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16/05/24

Ambiente e Ecologia - Os guardas florestais do Vale da Morte estão perplexos com a duração inesperada do lago fantasma do deserto, que tem persistido por mais de meio ano — provavelmente, a sua maior longevidade na memória viva.



«O enigma do lago fantasma no Vale da Morte está a deixar os cientistas de boca aberta

Normalmente, o lago seca em apenas algumas semanas, mas já persiste há mais de seis meses.

Os guardas florestais do Vale da Morte estão perplexos com a duração inesperada do lago fantasma do deserto, que tem persistido por mais de meio ano — provavelmente, a sua maior longevidade na memória viva.

Um recente dilúvio de chuva também sugere que este enigmático reservatório de água, que normalmente seca dentro de semanas após a sua formação, pode permanecer intacto por vários meses adicionais.

Localizado no coração da Bacia de Badwater, uma grande bacia de drenagem na fronteira leste do Parque Nacional do Vale da Morte, na Califórnia, este lago efémero ou temporário encontra-se a cerca de 86 metros abaixo do nível do mar — o ponto mais baixo da América do Norte — e é normalmente um deserto árido e poeirento.

A área é frequentemente coberta por sal cristalizado e poças ocasionais de água tóxica, mas após chuvas intensas, a água do resto do parque flui para a bacia, criando um lago de água doce raso, explica o Live Science.

Geralmente, o lago dura apenas algumas semanas, uma vez que o calor escaldante do Vale da Morte faz com que a água evapore rapidamente. Na maioria dos anos, o lago mal se forma devido à falta de precipitação: em média, o parque recebe apenas 5,1 centímetros de chuva anualmente.

Em 20 de agosto de 2023, o Furacão Hilary largou cerca de 5,6 centímetros de chuva no Vale da Morte, criando um lago na bacia que media até 11,3 quilómetros de comprimento, 6,4 quilómetros de largura e 0,6 metros de profundidade — o seu maior tamanho em quase 20 anos, segundo o Observatório da Terra da NASA.

Ao longo do inverno, o lago reduziu para mais de metade do seu tamanho, mas não se dissipou completamente. “A maioria de nós pensou que o lago teria desaparecido até outubro,” disse a guarda florestal do Vale da Morte, Abby Wines, em uma declaração do Serviço de Parques Nacionais (NPS). “Ficamos chocados ao ver que ainda estava aqui após quase seis meses.”

Entre 4 e 7 de fevereiro, um rio atmosférico despejou mais 3,8 centímetros de chuva sobre o Vale da Morte, reabastecendo o lago quase ao seu tamanho original e prolongando a sua vida útil por um futuro previsível. No total, 12,4 centímetros de chuva caíram no Vale da Morte nos últimos seis meses.

Os registos normalmente não são mantidos sobre o tamanho do lago e a sua duração anterior, mas a atual longevidade do lago é uma anomalia significativa. “Não temos ideia de por que é que o lago persistiu tanto tempo,” adicionou Wines. “Isto é estranho!”

Atualmente, o lago está suficientemente profundo para permitir que os visitantes do parque façam caiaque na sua superfície. Embora não se espere que mantenha essa profundidade por muito tempo, Wines acredita que ainda poderá estar presente no final de abril.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/enigma-lago-fantasma-vale-morte-585709


(ESSE É O INTRIGANTE LAGO QUE APARECEU NO VALE DA MORTE UM DOS LUGARES MAIS SECOS DO MUNDO.)

10/05/24

Ambiente e Ecologia - De acordo com um estudo publicado recentemente na Nature Ecology & Evolution, ao contrário das outras árvores, o carvalho-roble, ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) tende a resistir, de uma forma incomum, ao aquecimento global.



«Rijo como o carvalho – Vai ser dos últimos a aguentar-se de pé

Há poucos que aguentam tanto como ele: Segundo um novo estudo, o carvalho-roble é das únicas espécies nativas suficientemente flexíveis para sobreviver às rápidas alterações climáticas previstas para o próximo século.

De acordo com um estudo publicado recentemente na Nature Ecology & Evolution, ao contrário das outras árvores, o carvalho-roble, ou carvalho-alvarinho (Quercus robur) tende a resistir, de uma forma incomum, ao aquecimento global.

Tal indica que projetos futuros de reflorestação e plantações de madeira na Europa deverão mesmo passar pela aposta nos carvalhos.

Como detalha a New Scientist, neste estudo, os investigadores, da Universidade de Viena (Áustria), examinaram 69 espécies de árvores europeias mais comuns, a fim de avaliar a sua capacidade de enfrentar este desafio climático.

O carvalho inglês foi uma das únicas espécies avaliadas como apta a prosperar nas condições atuais e futuras em muitas regiões do Velho Continente.

À New Scientist, o líder da investigação, Johannes Wessely, explicou a importância desta árvore, nomeadamente na “produção de madeira, o armazenamento de carbono e [não menos importante] para a biodiversidade“.

Wesseley alertou que as alterações climáticas obrigam a que as árvores plantadas hoje devam ser capazes de suportar tanto as condições atuais como as de um mundo muito mais quente no próximo século: “devemos ser muito cautelosos relativamente ao que plantamos hoje, uma vez que isso irá moldar as nossas futuras florestas e o seu futuro”.

Os investigadores explicam (lamentando) que, num futuro próximo, as florestas europeias serão constituídas apenas por um pequeno conjunto de espécies de árvores, sem a diversidade e a resistência das atuais – mas cada vez em menor expressão – florestas mistas.

Apesar da imprevisibilidade do ritmo das alterações climáticas, a equipa prevê que, até 2100, o número médio de espécies de árvores, por quilómetro quadrado, capazes de sobreviver continuamente diminua entre um terço e metade.

Miguel Esteves, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/rijo-como-o-carvalho-vai-ser-dos-ultimos-a-aguentar-se-de-pe-598818


O GRANDE CARVALHO - (QUERCUS ROBUR)

#ambiente    #ecologia    #carvalho-roble    #inglês    #resistente     #clima   

#aquecimentoglobal     #alterações

09/05/24

Ambiente e Ecologia - Os cientistas previram o momento em que a humanidade assistirá ao acontecimento da “extinção tripla” que acabará com os seres humanos e o que a causará.



«Cientistas alertam para a “extinção tripla” que irá erradicar toda a vida da Terra

Os cientistas previram o momento em que a humanidade assistirá ao acontecimento da “extinção tripla” que acabará com os seres humanos e o que a causará.

Há anos que os especialistas alertam a humanidade para o impacto do aquecimento global.

À medida que as temperaturas aumentam, há uma preocupação com o abastecimento alimentar mundial, com a subida do nível do mar e com o facto de as regiões da Terra se tornarem demasiado quentes para viver.

De acordo com um estudo publicado na revista Nature Geoscience, liderado pela Universidade de Bristol, a Terra poderá tornar-se um super-continente quente, seco e em grande parte inabitável, com toda a massa terrestre a fundir-se num terreno gigante.

Segundo o Wion, o estudo utilizou os primeiros modelos climáticos de supercomputadores de um futuro distante e mostrou que o mundo terá mais erupções vulcânicas que emitirão enormes plumas de dióxido de carbono, aumentando ainda mais a temperatura.

