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26/07/17

Música Cabo Verde - Tito Paris é um músico, compositor e cantor cabo-verdiano, radicado em Lisboa, um cantor do Mundo da Música de Cabo Verde.


Tito Paris - "Mim Ê Bô"


Tito Paris - "Dança ma mi criola"


Mariza - "Beijo de Saudade"


Tito Paris - "Sodade" - (Cesaria Evora cover)


Tito Paris - "Mim Ê Bô"


"Dança ma mi criola
Tito Paris

Dança ma mim criola cola na mim
Pensa na passá sabe num coladera

Sabura é lá na nôs terra cabo verde
Lá nô ta sinti na meio d'nôs tradiçon

Tchiga na mim bô perta'm forte quê pa'm sinti
Calor di bô morininha óh cabo verde

Sabura é lá na nôs terra cabo verde
Lá nô ta sinti na meio d'nôs tradiçon"

04/05/15

Música Africana - Aos 24 anos, a trabalhar num restaurante local, Neuza despertou o interesse de colegas e de quantos a escutavam, insistindo que usasse o microfone e cantasse para o público.



«Paula Helena Pina dos Santos

Data de nascimento: 10 de Novembro de 1985.

Natural da Praia – Santiago.

Breve historial

Aos 24 anos, a trabalhar num restaurante local, Neuza despertou o interesse de colegas e de quantos a escutavam, insistindo que usasse o microfone e cantasse para o público. Nervosa, Neuza avançou e começou assim, dia após dia, a ser apreciada e reconhecida por quem frequentava o local.

Algum tempo depois destas primeiras atuações, foi convidada pelo músico Manuel de Candinho para atuar num restaurante da capital e recebeu o seu primeiro cachet, tendo este, sido um momento de imenso significado na sua vida.

Começou então a atuar em outros espaços da capital a convite de outros artistas, tendo em uma das ocasiões sido abordada por Francisco Cruz, até então seu desconhecido, que lhe falou que poderia conhecer alguém que valorizasse o seu talento. Oportunamente, Francisco convidou o amigo Djo da Silva, conhecido produtor cabo-verdiano, para assistir a uma sua atuação num bar da cidade da Praia. A voz aguda da cantora e o seu repertório tradicional do Fogo, ainda pouco gravado em disco, seduziram de tal maneira o produtor, que este acabaria por lhe propor a gravação deste seu primeiro trabalho, para a editora Harmonia/Lusafrica.

“Flor di Bila”, que surge em Cabo Verde no início do verão de 2013, revela os segredos dos ritmos da ilha do Fogo, como talaia baxo, o rabolo ou o samba. Em “Trabessado”, uma das faixas mais fortes do álbum, Neuza oferece-nos a oportunidade de descobrir o curcutiçan, um despique vocal tradicional entre uma voz feminina e masculina, de onde emana ironia e provocação, mulheres desafiando os homens sobre sua virilidade. Neuza retoma esta tradição rural acompanhada de Michel Montrond, autor, compositor e cantor, também ele, uma criança do vulcão.

O álbum gravado entre Santiago e o Fogo, ilha cuja essência lhe corre nas veias e transporta numa alma, a que este disco dá voz.» in http://www.humbertoramos.net/cifras/?p=1261



Neuza - "Zé di Nha Mina" - (Official)



Neuza - "Trabessado"


Neuza - "Djar Fogo"


NEUSA - "FLOR DI BILA N'TENI SODADI"


13/07/13

Música Cabo Verde - O cantor cabo-verdiano Bana, conhecido como o "Rei da Morna", faleceu hoje de madrugada no Hospital de Loures, em Portugal, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte oficial.

 


«Morreu Bana, a voz de Cabo Verde

Bana, "O Rei da Morna", de nome completo Adriano Gonçalves, 81 anos, foi um dos nomes que mais ajudou a projetar a música de Cabo Verde no mundo VEJA O VÍDEO e recorde o seu talento

O cantor cabo-verdiano Bana, conhecido como o "Rei da Morna", faleceu hoje de madrugada no Hospital de Loures, em Portugal, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte oficial.

Bana, de nome completo Adriano Gonçalves, 81 anos, foi um dos nomes que mais ajudou a projetar a música de Cabo Verde no mundo, desempenhando um papel fundamental como agente da cultura do arquipélago.

