25/12/15

F.C. do Porto História - A tradição de realizar jogos de futebol em quadra natalícia chegou a ter raízes no FC Porto, em meados do século passado.



«NO TEMPO EM QUE AS “BOAS FESTAS” TAMBÉM ERAM DADAS NO RELVADO

A tradição de realizar jogos de futebol em quadra natalícia chegou a ter raízes no FC Porto, em meados do século passado.

Nos anos 30, 40 ou 50 do século passado não existia televisão em Portugal, muito menos Internet e até outras formas de entretenimento que hoje em dia são comuns. Por isso, a véspera e dia de Natal viviam-se mais nas ruas e os chamados jogos de boas festas eram um hábito popular. O FC Porto participou em vários, ao longo desses anos, até que a tradição se perdeu, estando ainda presente em países como Inglaterra, onde o chamado boxing day da Premier League é um dos pontos altos da época. De qualquer forma, a relevância destes encontros cunhou até o termo “equipa de boas festas”, que adjectiva uma formação frágil, que entra em campo para marcar presença e sem grande ambição de vencer.

De facto, na maior parte dos registos que encontramos nestes encontros, o mais habitual é encontrar resultados muito desnivelados a favor dos Dragões. Por exemplo, em 1940, os azuis e brancos bateram o Carcavelinhos por 6-2 e, em 1949, derrotaram o Boavista por 8-2, com cinco golos do avançado Vital. Em 1950, o Salgueiros sai vergado a um desnivelado 7-3. Em 1945, e aí em jogo a sério, a contar para o Campeonato da Primeira Divisão, o FC Porto esmagou o Atlético por 11-0, com cinco golos de Correia Dias.

Em 1933, o adversário estava longe de ser pêra doce - o futebol húngaro era um dos mais fortes do mundo e viria a maravilhar o Mundo, especialmente na década de 1950 -, mas a selecção de Budapeste (que incluía as vedetas do Honved, MTK e Ujpest Doszda) foi goleada por 7-0 no Porto, na véspera de Natal de 1933. Quatro anos antes, também o Sporting regressou a Lisboa com um resultado de 4-1 favorável aos portistas.

Claro que, para esses resultados, contribuía o futebol sem amarras e preocupações defensivas que era então praticado. Mas é possível encontrar resultados renhidos nos acervos do Dragão: no dia de Natal de 1936, FC Porto e Benfica empataram a três, sendo que as principais expectativas recaíam sobre o potencial reforço Muller. O alemão não convenceu e acabou por ser devolvido à procedência, uma situação nos antípodas da vivida por Pinga (na foto, à direita), um dos maiores futebolistas da história do clube.

O madeirense, nascido a 30 de Setembro de 1911, foi apresentado a 25 de Dezembro de 1930, no âmbito de um particular com o Salgueiros, e terminaria a carreira depois de 15 de épocas ao serviço do FC Porto, em que alinhou em mais de 300 partidas (contabilizando provas nacionais e regionais) e superou também a barreira dos 300 golos. Em termos de títulos, conquistou três Ligas portugueses e dois Campeonatos de Portugal. A estreia oficial haveria de tardar quase um ano, devido à acção da Associação de Futebol do Funchal, que queria manter o craque no Marítimo, contra a sua vontade.» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/Equipas-de-boas-festas-Natal.aspx

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