O Sol poderá tornar-se mais quente e mais brilhante no céu, aquecendo a Terra mais do que nunca e fazendo com que a temperatura média se situe entre os 40 e os 50 graus Celsius.

Alexandrer Farnsworth, principal autor do estudo e investigador associado sénior da Universidade de Bristol, disse que “o super-continente recém-emergido criaria efetivamente um triplo golpe, compreendendo o efeito de continentalidade, um Sol mais quente e mais CO2 na atmosfera, aumentando o calor em grande parte do planeta”.

O resultado é um ambiente hostil, sem fontes de alimento e água para os mamíferos. Temperaturas generalizadas entre 40 e 50 graus Celsius e extremos diários ainda maiores, agravados pela elevada humidade, acabariam por selar o nosso destino.

Os seres humanos — juntamente com muitas outras espécies — morreriam devido à sua incapacidade de libertar este calor através do suor, arrefecendo os seus corpos.

Segundo o estudo, mesmo que a humanidade deixasse de utilizar combustíveis fósseis, isso não impediria a extinção. Mesmo que a humanidade sobreviva até ao evento, haverá uma extinção total.

A única vantagem é que o evento está a 250 milhões de anos de distância.

Eunice Lo, coautora do estudo e investigadora em Alterações Climáticas e Saúde na Universidade de Bristol, afirmou que “é de importância vital não perder de vista a nossa atual crise climática, que resulta das emissões humanas de gases com efeito de estufa”.

“Embora estejamos a prever um planeta inabitável dentro de 250 milhões de anos, hoje em dia já estamos a sentir um calor extremo que é prejudicial para a saúde humana. É por isso que é crucial atingir emissões líquidas nulas o mais rapidamente possível”, concluiu.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/cientistas-alertam-para-a-extincao-tripla-que-ira-erradicar-toda-a-vida-da-terra-599404


(A Sexta Grande Extinção)


22/04/24

Ambiente e Ecologia - Os planos para a construção de uma fábrica de celulose na Galiza está a ser contestada por grupos ambientalistas e pelos concelhos portugueses vizinhos



«Está a nascer uma “bomba ambiental” na Galiza (e Portugal é contra)

Os planos para a construção de uma fábrica de celulose na Galiza está a ser contestada por grupos ambientalistas e pelos concelhos portugueses vizinhos.

A Altri Participaciones y Trading, SL anunciou planos ambiciosos para uma nova unidade industrial na Galiza que prevê a construção de uma fábrica de celulose solúvel e fibra têxtil vegetal numa área de 366 hectares.

Desde o início do projeto, em 2021, sob a gestão de Alberto Núñez Feijóo, a proposta da Altri foi marcada por polémicas. A fábrica é vista como uma megainiciativa, com promessas de criar cerca de 2500 empregos.

Contudo, a transformação proposta de 1,2 milhões de metros cúbicos de eucalipto em produtos industriais levantou preocupações significantes, especialmente devido às emissões potenciais de substâncias poluentes como óxido de enxofre e óxido de azoto.

A contestação vem tanto dos residentes dos municípios portugueses vizinhos afetados, como Melide e Santiso, quanto de organizações ambientalistas, incluindo Amigas da Terra e Greenpeace. Estes grupos, juntamente com a população local, enviaram petições aos ministros da Transição Energética e do Ambiente e da Indústria, expressando a sua oposição ao avanço da fábrica, especialmente pela sua proximidade com áreas protegidas como a Rede Natura 2000.

Os ambientalistas estão especialmente alarmados com o potencial impacto ecológico, citando o enorme consumo e descarga de recursos hídricos necessários para a operação da fábrica, que se equipara ao consumo diário de água de uma cidade de 350 mil habitantes. A poluição resultante pode ainda devastar o ecossistema do rio Ulla, refere o Público.

Apesar das preocupações, a Greenfiber SL, subsidiária da Altri, insiste que o projeto cumpre rigorosos padrões ambientais e que não representa riscos significativos para o ambiente ou a população local. A empresa destaca que a água utilizada será tratada e purificada antes de ser devolvida ao ambiente, garantindo que não afetará negativamente a qualidade da água do rio Ulla.

O projeto também foi designado como uma iniciativa industrial estratégica, com um investimento previsto de mais de 800 milhões de euros. Há expectativas de que parte desse financiamento venha de fundos europeus, como os do programa Next Generation, o que também está a suscitar críticas sobre o uso de financiamento público em projetos com potenciais impactos ambientais adversos.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/bomba-ambiental-galiza-portugal-contra-597413


(Empresa de celulosa Altri, un desastre medioambiental para Galicia)



01/04/24

Ambiente e Ecologia - Na barragem do Alqueva, o volume de água alcançou os 150,90 metros de altura, o que representa 92% da sua capacidade total.



«Seca: Barragem do Alqueva está a um metro de atingir a cota máxima

A Barragem de Alqueva encontra-se a um metro de atingir a sua capacidade máxima, conforme dados divulgados pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), no último sábado. O volume de água alcançou os 150,90 metros de altura, o que representa 92% da sua capacidade total.

A cota máxima da barragem é de 152 metros, equivalente a 4150 hm3, uma quantidade semelhante à metade do consumo anual de água em Portugal, incluindo rede pública, agricultura e indústria. Isto significa que a barragem está a pouco mais de um metro de ficar cheia.

O Correio da Manhã destaca que a Barragem de Alqueva não atingia a capacidade máxima há uma década, sendo que a última vez ocorreu em abril de 2014. Em 2013, a barragem permaneceu no nível máximo durante quatro meses, entre março e junho, e a primeira vez que atingiu esse limite foi a 12 de janeiro de 2010.

Alqueva desempenha um papel crucial no fornecimento de água a uma grande parte da população do Alentejo, especialmente perante a seca que se tem mantido nos últimos anos e que representa um grande desafio na produção agrícola, tendo transformado a paisagem da região com milhares de hectares de culturas como milho, olival e amendoeiras.

No que diz respeito à proteção ambiental, a extensão do transvase à Barragem do Monte da Rocha tem como objetivo assegurar que o rio Sado não fique sem água durante as piores secas. Além disso, a albufeira de Alqueva é vista como a principal solução para a escassez de água no Algarve. Estes plano, que tem Estudo de Impacto Ambiental em consulta pública até dia 29 deste mês, propõe a libertação de caudal no Guadiana e a subsequente captação no Pomarão, em Mértola, onde uma conduta com cerca de 40 quilómetros conduzirá a água para a Barragem de Odeleite.» in https://executivedigest.sapo.pt/noticias/seca-barragem-do-alqueva-esta-a-um-metro-de-atingir-a-cota-maxima/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques


(Alqueva atingiu a cota máxima)


#ambiente    #ecologia    #meteorologia    #cotamáxima    #água    #gestão

14/03/24

Ambiente e Ecologia - Um “exercício minimalista” deixou muitas dúvidas sobre os apoios à compra de elétricos e os incentivos aos abates.



«Entretanto, alguém reparou na (má) novidade sobre elétricos e abates?

Um “exercício minimalista” deixou muitas dúvidas sobre os apoios à compra de elétricos e os incentivos aos abates.

O foco mediático ao longo das últimas semanas – e compreensivelmente – tem sido o ato eleitoral marcado para o próximo domingo, as eleições legislativas antecipadas.