Bana nasceu em 11 de março de 1932, no Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. Gravou mais de meia centena de discos, ao longo da sua carreira, iniciada em 1942, com apenas dez anos, nas ruas e cafés da cidade que o viu nascer.» in http://visao.sapo.pt/morreu-bana-a-voz-de-cabo-verde=f740556?utm_content=2013-07-13&utm_campaign=newsletter&utm_source=newsletter&utm_medium=mail




«Música Morreu Bana, o Rei da Morna

O cantor cabo-verdiano Bana, conhecido como o "Rei da Morna", faleceu hoje de madrugada no Hospital de Loures, em Portugal, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte oficial.

Bana, de nome completo Adriano Gonçalves, 81 anos, foi um dos nomes que mais ajudou a projetar a música de Cabo Verde no mundo, desempenhando um papel fundamental como agente da cultura do arquipélago.

Bana nasceu em 11 de março de 1932, no Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. Gravou mais de meia centena de discos, ao longo da sua carreira, iniciada em 1942, com apenas dez anos, nas ruas e cafés da cidade que o viu nascer.

O corpo de Bana estará em câmara ardente na Igreja de Benfica e o funeral será domingo.» in http://www.noticiasaominuto.com/cultura/90066/morreu-bana-o-rei-da-morna#.UeEpVdK1Hzw


Bana - "Mexe Mexe"


Bana - "Segredo De Nha Vida"


Bana - "Esse Pais"


Bana - "Lena" - (Live)


Bana - "Girassol" - (Live)


"Mêxe mêxe 
(Dionisio Maio) 
Interprète: Bana

Mêxe cadera criol
Nô mêxe
Subi cuscus
Li na oi pernod

Nôs sangue é quente e fadigod'
Gongon nem morte ka ta panhons"


17/12/11

Música Cabo Verde - A cantora cabo-verdiana Cesária Évora, morreu hoje!




«Cesária Évora faleceu hoje em São Vicente


A cantora cabo-verdiana Cesária Évora morreu hoje, disse à Lusa fonte hospitalar.


A Diva dos pés descalços faleceu hoje, dia 17, em São Vicente, devido a complicações respiratórias. Segundo informações da rádio nacional, RCV, a cantora sentiu-se mal por volta das 07h00 da manhã quando foi levada de urgência para o hopistal Batista de Sousa.


Por voltas das 10h00 o prognóstico era muito reservado de acordo com as fontes médicas, sendo que a notícia da morte de Cize foi confirmada às 11h00.


Cabo Verde perde uma das suas maiores vozes e uma referência na música nacional.


Cesária Évora nasceu a 27 de Agosto de 1941 na cidade de Mindelo, em Cabo Verde. Filha de Justino da Cruz Évora tocador de cavaquinho e violão e de Dª Joana, o grande e eterno amor da sua vida. A cantora era considerada a "embaixadora da morna", tendo editado 24 discos, entre originais, ao vivo e em parceria com outros artistas de vários países.» in http://cesariaevora.sapo.cv/noticias/1208004.html


Cesaria Évora - "Partida"

CESARIA ÉVORA - "Hoje é Natal"

Cesária Évora e Mayra Andrade - "Saudade de Mar"

Marisa Monte & Cesária Évora - "É Doce Morrer no Mar"

Cesária Évora & Marisa Monte - "Mar Azul"

Cesária Évora Goran Bregovic - "Ausencia"

Cesaria Evora - "Sentimento"

Cesaria Evora - "Besame Mucho"

Cesaria Evora - "Ingrata"

Cesária Evora - "Cabo Verde" - (1997)

Cesaria Evora - "Historia de un amor"

CESARIA EVORA & LURA - "Moda Bô"

Cesaria Evora & Bernard Lavilliers - "Elle Chante"

Cesaria Evora - "Noiva de céu"

Cesaria Evora - "Mar de Canal"

Cesaria Evora - "Angola"

Cesaria Evora - "Sodade"
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Hoje o Mundo da Lusofonia está infinitamente mais pobre...


«Cesária Évora uma vida a cantar Cabo Verde


'Quem mostra' bo, ess caminho longe, quem mostra' bo, ess caminho longe, ess caminho, pa São Tomé (…) sodade sodade, sodade dess nha terra São Nicolau (...)' composição imortalizada na voz da Cesária Évora resume em poucas palavras a carreira musical de uma das maiores vozes de Cabo Verde.

