Poeta Teixeira de Pascoaes, e a sua Irmã, Maria da Glória.
«Com onze anos, o Poeta ofereceu um livro à mãe e escreveu na dedicatória: "Ofereço-lhe este livro enquanto não posso oferecer-lhos escritos por mim"...
No livro já citado: "Olhando para Trás Vejo Pascoaes", a minha Tia Maria da Glória escreveu:
"Foi sempre contemplativo. Não era triste, era um silencioso. Eu tive, mesmo depois de crescida, um respeito enorme pelo seu silêncio."
E conta: "Teria uns sete anos, quando se lembrou de fazer uma cruz com tábuas que encontrou na quinta, deitou-se nela e quis que nós o crucificássemos, atando-lhe os braços à cruz, com umas tiras de pano. Assim o arrastámos pelo corredor fora, aos aposentos de nossos Avós. A Avó paterna, que fazia sempre fazia profecias acerca daquele neto, disse: "E quem sabe quem ali está!""
E a Tia Maria da Glória conta ainda: "Do lado esquerdo da cozinha, havia um monte cheio de ervas e de pedras. Foi ali que ele construiu uma casota a que deu o nome pomposo de castelo. Deu-me as chaves e uma sacola de libras, que por sinal eram moedas de cinco réis novos muito amarelinhos - que me deslumbraram de riqueza! E fez-me castelã. Eu senti-me levantar da minha mesquinhez."» in Fotobiografia "Na sombra de Pascoaes" de Maria José Teixeira de Vasconcelos
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