Mas, entretanto, aconteceram outras coisas. E esta envolve precisamente o atual Governo.

Na semana passada o Governo publicou um despacho que, anualmente, milhares de portugueses aguardam: o Fundo Ambiental.

Mas o Fundo Ambiental para 2024 não é como os outros. Por vários motivos.

Primeiro, porque é publicado poucos dias antes de eleições, num Governo que está em gestão.

Segundo, e precisamente por causa disso, foi publicado um “exercício minimalista e de priorização“, admitiu o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro.

Terceiro, porque foram aprovados 1.8 mil milhões de euros mas as contas ainda vão a meio: foi deixado um remanescente de 64.3 milhões de euros para o próximo Governo, que fará o que entender com esse dinheiro.

Quarto, e por fim, esperava-se alguma novidade sobre o prometido incentivo aos abates de carros mais antigos, e em fim de vida – mas nada foi publicado sobre esse assunto. Os anunciados 129 milhões de euros para abates nem são mencionados no despacho.

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) salienta que este documento cria muitas dúvidas em relação a dois aspetos: o apoio à compra de viaturas elétricas (seriam 10 milhões de euros, mas também não há referências) e precisamente o incentivo ao abate.

É que os 1.8 milhões de euros não têm, para já, uma lista de “entidades beneficiárias”. Faltam conhecer diversos pormenores.

Elsa Serra, do ACP, lamenta o facto da falta de concretização das medidas anunciadas, por causa da mudança de Governo para breve. “Só a partir de Maio e Junho é que deveremos ter novidades“, avisa a responsável.

E Elsa explica uma diferença essencial: os 129 milhões de euros previstos para os abates estavam apenas num relatório, na previsão para o Orçamento do Estado 2024. Não ficaram inscritos na Lei. Até lá, sem regulamento oficial, nada está definido. Nada fechado, afinal.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/fundo-ambiental-2024-587819


(Elétricos: como receber o apoio do Estado)

#automóveis    #elétricos    #fundoambiental    #minimalista    #acp    #adiamento

08/03/24

Ambiente e Ecologia - A Grande Barreira de Coral da Austrália está a sofrer um “enorme branqueamento”, uma deterioração causada pelas alterações climáticas, anunciaram esta sexta-feira as autoridades do país.



«A Grande Barreira de Coral está a morrer pela sétima vez

“Enorme branqueamento”, que significa, na prática, a morte dos corais, é provocado pelas alterações climáticas. É o sétimo desde 1998.

A Grande Barreira de Coral da Austrália está a sofrer um “enorme branqueamento”, uma deterioração causada pelas alterações climáticas, anunciaram esta sexta-feira as autoridades do país.

“Sabemos que a maior ameaça aos recifes de coral do mundo são as alterações climáticas. A Grande Barreira de Coral não é exceção”, afirmou a Ministra do Ambiente, Tanya Plibersek.

Este episódio de branqueamento maciço, o sétimo desde 1998, foi confirmado por cientistas que trabalham para o Governo australiano depois de levantamentos aéreos realizados em 300 recifes rasos.

A Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Coral (GBRMPA, na sigal em inglês) australiana disse que o branqueamento é generalizado desde o começo do verão no hemisfério sul, entre o início de dezembro e o final de fevereiro.

“As alterações climáticas são a maior ameaça à Grande Barreira de Coral e aos recifes de coral a nível mundial”, afirmou o cientista chefe da GBRMPA, Roger Beeden.

A GBRMPA indicou que o branqueamento afetou principalmente a maioria dos corais mais próximos da superfície do mar, mas acrescentou serem necessários mais estudos para avaliar a gravidade e a extensão do branqueamento da Grande Barreira.

Casa de 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e quatro mil variedades de moluscos, a Grande Barreira começou a deteriorar-se nos anos 1990 devido ao impacto do aquecimento da água do mar e ao aumento da acidez pela crescente presença de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

O branqueamento, na prática a morte dos corais, é causado pelo aumento da temperatura da água, algo que leva à expulsão de algas, com as quais os corais mantêm uma relação simbiótica e que satisfazem 90% das necessidades energéticas, e que dão ao coral a cor brilhante.

Este fenómeno ocorre quando as temperaturas subaquáticas excedem a média de longo prazo em mais de 1ºC. As temperaturas dos oceanos ao longo da Grande Barreira de Coral, com uma área de 344.400 quilómetros quadrados, atingiram níveis recordes nas últimas semanas, de acordo com dados oficiais.

As ondas de calor oceânicas causaram um enorme branqueamento de corais na Grande Barreira em 1998, 2002, 2016, 2017, 2020 e 2022.

Um relatório da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e da União Internacional para a Conservação da Natureza, divulgado em novembro de 2022, recomendou que a Grande Barreira de Coral seja incluída numa lista de locais em perigo. O documento alertou para a necessidade de uma ação “ambiciosa, rápida e sustentada”, sem a qual o maior recife do mundo, incluído na lista do Património Mundial da UNESCO em 1981, está em perigo.

ZAP // Lusa» in https://zap.aeiou.pt/a-grande-barreira-de-coral-esta-a-morrer-pela-setima-vez-588514


(Discovery Science - Documentário Completo e Dublado - A Grande Barreira de Corais)

16/02/24

Ambiente e Ecologia - A presença e concentração em depósitos naturais de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis é considerado um bom indicador da presença humana num determinado ambiente.



«Corais podem ajudar a contar a história da poluição humana

A presença e concentração em depósitos naturais de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis é considerado um bom indicador da presença humana num determinado ambiente. Além disso, o seu aparecimento é considerado o início da época do Antropocénico, embora ainda não seja cientificamente reconhecida.

Contudo, não é apenas na litosfera que se guardam os registos da história da Terra. Também o corais, com os seus esqueletos de carbonato de cálcio, são vistos como repositórios da memória do planeta.

Dadas as suas longas vidas e o seu crescimento regular e vagaroso, os corais podem fornecer aos cientistas dados valiosos sobre os climas de outros tempos, à escala de anos, meses ou mesmo semanas.

Uma equipa de investigadores quis testar uma nova abordagem e estudar os corais para recriar a história da poluição causada pelos humanos através dos combustíveis fósseis. À medida que os corais crescem, nos seus esqueletos vão ficando retidas partículas do meio envolvente, ajudando a perceber as condições de então.

Num artigo divulgado recentemente na ‘Science of the Total Environment’, investigadores do Reino Unido e de Espanha analisaram fragmentos de corais da espécie Cladocora caespitosa, recolhidos em 2015 no Mar Mediterrâneo, na Reserva Natural das Ilhas Columbretes, a 60 quilómetros da costa espanhola.

Os investigadores detetaram no esqueleto dos corais, pela primeira vez, a presença de partículas resultantes da queima de combustíveis fósseis, que dizem indicar que pelo menos parte do desenvolvimento desses animais invertebrados se deu durante um período de grande atividade industrial na região europeia.

“É a primeira vez que conseguimos ver este tipo de contaminantes em corais”, aponta, em comunicado, Lucy Roberts, da University College London e primeira autora do estudo.