Cesária Évora nasceu a 27 de Agosto de 1941 na cidade de Mindelo, em Cabo Verde. Filha de Justino da Cruz Évora tocador de cavaquinho e violão e de Dª Joana, o grande e eterno amor da sua vida. A cantora é considerada a "embaixadora da morna", tendo editado 24 discos, entre originais, ao vivo e em parceria com outros artistas de vários países.

Cize, para os amigos anunciou o término da sua carreira musical no passado dia 23 de Setembro, depois de 45 anos de carreira a cantar Cabo Verde pelo mundo.

A 17 de Dezembro de 2011, a Diva da Morna faleceu aos 70 anos, deixando Cabo Verde e o mundo consternado com a sua morte, na mesma cidade que a viu nascer e traçou-lhe o destino para a morna.

Leia o perfil da Cesária Évora por Jorge Araújo

O regresso da velha senhora

Os seus olhos cantam. São irmãos desavindos - quando um chora, o outro sorri. Morna e coladeira na esquina do mesmo olhar. Sempre foi assim, nos dias de sombra e nos de luz também. Há um brilho especial que ilumina o seu caminho. Já assim era nos tempos em que soltava a voz numa qualquer tasca da cidade do Mindelo, a troco de um cálice de grogue.

Continua assim, agora que avança com passos tão pesados quanto triunfantes, por alguns dos mais importantes palcos deste mundo. "A tristeza e a alegria são vizinhas", deixa escapar com desconcertante ingenuidade. Sem dar conta, de um sopro, Cesária Évora resume os seus sessenta anos de vida. Uma simples frase explica a música que lhe corre nas veias.

Morna e coladeira, tristeza e alegria. Música e sentimento - essências de uma mulher nascida com a voz num véu de ternura. Sina de uma vida feita história, que começa com "era uma vez". Era uma vez uma ilha, uma cara esculpida na rocha, o Porto Grande a abarrotar de navios, um imenso azul a embalar sonhos impossíveis. O querer ficar mas ter de partir. A miséria.

E uma criança a beber os acordes do violino no aconchego do pai: "Quando eu era uma asneira jeito de dizer criança ele começava a tocar e metia-me entre as suas pernas. Então, eu cantava uns disparates. Não me passava pela cabeça que viria a cantar a sério." Mas a avó, educada por freiras, viu nesta cena a antecâmara do milagre que, anos mais tarde, viria a realizar-se: "Disse-me que eu tinha nascido para cantar."

Aos sete anos a vida ensina-lhe a primeira de muitas lições. A morna, com o seu pulsar lento e triste, não é só saudade. É mágoa, lamento. É sofrimento. E é amor. Foi no dia em que o som do violino se apagou. Justino da Cruz Évora - Djute para os amigos - morreu, deixando instrumentos de música e cinco filhos para criar. Deixa também B. Leza, o primo, o amigo, o companheiro de tocatinas. O poeta paralítico torna-se então uma espécie de pai para Cesária: "Eu ainda era uma rapariguinha e costumava ir a sua casa." É ele quem lhe ensina que a morna é uma segunda pele.

Cesária - Cize como é conhecida nas ruas do Mindelo, sua cidade natal - bebe os acordes do mestre, olhos arregalados, coração a saltitar na ponta da língua. Fica com o olhar embevecido, lábios embebidos nos poemas de B. Leza. Cruza a juventude a trautear a doce melodia de "Lua Nha Testemunha" e "Miss Perfumado". Mas são tempos difíceis.

Cresce no Mindelo, à beira do Lombo - bairro mal-afamado, terra de rufias e prostitutas. "A minha mãe era cozinheira. Quando eu tinha dez anos, ela trabalhava para a D. Maria Emília Fonseca, que era directora do orfanato. Um dia, a minha mãe pediu-lhe para me arranjar um lugar." Porém, o feitio de Cesária não se verga à rigidez do lar: "Só lá estive três anos, saturei-me." Mal respira a liberdade, enceta uma vida normal: "Ajudava em casa e dava os meus passeios."

