24/10/18

Vitivinicultura - São 49 concelhos do Entre-Douro-e-Minho, com mar, rios e serra, cujo verde pinta a paisagem e o vinho com esse nome desperta sabores.




«Conheça a rota dos vinhos verdes e descubra os melhores sabores 

São 49 concelhos do Entre-Douro-e-Minho, com mar, rios e serra, cujo verde pinta a paisagem e o vinho com esse nome desperta sabores.

De Resende a Melgaço, de Esposende a Amarante, a paisagem é verde e o vinho também. Branco ou tinto: verde. Mas a rota dos vinhos verdes vai muito para além da simples prova ou degustação. 

O delicioso tinto Alvarilhão, de Resende ou Cinfães, leva-nos aos livros de Eça de Queiroz (‘Ilustre Casa de Ramires’), às aventuras de Serpa Pinto ou ao românico do Mosteiro de Santa Maria de Cárquere. 

Do outro lado do rio, em Baião, o branco Avesso insiste em Eça (‘Cidade e as Serras’) e atira para Amarante, pedindo poéticas leituras de Pascoaes. 

Atravessado o Tâmega, pela ponte de S. Gonçalo, caminhamos para a Cabreira, por Celorico, Cabeceiras e Vieira do Minho, de onde vislumbramos, nos espelhos das barragens, os primeiros sinais da casta loureiro, que se colhe com abundância por terras de Amares e Ponte de Lima. 

Não deixemos de visitar pontes e mosteiros e de lembrar textos de Feijó e sonetos de Sá de Miranda. Com a nobre casta Alvarinho no horizonte, subimos a Paredes de Coura, para apreciar o românico de Rubiães e homenagear Aquilino Ribeiro, contemplando o majestoso portão que permite vislumbrar a capelinha da Senhora do Amparo, pérola arquitetónica da Casa Grande de Romarigães. 

Monção e Melgaço formam a subregião do Alvarinho, espécie de altar desta Região dos Vinhos Verdes, fértil de sabores, de paisagens, de História e de património. 

Lembremos também as adegas e as quintas, algumas delas monumentais e carregadas de História, muitas de portas abertas aos visitantes. 

Aposta clara na promoção 

Em Portugal e no estrangeiro, os vinhos verdes têm reforçado a sua promoção. 

Um dos exemplos é a ‘Alvarinho Wine Fest’, que todos os anos, no segundo fim de semana de junho, atrai milhares de pessoas ao Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, a dois passos da Feira do Livro. 

Em 2019 é a 8, 9 e 10.  Monção Palácio da Brejoeira, berço do Alvarinho Terão as primeiras vinhas da casta Alvarinho sido plantadas nas terras que circundam o Palácio da Brejoeira, em Monção? Ninguém sabe, mas é certo que este belo e imponente edifício é a mais conhecida imagem do vinho que tantos apreciadores atrai aos concelhos de Monção e Melgaço. 

O palácio, imitação do da Ajuda, em Lisboa, foi mandado construir nos primeiros anos do século XIX, tendo a construção terminado quase 40 anos depois. 

Trata-se de uma casa senhorial, provavelmente da autoria do arquiteto Carlos Amarante, que, desde há meia dúzia de anos, pode ser visitada. 

É um ótimo ponto de partida para uma visita enológico-cultural à região. 

Visita que terá obrigatoriamente por passar pela Casa do Curro, no centro de Monção, onde está instalado o Museu do Alvarinho, pela Ponte de Mouro, onde D. João I pediu em casamento Dona Filipa de Lencastre, ou a torre de menagem que se ergue no centro da vila de Melgaço.  

Quinta do Soalheiro, em Melgaço  

Vistas para a Galiza Paisagem situada no coração do vale do rio Minho, concelho de Melgaço, o solar natural do vinho Alvarinho está rodeada de serras por todos os lados que formam um microclima único. 

Passeio na vinha em produção biológica situada junto à adega, contacto com a flora tradicional, ecologia e vindima", pode ler-se no site da Quinta do Soalheiro, a primeira marca de vinho Alvarinho do concelho mais a Norte de Portugal. 

Com largas vistas para a Galiza, esta quinta, de perfil familiar, coloca todo o seu pioneirismo ao dispor do visitante, que pode percorrer as vinhas, passar pela cave do espumante, pela zona do estágio em barricas de carvalho, do envelhecimento da aguardente e da fermentação e estágio em inox. Quatro décadas de enoturismo ao dispor dos apreciadores do mais nobre dos brancos. E isto numa terra afamada em queijos e fumeiros.  

