Mostrar mensagens com a etiqueta Religião. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Religião. Mostrar todas as mensagens

18/12/23

Religião - Há frases que muitas pessoas dão como garantido que estão escritas na Bíblia, mas não estão.




«“Deus escreve direito por linhas tortas”: 10 frases que não estão na Bíblia

Há frases que muitas pessoas dão como garantido que estão escritas na Bíblia, mas não estão. Umas são adaptações, outras são distorções.

Não foi o primeiro caso, não vai ser o último: Daddy Yankee anunciou que deixa o mundo da música para se centrar no mundo da religião.

O protagonista de sucessos como Gasolina ou Despacito disse num concerto que esta mudança é o “momento mais importante” da sua vida.

“Não me envergonho por dizer ao mundo inteiro que Cristo vive em mim e que eu viverei para ele. Este é o fim de um capítulo e o início de um novo”, explicou.

Esta frase é mesmo de Daddy Yankee. Mas há frases, citações, que muita gente (provavelmente o próprio cantor) pensa que estão na Bíblia, mas não estão.

Talvez embalados por esta notícia, encontramos na Bíblia Sagrada Online exemplos dessas confusões.

“O cair é do homem, o levantar é de Deus” – até está presente em canções, é utilizada para justificar erros, mas não está no conjunto de livros. Há um salmo que indica: “O Senhor puxa todos os que caem e levanta todos os que andam curvados”; poderá ser daqui.

“Deus escreve direito por linhas tortas” – talvez a mais famosa desta lista. Numa passagem lê-se: “Pensa naquilo que Deus fez: quem pode endireitar aquilo que nasceu torto?”, que na verdade neste contexto “torto” significa mesmo “inclinado”, não é “errado”:

“Quem com ferro mata, com ferro morre” – virá do Evangelho segundo Mateus, onde se lê “Torna a pôr a tua espada na bainha, porque todos os que se servem da espada à espada morrerão”.

“Deus ajuda a quem muito madruga” – mais um ditado popular que não está na Bíblia, mas que aparece nos Provérbios: “Vai ver a formiga, ó preguiçoso; vê como ela faz e aprende a lição. Ela não tem capataz, nem oficial, nem patrão, mas faz as suas provisões de comida no Verão; armazena no tempo da ceifa o seu alimento”.

“O dinheiro é a raiz de todos os males” – quase que está na Bíblia. Mas no original, em Timóteo, lê-se “A raiz de todos os males é a ganância do dinheiro”.

“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem tu és” – em Coríntios lemos “Não se deixem enganar! «As más companhias estragam os bons costumes»”.

“Quem dá aos pobres empresta a Deus” – mais um ditado popular baseado nos… Provérbios da Bíblia: “Quem faz bem ao pobre empresta ao Senhor: ele lhe retribuirá o benefício”.

“Fazer o bem sem olhar a quem” – entre outras possibilidades, destaca-se a passagem em Gálatas: “Não nos cansemos de praticar o bem pois, se não desanimarmos, teremos a colheita no tempo devido”.

“É a dar que se recebe” – mais uma com clara inspiração bíblica. Nos Actos dos Apóstolos: “Mostrei-vos em tudo que é trabalhando assim que podemos ajudar os necessitados e recordar estas palavras do Senhor Jesus: “É mais feliz quem dá do que quem recebe”.

“A voz do povo é a voz de Deus” – esta não terá inspiração na Bíblia, ao contrário de todas as anteriores. Aliás, há quem diga que esta frase vai contra o que se deveria dizer, porque se a voz de Deus fosse a voz de muitas pessoas… A origem será a expressão em latin “Vox populi, vox Dei”.

ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/10-frases-que-nao-estao-na-biblia-572155


#religião    #bíblia    #frases    #apócrifas

12/09/23

Religião - Chama-se «orientação», em arquitetura e na Liturgia cristã, ao facto de construir as igrejas ou de orar em direcção ao Leste, ao Oriente.

(Igreja Românica de São João de Gatão)


«Dicionário elementar de liturgia 
José Aldazábal

«orientação» ou «ad orientem»

Chama-se «orientação», em arquitetura e na Liturgia cristã, ao facto de construir as igrejas ou de orar em direcção ao Leste, ao Oriente. Parece que, já no século II, em algumas regiões, se dava sentido simbólico a esta postura, vendo no Oriente a representação de Cristo como Sol que nasce. Não é estranho que assim fosse, pois os Judeus já conheciam o costume de orar voltados para Jerusalém, postura que, mais tarde, também será adotada pelos muçulmanos, orientados para Meca. Em várias culturas e religiões, acontecia o mesmo com o olhar voltado para a saída do Sol, embora não se tenham muita informação sobre este tema.

Discute-se, por exemplo, se a frase «conversi ad Dominum», de Santo Agostinho, quando no final de alguns sermões convida a orar, voltados para o Senhor, significará «voltados para Oriente» ou simplesmente com uma atitude espiritual de súplica ao Senhor.

Em Roma, não parece que a construção das igrejas tenha sido muito influenciada por esse costume, contrariamente ao que sucedeu, mais tarde, na época franca. «Orientar» as igrejas impunha que todos, fiéis e sacerdote, estivessem na mesma direcção, ficando, portanto, o sacerdote de costas para a comunidade. Noutras igrejas, era só o sacerdote quem ficava de frente para o Leste, e a comunidade de costas, e, nestes casos, o celebrante olhava, simultaneamente, para o Oriente e para a comunidade.

Hoje, não se dá importância a este simbolismo, nem no momento da construção nem no momento de celebrar. Unicamente está determinado que se possa dar a volta ao altar e celebrar «versus populum», de frente para o povo (cf. IGMR 299).

Houve um momento da celebração, em que este gesto chegou a ter um certo simbolismo expressivo, quando, na caminhada catecumenal, para realizar as renúncias e a Profissão de Fé, se teatralizava pedagogicamente, fazendo que a *renúncia ao demónio se fizesse a olhar para Ocidente (direcção do sol--posto, lugar da escuridão), e, a profissão de fé em Cristo, a olhar para Oriente (direcção do sol-nascente, lugar da origem da luz). Isto pode ser visto, por exemplo, em São Cirilo, na sua catequese mistagógica (I,9).» in https://www.liturgia.pt/dicionario/dici_ver.php?cod_dici=313


#religião    #orientação    #adorientem

31/05/23

Religião - Uma freira que morreu em 2019, irmã Wilhelmina Lancaster, atrai centenas de pessoas à zona rural do Missouri, uma vez que o seu corpo apresenta pouca decomposição.


«Corpo intacto de freira que morreu há 4 anos atrai multidões a um mosteiro beneditino

Uma freira que morreu em 2019 atrai centenas de pessoas à zona rural do Missouri, uma vez que o seu corpo apresenta pouca decomposição.

Centenas de pessoas rezaram sobre o corpo da irmã Wilhelmina Lancaster na abadia dos Beneditinos de Maria, Rainha dos Apóstolos, em Gower, Missouri.

Algumas dizem que é um sinal de santidade no catolicismo, enquanto que outros dizem que a falta de decomposição pode não ser tão rara quanto as pessoas pensam.

Este mistério foi descoberto, em abril, quando as freiras estavam a preparar a construção de um santuário de S. José, que implicava “a exumação dos restos mortais da nossa querida fundadora, a irmã Wilhelmina”.

Quando procederam à exumação, as freiras contavam encontrar “apenas ossos”, uma vez que a irmã Wilhelmina tinha sido enterrada num simples caixão de madeira, sem qualquer embalsamento, há quatro anos.

Em vez disso, encontraram um corpo intacto e “um hábito religioso perfeitamente preservado”.

Inicialmente, as freiras não tinham intenção de divulgar a descoberta, mas foi divulgado um e-mail privado e a “notícia começou a ser espalhada como fogo”.

Assim, cerca de 1800 pessoas, de todo o país, quiseram ver e tocar no corpo de Lancaster. Voluntários e forças policiais tiveram que ajudar a controlar a multidão que ali chegava.

“Foi espantoso”, disse Samuel Dawson, que é católico e veio de Kansas City com o seu filho. “Foi muito pacífico. Muito reverente”.

Também revelou que os visitantes foram autorizados a tocar no corpo da freira e explicou que as freiras “queriam torná-la acessível ao público, porque em vida sempre esteve acessível às pessoas”.