É numa dessas voltas que conhece o primeiro grande amor da sua vida - Eduardo de João Chalino, marinheiro e tocador de violão. Na frescura dos seus dezasseis anos, Cize passa a acompanhá-lo nas paródias. "Fazíamos serenatas por tudo e por nada. Era só alguém dizer ‘vamos fazer uma serenata a fulano ou a fulana’ e pronto. Às vezes, já vínhamos de algum bar e era só aproveitar a embalagem." Ainda não tinha os vícios da noite - não fumava e só bebia gasosa. Limitava-se a acompanhar o seu príncipe e a sussurrar as mornas que lhe enchiam a alma.

Uma bela noite, ele descobre-lhe a pureza da voz. Que ela, tímida, teimava em esconder entre duas afinações do violão. "Comecei a cantar algumas das mornas que o Morgadinho tinha feito na Guiné. Eles estavam a ouvir mas não diziam nada. Depois, o Eduardo voltou-se para mim e disse: ‘Abre a voz e canta! Tens uma voz tão bonita e estás aqui a cantar baixinho’. Levantei a voz e ele disse: ‘Estão a ver, esta menina tem uma voz maravilhosa’."

A notícia correu mais depressa que gazela. Num abrir e fechar de olhos, o Mindelo ficou a saber que a voz da menina estrábica tinha coração, alma e magia. Que o seu timbre adocicado encantava a madrugada, enfeitiçava até a mais espessa escuridão. Cize transformou-se na princesa das serenatas. Como ainda acontece, cantava por prazer. Bastava-lhe um pouco de grogue para olear as suas delicadas cordas vocais. A pouco e pouco, começou a embrenhar-se nas teias do álcool. Talvez por isso a sua voz tenha envelhecido suave como uma boa aguardente de Santo Antão. Já não bebe, mas a sua voz continua a inebriar o mundo.

Das serenatas ao vinil foi um passo de pé descalço. "O Frank Cavaquinho foi quem fez a gravação. Era eu, o Luís Rendall, e parece-me que o seu filho, o John Rendall, também participou. E outros ainda cujos nomes já não me recordo. Não me pagaram nem aos outros músicos." Mas o pior ainda estava para vir. "Um dia estava a passar em frente à montra da loja do senhor Benvindo, em plena Rua de Lisboa, quando ouvi a minha voz. Fiquei espantada."

"O Frank Cavaquinho nem sequer me ofereceu um exemplar para ficar com uma recordação.» Cesária, coração de algodão, não se deixou contaminar. Novo disco, nova desilusão. "O segundo foi com o João Mimoso, aquele comerciante de São Vicente. Também gravámos para ele e nada. Nunca vi um escudo."

A tristeza é um lugar estranho. Sentimento que consome sonhos, enterra ilusões. Alimenta-se de solidão. Não raras vezes, caminha de braço dado com o álcool. Nos quase onze anos que passa sem cantar, o grogue torna-se o melhor amigo de Cesária.

Nos quase onze anos em que, desiludida, esconde a voz, refugia-se do mundo e tranca-se em casa da mãe, Dona Joana, com os filhos. "Tenho um rapaz, o Eduardo, que é filho de um português, e a Fernanda, que tive com o Piduquinha, que em tempos jogou futebol no Caldas da Rainha." Como ela própria diz, um e outro são fruto "daqueles amorzinhos de juventude que não me trouxeram sorte". Ainda assim, não cultiva rancores nem dá folga a ressentimentos. Tão-pouco ao tropa português, que a engravidou ainda na juventude. "Não sei se está vivo ou morto. Deixou-me com aquele menino no ventre e nunca mais disse nada."

A fortaleza familiar é pilar seguro. Cize encontra ânimo para continuar a acreditar. O regresso aos palcos e aos discos acontece em 1985. Tudo graças a um convite da Organização das Mulheres do antigo partido único - o PAICV. Às vezes, há duas sem três - dessa feita, à conta da intervenção do então primeiro-ministro Pedro Pires, consegue receber: "Falei com a sua cunhada, a Arcília, e ela marcou uma audiência com ele. Contei-lhe a história e ele pôs-me em contacto com a secretária-geral da OMCV. Fui a um encontro com ela e ela disse: ‘É quanto?’, e eu respondi: ‘São cinquenta contos’. Ela passou-me um cheque. Talvez se tivesse pedido mais, teriam dado."

