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25/09/14

Religião - São Torcato natural de Toledo, descendia da nobre família romana denominada Torquatus romanus.



«História de São Torcato

S. Torcato natural de Toledo, descendia da nobre família romana denominada Torquatus romanus. Durante toda a sua juventude, foi marcado pelas suas virtudes, que continuaram mesmo depois de exercer as funções de Arcipreste na Sé de Toledo. Isto levou a um enorme reconhecimento por parte da Igreja que o aclamou Bispo de Iria Flávia, na actual Galiza. No XVI Concílio de Toledo, em 693, demonstrou eloquência e firmeza de fé, pelo que foi aclamado arcebispo de Braga e pouco tempo depois do Porto e de Dume. 

Refere a história que em 711 os muçulmanos entram a sul da península ibérica, Muça, que era o general enviado de Tarik para conquistar toda esta região e espalhar o culto a Alá e Maomé, encontrou a resistência do arcebispo Torcato que disposto a lutar e a defender as suas crenças, enfrentou com os seus companheiros o exercito enraivecido de Muça.

O arcebispo fez um discurso, após o qual Muça desembainha a espada e desfecha com um golpe fatal Torcato fazendo o mesmo aos companheiros. Segundo a lenda tudo aconteceu a 26 de Fevereiro de 719 ou de 715. De acordo com a mesma lenda, o seu corpo foi encontrado íntegro num bosque, no meio das silvas e de um monte de pedras de onde brotou uma fonte caudalosa que ainda hoje se conserva, conhecida como Fonte de São Torcato (Fonte do Santo) de conhecidas águas medicinais. 

De acordo com Armindo Cachada (JN, 16/05/03), assim relatou uma devota sobre a descoberta do corpo do santo “Não sabiam que era ele… Só quando um homem deu uma sacolada na cara do santo – ainda tem a marca – é que se ouviu uma voz: “Cuidado que está aqui Torcato». Retiraram o corpo, mas não havia água para o lavar. Brotou, então, milagrosamente, uma fonte, que ainda hoje jorra abundantemente.”

No local foi construída uma capelinha em honra do santo, que se encontra hoje sepultado em câmara de vidro, no Santuário de São Torcato. 

Igualmente nos dias de hoje, S. Torcato é venerado como o Padroeiro da dor de cabeça e, por isso, os devotos põe o chapéu do Santo na cabeça.

À terra que seria de Santa Maria, por ter um mosteiro dedicado a Santa Maria, passou então a denominar-se de S. Torcato. Segundo os manuscritos, esta referência aparece no testamento de Mumadona Dias. 

A 20 de Junho de 1049, o couto de S. Torcato foi dado ao Mosteiro de Mumadona, então conhecido pelo Mosteiro de Guimarães, pelo Rei D. Fernando e pela sua esposa a Rainha D. Sancha. Em 1173, o Mosteiro de S. Torcato foi desanexado da Colegiada e nesse mesmo ano em Abril, o Rei D. Afonso Henriques dou carta de couto ao prior de S. Torcato, D. Paio. 

O Papa Inocêncio V, a 15 de Maio de 1276, conferiu por Bula o Mosteiro de S. Torcato sobe a regra de Sto. Agostinho. Esta Bula permitiu saber nos dias de hoje, que o mosteiro possuía a Igreja de Sto. Emilião de Riba D´Ave e terras dos bispados de Braga, Porto, Lamego e Viseu.

Sabe-se ainda, através de uma carta passada pelo rei D. Afonso IV, que o Couto de S. Torcato foi judiciado em 1836 ao Mosteiro de S. Torcato. A localidade foi elevada à categoria de Vila em 21 de Junho de 1995.» in http://www.jf-storcato.com/s/15   


«Vida e Obra de São Torcato

5. El-Rei D. Manuel pela sua grande piedade procurou no seu tempo que se recolhessem às Cidades e Vias insignes os corpos dos Santos que se achavam pelas aldeias do Reino, e querendo que o de S. Torcato se tirasse do sítio em que está, escreveu ao Cabido de Guimarães uma Carta, que se conserva no seu Arquivo, cuja cópia é a seguinte: Cónegos da Igreja de Guimarães, eu El-Rei vos envio muito saudar. Fazemos-vos saber que Nós havemos por bem,que o corpo do Bem-Aventurado S. Torcato seja trasladado à Igreja Colegiada da dita Vila, em lugar onde ao Prior parecer bem, o qual levará o Breve, para se a dita trasladação fazer, e por tanto havemos por escusadas as despesas, que se haviam de fazer, onde até ora jouve. E porém nós mandamos, que deis ordem como se logo assim faça. Feita em Lisboa a 28 de Fevereiro de 1501. Querendo o Reverendo Cabido de Guimarães dar satisfação à ordem de El-Rei, assentou o dia da trasladação; porém não teve efeito, porquanto os moradores da Freguesia te puseram em armas, e com tão valente resolução, que julgaram conveniente, o não prosseguirem com o intento. Este teve também Ilustríssimo Arcebispo de Braga de o trazer para a Catedral, e indo para este efeito à freguesia no ano de 1597, tocaram o fino a rebate, e se ajuntou tanto povo para impedir ao Arcebispo, que lhe foi preciso desistir da empresa. Escreve-se que perguntando ele a uma mulher que estava entre outras pela roca ela lhe respondera: Senhor, estas são as massarocas (mostrando-lhe umas poucas de pedras, que levava) para quem nos quiser roubar o nosso Santo. Dele escreve D. Rodrigo da Cunha na História de Braga, e Jorge Cardoso no Agiol. Lusitano para honra, e glória de Deus, que seja eternamente louvado em seus Santos.


Boaventura Maciel Aranha, Cuidados da morte e descuidos da vida, Oficina de Francisco Borges de Sousa, Lisboa, 1761, tomo I, pp. 244-246.» in http://araduca.blogspot.pt/2013/05/vida-morte-e-milagres-de-s-torcato-3.html

(São Torcato - Guimarães)