mamíferos demonstram associações entre cor e resistência a doenças, pelo que se especula que os animais, na hora de escolherem um parceiro com quem acasalar, levem a cor em séria consideração, não somente o tamanho, a força ou os passos de dança.» in https://greensavers.sapo.pt/cor-e-sobrevivencia-cientistas-descobrem-por-que-razao-os-lobos-pretos-podem-ser-os-mais-resistentes/

(O MISTÉRIO DOS LOBOS PRETOS DA AMÉRICA DO NORTE)

#zoologia    #lobos    #evolução    #lobopreto

11/10/22

Política Agrícola - O Governo da Nova Zelândia apresentou uma proposta pioneira para cobrar impostos às emissões de gases com efeito de estufa provenientes de arrotos e dejetos de ovelhas e vacas.


«Nova Zelândia avança para imposto sobre arrotos de ovelhas e vacas

O Governo da Nova Zelândia apresentou uma proposta pioneira para cobrar impostos às emissões de gases com efeito de estufa provenientes de arrotos e dejetos de ovelhas e vacas.

O plano vai estar em consulta pública com os agricultores até 18 de Novembro. E, para já, não apresenta estimativas quanto a receitas, nem define preços para as emissões, nem tão pouco como estas serão medidas.

A ideia é cobrar o imposto a partir de 2025 e todo o dinheiro angariado será devolvido à indústria através do financiamento de novas tecnologias, investigação e incentivos aos agricultores, já disse a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Arder.

“Nenhum outro país do mundo desenvolveu ainda um sistema de preços e de redução das emissões agrícolas, pelo que os nossos agricultores beneficiarão de ser os primeiros a agir”, referiu Ardern.

O movimento segue-se aos esforços do país oceânico, um grande exportador agrícola, para combater os efeitos da crise climática e faria desta a primeira nação do mundo onde os agricultores pagariam pelas emissões de gado.

Na Nova Zelândia, um país de cinco milhões de pessoas, quase metade das emissões do país provêm do sector agrícola, principalmente dos 26 milhões de ovelhas e 10 milhões de vacas, mamíferos ruminantes que expulsam o metano produzido durante a digestão em arrotos e flatulência.

Ardern defende vantagem competitiva

A proposta, também promovida pela aliança He Waka Eke Noa de associações do sector agrícola, inclui incentivos aos agricultores para reduzir as emissões, que também podem ser compensados com a plantação de florestas.

“Este é um passo importante na transição da Nova Zelândia para um futuro de baixas emissões e cumpre a nossa promessa de colocar um preço nas emissões agrícolas a partir de 2025″, salientou Ardern.

“A proposta permite aos agricultores neozelandeses liderar o mundo na redução das emissões, proporciona uma vantagem competitiva e melhora a nossa marca de exportação”, defendeu ainda a primeira-ministra.

Imposto vai “aniquilar a Nova Zelândia rural“

No entanto, a proposta já foi criticada por associações de agricultores, por considerarem que levará a uma redução do número de explorações de gado bovino e ovino no país.

Os Agricultores Federados (Federated Farmers), um dos principais grupos de pressão da indústria, responderam que o plano do Governo vai “aniquilar a Nova Zelândia rural” e levar à substituição de explorações agrícolas por plantações de árvores.

“O nosso plano era manter os agricultores a cultivar”, disse o presidente do grupo, Andrew Hoggard.

O sector agrícola é responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da Nova Zelândia e por 65% das receitas de exportação.

O Governo neozelandês, que pretende alcançar a neutralidade de carbono até 2050, tem até ao final do ano para decidir como irá tributar as emissões do sector agrícola.

ZAP // Lusa» in https://zap.aeiou.pt/nova-zelandia-imposto-arrotos-ovelhas-vacas-502004

#novazelândia    #agricultura    #gadobovino    #gadocaprino

#gases

03/10/22

Zoologia - Um animal bizarro de águas profundas com olhos salientes e um sorriso enervante e humano foi recentemente arrastado das profundezas da costa da Austrália.


«Um tubarão misterioso foi pescado nas águas da Austrália. Mas ninguém o consegue identificar

Alguns especialistas especularam sobre a espécie a que o tubarão pertencia, com as opiniões a divergirem.

Um animal bizarro de águas profundas com olhos salientes e um sorriso enervante e humano foi recentemente arrastado das profundezas da costa da Austrália. No entanto, os especialistas em tubarões não sabem exatamente a que espécie a criatura de aspeto assustador pertencer, o que aumenta o mistério que envolve o espécime invulgar.

Trapman Bermagui, um pescador de alto mar, pescou o misterioso tubarão a uma profundidade de cerca de 650 metros ao largo da costa de New South Wales, na Austrália. Mais tarde, partilhou uma fotografia onde é possível ver a pele áspera do tubarão morto, tipo lixa, focinho grande e pontiagudo, grandes olhos salientes e brancos perolados expostos.

