29/06/18

História - "O Santo Graal dos Naufrágios" é um termo usado para descrever um navio espanhol perdido - também conhecido como o San José.



«QUEM PODE REIVINDICAR O MAIOR TESOURO SUBMARINO DO MUNDO JÁ ENCONTRADO?

"O Santo Graal dos Naufrágios" é um termo usado para descrever um navio espanhol perdido - também conhecido como o San José. Após vários anos, foi encontrado junto à costa da Colômbia e reacendeu o debate sobre quem tem direito a reivindicar as riquezas escondidas no mar.

Depois de muitas tentativas mal sucedidas, o navio submerso foi finalmente redescoberto na costa de Cartagena, Colômbia, em 2015. A recente operação de resgate para recuperar os biliões de euros em tesouros a bordo do galeão reacendeu o debate sobre quem tem o direito de reivindicar riquezas escondidas no mar, com vários lados diferentes disputando a propriedade do saque perdido.

O San José foi um galeão, de 64 canhões, da Marinha Espanhola, que foi lançado em 1698. Dez anos depois, o navio foi atingido na Batalha de Barú (também conhecida como Ação de Wager) e afundou  perto de Cartagena - junto com a enorme carga de ouro, prata e esmeraldas. As estimativas do valor do tesouro perdido no San José variaram drasticamente ao longo dos anos, mas as estimativas mais recentes apontam para que o valor do tesouro submerso seja aproximadamente de 17 mil milhões de euros.

Naturalmente, as promessas de tais riquezas perdidas despertaram as paixões dos caçadores de tesouros, governos e cidadãos particulares. No complicado caso de San José, as riquezas são reivindicadas pelo Estado espanhol e colombiano, em primeiro lugar. Embora a Marinha da Colômbia e a Instituição Oceanográfica Woods Hole tenham encontrado os destroços em águas colombianas, a Espanha ameaçou defender os seus interesses na ONU, se não for possível chegar a um acordo com a Colômbia. O debate sobre a propriedade é altamente complexo: por exemplo, enquanto o proprietário original do navio tem o direito viável de reivindicar a propriedade do seu conteúdo, esse direito pode ser suplantado pelo país que detém as águas em que o navio foi descoberto - neste caso, a Colômbia.

As águas estão ainda mais turvas pelo debate sobre quem são os donos originais do ouro, da prata e das esmeraldas em questão. O império espanhol tinha uma rica tradição de pilhagem do Novo Mundo, e grande parte da riqueza que financiou o Renascimento foi tirada dos povos indígenas da América do Sul. Grande parte do tesouro de San José consiste em moedas de ouro e prata - ouro e prata que foram tirados, principalmente, das minas de Potosí, na Bolívia. A Bolívia, portanto, também poderia ter uma reivindicação razoável, e acredita-se que até 8 milhões de indígenas tenham morrido nas minas durante essas escavações.

Cartagena, uma cidade que guarda histórias de tesouros e pilhagens

Os tesouros retirados de pilhagens têm uma longa história na América do Sul, e parte dessa história pode ser vista em Cartagena, na Colômbia.

Cartagena é uma cidade portuária que os espanhóis usaram como principal centro de coleta e transporte do ouro da América do Sul para a Europa. A bela cidade, à beira do oceano, conta com com fortalezas e armas que foram usadas para a proteger contra piratas e outras ameaças interessadas nas riquezas.

O Castelo de San Felipe está aberto aos visitantes que desejam explorar os túneis e canhões subterrâneos usados ​​durante as batalhas violentas para defender a cidade e o tesouro. O Museu do Ouro de Cartagena exibe esse ouro pertencente ao povo indígena que habitou a região, antes da chegada dos espanhóis.

Qualquer pessoa com interesse em história marítima também pode visitar o Galeon Bucanero, um museu interativo localizado num galeão no porto, ao lado da Cidade Velha de Cartagena.

Embora a localização precisa do galeão afundado de San José continue em segredo, a Colômbia anunciou planos para exibir, pelo menos, parte do conteúdo do navio num museu especialmente construído para isso, em Cartagena.

Daqui a alguns anos, os visitantes poderão ver as riquezas do San José com os próprios olhos, no novo museu dedicado a preservar o tesouro perdido com o navio há mais de 300 anos. Em primeiro lugar, resta saber se a operação para salvar o tesouro será bem sucedida e quem, finalmente, será capaz de reivindicar o maior tesouro  submerso já descoberto.» in https://viagens.sapo.pt/viajar/noticias-viajar/artigos/quem-pode-reivindicar-o-maior-tesouro-subaquatico-do-mundo-encontrado-pela-colombia


(Primeras Imágenes reales del Galeón San José hallado en Colombia • 2015)


(Colombia halla el galeón San José, un barco español hundido a principios del XVIII)


El verdadero dueño del TESORO del Galeón San José

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