A reviravolta, mais uma, diz muito da fibra que se confunde com o próprio código genético portista, da genialidade de Hulk, do inegável talento de Falcao, ou da inesgotável energia de Fernando. Em Leiria, o Dragão terminou em grande. Com brilho e com honra, da desvantagem à goleada (1-4).
Apesar de determinada, num investimento mais elaborado do que veloz, a abordagem inicial do FC Porto não rendeu muito mais do que movimentações claras de quem procura vencer e um domínio territorial inquestionável e não questionado pelo adversário, confortável na prática assumida do contra-ataque.
A espera paciente, numa contracção colectiva, pela oportunidade de acelerar em direcção à baliza de Beto valeu a vantagem à União de Leiria, que, mesmo assim, manteve a trama táctica, alterada apenas para acentuar a predisposição defensiva e, tarde de mais, para procurar dividir o jogo.
Três minutos bastaram para Guarín ter quase tudo para empatar: a assistência perfeita de Hulk, desde a marca de canto, e o golpe de cabeça que deixou Djuricic especado, na tentativa, bem sucedida, de desviar a bola com o olhar.
Ao pontapé, Guarín cumpriu, pouco depois do recomeço, a ameaça formulada na primeira metade. E da igualdade à reviravolta foram mais três minutos, obra e graça de Falcao, que bisaria mais tarde, desde a marca de penalty, depois de derrubado pelo guarda-redes da União e após mais uma assistência fabulosa de Hulk, que arrastou atrás de si um punhado de adversários, na ponta final de mais um lance capaz de fazer ruborizar quem, por desonestidade, estupidez ou mera afronta, não lhe encontrou melhor elogio do que a distinção de jogador com mais perdas de bola.
Desde o regresso do brasileiro, depois de extraordinária suspensão, o FC Porto não fez outra coisa se não acumular vitórias. Foram oito consecutivas. Mas, mesmo diante da evidência, ainda há quem se negue a reconhecer que tudo teria sido diferente com Hulk. Da qualidade do espectáculo à competitividade da prova.
Entre os dois golos de Falcao, que atingiu os 25 em 29 jogos na época de estreia na Liga, marcou Rodríguez, num remate cruzado indefensável, já depois de a União de Leiria resolver crescer no relvado. Tarde de mais para evitar a goleada, mas ainda a tempo para o jogo, no qual participou pela metade.
FICHA DE JOGO
Liga 2009/10, 30ª jornada
8 de Maio de 2010
Estádio Magalhães Pessoa, em Leiria
Assistência: 2.694 espectadores
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa)
Assistentes: Hernâni Fernandes e Nuno Pereira
4º Árbitro: Luís Catita
U. LEIRIA: Djuricic; Vítor Moreno, Zé António e Diego Gaúcho; Rúben Brígido, Marco Soares «cap», André Santos e Patrick; Silas e Cássio
Substituições: Rúben Brígido por Hugo Gomes (53m), Vítor Moreno por Carlão (66m) e Patrick por Bitencourt (84m)
Não utilizados: Michael, Elias, Tall e Ouattara
Treinador: Lito Vidigal
FC PORTO: Beto; Miguel Lopes, Rolando «cap», Nuno André Coelho e Alvaro Pereira; Fernando, Belluschi, Valeri e Guarín; Hulk e Falcao
Substituições: Valeri por Rodríguez (46m) e Belluschi por Tomás Costa (79m)
Não utilizados: Nuno, Maicon, Farias, Addy e Orlando Sá
Treinador: José Gomes
Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Cássio (23m), Guarín (60m), Falcao (63m e 87m, g.p.), Rodríguez (83m)
Disciplina: cartão amarelo a Djuricic (86m)» in site F.C. do Porto.
Golo que colocou de forma inequívoca Falcao como melhor marcador da Liga!
U. Leiria 1-4 FC Porto (D1 2009/2010) - resumo de mais uma Vitória dos Dragões, neste caso, oitava consecutiva!
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