Em laboratório, e sabendo o ritmo de crescimento desta espécie de coral (cerca de 0,3 centímetros por ano), a equipa percebeu que os esqueletos dos corais apresentavam um grande nível de contaminação que dataram entre 1969 e 1992, um período que, dizem, coincide com uma rápida industrialização da Europa e com um aumento significativo do consumo de carvão em Espanha.

Assim, estes cientistas acreditam que também o estudo dos corais pode ajudar a compreender a história da poluição humana e até mesmo aferir níveis de poluição ao longo dos anos, e, eventualmente, ajudar a marcar o início da época em que nós, humanos, começámos também a deixar a nossa marca indelével na face do planeta.» in https://greensavers.sapo.pt/corais-podem-ajudar-a-contar-a-historia-da-poluicao-humana/

(Las Islas Columbretes || Historia y reserva marina || El documental)

#ambiente    #ecologia    #corais    #mar    #mediterrânio    #reservanatural    

#ilhascolumbretes    #cladocoracaespitosa

09/01/24

Ambiente e Ecologia - Investigadores do Geothermal Research Cluster (GEORG), na Islândia, têm planos para perfurar uma câmara de magma, podendo desbloquear uma fonte ilimitada de energia limpa, naquela que será a primeira tentativa da história de exploração direta de magma.



«O primeiro túnel do mundo para uma câmara de magma poderá libertar energia ilimitada

A Islândia vai avançar com um projeto de extração ilimitada de energia através do magma – que pode ditar avanços significativos na tecnologia geotérmica, levar a uma melhor compreensão da atividade vulcânica e – acima de tudo – iniciar uma nova Era de “energia limpa”.

Investigadores do Geothermal Research Cluster (GEORG), na Islândia, têm planos para perfurar uma câmara de magma, podendo desbloquear uma fonte ilimitada de energia limpa, naquela que será a primeira tentativa da história de exploração direta de magma.

Como explica a New Scientist, historicamente, a perfuração em câmaras de magma é considerada arriscada e impraticável… mas essa visão mudou em 2009 no Krafla – um dos vulcões mais ativos do mundo – onde ocorreu uma perfuração acidental numa câmara de magma.

Na altura, o “Projeto Islandês de Perfuração Profunda” visava apenas explorar as potencialidades da energia geotérmica, mas o “feliz acidente” mudou tudo e deu esperanças.

Nesse episódio, quando, inesperadamente, uma broca atingiu a câmara de magma, constatou-se que trabalhar com o magma podia ser viável e seguro – e tal inspirou o projeto Krafla Magma Testbed (KMT).


Projeto Krafla Magma Testbed

Com início previsto para 2026, o KMT pretende perfurar a câmara de magma, estabelecendo o primeiro observatório de magma do mundo no vulcão Krafla, onde as temperaturas podem atingir os 900°C.

Os cientistas terão oportunidade de recolher dados sobre temperatura e pressão nunca antes inspecionados.

Tais conhecimentos poderiam revolucionar a compreensão sobre processos vulcânicos e aprimorar a previsão de erupções.

Outro objetivo – e, talvez, o mais ambicioso – do projeto é aproveitar a energia geotérmica do magma. Esta abordagem, aproveitando o calor e a pressão extremas, poderia melhorar, significativamente, a eficiência e a produção de energia geotérmica.

De acordo com a New Scientist, estes cientistas islandeses almejam um futuro onde a energia proveniente do magma possa ser utilizada globalmente, incluindo na “produção de combustíveis sintéticos de baixo carbono”.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/o-primeiro-tunel-do-mundo-para-uma-camara-de-magma-pode-libertar-energia-ilimitada-575966


(Krafla Magma Testbed)

#ambiente    #ecologia    #geologia    #islândia    #georg    #magma    #câmara

#perfurar    #energia    #geotérmica

20/12/23

Ambiente e Ecologia - O ecologista que inspirou a campanha Trillion Trees das Nações Unidas, Thomas Crowther, apelou aos ministros do ambiente presentes na COP28, no Dubai, que reduzam o plantio excessivo de árvores.



«Parem de plantar árvores (diz o ecologista que inspirou o mundo a plantar um bilião delas)

O ecologista que inspirou a campanha Trillion Trees das Nações Unidas, apelou aos ministros do ambiente presentes na COP28, no Dubai,  que reduzam o plantio excessivo de árvores.

Na sua intervenção na COP28, Thomas Crowther salientou que as grandes plantações de árvores exageram frequentemente as suas capacidades de redução de carbono, prejudicam a biodiversidade e são usadas para compensar emissões sem cortes reais nas mesmas.

Um estudo conduzido por Crowther em 2019, na ETH Zurique, sugeriu que a Terra deveria ter mais 1,2 biliões de árvores — que iriam absorver emissões significativas de carbono.

O estudo inspirou a campanha Trillion Trees das Nações Unidas e desencadeou iniciativas de plantação de árvores em todo o mundo.

No entanto, estas iniciativas foram muitas vezes usadas por empresas e líderes mundiais como a Shell e Donald Trump para fazer greenwashing — políticas enganosas de relações públicas que promovem iniciativas falsamente amigas do ambiente, evitando assim reais reduções das emissões de carbono.

Na altura, Crowther enfrentou críticas de cientistas que argumentaram que o seu estudo sobrestimava a quantidade de solo necessário para a restauração das florestas e o potencial de absorção de carbono.

Em resposta a estas críticas, o ecologista alterou agora a sua posição, sublinhando que preservar as florestas existentes poderá ter um impacto maior do que plantar novas.

No seu artigo mais recente, que apresentou na COP28, o ecologista tenta contrariar o efeito de greenwashing que o seu trabalho anterior inadvertidamente apoiou, defendendo um investimento responsável na natureza, com ênfase no apoio às comunidades indígenas e na gestão sustentável da terra.

O estudo mais recente de Crowther, publicado em novembro na Nature e coautorado por mais de 200 cientistas, foca-se nos benefícios de preservar as florestas intactas e permitir que as existentes amadureçam, absorvendo assim quantidades substanciais de carbono.

Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da COP28, anunciaram durante a cimeira planos para plantar 100 milhões de árvores até 2030, ao mesmo tempo que o país aumenta a produção de petróleo — um acto claro de greenwashing, diz Kate Dooley, investigadora da Universidade de Melbourne, citada pela Wired.

A COP28 trouxe progressos (discutíveis) no reconhecimento da importância de reverter a perda de florestas e no aumento do apoio a tais iniciativas.

Contudo, o desafio do greenwashing persiste, como é exemplificado pelas ações contraditórias da Noruega, que financia a conservação da Amazónia e ao mesmo tempo aprova novos projetos de exploração dos seus enormes depósitos de petróleo e gás.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/parem-de-plantar-arvores-diz-o-ecologista-que-inspirou-o-mundo-a-plantar-um-biliao-de-arvores-572507


(What is greenwashing? - BBC News)

#ambiente    #ecologia    #thomascrowther    #plantio    #árvores    

#trilliontrees    #greenwashing    #naçõesunidas

06/12/23

Ambiente e Ecologia - Os ventos transportam partículas que são ricas em ferro e fósforo, elementos que, ao viajarem todas estas distâncias, ajudam a fornecer nutrientes a inúmeros organismos, como o fitoplâncton.



