Para se prepararem para a viagem, engenheiros suíços realizaram treinos durante meses, testando características de comunicação e segurança para assegurar uma viagem de sucesso.
No último fim de semana, um comboio com 1,6 quilómetros atravessou os Alpes suíços, o que lhe permitiu estabelecer um novo recorde para o comboio de passageiros mais longo do mundo. O feito coincidiu com o 175º aniversário da primeira linha ferroviária da Suíça, sendo esta uma forma de o celebrar. A locomotiva era composta por 25 comboios elétricos ligados uns aos outros, cada uma delas tinha quatro carruagens, o que eleva o total global do comboio para 100 carruagens.
A estrutura atravessou túneis, montanhas e vales ao longo da linha de Albula, declarada Património Mundial da Unesco em 2008. Ao longo de uma hora, o combóio percorreu cerca de 24,14 quilómetros através de alguns dos mais impressionantes desfiladeiros dos Alpes suíços. “Combinar isto com uma rota com curvas notoriamente apertadas, declives íngremes, 22 túneis e 48 pontes sobre vales profundos e os desafios tornam-se óbvios”, descreveu a CNN.
Os amantes do comboio e os membros da imprensa fixaram-se no topo das colinas ou esperaram em vales panorâmicos para observar o comboio a fazer a sua viagem de lazer através das curvas onduladas da via. Num festival organizado pela companhia ferroviária, três mil portadores de bilhetes reuniram-se na aldeia de Bergün e acompanharam a viagem através de uma transmissão ao vivo, destaca a Smithsonian Magazine.
Para se prepararem para a viagem, engenheiros suíços realizaram treinos durante meses, testando características de comunicação e segurança para assegurar uma viagem de sucesso. Os técnicos até montaram um sistema de intercomunicação personalizado para garantir que todos os sete maquinistas de comboios pudessem comunicar sobre velocidade e inclinação enquanto percorriam os Alpes.
“Após uma preparação intensiva, estamos muito contentes por termos alcançado este recorde mundial”, disse Renato Fasciati, responsável pelos caminhos de ferro, numa declaração. “Não só tivemos um maravilhoso festival ferroviário, como também nos pudemos apresentar em todo o mundo como um fascinante e inovador caminho-de-ferro de montanha”.
Andreas Kramer, maquinista principal do comboio, diz à CNN que a equipa conhece bem o percurso “cada mudança de declive, cada inclinação” – e que todos eles percorreram o plano muitas vezes. “Precisamos de estar 100% sincronizados, a cada segundo”, acrescenta ele. “Todos têm de manter a sua velocidade e outros sistemas sob controlo a todo o momento”.
A Linha Albula foi concluída no início do século XX – e até então, os viajantes só podiam aceder à área através de carruagens de cavalos e trenós. Antes da viagem do fim-de-semana passado, a Companhia Nacional Belga de Caminhos-de-Ferro estabeleceu o recorde anterior em 1991.» in https://zap.aeiou.pt/e-o-maior-comboio-do-mundo-se-partisse-de-s-apolonia-ja-estava-quase-a-chegar-ao-oriente-506771