Posteriormente, o Mosteiro disse que o corpo de Lancaster será colocado num santuário de vidro na igreja e que os visitantes poderão continuar a ver o corpo, mas não poderão tocar-lhe.

A Diocese de Kansas City-St. Joseph também divulgou um comunicado, no qual diz que “a condição dos restos mortais da Irmã Wilhelmina Lancaster gerou, compreensivelmente, um interesse generalizado e levantou questões importantes“.

“Ao mesmo tempo, é importante proteger a integridade dos restos mortais da Irmã Wilhelmina para permitir uma investigação completa”.

“A incorruptibilidade já foi verificada no passado, mas é muito rara. Existe um processo bem estabelecido para prosseguir a teoria de santidade, mas ainda não foi iniciado neste caso”, acrescentou.

Os Beneditinos de Maria, Rainha dos Apóstolos, também disseram que Lancaster ainda não atingiu o mínimo exigido de cinco anos desde a morte para que o processo de santidade seja iniciado.

Segundo a Associated Press, Rebecca George, professora de antropologia na Western Carolina University, na Carolina do Norte, disse que a falta de decomposição do corpo pode não ser tão rara como as pessoas estão à espera.

A “mumificação” de corpos não embalsamados é comum nas instalações da universidade e os corpos podem manter-se preservados durante muitos anos, se tal for permitido. Os caixões e as roupas também ajudam a preservar os corpos.

“Normalmente, quando enterramos pessoas, não as exumamos. Não podemos olhar para elas daqui a alguns anos”.

“Com 100 anos, pode não restar nada. Mas quando se tem apenas alguns anos, isto não é inesperado“.

Teresa Campos, ZAP //» in https://zap.aeiou.pt/corpo-intacto-de-freira-que-morreu-ha-4-anos-atrai-multidoes-a-um-mosteiro-beneditino-538253

(Sister Wilhelmina Lancaster Found Incorrupt)

(Nun whose body shows little decay since 2019 death draws hundreds)

(Procession of Sister Wilhelmina)


06/10/22

Religião - Existem os evangelhos canónicos, incluídos na Bíblia, e os que foram colocados de lado, os apócrifos...


«"Os apócrifos não são inimigos dos evangelhos canónicos". Afinal, o que são estes textos excluídos da Bíblia?

Existem os evangelhos canónicos, incluídos na Bíblia, e os que foram colocados de lado. E são estes, os chamados apócrifos, que surgem agora numa edição bilingue, com tradução de Frederico Lourenço. Para o padre David Palatino, biblista, estes textos — que não são proibidos pela Igreja — "podem ter a sua utilidade no contexto dos estudos bíblicos e da teologia cristã".

Escritos originalmente em latim e grego, os apócrifos foram combatidos a partir do século IV e excluídos a partir do século XVI. Com isto, a Bíblia conta apenas com quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.

Fora dela, circularam outros, atribuídos a nomes como Pedro, Tomé e Filipe, que davam a ver a figura de Jesus Cristo sob prismas diferenciados.

"Etimologicamente, a palavra 'apócrifo' significa oculto, escondido, secreto. Porém, no contexto da teologia, e da teologia bíblica em particular, usa-se a expressão 'evangelhos apócrifos' para distinguir dos evangelhos canónicos, ou seja, aqueles que foram considerados inspirados e que por isso mesmo fazem parte do Cânone Bíblico. Assim sendo, os evangelhos apócrifos partilham com os outros evangelhos o género literário (evangelho), bem como alguns temas, linguagens, figuras e personagens", explica ao SAPO24 o padre David Palatino, biblista e docente na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

Ao longo dos anos, percebeu-se que "os apócrifos são muitos e apresentam uma grande pluralidade", pelo que é "difícil de contabilizar e apontar um número concreto".

Na sua maioria, estes textos, "compostos entre o final do século I e o século V d.C., tentaram preencher algumas lacunas que os evangelhos canónicos possuíam, nomeadamente no que diz respeito aos relatos da infância de Jesus ou em relação a Maria e José".

"Estes evangelhos mostram grande variedade de pensamento sobre a pessoa e obra salvífica de Jesus. O que se nota é que os evangelhos apócrifos valorizam mais os detalhes 'sobrenaturais' de Jesus, e não tanto a Sua humanidade", acrescenta o biblista.

Com isto, resta perceber o porquê de a Igreja ter afastado estes textos. Segundo o docente da UCP, "não foram incluídos no cânone porque não dizem nada de novo relativamente aos evangelhos canónicos. Mas a sua não inclusão prende-se sobretudo na questão relativa aos critérios de canonicidade: a autoridade (do autor), a antiguidade, a ortodoxia, a sua leitura na liturgia e na Igreja e a difusão na unidade católica. Os quatro evangelhos canónicos cumprem estes requisitos, os apócrifos não (pelo menos na totalidade)". 

Por isso, apesar de não estarem incluídos na Bíblia, "os apócrifos não são inimigos dos evangelhos canónicos, mas também não são propriamente irmãos. Mantém um grau de parentesco relativo, talvez ao nível dos primos".

E há pormenores na tradição cristã que advêm destes textos, "como por exemplo as figuras de S. Joaquim e Santa Ana, pais de Nossa Senhora e avós de Jesus, ou a presença do burro e da vaca no momento do nascimento de Jesus. A virgindade perpétua de Maria é também um elemento de cariz dogmático reforçado nos evangelhos apócrifos", aponta o padre David Palatino.

Apesar disso, "a Igreja não lhes reconhece a autoria divina, não os considera divinamente inspirados, mas tem por eles grande apreço, não proibindo a sua leitura".  Nesse sentido, existem "reservas naquilo que é apresentação da verdade salvífica comunicada na Bíblia" e não são vistos como tendo "grande valor teológico enquanto canal da revelação de Deus". 

E são alguns destes apócrifos que surgem agora numa tradução de Frederico Lourenço. Para o biblista e docente da UCP, este é "um contributo útil para a divulgação e conhecimento destes livros que podem ter a sua utilidade no contexto dos estudos bíblicos e da teologia cristã". 

E são alguns destes apócrifos que surgem agora numa tradução de Frederico Lourenço. Para o biblista e docente da UCP, este é "um contributo útil para a divulgação e conhecimento destes livros que podem ter a sua utilidade no contexto dos estudos bíblicos e da teologia cristã". 

Na nota introdutória da edição bilingue, publicada pela Quetzal, que chega agora às livrarias, Frederico Lourenço explica o objetivo da obra.

"A sua finalidade é dar a ler o material greco-latino em edição bilingue, com um comentário crítico-histórico tão imparcial quanto possível", nota o tradutor, que considera que "o material existente em grego e latim é suficientemente interessante para merecer uma leitura e análise, porque, sendo certo que nenhum evangelho apócrifo até agora encontrado (nem mesmo o de São Tomé) pode ser comparado, em termos de importância, com os quatro evangelhos do Novo Testamento, não deixa de ser verdade que a leitura destes textos marginalizados nos deixa vislumbrar o modo fascinante e diferenciado como várias gerações de cristãos entenderam e veneraram a figura de Jesus", pode ler-se.

"Para lá da minha admiração pessoal por Jesus, posso garantir que me esforcei por apresentar estes textos de maneira objetiva (para que cada pessoa forme a sua opinião), ao mesmo tempo que procurei respeitar a sensibilidade de leitores religiosos", escreve Frederico Lourenço.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/os-apocrifos-nao-sao-inimigos-dos-evangelhos-canonicos-afinal-o-que-sao-estes-textos-excluidos-da-biblia

(Evangelhos Apócrifos - A Biblia Proibida - Documentário Completo Dublado)

#religião    #apócrifo    #fredericolourenço    #biblia

22/12/21

Religião - Neste momento, os presépios de Natal em todo o mundo têm três reis — também conhecidos como os “reis magos” — trazendo presentes de ouro, incenso e mirra para o bebé recém-nascido Jesus em Belém.



«Incenso e mirra são adorados desde os tempos antigos — mas agora estão sob ameaça

Incenso e mirra foram duas das prendas oferecidas pelos reis magos ao menino Jesus. Adorados desde a antiguidade, estes bens estão agora sob ameaça.

Neste momento, os presépios de Natal em todo o mundo têm três reis — também conhecidos como os “reis magos” — trazendo presentes de ouro, incenso e mirra para o bebé recém-nascido Jesus em Belém.