Das ruas do Mindelo para a ribalta lisboeta

A roda da sorte começa viagem, quando Cesária é convidada por Bana, o rei da morna e do negócio, um gigante com voz de furacão. Ganha algum dinheiro mas, sobretudo, tem a sorte de viajar para Lisboa e para os Estados Unidos: "Fiz um grande sucesso na América, ganhei bem e ainda fiz uns ‘negóciozitos’ a mandar coisas para Cabo Verde." Na altura, a caminhar a passos largos para os cinquenta, a diva da morna é obrigada a fazer uma importante concessão - calça os primeiros sapatos. O frio desaconselha pés nus.

Em Lisboa, Cize desembarca na famosa discoteca africana Monte Cara, na Rua do Sol ao Rato. Era a sua segunda casa, paragem de muitos outros cabo-verdianos. Cesária ri-se com as anedotas de Tito Paris, delicia-se com o virtuosismo de Paulino Vieira, troca dois dedos de conversa com um emigrante em trânsito para as ilhas. Canta. Encanta.

Entre muitos Marlboros - ainda hoje Cize é fumadora compulsiva - e dois grogues, é ali que conhece o homem que irá mudar a sua vida. Foi em 1987. José da Silva, Djô para amigos e conhecidos, antigo agulheiro dos caminhos-de-ferro franceses, fica maravilhado com a sua voz e propõe-lhe parceria.

Cize diz que não: "Naquele tempo, eu tinha outros compromissos." Mas não foi um não definitivo: "Disse-lhe que quando acabasse o meu compromisso com o Bana dir-lhe-ia se o acompanhava ou não a Paris." Acabou por aceitar o convite e a sua estrela passou a brilhar mais alto: "Era a mão que precisava para me ajudar."

O encontro com Djô da Silva e o convite para ir para Paris

Nos dois primeiros discos Cize tenta modernizar os ritmos de Cabo Verde - é bem aceite, mas o grande sucesso ainda está para vir. Mar Azul é o primeiro, segue-se Lua Nha Testemunha. O namoro entre a voz suave de Cesária e a simplicidade da viola e do cavaquinho começa a dar que falar.

Um homem é fundamental na definição do som daquela que começa a ser conhecida como a "Diva dos pés descalços". Trata-se de Paulino Vieira, um dos génios da música cabo-verdiana. E ele não lhe poupa elogios: "A Cesária é como água fresca, uma pessoa tem sempre vontade de voltar a beber. E quando já está cansada desta água, depois de bebê-la de novo, chega à conclusão que tem ainda necessidade de bebê-la mais vezes."

O resto da história é património mundial. As salas esgotadas - Tóquio, Paris, Nova Iorque... "Eu canto da mesma maneira numa serenata ou numa dessas salas famosas." Os inúmeros prémios e condecorações, enfeites das paredes da sua casa no Mindelo: «Sou uma pessoa simples".

A conta bancária que não pára de engordar: "Costumo dizer que o Banco de Cabo Verde já não aceita o meu dinheiro e por isso estou agora a guardá-lo na Suíça (enorme gargalhada). As pessoas só se preocupam com estas coisas. Antes nunca ninguém pensou em ajudar-me." A simplicidade de uma mulher que, apesar das luzes da fama, continua com os pés descalços. Bem assentes no chão. "Consigo viver sem cantar. Quando largar vai ser de vez."

Depois do acidente vascular cerebral (AVC) sofrido na Austrália, em Março de 2008, dos tratamentos, em Paris e do merecido descanso no Mindelo, Cesária regressa aos palcos mundiais. De novo, com a alma na voz. Aquela voz, a sua. Diz quem já a ouviu que continua a mesma. Suave, celestial. De novo, com doçura e sinceridade: "Posso não ser muito alegre, mas triste também não sou." Cize é muito mais que sentimentos. Muito mais que música. É Cabo Verde no mundo.

Artigo publicado na Revista Única em Setembro de 2008

Condecorações

Em 1999, Portugal, agraciou Cesária Évora com a medalha da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

O galardão Les Victoires de la Musique para Melhor Álbum de World Music foi-lhe atribuído por duas vezes: em 2000 pelo álbum “Café Atlântico” e em 2004 pelo álbum “Voz d’Amor”.