Alguns especialistas especularam sobre a espécie a que o tubarão pertencia, com o palpite mais comum a ser o de que o animal era um tubarão cookiecutter (Isistius brasiliensis), nomeado pelas marcas distintivas de mordedura que deixa em animais maiores. Outras suposições incluíam um tubarão duende (Mitsukurina owstoni) ou uma espécie de tubarão lanterna (Etmopteridae).

No entanto, Trapman Bermagui discordou dos especialistas, afastando a possibilidade de ser um cookiecutter. “É um tubarão de pele áspera, também conhecido como uma espécie de Endeavor dogfish”, um tipo de tubarão, do grupo de tubarões de profundidade encontrado em todo o mundo, de acordo com o Shark Research Institute. Ainda assim, alguns peritos em tubarões não estão convencidos com a identificação dos pescadores.

“Parece-me um tubarão-grande de águas profundas (Dalatias licha), que são conhecidos nas águas ao largo da Austrália”, disse Christopher Lowe, diretor do Shark Lab da Universidade Estadual da Califórnia, Long Beach, à Newsweek. Embora, seja difícil dizer com certeza sem poder ver peixe inteiro, acrescentou.

Dean Grubbs, biólogo marinho e perito em tubarões da Universidade Estatal da Florida, ofereceu uma conclusão diferente. Grubbs suspeitava que o tubarão morto era um tubarão de pele grossa (Centroscymnus owstonii), um tipo de tubarão adormecido da mesma família dos tubarões da Gronelândia (Somniosus microcephalus), de acordo com a Newsweek.

É também possível que o tubarão possa pertencer a uma espécie nunca antes vista, disse Lowe. “Descobrimos constantemente novas espécies de tubarão de águas profundas e muitas parecem muito semelhantes umas às outras”.

“É um tubarão-estufa“, disse o britânico Finucci, cientista de pescas do Instituto Nacional de Investigação da Água e da Atmosfera da Nova Zelândia, especializado em tubarões de águas profundas, num e-mail enviado à Live Science. No entanto, não é claro a que espécie deste grupo pertence exatamente, acrescentou ela.

Charlie Huveneers, cientista de tubarões da Universidade de Flinders na Austrália, disse concordar com a identificação da Finucci e que o animal era, muito provavelmente, um tubarão que se ingere. “No passado, os tubarões-estufa eram alvo da pesca do seu óleo de fígado em Nova Gales do Sul”, disse Finucci.

A maioria dos tubarões-estufador são “muito sensíveis à sobreexploração da pesca” e, como resultado, “algumas espécies estão agora altamente ameaçadas e protegidas na Austrália”, acrescentou ela.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/tubarao-misterioso-pescado-australia-identificar-499613

(Nova espécie de Tubarão com sorriso humano e pescado por pescador na Austrália.)

23/08/22

Zoologia - Cientistas mediram a quantidade de lágrimas produzidas por um cão depois de se reencontrar com o dono e concluíram que estes animais de estimação também produzem lágrimas em situações de alegria, refere um estudo divulgado esta segunda-feira.


«Cães choram de alegria quando se reencontram com os donos

Cientistas mediram a quantidade de lágrimas produzidas por um cão depois de se reencontrar com o dono e concluíram que estes animais de estimação também produzem lágrimas em situações de alegria, refere um estudo divulgado esta segunda-feira.

Para os investigadores, aos abanares de cauda, saltos e lambidelas, comportamentos que os donos de cães experienciam regularmente quando se reencontram com o seu animal de estimação após um longo período de separação, junta-se à lista um sinal mais discreto: as lágrimas.

“Nunca ouvimos falar de animais a derramarem lágrimas em situações alegres, como ao reunir-se com o seu dono”, salientou um dos autores do trabalho, Takefumi Kikusui, da Universidade de Azabu, no Japão, que defendeu que o estudo é “o primeiro no mundo” sobre este tema.

Os cientistas mediram as quantidades de lágrimas produzidas utilizando um teste amplamente conhecido, de Schirmer, que consiste numa tira colocada sob a pálpebra, segundo o estudo publicado na revista Current Biology.

Como ponto de comparação foi estabelecido um nível base elevado de lágrimas quando o cão estava no seu ambiente habitual, na presença do seu dono.

Após entre cinco a sete horas de separação, a quantidade de lágrimas aumentou “significativamente” cinco minutos após o reencontro do cão com o dono.

O volume de lágrimas também foi maior quando o cão se reencontrou com seu dono, em vez de outra pessoa.

Para os investigadores, esta produção lacrimal está ligada à presença da ocitocina, apelidada como a “hormona do amor”.

Os cientistas procuraram também perceber qual o papel prático que estas reações podiam desempenhar.

Para isso, os donos dos animais tiveram de classificar fotos do seu cão, indicando o quanto as imagens os faziam querer cuidar destes.

“É possível que cães que mostram olhos enevoados durante as suas interações com o seu dono levem este a cuidar mais deles”, defendeu Takefumi Kikusui.

Em humanos, bebés a chorar fazem com que os pais prestem mais atenção a estes, lembraram ainda os investigadores.

Os cães, domesticados como nenhum outro animal, desenvolveram habilidades específicas de comunicação ao longo do tempo.