Na Bíblia, o evangelho de Mateus diz-nos que os sábios “acharam o menino com Maria, sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” [Mateus 2:11].

Podemos pensar que o ouro parecia uma escolha óbvia, mas que os outros dois presentes parecem um pouco compras de última hora — o equivalente bíblico de receber meias no Natal. No entanto, menção de “tesouros” no evangelho de Mateus é muito importante, porque nos dá uma indicação de como todos esses três itens eram vistos na época.

O incenso e a mirra já eram usados há milhares de anos antes de aparecerem em Belém. Também conhecido por olíbano, há muito tempo que é misturado a várias especiarias para formar o incenso, e a mirra era usada pelos antigos egípcios como agente de embalsamamento.

Ambos foram promovidos como curas para uma variedade de doenças, desde problemas digestivos até ao alívio da dor. Na época de Jesus, esses presentes valiam o mesmo, senão mais do que ouro.

Ambas as substâncias são produzidas a partir da resina de árvores da família Burseraceae, ou “incenso”. Uma pequena incisão é feita no tronco da árvore e a resina é drenada lentamente e deixada secar. Essa resina é como a árvore tenta selar a sua ferida aberta. O olíbano vem das árvores Boswellia, enquanto a mirra vem das árvores Commiphora.

Embora esses produtos sejam os mais famosos associados à Ásia Ocidental, a família Burseraceae tem parentes em todo o mundo — da América do Sul à África e Australásia. Nativas de regiões desérticas, essas árvores costumam ser de importância económica crucial para as comunidades que podem colher resinas durante a estação seca, quando outras fontes de rendimento são escassas.

Uma ameaça iminente

A árvore produtora de olíbano Boswellia sacra é nativa de Omã, Iémene e Somália, onde está listada como “quase ameaçada” na lista vermelha da IUCN. Como fonte de olíbano de alta qualidade, tem sido amplamente sobre-explorada, resultando numa grande redução do tamanho da população.

Um estudo de 2011 de uma árvore intimamente relacionada (e agora a principal fonte comercial de olíbano), a Boswellia papyrifera no norte da Etiópia, sugeriu que o fogo e o excesso de pastagem estavam a impedir que atingissem a maturidade.

Além de mais, a mortalidade das árvores adultas também foi alta devido a danos de incêndios e pragas. O estudo previu um declínio de 90% no tamanho da população em 50 anos se nada fosse feito. Outro estudo projetou um declínio populacional de 71% em 25 anos.

A gestão intensiva do ecossistema e a proteção das árvores em crescimento foram recomendadas para prevenir desastres. Várias dessas práticas foram testadas, incluindo a redução da extração de resina de árvores e protegendo-as de animais, mas ainda não foram amplamente adotadas.

A mirra é recolhida de maneira semelhante em várias espécies de árvores Commiphora. A Commiphora wightii, nativa de partes do Paquistão e da Índia, está gravemente ameaçada devido à extração excessiva da sua resina para uso na medicina tradicional.

Commiphora myrrha, como o nome sugere, é uma das espécies mais associadas à produção de mirra. Embora não tenha sido avaliada quanto ao seu estado de conservação, é provável que enfrente desafios semelhantes aos dos seus parentes distantes que nos fornecem olíbano.» in https://zap.aeiou.pt/incenso-e-mirra-sao-adorados-desde-os-tempos-antigos-mas-agora-estao-sob-ameaca-451764


(PRESÉPIOS IGREJAS)


#religião    #presépio    #natal    #reis    #magos    #mirra    #incenso    #extinção

02/06/21

Religião - Os Evangelhos Garima, escritos em pele de cabra e datados de entre 330 e 650 d.C., estão numa área que está sitiada há meses pelos exércitos da Etiópia e da Eritreia.


«Ninguém sabe do paradeiro dos Evangelhos Garima, um dos maiores tesouros do mundo cristão

Depois de terem sobrevivido a 1.500 anos de história num mosteiro remoto, os Evangelhos Garima enfrentam agora a sua ameaça mais grave.

Um dos maiores tesouros do mundo cristão, guardado durante mais de 1.500 anos no norte da Etiópia, pode não ter sobrevivido à última ameaça.

Os Evangelhos Garima, escritos em pele de cabra e datados de entre 330 e 650 d.C., estão numa área que está sitiada há meses pelos exércitos da Etiópia e da Eritreia. Locais religiosos próximos do mosteiro Abba Garima, em Tigray, foram bombardeados e preciosos artefactos saqueados, pelo que se teme que tenha acontecido o pior a este tesouro.

“É assustador para muitos de nós pensar que estes Evangelhos e outros artefactos antigos estão no caminho do perigo”, disse Suleyman Dost, professor do Departamento de Estudos Judaicos e do Oriente Próximo da Universidade Brandeis, em Massachusetts, citado pelo The Globe and Mail.

“Os Evangelhos Garima não estão apenas entre os primeiros textos completos das escrituras cristãs, como também nos oferecem um raro vislumbre da língua, religião e história da antiga Etiópia”, acrescentou.

O jornal online avança que os Evangelhos Garima, cópias encadernadas e ilustradas dos Quatro Evangelhos do Novo Testamento escritas na língua etíope clássica Ge’ez, são um dos tesouros do antigo reino Axumita, cujo coração está agora engolfado pela zona de guerra em Tigray.

“A guerra ameaça inúmeros vestígios de valor inestimável deste período, incluindo inscrições, edifícios religiosos e manuscritos que foram diligentemente preservados em mosteiros durante séculos”, afirmou Dost.

O reino Axumita, cujos territórios se estendiam pelo Mar Vermelho até ao Iémen, foi um dos grandes impérios culturais e económicos daquele tempo e um dos primeiros estados a aceitar o Cristianismo como religião oficial, no início do século IV, antes mesmo do Império Romano.

A capital, Axum, é conhecida como o lar da Arca da Aliança – outra relíquia sagrada cujo destino é, atualmente, desconhecido.

Os Evangelhos Garima são mais antigos do que os manuscritos ocidentais mais famosos, como o Livro de Kells, e têm um vínculo mais estreito com os evangelhos gregos originais.

Ao matutino, Michael Gervers, historiador da Universidade de Toronto, explicou que “são de extrema importância para a cultura cristã como um todo”. “A sua perda seria desastrosa para a herança cultural judaico-cristã.”

A guerra em Tigray destruiu grande parte da herança religiosa e cultural da Etiópia, mais até do que as invasões de Ahmad ibn Ibrahim al-Ghazi, que queimou igrejas e manuscritos em todo o país no século XVI.

O historiador e os seus colegas estão atentos aos mercados de antiguidades, caso alguém tente vender os manuscritos. “Seria uma ofensa ao Cristianismo se os Evangelhos Garima acabassem à venda”, afirmou, acrescentando que há ainda a possibilidade de os soldados terem queimados os manuscritos “por despeito”.

Até agora, porém, o seu paradeiro é um mistério.» in https://zap.aeiou.pt/onde-estao-evangelhos-garima-403350/amp

17/07/18

Religião - Novas evidências sugerem que a teoria de que aquele manto teria servido para cobrir o corpo de Jesus Cristo após a sua morte não tem qualquer veracidade.



«Afinal, o Santo Sudário é mesmo falso

Novas evidências sugerem que a teoria de que aquele manto teria servido para cobrir o corpo de Jesus Cristo após a sua morte não tem qualquer veracidade.

Afinal, o tecido que se encontra na Catedral de Turim desde o século XIV não serviu para cobrir Jesus Cristo após a sua crucificação. A descoberta é de uma equipa de cientistas da Universidade John Moores de Liverpool, no Reino Unido, e da Universidade de Pavia, em Itália, após a análise forense das manchas de sangue presentes no manto.

A investigação teve por base não a análise do próprio sangue, mas sim as diferentes possibilidades dos locais onde as manchas surgiriam, se o sudário estivesse a cobrir um homem crucificado.

Os cientistas descobriram que marcas só podiam ter sido deixadas por alguém que se conseguisse mexer e não pelo corpo imóvel de Jesus: só algumas delas são compatíveis com a posição em que um corpo crucificado se encontra, enquanto as outras não encaixam de forma nenhuma.