«As poeiras do Saara podem beneficiar o ambiente 
Ana Rita Paiva

Curiosamente, as partículas chegam a voar milhares de quilómetros entre países, enquanto alimentam organismos e o ecossistema.

Sair de casa e ver as ruas através de uma espécie de filtro sépia é sempre surpreendente. Os especialistas já tinham referido que no dia 16 de março, seria o dia de maior visibilidade do fenómeno que alaranjou os céus da Península Ibérica e que teve origem no deserto do Saara. O impacto das poeiras do Saara não é propriamente uma novidade, até porque pudemos ver o fenómeno em 2021 e em 2020, de forma muito menos visível. Só que este fenómeno anual teve, em 2022, circunstâncias imprevisíveis. Por efeito da tempestade Célia, as poeiras lançadas ao ar em África chegaram numa maior concentração a Portugal. A elevada presença destas poeiras no ar levou a que as autoridades de saúde emitissem um alerta a idosos, crianças e doentes respiratórios, para que evitassem este ar potencialmente prejudicial à saúde. No entanto, este fenómeno instagramável, apesar de potencialmente perigoso, é um efeito absolutamente crucial para o ecossistema do planeta.

Tudo tem origem nos fortes ventos que se fazem sentir no maior deserto do planeta, que cobre mais de nove milhões de quilómetros quadrados, perto do tamanho do território chinês — e cerca de 8% da área total do planeta. É nas planícies do Saara que os ventos mais facilmente elevam as partículas finas que depois de acumulam a altas altitudes, explica a “National Geographic”.

Um estudo recente revelou que a sua concentração é habitualmente mais perigosa quanto atinge os países africanos mais a ocidente. É nessa região que se sentem com mais força os efeitos nefastos das partículas. De tal forma que, em muitos casos, a exposição a este ar pesado pode ditar a morte de recém-nascidos. À medida que o ar carrega a nuvem de poeiras para lá dos mares e oceanos, também a concentração diminui, tornando-a menos perigosa. O que não significa que não possa acarretar perigos para os mais vulneráveis. No entanto, nem tudo é negativo neste fenómeno natural que impacta todo o planeta. Esta nuvem é, aliás, absolutamente vital para o ecossistema do planeta.

Os ventos transportam partículas que são ricas em ferro e fósforo, elementos que, ao viajarem todas estas distâncias, ajudam a fornecer nutrientes a inúmeros organismos, como o fitoplâncton. Quando as partículas chegam ainda mais longe, à floresta Amazónica, repetem a função. É do fósforo destas nuvens que se alimenta também o solo da floresta tropical, revela os estudos que traçam a ligação essencial entre estes dois ecossistemas separados por um oceano e milhares de quilómetros. Uma prova de que, apesar de gigante, o planeta está em perfeita sintonia. Outro aspeto importante: os investigadores acreditam que esta nuvem de partículas ajuda a impedir a formação de ciclones tropicais. O seu ambiente seco serve para travar os ambientes húmidos em que estes fenómenos proliferam.

A verdade é que estas poeiras vindas do Saara, apesar de se tratarem de um fenómeno anual, tem sido sentido cada vez de forma mais intensa, sobretudo neste século.» in https://pontosdevista.pt/2022/03/17/as-poeiras-do-saara-podem-beneficiar-ambiente/


#ambiente    #ecologia    #poeriasdosaara    #nutrientes    #oceano    

#florestaamazonia     #fitoplâncton

16/11/23

Ambiente e Ecologia - O lago no Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond, em Maui, no Havai, transformou-se num cenário que parece saído do filme da Barbie.



«Um lago no Havai tornou-se cor de rosa nas últimas semanas

A seca extrema está a levar ao aumento da salinidade do lago, o que explica o seu tom cor de rosa choque.

O lago no Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Kealia Pond, em Maui, no Havai, transformou-se num cenário que parece saído do filme da Barbie.

Desde pelo menos 30 de outubro, a água do lago adquiriu uma tonalidade rosa choque impressionante, um fenómeno raro resultante do aumento significativo da concentração de sal devido a uma seca extrema.

Esta mudança foi confirmada pelas amostras de água analisadas pela Universidade do Havai, indicando a presença de halobactérias, um tipo de organismo extremófilo conhecido por prosperar em ambientes de alta salinidade.

As halobactérias são organismos unicelulares adaptados a uma elevada salinidade, frequentemente encontrados em locais como o Grande Lago Salgado e o Mar Morto. A sua capacidade de sobreviver em condições onde a salinidade da água é o dobro da do mar levou à sua classificação como extremófilos. O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA destacou esta notável capacidade de sobrevivência.

O lago de Kealia, cujo nome se traduz por “cristalização de sal”, viu os seus níveis de salinidade subirem bem acima do normal devido à seca severa em Maui. Toda a ilha está a lutar contra condições de seca severa, com a área em torno do refúgio de Kealia Pond a sofrer o que é classificado como uma seca extrema, a segunda pior categoria na escala do Monitor de Secas dos EUA, escreve a CNN.

Contribuindo para este aumento da salinidade está a reduzida entrada de água doce do rio Waikapu, que normalmente flui das Montanhas de Maui Ocidental para o lago. O próprio rio é afetado pelas condições extremas de seca, levando a maiores concentrações de sal e criando um ambiente favorável para a proliferação das vibrantes halobactérias.

Esta mudança ambiental faz parte de um padrão mais amplo que afeta o Condado de Maui, com aproximadamente 90% da área, incluindo ilhas vizinhas, a sofrer de seca severa. A situação foi exacerbada por um incêndio mortal em Lahaina em agosto.

À medida que os cientistas continuam a estudar os impactos da crise climática em regiões como o Havai, há uma preocupação crescente de que as condições de seca se agravem com o aumento das temperaturas globais, mesmo em áreas tipicamente tropicais.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/lago-havai-cor-de-rosa-567302


(Pink pond on Maui fascinates visitors, drought likely the cause)


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19/10/23

Ambiente e Ecologia - Rio Negro, em Manaus, alcançou o seu nível mais baixo em 117 anos de registos, estando quatro centímetros abaixo do recorde negativo anterior, registado em 2010



«De paisagem tropical a deserto: nível dos rios da Amazónia aproxima-se de mínimo histórico

Rio Negro, em Manaus, alcançou o seu nível mais baixo em 117 anos de registos, estando quatro centímetros abaixo do recorde negativo anterior, registado em 2010. Sem via fluvial, comunidades ribeirinhas ficam isoladas — e não é só a floresta no Amazonas que precisa de ajuda.

Com um guarda-chuva na mão, Maciel Oliveira, de 19 anos, caminha durante duas horas sob um sol abrasador por dunas de areia fina e clara, num cenário que se assemelha a um deserto. No entanto, há dois meses, neste mesmo local, ele atravessava o rio Solimões a bordo de uma rabeta, como são conhecidas as canoas motorizadas típicas e omnipresentes na Amazónia.

Atualmente muitas delas permanecem encalhadas ou abandonadas, à espera que os rios voltem a encher. Algo que, na opinião de especialistas, não deverá ocorrer antes de dezembro, sinalizando não apenas a estiagem mais forte na floresta, mas também a mais prolongada.

