08/03/14

Poesia - O Meu Amigo e Poeta, Manuel Ângelo Ochôa, interpela-nos com o Poema: "Remorso comigo mesmo, Portugal."



"Remorso comigo mesmo, Portugal.

Ilusão madrasta que me mata,
condição que me morres o lugar.
Aproximaste a irreal cadeira,
a que me acomodasse.
Diluíste, tornaste monótono o rigoroso fervor.
Era fado tropeçar nesse remorso,
teu corpo irmão jactado aí à vala.
Do deserto tóxico, ante a infestação do desastre,
clareava, teimosamente, na fina tonalidade,
a quase mediterrânica feiticeira luz.
Umas mil e uma vezes fiquei ébrio desse quê;
outras tantas vezes aqui tombarei ébrio,
até renascer da poalha cremada que sou,
na aurora alçar, sumir enfim de vez."

Manuel Ângelo Ochôa, Poeta



"Remorso comigo mesmo, Portugal", Manuel Ângelo Ochôa

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