Para a análise, os cientistas forenses utilizaram o corpo de um homem vivo e simularam a sua crucificação. Utilizando sangue verdadeiro e sintético, e recriando a crucificação ao colocar o corpo em várias posições - os braços foram dispostos de várias formas, por exemplo -, os investigadores perceberam que poucas marcas de sangue poderiam ser de um homem crucificado.

Duas manchas encontradas no local do manto onde estaria a mão esquerda da pessoa coberta só podiam pertencer a alguém que se encontrasse de pé, com os braços a fazer um ângulo de cerca de 45 graus, o que suporta a teoria do Santo Sudário.

A marca de sangue na zona frontal do tórax - que diz-se ter sido feita pela sua perfuração com a Lança do Destino durante a crucificação, segundo a tradição da Igreja Católica - também corresponde à imagem de Cristo crucificado, mas o mesmo já não acontece às manchas relativas ao antebraço, já que os braços deveriam ter uma posição completamente diferente, quase verticais, acima da cabeça.

Em relação à região lombar, as manchas que aparecem são "totalmente irrealistas", lê-se no artigo publicado na revista científica Journal of Forensic Sciences. Se a pessoa estivesse deitada e coberta com o manto, o sangue proveniente da perfuração do tórax teria de se acumular, mais tarde, nas omoplatas e não na zona dos rins, como se verificou, o que pode representar a artificialidade deste objeto.

Para os cientistas forenses, este é um "produto artístico" que vai ao encontro de análises anteriores, que defendiam que o manto tinha sido produzido já durante a Idade Média.

Mas as dúvidas em relação à autenticidade do Santo Sudário são ainda mais antigas. O bispo francês Pierre d'Arcis foi uma das primeiras pessoas a expressar as suas reservas quanto à veracidade deste manto. Em 1389, escreveu uma carta ao Papa Urbano VI a referir que o manto de linho teria sido pintado a pena, de forma a atrair os fiéis. Nessa carta, contava ainda que o bispo que o antecedeu, Henrique de Poitiers, tinha descoberto a mentira e que tinha conseguido uma confissão do artista que tinha produzido a peça.» in http://visao.sapo.pt/actualidade/mundo/2018-07-17-Afinal-o-Santo-Sudario-e-mesmo-falso


(O mistério do Santo Sudário - Discovery Channel)


O SANTO SUDÁRIO - A PROVA QUE JESUS RESSUSCITOU - (PT1)


(O Santo Sudário é verdadeiro - Aula imperdível com Prof. Felipe Aquino)

03/05/18

Religião - Carla Afonso Rocha, mulher do Norte e devota, que decidiu documentar a passagem de Jacinta, a pastorinha de Fátima, por Lisboa.




«UMA CADEIRA COM OS PÉS CORTADOS, UM RECADO DO CÉU E A MADEIXA DE CABELO QUE REGRESSOU A FÁTIMA. A HISTÓRIA DE JACINTA QUE FICOU POR CONTAR

Se há memórias que perduram no tempo, documentadas ou contadas de boca em boca, outras são votadas ao esquecimento até que alguém decida dar-lhes novo fôlego. É o caso de Carla Afonso Rocha, mulher do Norte e devota, que decidiu documentar a passagem de Jacinta, a pastorinha de Fátima, por Lisboa. E tudo começa num pequeno quarto da capital, de portas abertas até hoje, onde está uma cadeira de pernas cortadas para que mais ninguém se sente no lugar de Nossa Senhora.

Com a Basílica da Estrela ao fundo, há um edifício ao lado do jardim que passa despercebido apesar dos seus azulejos coloridos e portas verde garrafa. No número 17 da Rua da Estrela fica o Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, das Irmãs Clarissas, apenas identificado, além do nome na campainha, por um painel com arabescos bordô no cimo de um muro branco, contrastando com as paredes velhas da restante fileira de edifícios. Contudo, este espaço tem um passado diferente e que muitos já não recordam: viveram ali, há muitos anos, órfãos a cargo de Maria da Purificação Godinho, conhecida também como Madre Godinho. Mas também passou pelo Orfanato de Nossa Senhora dos Milagres uma menina que, apesar de não ser órfã, precisava de cuidados e segredo: Jacinta Marto, pastorinha de Fátima.

Hoje, apesar de ser um mosteiro de clausura, a porta está aberta para quem lá quiser entrar. Um toque de campainha basta para surgir uma voz no intercomunicador. ‘Sim?’, perguntam. ’Viemos visitar o quarto da Jacinta’, respondemos. Do outro lado, uma voz a que não vamos associar a uma cara pergunta: ‘Já conhecem? Então a porta está aberta. Podem entrar, fiquem à vontade’. Quanto o caso é outro e nunca se lá foi, uma das Irmãs mais novas — e por isso mais habituadas a lidar com desconhecidos — acompanha os visitantes. Falam várias línguas e conhecem o espaço como ninguém. Sabem a história deste “cantinho de céu” no meio da azáfama da capital. Foi ali que, em 1920, Jacinta passou 12 dias — de 21 de janeiro a 2 de fevereiro — antes de ser internada durante 18 dias no Hospital Dona Estefânia, onde viria a falecer.

Para muitos, este período é um mistério. As Aparições ocorreram de maio a outubro de 1917, na Cova da Iria, e depois disso apenas se fala das mortes prematuras de Francisco e Jacinta, vítimas da gripe pneumónica, e da vida de Lúcia enquanto Irmã Carmelita. E se a vida de Lúcia — por ser a última sobrevivente das crianças que viram Nossa Senhora e por estar associada à transmissão da Mensagem de Fátima — está bem documentada, o mesmo não se pode dizer do curto espaço de tempo das vidas de Francisco e Jacinta depois das Aparições.

Dos dois irmãos — elevados à honra dos altares desde maio de 2017, com a canonização pelo Papa Francisco —, Jacinta é provavelmente a que encerra mais mistérios à data de hoje. Foi por isso que Carla Afonso Rocha decidiu pôr mãos à obra.

“A partir do momento em que começo a estar mais ligada à história e à Mensagem de Fátima, a Jacinta foi sempre, não vou dizer a minha predileta, mas quase. Isto por ser tão pequenina — todos eram pequeninos, mas ela tinha sete anos! — e, no fundo, por se entregar da forma que se entrega”, começa por explicar Carla ao SAPO24.

“A própria Irmã Lúcia diz nas suas memórias que a Jacinta não era, antes das Aparições, de todo a sua companhia ideal. Porque tinha mau feitio, porque era ela que tinha de escolher os jogos e era ela que tinha de ganhar. Era ela que decidia tudo. A Jacinta era o ponto fundamental em tudo. A partir das aparições esta menina passa, precisamente, a ser o inverso disto tudo. Ela não interessa para nada, Nosso Senhor é que interessa; Nossa Senhora é que fez os pedidos que fez. Jacinta muda o seu objetivo de vida, embora saiba logo na primeira Aparição que não será uma vida muito longa. Com sete anos e uma entrega desta forma… quantos de nós, com a idade que temos, dizemos ‘eu vou fazer, eu vou’ e depois chegamos à hora e recuamos. Por isso também foi sempre a minha menina”, conta.

“Tinha o Francisco três anos e meio quando apanhámos o maior susto que podíamos ter apanhado. Há um dia em que ele se deita sem problema absolutamente algum e no dia seguinte acorda sem poder andar. Ao fim de oito dias tínhamos um diagnóstico de leucemia. O mais frequente, e por aquilo que foi a nossa vivência no Instituto Português de Oncologia [IPO] de Lisboa, é que as pessoas se zanguem com Deus, se zanguem com tudo o que é extra à família, mas connosco não. Aconteceu-nos exatamente o contrário: ou segurávamos ali a mão de Maria ou era para descambar”, confidencia.

Hoje, o Francisco tem oito anos e é um menino saudável e feliz, conta. A mãe diz não fazer promessas, mas sentiu que tinha de agradecer esta cura. “Em outubro de 2013 conseguimos trazer a Imagem Peregrina, vinda precisamente do Santuário, para passar todo o mês na capela do IPO de Lisboa. Entrámos com Nossa Senhora escondida, parecia que estávamos a meter um terrorista dentro do IPO. Contra tudo e contra todos. Foram-nos mandados dois seguranças à entrada, para terem a certeza de que nós entrávamos com a caixa de transporte de Nossa Senhora fechada e que só a abríamos na capela. O Estado é laico, o hospital é público e por isso é laico, tem um capela mas não devia ter, segundo as indicações que me foram dadas por uma funcionária do IPO. Quando chegámos à capela abrimos a caixa e a Imagem Peregrina esteve ali todo o mês, disponível para quem a quisesse ir ver”, recorda Carla.

