Pressionada contra um muro num corredor da Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, estava um antigo altar que se estima ser de 1149.
A pedra de 2,5 por 1,5 metros revelou-se muito mais preciosa quando o seu outro lado foi exposto durante recentes renovações na igreja, o local tradicional da crucificação e sepultamento de Jesus, segundo a CNN.
Os investigadores acreditam que os elaborados ornamentos que encontraram na parte escondida da laje, indicam que foi outrora a frente decorada de um altar-mor medieval, que há séculos se orgulhava do seu lugar, num dos locais mais sagrados do cristianismo.
“Não se pode vê-lo agora, mas originalmente estava incrustado com pedaços de mármore precioso e pedaços de vidro”, disse Amit Re’em, arqueólogo de Jerusalém, que trabalha para a Autoridade das Antiguidades de Israel.
“Era brilhante e era um artefacto realmente espantoso”, notou Re’em, que conduziu a investigação com Ilya Berkovich, da Academia Austríaca de Ciências.
Os especialistas identificaram o método de decoração único como “Cosmatesque”, que combina arte clássica, bizantina e islâmica primitiva, na qual são usados azulejos de mármore colorido, cortados para preencher gravuras circulares na pedra.
“Estava no ápice, no santuário da Igreja (do Santo Sepulcro)”, afirmou Re’em.
“Todos os olhos dos crentes, dos peregrinos, (foram) para este objeto”.
E mesmo acima dele e à sua volta, todos os sumos sacerdotes, os sacerdotes e os monges da igreja fizeram toda a liturgia, a liturgia principal da igreja, sobre a mesa, aqui mesmo, sobre a mesa deste altar“, acrescentou ainda.
Foram encontrados altares decorados de forma semelhante dentro das igrejas de Roma dos séculos XII e XIII, explicaram os investigadores.
A laje de pedra foi recentemente virada ao contrário durante as renovações e o seu significado foi (re)descoberto.
Os arqueólogos acreditam que a relíquia em Jerusalém corresponde a descobertas arqueológicas do passado e aos relatos dos peregrinos sobre a consagração da igreja pelos Cruzados e sobre a formação do seu altar principal em 1149.
O altar foi utilizado pelo clero católico para celebrar a missa, até os Cruzados deixarem Jerusalém, realçou Re’em.
Posteriormente, foi utilizado pela igreja ortodoxa grega até ser danificado num incêndio em 1808, posto de lado e esquecido até às recentes renovações.
O Arcebispo Aristarcos de Constantina, o secretário principal do Patriarcado Ortodoxo Grego de Jerusalém, saudou a descoberta na igreja.
“Obras de pessoas de arte, pessoas de arqueologia, contribuem para nós, contribuem para a crença da igreja, para a convicção da igreja, de que este é o lugar no qual Jesus Cristo foi crucificado, enterrado e no qual ele ressuscitou“, referiu o Arcebispo, em declarações à Reuters.
As descobertas dos investigadores deverão ser publicadas até ao final do ano, pela Sociedade de Exploração de Israel.» in https://zap.aeiou.pt/antigo-altar-redescoberto-numa-igreja-do-santo-sepulcro-473637
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