“Voz d’Amor” foi igualmente premiado em 2004, com o Grammy para Melhor Álbum de World Music. Em 2009, o presidente francês Jacques Chirac distinguiu-a com a medalha da Legião de Honra de França.

Em Dezembro de 2010, no Rio de Janeiro, o Presidente Lula da Silva condecorou Cesária Évora com a medalha de Ordem do Mérito Cultural 2010.

Cesária Évora foi distinguida com o prémio carreira na gala do Cabo Verde Music Awards 2011.» in 
http://cesariaevora.sapo.cv/biografia/

"Partida
Cesaria Evora


Nha cretcheu ja`m s`ta ta parti
Oi partida sô bô podia separano
Nha cretcheu lavantá pam bem braçob
Lavantá pam bem beijob
Pam cariciob esse bô face.
Sel ta sirvi pa leval
Ma l`ta sirvi pa transportal
Caminho longe, separação
Ê sofrimento d`nhamor pa bô
Oi partida bô leval bô ta torná trazel.
Oi madrugada imagem di nh`alma
Ma nha cretcheu intrega`m sês lagrimas
Pam ca sofrê nem tchorá
Esse sofrimento ca ê sô pa mim
Oi partida bô ê um dor profundo.
Nha cretcheu ja`m s`ta ta parti
Oi partida sô bô podia separano
Nha cretcheu lavantá pam bem braçob
Lavantá pam bem beijob
Pam cariciob esse bô face.
Sel ta sirvi pa leval
Ma l`ta sirvi pa transportal
Caminho longe, separação
Ê sofrimento d`nhamor pa bô
Oi partida bô leval bô ta torná trazel.
Oi madrugada imagem di nh`alma
Ma nha cretcheu intrega`m sês lagrimas
Pam ca sofrê nem tchorá
Esse sofrimento ca ê sô pa mim
Oi partida bô ê um dor profundo."


24/09/11

Música - A Cantora Cesária Évora depois de ontem ter anunciado o fim da sua carreira, sofreu hoje um AVC!



«Música: Cesária Évora internada em Paris no Hospital Pitie-Salpetriere devido a um AVC
24 de setembro de 2011, 13:52

A cantora Cesária Évora está internada desde sexta-feira à tarde no hospital de Pitie-Salpetriere, em Paris, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), informou hoje fonte da sua promotora em Lisboa.





"Após ter sofrido um novo AVC, Cesária Evora, foi hospitalizada sexta-feira às 13:00 de Paris [12:00 de Lisboa], no Pitie-Salpetriere”, disse à Lusa fonte da promotora.

A mesma fonte adiantou que “o diagnóstico clínico [de Cesária Évora] é ainda reservado”.

Sexta-feira antes de ser internada a promotora Tumbao que representa Cesária Évora, anunciou que “a cantora decidiu, em acordo com o seu produtor e manager, José da Silva, que iria pôr termo definitivamente à sua carreira”.

A mesma fonte contou à Lusa que “apesar da tristeza de Cesária [Évora], que não queria abandonar os palcos”, por conselho médico viu-se forçada a tal.

Cesária Évora nasceu no Mindelo a 27 de agosto de 1941 e é considerada a “embaixadora da morna”, música que transmite a melancolia das ilhas cabo-verdianas, tendo já editado 24 discos, entre originais, espetáculos ao vivo e parcerias com outros artistas de vários países, como Caetano Veloso ou Marisa Monte.

A 10 de maio do ano passado, Cesária Évora foi submetida a uma cirurgia de urgência ao coração, também em França, onde permaneceu um mês em recuperação. A 16 de junho desse ano, a "diva dos pés descalços" como é referenciada pela imprensa francesa, regressou à cidade onde nasceu para "descansar" e para que os cabo-verdianos vissem que estava bem, disse na altura à Lusa.

Pouco tempo depois, tornaria a cantar com os seus músicos habituais e a preparar um novo disco de originais. Este trabalho não tem data certa para sair, “talvez em 2012” – referiu a cantora declarações à Lusa no mês passado.

@Lusa» in 
Cesária Évora - "Sodade" - (Live)


"Sodade
Cesaria 
Évora

Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé
Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau
Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà
Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau"

22/06/08

Cesária Évora - O Fado em jeito de Morna!