Imagem Peregrina à mostra, sem caixa, e passámos em todos os serviços, em todas as camas, junto de todos os doentes que não tinham tido oportunidade de ir à capela vê-la. Se nos mandassem embora nós 'já íamos'. Saímos da capela eram cinco da tarde e conseguimos ter a Imagem Peregrina no carro eram oito da noite", conta, assegurando mesmo "a cura de uma senhora que era completamente descrente e que foi à missa da despedida da Imagem. Foi incentivada por uma funcionária do IPO, que lhe disse: ‘eu levo-a’. E no dia seguinte a senhora estava a trabalhar sem vestígios de doença, quando supostamente tinha, como eu costumo dizer, uma espada em cima da cabeça”.

Fé, teimosia e vontade. Os ingredientes base para escrever um livro

Além destas histórias pessoais que empurraram Carla para Fátima e para Santa Jacinta, é preciso dizer que é uma mulher do Norte, determinada. Por isso, recusa-se a fica quieta quando a desafiam. Percebendo que a passagem de Jacinta por Lisboa não tem sido explorada, começou a divulgar a existência do espaço na Rua da Estrela que havia acolhido a menina antes de ser internada no Hospital Dona Estefânia. Palavra puxa palavra e surge a ideia de pôr tudo por escrito, imprimir a memória. “A ideia de escrever um livro surgiu precisamente numa conversa com um senhor que sabe muito sobre a Igreja e que quando eu falei neste espaço me diz: ‘ah, mas esse espaço existe? Ela veio para Lisboa para o Hospital da Estefânia’. E eu disse que não, que antes de ela ter vindo para a Estefânia esteve na Estrela. ‘Ah, isso era giro de pôr num livro, mas você não é capaz’. Não digam isso a uma mulher do Norte! A partir daquele momento passou a ser o meu objetivo: pôr toda a vivência da Jacinta em Lisboa num livro”, afirma Carla.

Num primeiro momento, estava previsto publicar o livro por ocasião do Centenário das Aparições, em 2017. Mas depois surgiu outra ideia: “Faz 100 anos em 2020 desta estadia de Jacinta em Lisboa; ela esteve cá em 1920. E isto também me está a dar, no fundo, espaço de manobra para investigar ao pormenor e saber com rigor tudo o que se terá passado durante os 30 dias em que ela esteve aqui em Lisboa”.

Para complementar esta investigação, criou conferências mensais numa sala ao lado do quartinho de Jacinta na Estrela, que terminam com a oração do terço, em grupo, tudo marcado e divulgado através do Facebook. “Tinha o intuito de dar a saber que se está a fazer o livro para que as pessoas que eu precisava de conhecer começassem a perceber que as coisas se estavam a fazer. E também, de certa forma, para fazer com que as pessoas conheçam o espaço antes do livro, que as pessoas se interessem. É pôr um bocadinho a curiosidade a funcionar para perceberem o porquê de eu estar a fazer isto”, diz.

O início foi algo desconcertante: apareciam duas ou três pessoas. Agora, quase um ano depois de ter começado, há dias em que a sala já se torna pequena para as mais de 20 pessoas que aparecem. “É uma alegria enorme para mim ter o número de pessoas a aumentar. É sinal de que aquilo que estou a fazer tem algum valor e algum interesse. Tenho pessoas que vêm cá desde o primeiro dia e que perguntam logo quando é a do mês que vem. Às vezes ainda nem eu tenho uma data”.

Já se descobriu o neto de uma enfermeira com mau humor, mas há que chegar a contacto com um sacristão 

A investigação de Carla já vai longa e muitas são as curiosidades descobertas. Há dossiês cheios de documentos escritos e fotografias de época. Existem páginas do Diário da República, horários de comboios e correspondência trocada entre Lisboa e Fátima. Também existem muitos livros já lidos de outros autores que começaram a falar de Jacinta na capital do país. Em cima da mesa, aos nossos olhos, estão muitas folhas. Caligrafias várias, umas difíceis e atabalhoadas, outras absolutamente claras. Alguns documentos escritos à máquina, outros já a computador. Carla não esconde o entusiasmo ao manusear os documentos, ao mesmo tempo que nos passa alguns para as mãos. “Estes documentos são os primeiros. Foram-me cedidos precisamente aqui pelas Irmãs e são, por exemplo, troca de correspondência entre o pai da Jacinta e a Madre Godinho, no período em que a Jacinta cá esteve. São também uns inquéritos feitos à Madre Godinho sobre a estadia da Jacinta aqui, e depois temos um inquérito que o Padre Formigão [figura central na investigação e divulgação das aparições] veio cá fazer a Lisboa ao pessoal do hospital que tinha lidado de perto com a Jacinta. Através deste documento, que está tão elaborado, é que eu consegui perceber o funcionamento do próprio hospital”. Aos testemunhos escritos, acrescentam-se os falados. “Esteve cá no outro dia o senhor Manuel na conferência, e que eu já consegui entrevistar, que viveu 13 anos na cama da Jacinta. Esse senhor entrou no hospital uns anos depois [de 1920], ainda a estrutura e a organização do hospital era a mesma, por isso é também uma fonte muito credível”.

Ao longo deste último ano muitas têm sido as descobertas. Na maior parte das vezes, os familiares de quem conviveu com Jacinta encontram Carla e dão-lhe informações que vão delineando o fio condutor desta história. “Este é o mais recente e um dos mais extraordinários documentos que encontrei, que me foi dado pela neta do Barão de Alvaiázere. É um testemunho na primeira pessoa de uma tia dela, uma irmã do Barão, que está presente no funeral da Jacinta, na transladação do túmulo dos Barões de Alvaiázere para Fátima e na ida de Fátima para a Basílica. Ela faz, aliás, um capítulo mesmo só sobre a Jacinta, porque esteve presente no Milagre do Sol [13 de outubro de 1917]”, diz.

Mas a passagem de Jacinta por Lisboa não se resume à pastorinha.“Tem-me marcado muito a história da enfermeira que lidava mais com a Jacinta, a enfermeira Leonor, por não ser católica, por ser completamente descrente, e por ter sido a única pessoa a quem a Jacinta disse de viva voz que ela era a Jacinta de Fátima, que tinha visto Nossa Senhora. No fundo, isto também nos dá esta ligação de Fátima às outras convicções, às outras religiões. O não pôr de parte. Aquela enfermeira não era católica, mas é com ela que Jacinta sente necessidade de partilhar isso. Quem a conheceu no hospital diz que ela tinha muito mau humor! Eu conheci o neto dessa enfermeira, que ainda lidou variadíssimos anos com a avó, e que notava que havia ali qualquer coisa de especial quando a avó falava desta situação”, refere Carla.

Contudo, nem sempre foi assim tão fácil chegar a informação. “Há portas que se fecharam a sete chaves e ainda não voltaram a abrir”, confidencia Carla. Não quer dizer quais, mas tem esperança que tudo mude. E, apesar das dificuldades, tem conseguido avançar. “Isto tem demorado, mas também por isso tem dado mais gozo. Tenho conseguido chegar na mesma às coisas, sem passar por cima de ninguém, sem ter de magoar ninguém, sem ter de virar costas a ninguém. A maior parte das coisas têm-me vindo parar às mãos”.

Todavia, ainda falta juntar algumas peças ao puzzle. E Carla não desiste. “Quero encontrar os familiares do sacristão da Igreja dos Anjos, que terá sido o senhor que em vez de zelar pela menina perante a multidão de pessoas que chegou à igreja para tocar e para tentar levar um bocadinho da Jacinta para casa, lhe terá cortado o cabelo. Muitos anos depois, este cabelo é entregue no Santuário de Fátima, assim de uma forma discreta. Gostava de encontrar este senhor, para saber o porquê deste corte de cabelo”, afirma.

Apesar de ter sido uma atitude reprovável, esta vontade de encontro “não é de forma nenhuma para dizer que ele [o sacristão] fez asneira. Não, não é de todo isso! Não é dar um ralhete à família", assegura.