Está demonstrado que o contacto visual desempenha um papel na formação da relação entre um cão e o seu treinador.

Os investigadores pretendem estudar agora se os cães também produzem lágrimas quando se reencontram com outros animais da sua espécie.

// Lusa» in https://zap.aeiou.pt/caes-choram-alegria-donos-494573

#zoologia    #cão

09/08/22

Zoologia - Após 15 anos, o bisonte-americano (Bison bison) vai pastar em novas pradarias em Montana, nos Estados Unidos.


«Bisontes-americanos voltam a pastar em novas pradarias após 15 anos

Após 15 anos, o bisonte-americano (Bison bison) vai pastar em novas pradarias em Montana, nos Estados Unidos. A Organização Não Governamental American Prairie tinha feito um pedido para aquisição de um terreno público de 24 mil hectares, no Condado de Phillips, tendo este sido agora aprovado pela agência governamental Bureau of Land Management (BLM).

A organização quer trazer de volta a espécie nativa ao Estado e restaurar os ecossistemas das pradarias. A mesma defende que a introdução do bisonte nestas áreas irá melhorar as condições das pastagens, aumentar e conservar a diversidade da fauna e flora, bem como melhorar a qualidade da água.

“Esta decisão é baseada na ciência, está em conformidade com todas as leis locais, estaduais e federais e reconhece as importantes maneiras pelas quais o pastoreio de bisontes tem melhorado e continuará a melhorar a saúde das pastagens”, afirma Alison Fox, CEO da American Prairie, em comunicado.

A American Prairie é já responsável por 180.000 hectares de terras públicas e privadas no Estado de Montana, mas o seu objetivo é expandir este alcance. Até ao momento, têm a cargo 800 bisontes-americanos, que pastam nestas áreas protegidas, mas com as novos habitats esperam aumentar a população para 1000 bisontes.

Para o ecologista Joseph Bump da Universidade de Minnesota, não existe nenhuma espécie como o bisonte no que refere à melhoria da diversidade das pastagens. Como explica na revista Science, estes são menos dependentes de fontes de água do que o resto do gado, conseguindo pastar em áreas longe dos rios. Além disso, são menos propensos a pisar as plantas ribeirinhas, o que permite a recuperação da diversidade de peixes e anfíbios.» in https://greensavers.sapo.pt/bisontes-americanos-voltam-a-pastar-em-novas-pradarias-apos-15-anos/

#natureza    #ambiente    #bisonte    #montana

27/06/22

Zoologia - Uma população secreta de ursos polares foi encontrada num sítio que os cientistas acreditavam ser “impossível”, por não oferecer as condições necessários para as criaturas caçarem.


«População secreta de ursos polares foi encontrada num sítio “impossível”

Uma população secreta de ursos polares foi encontrada num sítio que os cientistas acreditavam ser “impossível”, por não oferecer as condições necessários para as criaturas caçarem.

O urso polar vive nas águas geladas do círculo polar ártico, que envolve principalmente Dinamarca, Noruega, Rússia, Alasca e Canadá. Embora os ursos polares também viajem por terra, que é onde se reproduzem, passam grande parte do tempo no oceano coberto de gelo e em áreas onde a camada de gelo derreteu, entrando na água sem qualquer dificuldade.

Agora, uma população secreta de ursos polares foi descoberta num habitat aparentemente impossível da Gronelândia. Esta zona, durante a maior parte do ano, carece das plataformas flutuantes de gelo que os ursos usam para caçar.

Anteriormente, os cientistas pensavam que esta população de ursos vivia junto de outro grupo nas proximidades. No entanto, descobriram agora que esta população de ursos esteve “escondida” neste local durante centenas de anos.

A nova descoberta sugere que alguns ursos polares, pelo menos, podem ser capazes de se adaptar ao desaparecimento do gelo marinho à medida que as alterações climáticas pioram.

“O gelo das calotes pode ajudar um pequeno número de ursos polares a sobreviver por períodos mais longos perante o aquecimento climático, mas não está disponível para a grande maioria dos ursos polares”, disse a investigadora Kristin Laidre, em declarações ao Live Science.

Os cientistas descobriram a população “secreta” quando estavam a analisar uma população de ursos polares na costa leste da Gronelândia. Foi assim que os autores perceberam que, afinal, eram duas populações completamente distintas.

Análises genéticas confirmaram que os ursos do sudeste eram distintos dos seus vizinhos do nordeste. Os resultados do estudo foram publicados, na semana passada, na revista Science.

Assim, esta descoberta constitui a prova de uma nova subpopulação

 de ursos, a 20.ª a nível mundial. Esta subpopulação, desconhecida até agora, tem cerca de 300 espécimes. Os investigadores sugerem que há cerca de 200 anos que está isolada da população vizinha.

A subida das temperaturas no Ártico significam que o gelo está a derreter mais cedo e a congelar mais tarde, deixando os ursos polares à fome. Estimativas apontam que os ursos polares podem ficar extintos até 2100.» in https://zap.aeiou.pt/populacao-secreta-ursos-polares-484669

#zoologia    #ambiente    #ecologia