Amarante Brinde a S. Gonçalo  

O vinho é poesia que se bebe e a poesia é um vinho que se ouve." Na sua quinta de S. João de Gatão, o mais telúrico dos poetas portugueses, rodeado de vinhedos e de olhos fixos no alto do Marão, brindava sempre, com branco ou tinto, nos prolongados encontros com o escritor e militar Raul Brandão. Teixeira de Pascoaes fez pela vinha, e os vinhos de Amarante são hoje poesia em muitas mesas, em Portugal e no Mundo. 

O S. Gonçalo, que alcunham de ‘casamenteiro das velhas’, merece um brinde numa das muitas tascas que abrem portas e erguem louros para lá da velha ponte sobre o rio Tâmega. 

E a terra, com a sua gastronomia e paisagens, imortalizadas nas telas dos mestres Amadeo de Souza-Cardoso e Acácio Lino, merece demorada visita. Os ‘Gonçalinhos’ abrem o apetite a uma merenda de presunto e pão de Padronelo. Com tinto.  

Amares Terras de monges 

A velha quinta do Mosteiro de Rendufe é hoje uma vasta vinha da casta loureiro. 

Esta terra de monges beneditinos tornou-se um ponto marcante da Rota dos Vinhos Verdes. 

Em Amares, o sol adoça as beiradas abrigadas do temeroso vento Norte e os vinhos, encorpados e frutados, dão nota disso em toda a plenitude. O vinho, assim como a laranja, são, nesta verdejante margem do Cávado, fruto do trabalho semeador seguidores de S. Bento e S. Bernanrdo de Claraval. Depois do mosteiro de Rendufe, aconselha-se uma passagem pelo de Bouro, que no tempo da fundação de Portugal foi uma das maiores casas dos Cistercienses no nosso País. O "Bacalhau à Abadia", servido junto ao mais antigo santuário mariano da Península Ibérica, pede vinho branco. 

Já as papas de sarrabulho, ótimas em todo o concelho, pedem tinto de pintar a malga.  

Ponte da Barca Vida comunitária  

A eira onde se ergue o maior conjunto de espigueiros existente no nosso País é uma das mais claras evidências da vida comunitária que, ao longo dos séculos, marcou a vivência das gentes do Lindoso e de um sem-número de aldeias do concelho de Ponte da barca e do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Mas, na realidade, o ato agrário mais comunitário dos nossos dias é, sem dúvida, a vindima. Ou seja, o vinho encerra, de alguma forma, o que resta dos nossos ambientes comunitários. 

O concelho da Ponte da Barca apresenta os vinhos típicos da ribeira Lima, embora a tradição popular assegura que o melhor branco é o de Ponte de Lima e o melhor tinto o da Ponte da Barca (concelhos vizinhos). Foi por isso que a adega cooperativa local resolveu apostar, e com sucesso, no tinto da casta vinhão. 

De resto, por cá não falta História, paisagem e gastronomia.   

Castas Loureiro, Avesso e Alvarinho Alvarinho é a casta nobre dos verdes brancos. Mas os últimos anos tem mostrado Loureiros de luxo e o Avesso apresenta-se como casta de futuro.  

Viana do Castelo  Santa Luzia dos meus amores 

Do zimbório do templo de Santa Luzia vislumbra-se o Lima a esticar-se para o mar e a cidade a querer abraçar o rio e o cais. 

Lá em baixo, para cá da ponte rodoferroviária desenhada por Eiffel, há mesas corridas em tabernas e bares, com petiscos marinhos a pedir canecas de verde branco bem fresco. 

Perto da estátua em que o arcebispo de Braga Bartolomeu dos Mártires, que o Papa Francisco promete canonizar em breve, segue a cavalo para Roma, está a igreja de S. Domingos, uma das mais antigas da cidade. Antes do brinde, merece visita também a Sé (igreja de Santa Maria Maior), o edifício da Misericórdia, os antigos Paços do Concelho ou o chafariz da Praça.» in https://www.cmjornal.pt/cm-ao-minuto/detalhe/conheca-a-rota-dos-vinhos-verdes-e-descubra-os-melhores-sabores


(Amarante Casa de Pascoaes)


Casa/Quinta TEIXEIRA DE PASCOAES / AMARANTE (Minho - Portugal)


(Casa de Pascoaes)

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