Em toda a investigação esta tem sido a pessoa mais difícil de achar. "Comprei aqui há tempos um livro, à espera que lá estivesse o nome do senhor, e qual é o meu espanto quando numa frase diz ‘sacristão esse do qual não me recordo do nome’. Foi uma frustração!”. Contudo, quando tudo parecia descambar e as esperanças começavam a diminuir, uma simples pesquisa no Google — depois de tantas — revelou a primeira pista. "Consegui encontrar, no jornal Voz da Fátima de 13 de março de 1984, o nome do sacristão: Álvaro Artur Moranha, sacristão da Igreja dos Anjos em Lisboa".

A "madeixa de cabelo alourado, entrançada e presa com uma fitinha azul e branca", como se lê na publicação, foi entregue ao Santuário de Fátima em setembro de 1982, juntamente com um bilhete assinado pelo próprio sacristão, com a data de 23 de fevereiro de 1920. Sabendo o nome do sacristão e de quem entregou o cabelo — que passou por várias pessoas —, o objetivo agora é conseguir chegar a alguém. "É dito que o cabelo e o bilhete foram entregues por uma senhora chamada Maria Gabriela da Silva Franco de Carvalho, de Torres Vedras. Agora estou a fazer tudo para conseguir encontrá-la ou a alguém da família", diz Carla.

Se aqui há esperança de chegar ao contacto com alguém, o mesmo não se pode dizer sobre o misterioso homem que acompanhou Jacinta na derradeira viagem de regresso a Fátima. "Aí é bastante difícil — acho que já fui ao mais fundo que se pode ir, que é aos arquivos dos caminhos-de-ferro", diz Carla. Trata-se do "condutor do comboio, que não é o maquinista do comboio”, começa por clarificar. “O condutor do comboio era o senhor que, em cada estação e apeadeiro, mandava parar e seguir o comboio conforme tivesse passageiros ou não. Segundo algumas cartas do Dr. Eurico Lisboa [oftalmologista que queria analisar os pastorinhos para provar que as aparições não passavam de um problema nos olhos das crianças, mas que acabou convertido] e do senhor Barão de Alvaiázere [que disponibilizou um jazigo para Jacinta], percebe-se que este senhor faz a viagem desde a estação do Rossio até à estação de Chão de Maçãs [estação mais próxima de Fátima] a acompanhar a urna da Jacinta, que vai num comboio de mercadorias. Eu já consegui inclusive os pormenores do número do comboio, do horário”.

Contudo, não chega. Era preciso saber o nome deste homem para se chegar à família, mas até agora não há nada que o indique. “Este registo dos funcionários, mesmo que na altura fosse feito, já se perdeu. Uma das funcionárias do arquivo já me foi procurar as atas dessa altura, da administração dos caminhos de ferro, para tentar perceber se havia alguma referência a esse transporte, mas era extremamente comum na altura fazer-se o transporte dos funerais de comboio. Por isso a Jacinta, ali, desculpem-me a expressão, seria ‘mais uma’. Não era uma coisa nova, não era nada de extraordinário. Era mais comum ser de comboio do que de carro, até porque carros não havia muitos. E, além de não haver muitos, ficava muito mais barato de comboio”.

Esta última viagem de Jacinta é, no fundo, o oposto daquela que a levou a Lisboa. “Aí veio num comboio de passageiros com a mãe e com um dos irmãos, mas depois a urna regressa a Fátima completamente sozinha, num vagão que é alugado precisamente para esse transporte, com o condutor do comboio que leva todos os documentos do Governo Civil e todos os documentos de autorização desse transporte. Era só esta pessoa. Terá ido depois uma comitiva num comboio de passageiros, mais tarde, mas ali era só o condutor que acompanhava a Jacinta”, conclui.

Um recado deixado em Lisboa

Olhando para Fátima e para as Aparições — mais discretas — que se seguiram, também em Lisboa ficou uma mensagem, conta Carla. Este recado, que Jacinta entregou à Madre Godinho por não conseguir falar com o Padre Formigão, refere que “Nosso Senhor está profundamente ofendido com os pecados e crimes que se cometem em Portugal. Por isso, um terrível cataclismo de ordem social ameaça o nosso país e principalmente a cidade de Lisboa”, realçando ainda que “a capital converter-se-á numa verdadeira imagem no inferno”. Contudo, Carla pede que este recado não seja analisado à letra, tendo em consideração a época em que foi divulgado e o contexto histórico.

Olhando para este quarto, onde Nossa Senhora falou com a menina e deixou um recado, sentada numa cadeira que agora tem as pernas cortadas para que não seja usada por mais ninguém — a pedido de Jacinta —, fica apenas a certeza de um lugar de paz e respeito, crenças à parte. “Dos três espaços em que Jacinta esteve em Lisboa, não há este espírito de preservar o lugar como aqui nas Irmãs. Aqui as coisas estão como eram na altura, ao ponto de a luz do quarto não ser muito forte porque na altura também não seria. Depois, no Hospital Dona Estefânia, não por culpa de A, B ou C, mas porque foi preciso expandir o hospital, que passou de dois pisos a três, perdeu-se o espaço físico desta estadia, e na Igreja dos Anjos, onde ela esteve a ser velada, tem uma placa identificativa na sala, mas não passa disso”, refere Carla.

“Perde-se um ponto da História de Portugal, quer queiramos, quer não. Quer sejamos crentes ou não, esta é a História do nosso país. Fátima é, sem dúvida nenhuma, uma das três coisas fundamentais da História de Portugal pelo mundo fora. Podem não saber onde fica o país, mas falando no Fado, no Futebol e em Fátima, eles sabem que somos portugueses”.» in https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/uma-cadeira-com-os-pes-cortados-um-recado-do-ceu-e-a-madeixa-de-cabelo-que-regressou-a-fatima-a-historia-de-jacinta-que-ficou-por-contar 


29/03/18

Religião - A Quinta-Feira Santa dá início aos quatro dias mais importantes do calendário litúrgico Cristão.



«O que é a Quinta-Feira Santa?

A Quinta-Feira Santa dá início aos quatro dias mais importantes do calendário litúrgico Cristão. É o dia em que se recorda a Última Ceia de Jesus Cristo com os discípulos e que antecede a celebração da morte, na Sexta-Feira Santa, e ressurreição de Jesus, no Domingo de Páscoa.

Dois momentos estão em foco durante a Quinta-Feira Santa.

Primeiro, dizem as Sagradas escrituras que Jesus celebrou a Última Ceia com os Discípulos e instituiu a comunhão (Lucas 22:19-20). Algumas igrejas observam um serviço religioso especial de comunhão nesse dia em memória da Ceia de Jesus com os Discípulos.

Segundo, Jesus lavou os pés dos Discípulos como um ato de humildade e serviço, estabelecendo um exemplo para as pessoas se amarem e servirem umas às outras.

Em Espanha são realizadas grandes procissões, especialmente em Sevilha, o centro da Semana Santa espanhola, que também atrai muitos turistas. Veja este vídeo em 360º.

Em Itália, existem diferentes tradições em muitas cidades. Por exemplo, em Nápoles come-se sopa de mexilhões. Nalgumas áreas da Toscana há um pão especial chamado “pan di ramerino”. Em todo país, pessoas visitam “campas” e lavam os pés. Em Roma, a tradição litúrgica da Quinta-Feira Santa, que está ligada ao lava-pés, é celebrada uma vigília de 40 horas com 213 velas em memória do chamado “descanso de Cristo” na igreja Santa Maria dell’Orto.

No Reino Unido, a Rainha costuma distribuir pequenas moedas de prata. Todos os anos, a monarca visita diferentes catedrais para distribuir o que os britânicos chamam “Maundy Money”. O número de pessoas que as recebem reflete a idade da Rainha, que este ano Isabel II faz 91 anos.

Em França, os crentes voluntariam-se para os seus pés serem lavados pelos padres. O centro das celebrações é a cidade santa de Nossa Senhora de Lurdes. O Santuário preparou uma ligação em direto com as cerimónias. Também em França, o padres visitam prisões e lavam os pés dos reclusos.» in http://pt.euronews.com/2017/04/13/o-que-e-a-quinta-feira-santa

17/05/17

Religião - A Tailândia, a Nigéria e o Gana lideram o ranking de países religiosos, em contraste com a China que aparece a liderar o clube dos não-crentes, acompanhada pela Suécia e pela República Checa.