Oliveira faz esta travessia todos os dias para auxiliar um amigo que vive na outra margem e que não tem condições de romper o isolamento imposto pela emergência climática do ano que poderá vir a ser o mais quente da história. “É um sofrimento que nunca tínhamos passado, mas ele precisava desse peixe”, relata.

Dos 62 concelhos da Amazónia, 60 deles têm a sede e quase a totalidade das comunidades rurais das suas áreas à margem de rios, ribeiros e lagos. A extensa dependência da população destes cursos de água explica por que é que a crise não é apenas ambiental, mas a crise humanitária mais grave vivida recentemente na Amazónia Ocidental.

Até mesmo a segurança alimentar da população está a ser ameaçada, com alimentos a terem que vir de longe devido à dificuldade de produção em muitas localidades. Face ao cenário, o governo estadual já pondera remover comunidades inteiras que vivem da agricultura familiar nas áreas de várzea dos principais rios do estado devido às alterações climáticas.

O governo federal estima que cerca de 500 mil pessoas serão afetadas pela seca deste ano na região Norte. De acordo com o secretário do Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, a seca mais intensa e prolongada pode tornar inviável a manutenção da agricultura familiar realizada tradicionalmente em áreas férteis nas margens dos rios.

“Vamos ter de adaptar todo o ciclo de uso de determinadas culturas, como da mandioca, e culturas de hortícolas, para uma realidade de terra firme, dependente de fertilizantes e outros insumos dispendiosos”, diz.

O lago de Tefé, antes um santuário de duas espécies de boto ameaçadas de extinção — o boto vermelho e o tucuxi — foi o palco de uma das maiores tragédias da fauna amazónica nesta seca. Cerca de 10% da população local de 1.500 animais morreram entre o final de Setembro e o início de Outubro. Investigadores de todo o país, liderados pelo Instituto Mamirauá, desenvolveram uma força-tarefa para resgatar os animais mortos ou vivos sob stress, em busca de respostas para a mortalidade.

Apesar de ser o principal rio da região, e o maior do mundo, o Solimões não é o único afetado. Todos os grandes rios da floresta, afluentes do Amazonas, sofrem com a seca atual. O rio Madeira está a 30 centímetros do nível mais baixo já registado, prejudicando a atividade das hidroelétricas na sua extensão. Jirau continua a funcionar com 15% da sua capacidade, enquanto Santo António está desligada desde o início de Outubro.

Já o rio Negro, em Manaus, alcançou o seu nível mais baixo em 117 anos de registos, estando quatro centímetros abaixo do recorde negativo anterior, registado em 2010.

Ar tóxico vem do “Arco de Fogo” e da desflorestação

A maior fonte de emissões de gases de efeito de estufa no Brasil não ocorre nas grandes cidades, mas sim com a desflorestação e queima de ecossistemas naturais, especialmente a Amazónia.

Este ano há uma grande probabilidade de ocorrerem grandes incêndios florestais que devastarão a floresta muito mais rapidamente do que a própria desflorestação.

Nas últimas semanas, Manaus tem revelado ao mundo a dimensão do problema. No coração da floresta e a milhares de quilómetros do chamado “Arco de Fogo”, onde normalmente se concentram as queimadas, a capital do Amazonas tem adormecido e acordado com uma camada de fumo sobre a cidade.

Com o combate aos mais de 500 focos de incêndio apenas nos arredores tornando-se inviável de ser feito com eficiência, as autoridades recomendam o uso de máscaras e pedem que a população evite exercícios físicos ao ar livre. Algo impossível para as centenas de trabalhadores que ganham a vida a carregar e descarregar produtos no porto que se tornou, esta semana, o segundo mais tóxico do mundo devido à poluição.

Esmagada entre a seca, o calor, a falta de água e de luz, e incêndios, a população agora depara-se com filas em serviços de saúde focados em doenças respiratórias que aumentaram até 40%. Não é apenas a floresta no Amazonas que precisa de ajuda.

// DW» in https://zap.aeiou.pt/de-paisagem-tropical-a-deserto-nivel-dos-rios-da-amazonia-aproxima-se-de-minimo-historico-562406


#ambiente    #ecologia    #amazónia    #manaus    #rionegro

29/09/23

Ambiente e Ecologia - Contudo, um novo estudo prevê que a formação de um novo “supercontinente” vai acabar por determinar o fim da vida na Terra.



«Um novo “supercontinente” pode dizimar todos os mamíferos (incluindo os humanos)

Os mamíferos existem em quase todos os principais habitats terrestres, pelo que é difícil imaginar um mundo sem a sua presença. Contudo, um novo estudo prevê que a formação de um novo “supercontinente” vai acabar por determinar o fim da vida na Terra.

A nova investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade de Bristol, concluiu que a formação de um novo “supercontinente” poderá extinguir todos os mamíferos (incluindo os seres humanos) dentro de 250 milhões de anos.

“A formação e a decomposição da Pangeia Ultima [nome dado ao potencial supercontinente] limitarão e acabarão com a habitabilidade dos mamíferos terrestres na Terra, ao excederem as suas tolerâncias térmicas milhares de milhões de anos mais cedo do que se supunha”, escreveram os investigadores, citados pelo Science Alert.

Os especialistas sabem muito pouco sobre o que acontece ao clima do planeta quando os seus continentes se agregam numa grande massa de terra. Por esse motivo, nesta investigação, basearam-se no último supercontinente da Terra, a Pangeia, que surgiu há 310 milhões de anos, para prever o que acontecerá durante a formação do próximo supercontinente.

Os resultados sugerem que o clima irá tornar-se insuportavelmente quente: o Sol irá imitir cerca de 2,5% mais radiação e a formação do supercontinente alterará drasticamente o sistema climático global, podendo secar grandes extensões de terra e reter mais dióxido de carbono na atmosfera.

Durante o período da primeira Pangeia, os níveis de dióxido de carbono atmosférico subiram de cerca de 200 partes por milhão para 2.100 ppm, um fenómeno que originou temperaturas extremas cerca de 10°C superiores à média global atual.

Sendo que os atuais níveis de dióxido de carbono atmosférico situam-se em cerca de 416 ppm em relação aos níveis pré-industriais, no futuro, se o dióxido de carbono atmosférico voltar a ultrapassar os 560 ppm, mesmo que seja apenas durante um século, poderá provocar um fenómeno de extinção em massa.

Os modelos sugerem que é provável que tal aconteça quando a Pangea Ultima se formar, uma vez que as placas tectónicas criam feedbacks climáticos e sistemas meteorológicos alterados. Ou seja, se for transportada menos água doce para as regiões do interior, por exemplo, as florestas poderão secar e os depósitos de carbono do interior poderão transformar-se em torneiras de carbono.

No pior cenário, os investigadores preveem que a Pangea Ultima poderá originar uma temperatura média mensal de 46,5°C. Tendo em conta o stress térmico dos mamíferos, estas temperaturas serão provavelmente proibitivas para a grande maioria das espécies conhecidas.

“Embora não possamos descartar a adaptação evolutiva ao stress do calor e do frio, estudos recentes mostraram que os limites superiores de termotolerância dos mamíferos são conservados ao longo do tempo geológico e não aumentaram durante os eventos de aquecimento rápidos ou mais lentos do passado”, lê-se no estudo.

