(Azulejo representando São Gonçalo de Amarante)
«São Gonçalo de Amarante
APL 986
São Gonçalo de Amarante era filho de uns agricultores de Guimarães.
Um dia, houve uma festa na sua aldeia. Os seus pais foram à festa e disseram a São Gonçalo para ficar em casa a guardar o milho dos pássaros que estava na eira a secar ao sol.
São Gonçalo queria ir muito a essa festa. Então chamou os passarinhos e guardou-os no beiral. De seguida, foi para a festa. Os pais, quando o viram, disseram-lhe que, se chegassem a casa e os pássaros tivessem comido o milho, levaria uma grande tareia. Então São Gonçalo contou-lhes o que se tinha passado.
Quando chegaram a casa, os pais ficaram muito admirados com o que ele tinha feito. Abriram o beiral e os passarinhos foram todos embora.
Como São Gonçalo não gostava de Guimarães, pegou na sua bengala e atirou-a ao ar, indo cair a uma terra chamada Lixa. Ele não gostou daquela terra e atirou-a novamente, indo cair em Amarante. Aí ficou e começou a construir um mosteiro. Como não tinha como levar a pedra, pediu a um agricultor para lhe emprestar os bois e o carro.
O agricultor disse que lhos emprestava, mas havia um problema: os bois eram muito bravos. São Gonçalo disse que não se importava e que ficava na mesma com eles. Quando os tomou, os bois ficaram mansos.
Depois de acabar de construir o mosteiro, os pedreiros não tinham como descer e atiraram-se abaixo.
O primeiro que saltou disse:
– Valha-me Deus!
Este caiu e sobreviveu.
O segundo disse:
– Valha-me a minha mulher!
Caiu e morreu.
O terceiro disse:
– Valha-me São Gonçalo!
Sobreviveu.
Um dia, São Gonçalo desapareceu. Dizem que ele está por debaixo do mosteiro, num túnel que vai dar ao rio Tâmega. Dizem também que todas as semanas vai lá um homem cortar-lhe a barba.
Fonte Biblio AA. VV., - Literatura Portuguesa de Tradição Oral s/l, Projecto Vercial - Univ. Trás -os-Montes e Alto Douro, 2003 , p.CR3
Ano2002
Place of collectionFigueiró (Santiago), AMARANTE, PORTO
ColectorCristina Sorte (F)
InformanteMaria Madalena Magalhães Carvalho (F), 52 y.o., Figueiró (Santiago) (AMARANTE) PORTO.» in http://www.lendarium.org/narrative/sao-goncalo-de-amarante/?tag=2638
Mondeguinas - "São Gonçalo de Amarante"
Brigada Victor Jara - "São Gonçalo"
Tranglomango - "S. Gonçalo de Amarante" - (ao vivo)
"São Gonçalo de Amarante
São Gonçalo de Amarante,
Casamenteiro das velhas,
Porque não casais as novas?
Que mal vos fizeram elas?
São Gonçalo de Amarante,
Casamenteiro das velhas,
Porque não casais as novas?
Que mal vos fizeram elas?
Seis barricas de alcatrão,
Minha orquestra de badalo,
Eis aqui a minha festa
Que se faz a São Gonçalo.
Ó Meu São Gonçalo,
Meu São Gonçalinho,
Eu quero-me casar,
Ai, dai-me um maridinho.
São Gonçalo de Amarante,
Casamenteiro das velhas,
Porque não casais as novas?
Que mal vos fizeram elas?
São Gonçalo de Amarante,
Quer que lhe baile,
Quer que lhe cante..."
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