Cesária Évora - "Sodade" - (live)

Cesária Évora - "Sodade"

Cesaria Evora and Elfy - "Sodade"

Cesária Évora - "Angola"

Cesária Évora & Marisa Monte - "Mar Azul"

Cesária Évora - "Besame Mucho"

Cesária Évora - "Sangue de Beirona"

Cesária Évora - "São Vicente Di Longe"

Cesária Évora - "Amor Di Mundo"

Cesária Évora - Cabo Verde

Cesária Évora - "Petit Pays"

Salif Keita & Cesária Évora - "Yamore"

Cesária Évora - "Negue" - (Maria Bethania)

Maria Bethania - "Negue"

Cesária Évora - "África Nossa"

Cesária Évora - "Consedjo"


«Cesária Évora


Évora (Mindelo, 27 de agosto de 1941), também conhecida como «a diva dos pés descalços», é a cantora cabo-verdiana de maior reconhecimento internacional de toda história da musica popular. O gênero musical com o qual ela é majoritariamente relacionada é a "morna", por isso também recebe o apelido de "Rainha da morna" (mesmo tendo sido bastante sucedida com diversos outros gêneros musicais).


História
Cesária Évora nasceu no ano de 1941 na cidade de Mindelo, em Cabo Verde. Tinha mais quatro irmãos. Seu pai Justino da Cruz tocava cavaquinho, violão e violino e sua mãe, Dona Joana, trabalhava em cozinhas de brancos (ricos) que - particularmente - adoravam sua comida. Sua mãe, de personalidade pensativa, foi sua confidente por toda sua vida.
Quando criança Évora sempre estava fazendo amigos mais velhos que ela, os quais sempre mantiveram ela "direita". Quando jovem foi viver com sua avó (que havia sido educada por freiras, e assim acabou passando por uma experência que a ensinou a desprezar todas as mais severas morais.
Cesária (Cise para seus amigos) sempre cantava uma infinidade de canções e fazia apresentação aos domingos na praça principal da sua cidade acompanhada por seu irmão Lela no saxophone. Mas sua vida estava intrisicamente ligada ao bairro Lombo, que havia sido ocupada pelo exército portguês. Lá ela aprendeu sobre a vida e cantou com compositores como Gregório Gonçalvez (um homem carismático e que adorava teatro de rua).
Aos 16 anos conheceu um marinheiro chamado Edurardo que a ensinou os tradiconais estilos de música cabo-verdeanas como a morna e a coladera. As mornas (que possivelmente provém de mourn e que significa lamento) são canções ligadas à tristeza, mágoa e desejos impossíveis de serem realizados. Évora começa a cantar em bares e hotéis, e com a ajuda de alguns musicos locais ganha estímulo a desenvolver suas habilidades e logo já é proclamada a "Rainha da morna" por seus fãs. Ela se torna bastante famosa em Cabo Verde, mas internacionalmente seu recohecimento ainda era pequeno.
Aos vinte anos foi convidada a trabalhar como cantora para o Congelo - compania de pesca criada por capital local e português - e ficou emocionda ao poder fazer parte do que ela considerava uma notável empresa. Seu salário vinha de suas apresentanções que eram basicamente em jantares. Fora esse tempo Cesária era de volta uma mulher comum.
Entre os amigos de Évora estava o compositor favorito dos cabo verdeanos: B.Leza ("beleza"), o qual faleceu quando ela tinha apenas sete anos de idade. Ela ainda tem poucas lembranças de sua infância e sempre está falando de Eulinda, seu antigo vizinho e amigo que vivia perto de Lombo ("red-light district" de Mindelo), porto que era vangloriado por bordéis que competiam com os de Amsterdam.
Em 1975, Cabo Verde adiquiriu sua independência, mas seu novo líder Amilcar Cabral foi assassinado durante o tumulto causado com o fim de cinco séculos sob domínio de Portugal. Évora ainda era popular na época mas sua fama não estava a levando em direção ao sucesso financeiro. Frustrada por questões pessoais e financeiras, aliados à dificuldade econômica e política de Cabo Verde, ela desistiu de cantar pra sustentar sua família. Évora ficou sem cantar por dez anos, os quais ela descreve como seus "dark years". Durante esse tempo ela lutou contra o alcolismo.
Césaria Évora retomou suas apresentações após ter sido encorajada por Bana (líder de banda e empresário cabo verdeano exilado em Portugal). Ele fez convites à ela para realizar shows em Portugal, os quais ela aceitou e o fez com patrocinio de uma organização local de mulheres.
Em Cabo Verde um francês chamado Jose da Silva persuadiu-a para ir a Paris e lá Évora acabou gravando um novo álbum em 1988 "La diva aux pied nus" (a vida dos pés descalços) - que é como se apresenta nos palcos (em solidariedade aos «sem-tecto» e às mulheres e crianças pobres de seu país). Esse álbum foi aclamado pela crítica e Évora se encontrou numa dramática volta à música e que teve como ápice a gravação do álbum "Miss Perfumado" em 1992. Ela se tornou uma estrela internacional aos 47 anos de idade.
Em 2004 conquistou um prêmio Grammy de melhor álbum de world music contemporânea.
Em 2007, o presidente francês Jacques Chirac distinguiu-a com a medalha da Legião de Honra de França.