No fundo, e tendo em conta este contexto histórico, há poucas hipóteses de os mamíferos evoluírem suficientemente depressa para fazer face ao próximo supercontinente da Terra.

O artigo científico foi recentemente publicado na revista Nature Geoscience.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/um-novo-supercontinente-pode-dizimar-todos-os-mamiferos-incluindo-os-humanos-559447

(Supercontinente vai acabar com a maioria dos mamíferos terrestres)


#ambiente    #ecologia    #supercontinente    #mamíferos    #fimdaterra

25/08/23

Ambiente e Ecologia - A pesquisa indica que a Humanidade está a consumir os recursos da Terra a um ritmo alarmante e que isso pode levar a uma “correção populacional”.



«Cientista prevê que a Humanidade vai entrar em colapso civilizacional até ao fim do século

A pesquisa indica que a Humanidade está a consumir os recursos da Terra a um ritmo alarmante e que isso pode levar a uma “correção populacional”.

O rápido crescimento da população global, que já chegou aos oito mil milhões, pode empurrar o planeta para uma severa “correção populacional”, alerta um novo estudo da Universidade da Colúmbia Britânica no Canadá publicado na World.

Esta correção pode manifestar-se como um colapso civilizacional dentro deste século, poupando apenas as sociedades mais resilientes e prósperas. William Rees, ecologista populacional que liderou o estudo, adverte que a Humanidade está a explorar os recursos da Terra a um ritmo alarmante e insustentável.

“O Homo sapiens evoluiu para se reproduzir exponencialmente, expandir geograficamente e consumir todos os recursos disponíveis. Durante a maior parte da história evolutiva da humanidade, essas tendências expansionistas foram combatidas por um feedback negativo. No entanto, a revolução científica e o uso de combustíveis fósseis reduziram muitas formas de feedback negativo, permitindo-nos realizar todo o nosso potencial de crescimento exponencial”, frisa Rees no estudo.

As nossas tendências intrínsecas para o pensamento de curto prazo levam-nos agora a consumir recursos excessivamente quando disponíveis. As alterações climáticas são apenas uma fração do problema da “sobrecarga”, escreve o Science Alert.

O consumo global de biomassa e a perturbação dos ciclos essenciais de nutrientes estão a empurrar a Terra em direção à sua sexta extinção em massa, colocando em risco os sistemas fundamentais que sustentam da vida.

As descobertas de Rees desafiam as nossas soluções propostas, como a adoção de energias renováveis, pois elas não abordam o problema central do crescimento populacional exponencial. Em vez disso, incentivam inadvertidamente o consumo adicional.

O estudo levanta uma questão essencial: As inovações tecnológicas, desde combater as alterações climáticas até melhorar a produção de alimentos, podem acompanhar as nossas crescentes exigências de consumo?

A falha em inovar pode resultar em resultados alarmantes, incluindo escassez de alimentos, instabilidade de habitats, guerras e doenças, o que pode impactar significativamente os números populacionais. Rees enfatiza a necessidade de abordar a sobrecarga diretamente para aliviar simultaneamente os seus principais sintomas.

“No melhor dos mundos possíveis, toda a transição poderia ser gerida de forma a prevenir o sofrimento desnecessário de milhões de pessoas, mas isso não está a acontecer”, remata.» in https://zap.aeiou.pt/humanidade-colapso-civilizacional-seculo-553340


(Esgotamento de Recursos Naturais e suas Consequências)


#canadá    #ambiente    #ecologia    #universidadedacolúmbiabritânicana

#terra    #esgotamento    #recursos     #biomassa    #extinção

30/07/23

Ambiente e Ecologia - Os restos mortais de um alpinista alemão que desapareceu enquanto escalava perto da icónica montanha Matterhorn, na Suíça, em 1986, foram recuperados pela polícia local 37 anos depois.



«Glaciar que derreteu desvenda corpo de um alpinista desaparecido desde 1986

Os restos mortais de um alpinista alemão que desapareceu enquanto escalava perto da icónica montanha  em 1986, foram recuperados pela polícia local 37 anos depois.

A notícia é avançada por uma comunicação oficial da autoridade local, a Polícia cantonal de Valais, que sublinha que os restos mortais foram encontrados no dia 12 de julho juntamente com vários equipamentos de alpinismo, na zona de Theodul em Zermatt.

A análise de ADN mostrou que o corpo era efetivamente de um alpinista alemão, desaparecido há 37 anos, cuja grande operação de busca e resgate na altura não conseguiu ter qualquer sucesso. Segundo as autoridades, o homem terá desaparecido em setembro de 1986.

No dia 12 de julho de 2023, um grupo de alpinistas descobriu os restos humanos e os equipamentos. Toda a descoberta foi transportada para Sion, para o departamento de medicina legal do Hospital Valais, para ser examinada em colaboração com a secção de identificação forense da polícia cantonal de Valais. Uma comparação de ADN estabeleceu que era de facto o alpinista que estava desaparecido desde setembro de 1986.

A polícia esclarece que nos últimos anos o derretimento do glaciar devido ao aquecimento global "está a atrair cada vez mais alpinistas".

Segundo o canal britânico BBC, quase todos os verões o derretimento do gelo revela algo ou alguém perdido há décadas. No ano passado, os destroços de um avião que caiu em 1968 emergiram do glaciar Aletsch.

Já em 2014, o corpo do alpinista britânico desaparecido, Jonathan Conville, foi descoberto por um piloto de helicóptero que avistou algo estranho enquanto entregava mantimentos num refúgio de montanha em Matterhorn.

Um ano depois, os corpos de dois alpinistas japoneses também foram descobertos. Estes tinham desaparecido numa tempestade de neve em 1970.

Como consequência maior do derretimento, no ano passado, registou-se inclusivamente uma mudança da fronteira entre a Suíça e a Itália, uma fronteira que tinha sido originalmente estabelecida na divisão de drenagem - o ponto em que a água derretida desce em direção a um ou outro país. Com os derretimentos, a posição da divisão de drenagem mudou e o famoso Rifugio Guide del Cervino, um chalé de montanha italiano muito visitado pelos amantes de esqui e de montanha, está agora tecnicamente na Suíça, e estão a acontecer negociações delicadas entre os governos suíço e italiano para decidir como redesenhar a fronteira.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/glaciar-que-derreteu-desvenda-corpo-de-um-alpinista-desaparecido-desde-1986


#ambiente    #ecologia    #degelo     #suiça    #matterhorn     #montanha

30/03/23

Ambiente e Ecologia - Uma equipa de cientistas da Austrália e dos Estados Unidos da América alerta que as correntes oceânicas que circulam em torno da Antártida “estão a caminho do colapso”, podendo, nos próximos 30 anos, desacelerar mais de 40%.


«Correntes oceânicas na Antártida podem desacelerar mais de 40% nas próximas décadas

Uma equipa de cientistas da Austrália e dos Estados Unidos da América alerta que as correntes oceânicas que circulam em torno da Antártida “estão a caminho do colapso”, podendo, nos próximos 30 anos, desacelerar mais de 40%.

Num artigo divulgado na revista ‘Nature’, dizem que esse declínio provocará a estagnação dos movimentos de água nas profundidades dos oceanos, afetando o clima e os ecossistemas marinhos durante vários séculos.