«Portugueses são dos que menos acreditam em Deus em todo o mundo

A Tailândia, a Nigéria e o Gana lideram o ranking de países religiosos, em contraste com a China que aparece a liderar o clube dos não-crentes, acompanhada pela Suécia e pela República Checa.

Um estudo feito pela Win Gallup International, a network internacional à qual a portuguesa Marktest se encontra associada, revela que os portugueses estão entre os cidadãos que menos acreditam em Deus em todo o mundo. Portugal fica onze pontos percentuais abaixo da média mundial de crentes em Deus, que se situa nos 71%.

Os dados revelados esta terça-feira mostram que em 67 países do mundo, 62% dos entrevistados afirmaram ser religiosos, independentemente de frequentarem ou não algum local de culto. A Tailândia, a Nigéria e o Gana lideram o ranking de países religiosos, com mais de 90% dos inquiridos a revelarem ser crentes, mas é na Indonésia, Nigéria, Gana, Kosovo e Azerbeijão que a totalidade dos entrevistados garante que acredita num Deus (não necessariamente o mesmo).

No reverso da moeda há um quarto dos inquiridos que afirmam não ser religiosos, 9% confessam ser ateus convictos e 5% não soubem responder à questão ou preferem não revelar a sua opinião. A liderar o clube dos não-crentes está a China, acompanhada pela Suécia e pela República Checa.

Em Portugal, 59% dos entrevistados dizem ser religiosos, 29% não religiosos, 9% ateus e 3% não sabem ou não respondem. Tendo em conta estes resultados, a Marktest indica que Portugal está entre o grupo de 32 países que apresentam a menor percentagem de crentes convictos. Deste grupo fazem também parte países como França (onde 45% se diz religioso), Irlanda (40%), Espanha (37%), Alemanha (34%) ou Reino Unido (27%).

Em termos regionais, é na União Europeia que se encontra a menor percentagem de entrevistados que se dizem religiosos, enquanto a maior está na África subsaariana (91%).

O estudo da Win Gallup International revela ainda que 54% da população mundial acredita na vida depois da morte, contra 36% em Portugal, e 74% acreditam ter alma, enquanto em Portugal a percentagem não vai além dos 63%.» in http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/portugueses-sao-dos-que-menos-acreditam-em-deus-em-todo-o-mundo-159711

01/11/16

Religião Católica - Falamos de grupos de jovens católicos que guiam o seu caminho perto dos valores de “Jesus”, o que não significa deixarem de viver a sua juventude.



«Jovens como os outros mas de olhos postos em Jesus. São cada vez mais

São cada vez mais os que existem pelo país. Falamos de grupos de jovens católicos que guiam o seu caminho perto dos valores de “Jesus”, o que não significa deixarem de viver a sua juventude. Tal como explicaram duas jovens, as "saídas ao sábado à noite" são algo perfeitamente normal, mas a "missa" ao domingo fala mais alto.

São “pessoas normais”, “super amigos” e também costumam “sair à noite ao sábado” como é habitual entre os jovens. Além disso, não se consideram como alguém “out of the box”. Talvez a principal diferença de Rita e Joana, ambas na casa dos vinte anos, em relação às restantes raparigas da sua idade, seja o facto de saberem que, independentemente de saírem à noite no sábado, “têm o compromisso” de no domingo “estar na missa”.

Joana e Rita tornaram-se amigas na A.A.S.U.L. Trata-se de uma “associação católica da Universidade de Lisboa”, ou como é normal designar-se entre os mais novos, um grupo de jovens católicos. Joana Andrade explicou ao Notícias ao Minuto que “existem muitas pessoas que entram [no grupo] que não são católicas. As pessoas que não nos conhecem, começam a sentir que há aqui qualquer coisa, ficam curiosas e pensam: O que é há aqui mais que eu não sei?”.

Como adianta o Patriarcado de Lisboa, “em cinco anos os núcleos de estudantes católicos nas faculdades em Lisboa aumentaram 400%. Há cinco anos, o número não ultrapassava os quatro; atualmente são 16 os núcleos juvenis que existem em diversas universidades”.

Ao contrário de Rita, que abraçou a religião católica por iniciativa própria – já chegaremos a esta história mais à frente -, Joana “não sabe o que é viver sem Jesus”. Apesar de os seus pais lhe terem “incutido” a religião católica desde miúda, já passou “por fases” em que não concorda a 100% com aquilo que a igreja diz. “Será que isto faz sentido? Será que não?”, interroga-se. “Tenho crises com a igreja e tenho crises de fé como qualquer outra pessoa, mas sinto sempre no meu dia-a-dia que Jesus está comigo, não sei explicar porquê. Por isso, nunca tive na minha vida uma crise em que deixasse de acreditar em Jesus”, garantiu.

Para mim faz sentido eu viver a minha vida a tentar seguir Jesus. Se Ele existe ou não, isso para mim está muito claro (…) É um bocadinho cliché, mas é uma coisa que se sente mesmo

Porém, Joana não é “nenhuma beata”. E não se considera “perfeitinha”. Considera, sim, que com Jesus o seu “caminho é de crescimento”. Se houve momentos em que discordou da Igreja, – na sua opinião pessoal, como fez questão de frisar – o Papa Francisco ajudou-a muito.

“Houve mudanças enormes, de pensamento não sei. Acho que este Papa, e não é preciso ser-se católico para perceber, está a abrir muitas mentes. E abrir mentes, a meu ver, faz com que o sentimento de culpa diminua em muita coisa. Pode ser um erro eu dizer isto, mas por vezes a igreja faz com que vivamos com um sentimento de culpa facilmente. ‘Não devíamos fazer isto porque estamos a pecar’ – isto mói uma pessoa, cansa. E isso cria uma imagem de Deus errada e distorcida. Parece que vemos Jesus ou Deus como um castigador”, explicou.

Para si, graças ao novo chefe de Estado do Vaticano, “esta visão de Jesus” tem conseguido ser eliminada e daí conseguir “criar uma sensibilidade nas pessoas, católicas ou não católicas, que é muito “notória”.

Uma realidade que começou sem Jesus

Concordando que a influência deste Papa é positiva, o percurso de Rita Caniço em nada se pode comparar ao de Joana. Apesar de agora o denominador comum ser, além da amizade, Jesus, Rita cresceu no seio de “uma família que não é católica”, não foi “habituada a ir à missa”, mas desde as suas primeiras aulas de catequese que nasceu a semente da religião dentro de si.

“Afastou-se muito da religião no secundário”, mas na faculdade voltou a recuperar as ligações a Jesus. Começou por se iniciar nas missões – termo designado para as ações de voluntariado – e quando conheceu a sua atual colega de direção na A.A.S.U.L., decidiu "ir a uma reunião”.

“A partir daí foi muito mais fácil a parte de conseguir estar perto de Jesus e a parte da oração, porque em casa às vezes a preguiça é muito maior. Como os meus pais não têm o hábito, acabo por me desleixar porque sei que ninguém vai reparar”, constatou. Sobre a associação, que se caracteriza essencialmente pelo seu trabalho na área do voluntariado de Lisboa até Cabo Verde, realça o facto de serem "mesmo uma família”.

Torna-se inevitável questionar: sendo estas duas raparigas católicas e “normais”, como encaixam os assuntos como a homossexualidade, ou o divórcio?

Rita foi pronta a responder. “Temos uma mente liberal, mas liberal q.b. Isto é: sabemos que a igreja não diz simplesmente que não aceitamos pessoas homossexuais. Para a igreja, o casamento é a formação de uma família. E na conceção de família da igreja, uma pessoa tem de ser gerada pelas duas pessoas do casal. Pessoas do mesmo sexo não têm a capacidade reprodutiva de o fazer”. Mas, ressalvou: “Achamos que… é muito generalizado e castigam demasiado a igreja porque exageram. A igreja não diz eu não aceito homossexuais”.