Discografia
1988 - La Diva aux pieds nus
1990 - Distino di Belita
1991 - Mal Azul
1992 - Miss Perfumado
1994 - Sodade, Les Plus Belles Mornas De Cesaria
1995 - Cesária
1997 - Cabo Verde
1998 - Best Of
1999 - Café Atlântico
1999 - Remixes Par François K. & Joe Claussell
2001 - São Vicente de Longe
2002 - Cesária Evora Anthology
2002 - The very Best Of
2002 - Live in Paris (DVD)
2003 - Voz d'Amor
2003 - Club Sodade - Cesaria Evora by...
2006 - Rogamar
Duos
1999 - "É doce morrer no mar" (por Dorival Caymmi) cantado com Marisa Monte.» in Wikipédia.


"Sodade
Cesária Évora


Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé


Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau


Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà


Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau"


Mais informações sobre esta Cantora fabulosa no seguinte link:
http://www.cesaria-evora.com/

14/04/08

Nancy Vieira - Uma Voz de Cabo Verde!











Nancy e Rui Veloso - "Pára de chorar"

Ala dos Namorados & Nancy Vieira & Rão Kyao - "Lua nha testem"

Nancy Vieira - "Manu"

Nancy Vieira - "Lus"

Nancy Vieira

Nancy Vieira - "Nancy_Tu_Gitana"

«Nancy Vieira

No ano de 1975, na Guiné Bissau, nasceu Nancy Adelaide Vieira. Filha de pais cabo-verdianos, aos 4 meses foi viver para Cabo Verde, onde permaneceu até aos 14 anos. E foi aí que despertou a sua paixão pela música, cantando entre amigos e em casa, acompanhada pelo pai, ao violão.
Aos 14 anos Nancy vem para Lisboa para continuar os seus estudos. Enquanto os estudos decorrem, Nancy continua a cantar entre amigos.
Em 1995 actuou pela primeira vez em público, num concurso, do qual saiu vencedora e cujo prémio foi a gravação do seu primeiro disco: «Nós Raça».
«Nós Raça», chamou de imediato a atenção do povo Caboverdiano e na diáspora. A voz doce e grave de Nancy começa a marcar pontos e desde então tem sido convidada a estar em palco com os nomes mais sonantes da musica de Cabo Verde, nomeadamente, Bana, Tito Paris, Boy Gê Mendes, Ferro Gaita.
Já em final de 2003, em conjunto com Maria Alice e Lura, Nancy Vieira realizou uma digressão no Reino Unido apresentando o espectáculo "Women of Cabo Verde", sobre o qual escreveu o jornal The Independent: "Quando as suas carreiras se desenvolverem, as raparigas vão encher estádios".
O seu segundo álbum de originais foi «Segred», um disco composto por nove temas originais e uma canção tradicional de Cabo Verde, com a produção musical do já consagrado músico e produtor, Toy Vieira, que contou com a colaboração nos arranjos e orquestração de Djim Job. Neste álbum Nancy é ainda acompanhada por outros músicos de excelência como: Vaiss, Zé António, Kau Paris, Dalu e Iduino Tavares, de Ferro Gaita.» in http://nancyvieira.blogspot.com/2005/11/nancy-vieira.html

"Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz

Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
A inveja do mundo
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora"

Mais informações sobre esta artista de Cabo Verde em:
http://www.myspace.com/nancyvieira