Quando as águas de outros pontos do planeta chegam à Antártida arrefecem e, por isso, afundam até às profundezas do oceano, um mecanismo que atua como o ‘motor’ que dá vida a uma rede de correntes oceânicas que se estende por todo o mundo, transportando calor, carbono, oxigénio e nutrientes. Esses movimentos têm influência no clima, no nível das águas e na produtividade e saúde dos ecossistemas marinhos.

Estima-se que todos os anos cerca de 250 biliões (trillion em inglês) de toneladas de água salgada, fria e rica em oxigénio afunde nas imediações da Antártida, sendo depois transportada para norte, enriquecendo os oceanos Índico, Pacífico e Atlântico.

Matthew England, da Universidade de New South Whales, na Austrália, explica que os resultados da investigação permitiram constatar que, se não houver uma redução significativa das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera e se o degelo na Antártida continuar sem dar trégua, a dinâmica das correntes antárticas “irá desacelerar mais de 40% nos próximos 30 anos”, uma trajetória que, segundo o cientista, “caminha em direção ao colapso”.

“Se os oceanos tivessem pulmões”, diz England, o sistema de correntes antárticas “seria um deles”, tendo mantido uma relativa estabilidade ao longo de milhares de anos, que agora está ameaçada pelo aquecimento provocado pelas emissões de gases com efeito de estufa.

Se a previsão se vier a concretizar, então os oceanos abaixo dos 4.000 metros estagnarão. “Isso aprisionaria os nutrientes no fundo dos oceanos, reduzindo os nutrientes disponíveis para suportar a vida marinha perto da superfície”, explica.

Para o investigador, essas “alterações profundas” nas correntes oceânicas “terão um significativo impacto adverso nos oceanos durante vários séculos”.» in https://greensavers.sapo.pt/correntes-oceanicas-na-antartida-podem-desacelerar-mais-de-40-nas-proximas-decadas/

(Correntes oceânicas causam a maior parte da perda de gelo na Antártida)

#ambiente    #ecologia    #austrália    #eua    #correntesoceânicas

15/03/23

Ambiente e Ecologia - Defensores do ambiente pediram na terça-feira ações “urgentes” perante “a contaminação e destruição” dos rios em El Salvador, dos quais disseram que estão a “agonizar”, por ocasião do Dia Internacional de Ação pelos Rios.


«Ambientalistas apontam que os rios em El Salvador estão a agonizar 
Por Green Savers com Lusa 16:00 - 15 Março 2023

Defensores do ambiente pediram na terça-feira ações “urgentes” perante “a contaminação e destruição” dos rios em El Salvador, dos quais disseram que estão a “agonizar”, por ocasião do Dia Internacional de Ação pelos Rios.

O ecologista Alejandro Labrador, da Unidade Ecológica Salvadorenha (UNES), indicou durante uma conferência de imprensa que a situação dos rios no país é “realmente preocupante”, porque “as águas superficiais e subterrâneas estão em estado “realmente alarmante de contaminação e ameaça de extinção”.

Segundo o Ministério do Ambiente, 80% dos rios de El Salvador “estão contaminados por diferentes fontes” e recebem grande parte das 380 toneladas de lixo que “não têm tratamento final”.

Além disso, 68% da água superficial de El Salvador está contaminada.

Labrador adiantou que “79% dos rios devem ser submetidos a processos de recuperação ou de saneamento e cerca de 30%, ou menos, beneficiam de processos de recuperação paulatina, mal conseguindo sobreviver”.

Apontou ainda que “no país, os rios e as águas superficiais agonizam e estão expostos a uma exploração desmedida por parte das grandes indústrias que realmente estão a complicar a vida das populações menos favorecidas com o acesso à água, em termos de qualidade e quantidade, bem como aos ecossistemas e meios de vida”.» in https://greensavers.sapo.pt/ambientalistas-apontam-que-os-rios-em-el-salvador-estao-a-agonizar/

(Mar de plástico invade América Central)

#ambiente    #ecologia    #elsalvador     #rios    #seca

#poluição

16/02/23

Ambiente e Ecologia - O glaciar Thwaites, também conhecido como “Glaciar do Juízo Final”, ganhou este nome devido ao elevado risco de colapso e ameaça ao nível do mar.


«“Glaciar do Juízo Final”. Cientistas fazem descoberta alarmante

Cientistas fizeram uma descoberta alarmante sobre o chamado “Glaciar do Juízo Final”. Está a derreter rapidamente de formas inesperadas.

O glaciar Thwaites, também conhecido como “Glaciar do Juízo Final”, ganhou este nome devido ao elevado risco de colapso e ameaça ao nível do mar. Os cientistas estão preocupados com a subida do nível do mar que acompanharia o potencial desaparecimento do glaciar.

O glaciar é capaz de elevar o nível do mar em alguns metros e está a erodir ao longo da sua base submersa, à medida que a temperatura do planeta aquece. Agora, graças a um novo estudo, sabe-se que está a derreter rapidamente de formas inesperadas.

Em dois estudos publicados esta quarta-feira na revista Nature, os cientistas revelaram que, embora o ritmo de derretimento debaixo de grande parte da plataforma de gelo seja mais lento do que se pensava, fendas profundas e formações de “escadas” no gelo estão a fazê-lo derreter muito mais rapidamente, revela a CNN.

Os resultados da investigação revelam “uma imagem muito matizada e complexa”, disse Peter Davis, autor principal de um dos artigos científicos.

Embora os cientistas tenham descoberto que o ritmo de derretimento debaixo de grande parte do glaciar é mais lento do que se pensava, Davis alerta que “o glaciar ainda está com problemas”.

“O que descobrimos é que, apesar de pequenas quantidades de derretimento, ainda há um rápido recuo do glaciar, por isso não parece ser preciso muito para desequilibrar o glaciar”, disse o autor do artigo à CNN.

Britney Schmidt, professora da Universidade de Cornell e autora do outro estudo, corroborou os resultados de Davis: “O glaciar não está apenas a derreter por dentro, está também a derreter para fora”.

Em 1973, os investigadores já se questionavam se o glaciar estaria em risco elevado de colapso. Quase uma década depois, descobriram que as correntes oceânicas quentes podem derreter o glaciar por baixo, perdendo estabilidade a partir do fundo.

Em 2021, um estudo mostrou que a plataforma de gelo do Thwaites, que ajuda a estabilizar o glaciar e a impedir que o gelo flua livremente para o oceano, pode desfazer-se no espaço de cinco anos.

“O Thwaites está realmente preso por um fio e devemos esperar grandes mudanças, ao longo de curtos espaços de tempo no futuro”, avisou o geofísico marinho Robert Larter, coautor de um estudo sobre o glaciar, publicado em setembro do ano passado.

Todos os anos, o “Glaciar do Juízo Final” lança milhares de milhões de toneladas de gelo no oceano, contribuindo com cerca de 4% para a subida anual do nível do mar. Os cientistas calculam que o nível global do mar poderá subir cerca de 3 metros se o glaciar colapsar.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/glaciar-juizo-final-alarmante-522521

(Geleira do Apocalipse pode colapsar em breve)

#ambiente    #ecologia    #aquecimentoglobal    #glaciardojuízofinal