Acho que a sociedade exagera porque não tem conhecimento. Não quer conhecer
Quanto ao aumento deste grupos de jovens, Rita encontra a explicação no facto de “estes movimentos estarem cada vez mais abertos, no sentido de que estão a perceber que têm de ir ao encontro das pessoas”. Joana destacou, por sua vez, o “brutal” que é “ver que há muita gente que não é católica, mas que quer dar o seu tempo a outras pessoas”.» in https://www.noticiasaominuto.com/pais/674423/jovens-como-os-outros-mas-de-olhos-postos-em-jesus-sao-cada-vez-mais?utm_source=notification&utm_medium=push&utm_campaign=674423

09/02/16

Religião - O Papa Francisco concedeu, a 20 de Janeiro, em audiência à Congregação para a Causa dos Santos a autorização necessária à dispensa do milagre "formalmente demonstrado" para a declaração de santidade do Beato Bartolomeu dos Mártires, anunciou esta terça-feira a Arquidiocese de Braga.




«Português Bartolomeu dos Mártires será declarado santo

Papa Francisco dispensou a necessidade de um milagre formalmente demonstrado.

O Papa Francisco concedeu, a 20 de Janeiro, em audiência à Congregação para a Causa dos Santos a autorização necessária à dispensa do milagre "formalmente demonstrado" para a declaração de santidade do Beato Bartolomeu dos Mártires, anunciou esta terça-feira a Arquidiocese de Braga.

“Este passo significativo permitirá, em breve, a conclusão do processo de canonização e a declaração pública da santidade de Bartolomeu dos Mártires, antigo arcebispo de Braga e figura de referência do Concílio de Trento”, informa a arquidiocese.

Numa nota pública, D. Jorge Ortiga afirmou que esta notícia foi acolhida “como um novo estímulo para a caminhada arquidiocesana de conversão pessoal e pastoral” e reconheceu em Bartolomeu dos Mártires “um companheiro de viagem que abre novos horizontes” no caminho da nova evangelização.

Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável, a 23 de Março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beato, a 4 de Novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.

“A 5 de Fevereiro de 2015, D. Jorge Ortiga entregou, em mãos, ao Papa Francisco um dossiê sobre a vida do antigo arcebispo de Braga e formulou o pedido de canonização equipolente (dispensa do milagre). Com a actual dispensa do milagre, o processo de canonização entra numa fase conclusiva e, a curto prazo, será anunciada a data de canonização”, refere a arquidiocese.» in http://rr.sapo.pt/noticia/46494/portugues_bartolomeu_dos_martires_sera_declarado_santo?utm_source=rss


«Frei Bartolomeu dos Mártires

Bispo de Viana e arcebispo de Braga, nasceu em maio de 1514, em Lisboa, e ingressou na Ordem Dominicana em 1548. Dez anos mais tarde, terminou os seus estudos e ordenou-se sacerdote. Até à sua nomeação como arcebispo de Braga (1558) dedicou-se ao ensino. Enquanto professor teve como aluno, entre outras figuras do seu tempo, D. António, Prior do Crato, futuro pretendente ao trono na crise dinástica de 1578-1580. 

Deixou-nos mais de trinta escritos, dos quais se salientam: Stimulus Pastorum (com 21 edições); Catecismo da Dourina Cristã (com 15 edições) e Compendium Spiritualis Doctrinae (com 10 edições). 

Participou no Concílio de Trento, nos anos de 1562 e 1563, onde se fez notar não só pela defesa do primado peninsular da arquidiocese bracarense, mas também na defesa de uma reforma da Igreja urgente e eficaz. Foi, neste sentido, o primeiro prelado a promulgar os decretos tridentinos, aquando da reunião de um sínodo diocesano de Braga, em 1564. Dois anos depois, organizou o 4.º Concílio Provincial Bracarense, onde se redefiniram e ajustaram os decretos tridentinos segundo as necessidades existentes na província da sua arquidiocese.

Mesmo contra um conjunto de várias oposições, instaurou a reforma na Igreja, ao nível claro da sua arquidiocese, não deixando de influenciar muitas outras. Como linhas de força da sua ação, pretendia formar um clero zeloso e culto, que moralizasse os fiéis e administrasse os bens e os partilhasse pelo povo mais carenciado. Numa época em que a peste arrasava de uma forma avassaladora o povo português, levou mesmo a sua caridade ao extremo, chegando a dar as suas vestes e até mesmo a própria cama.

Como prelado preocupado com a formação do clero e suas reforma de disciplina, costumes e vida eclesiástica, reordenou o Colégio de São Paulo em Braga, definindo os seus programas de ensino de acordo com os princípios imanados em Trento relativos à instrução do clero. Ainda neste âmbito, introduziu e fundou as cadeiras de Casos da Consciência em Braga, em Viana do Castelo e no Seminário Conciliar Bracarense, com o fim de formar o clero segundo as ideias de reforma que defendia. Participou nas cortes de Tomar de 1580, com os arcebispos de Lisboa e Évora. A 20 de fevereiro de 1582, retirou-se das suas funções eclesiásticas, resignando assim também a mitra primacial de Braga.

Faleceu a 16 de julho de 1590, no convento dominicano de Santa Cruz que havia fundado em Viana do Castelo. O seu último suspiro foi o culminar de uma vida regrada e indesmentivelmente cristã; o povo da cidade limiana guardou ciosamente o seu corpo, com armas até, para que os bracarenses não o levassem para a sede da arquidiocese de Braga. Foi beatificado a 4 de novembro de 2001, em Roma, pelo Papa João Paulo II.

Foi objeto de uma biografia, em 1619, intitulada a Vida de Frei Bartolomeu dos Mártires, da autoria de Frei Luís de Sousa (fidalgo de nome Manuel de Sousa Coutinho que professara na Ordem Dominicana, após resignação ao casamento com D. Madalena de Vilhena, anteriormente casada com D. João de Portugal).» in Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. [consult. 2016-02-09 16:50:17]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/$frei-bartolomeu-dos-martires


(Viana: Centenário de Frei Bartolomeu dos Mártires)


(500 anos do nascimento de Frei Bartolomeu dos Mártires)


(Sessão de homenagem ao Beato Frei Bartolomeu dos Mártires)

10/04/15

Religião - Um geólogo israelita, Arye Shimron, afirma ter encontrado provas de que Jesus foi casado, teve um filho e que a ressurreição não ocorreu.



«A "verdade" que a Igreja nunca aceitará: Jesus Cristo era pai de família e nunca ressuscitou

Um geólogo israelita, Arye Shimron, afirma ter encontrado provas de que Jesus foi casado, teve um filho e que a ressurreição não ocorreu.

Shimron alega ter "confirmado" a autenticidade do túmulo de Jesus, em Jerusalém, onde estarão também os restos mortais de um alegado filho. 

Após fazer mais de 150 testes químicos ao túmulo, o geólogo estabeleceu uma ligação entre o 'James Ossuary' - um túmulo dado a conhecer em 2002 que contém a inscrição 'Tiago, irmão de Jesus, filho de José' - e a suposta sepultura da família de Jesus, na mesma cidade. O geólogo descobriu fragmentos de magnésio, ferro e silício que estavam no ossário de Tiago, que por sua vez combinava com a assinatura química no alegado túmulo de Jesus.

Estas descobertas trouxeram mais uma vez a controvérsia sobre o túmulo no bairro de Talpiot, que foi descoberto em 1980. Alguns especialistas e arqueólogos têm rejeitado a alegação de que o túmulo de Jerusalém está ligado a Jesus.

Arye Shimron acredita que Jesus foi sepultado com outras nove pessoas, entre elas "Judah, filho de Jesus" e a sua mulher, de nome "Maria". A teoria no entanto, não é aceite por todos os especialistas porque os nomes José, Maria e Jesus eram muito comuns na época em causa. No entanto, uma percentagem muito pequena teria tido a mesma combinação de nomes na mesma família.

Estas novas provas científicas não são aceites pela Igreja. A pesquisa pode ter enormes ramificações, uma vez que sugere que Jesus era casado, pai de uma criança e que a ressurreição física não ocorreu. 

O túmulo de Talpiot está agora selado, os ossos lá encontrados estão nas mãos da Autoridade de Antiguidades de Israel. Já o ossário de Tiago foi colocado num local secreto pelo seu proprietário, que mora em Telavive.» in http://visao.sapo.pt/a-verdade-que-a-igreja-nunca-aceitara-jesus-cristo-era-pai-de-familia-e-nunca-ressuscitou=f816051


(Jesus Cristo era casado?)


(O SEGREDO do CASAMENTO de JESUS CRISTO com MARIA MADALENA)


(EVIDÊNCIAS - Jesus era casado?, 2013 - TVNovoTempo)