«CIDADE INVICTA TAMBÉM NA CHAMPIONS
FC Porto bate Bayern Munique (3-1) com exibição fantástica e mantém-se como única equipa sem derrotas na prova.
Uma cidade, uma região e um país que tem no FC Porto o único representante em prova na Liga dos Campeões, vibrou lado a lado com as bancadas cheias do Estádio do Dragão na vitória por 3-1 sobre o poderoso Bayern de Munique, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. O bis de Quaresma e o golo do regressado Jackson Martínez permitem aos Dragões procurar na Alemanha a presença nas meias-finais - que seria a primeira desde 2003/04, quando os portistas conquistaram a prova - como única formação invicta na Champions. Para além disso, os azuis e brancos são neste momento, a par dos alemães, o melhor ataque, com 24 golos.
As memórias da conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1987, frente aos bávaros, terão preenchido as mentes dos adeptos, e esta foi apenas a segunda vez em que o FC Porto bateu este adversário. Foram precisos 28 anos, um grande ambiente e uma grande exibição - com momentos em que foi preciso ceder o domínio ao rival, é certo - para fazer vergar um clube que nunca tinha perdido em solo luso e que ultrapassou sempre os rivais portugueses na Europa. E já que falamos em factos históricos, sublinhe-se que os azuis e brancos vão em 11 vitórias consecutivas no Dragão, o terceiro melhor registo no recinto, e que Quaresma leva quatro golos nos últimos três jogos.
Com Jackson recuperado de lesão e no onze, a estratégia do FC Porto para abordar um adversário tão poderoso implicava oferecer, num primeiro instante, linha de passe para os centrais alemães na saída de bola; só depois surgia uma intensa pressão sobre a bola, que, na verdade, deu melhores resultados do que as melhores expectativas que Lopetegui teria. Aos 10 minutos, os Dragões venciam por 2-0, com o tal bis de Quaresma: primeiro, o extremo marcou de penálti, após uma falta do guarda-redes Neuer sobre Jackson Martínez, que roubara a bola não a um dos centrais, mas ao médio Xabi Alonso; no segundo golo, Quaresma desarmou Dante, seguiu para a baliza e não perdoou na cara do guardião alemão. No meio de tudo isto há uma grande mancha, que se espera que não seja decisiva na eliminatória: Neuer deveria ter sido expulso logo aos dois minutos pelo espanhol Velasco Carballo.
Os últimos 30 minutos da primeira parte foram, há que reconhecê-lo, de sofrimento para o FC Porto. Habituados a dominar a posse de bola, os azuis e brancos só a tiveram durante 36 por cento do jogo útil. A enorme agressividade e qualidade técnica dos alemães, a necessitar urgentemente de marcar para reduzir a desvantagem, fizeram com que os portistas tivessem de recuar para o seu meio-campo. Tanta pressão acabou por resultar no 2-1, num lance estranho, que nasceu de um pontapé de canto a favor do Bayern mas que revelou a capacidade do adversário na troca de bola. Boateng surgiu no lado contrário do canto, o direito, e cruzou para Thiago Alcântara empurrar na pequena área, aos 28 minutos. O FC Porto atacava pouco, mas quando o fez criou perigo: aos 34, um cruzamento de Alex Sandro foi desviado por Neuer para a barra e, aos 44, Casemiro cabeceou por cima, após livre de Quaresma na direita.
Era facilmente perceptível que os Dragões precisavam de se reorganizar e ter mais bola na segunda parte, e foi isso que sucedeu. Velasco Carballo é que voltou a fazer das suas e, naqueles pormaiores do critério disciplinar, a decisão pendia sempre a favor do Bayern. Foi assim que Lahm e Bernat, ambos aos 48 minutos, escaparam ao segundo amarelo. O FC Porto voltava a jogar em todo o campo, tal como nos primeiros minutos, e, aos 57, numa troca de bola digna de qualquer modelo de tiki-taka, Danilo cruzou para Herrera rematar mas Neuer - esse mesmo, que já não deveria estar em campo - respondeu com uma excelente defesa. A equipa de Munique sofria do mesmo modo que fizera os azuis e brancos penar durante meia hora e o 3-1 foi o resultado óbvio deste período. Um lançamento longo de Alex Sandro para Jackson, aos 65, permitiu ao colombiano contornar Neuer e atirar para o sexto golo em sete encontros na prova esta época. É o melhor marcador dos Dragões.
O FC Porto não mais perdeu o posicionamento em campo e a concentração. Os alemães pressionaram, mas não conseguiram criar oportunidades de golo. A única nota negativa é o facto de Danilo e Alex Sandro, os dois laterais, terem visto o amarelo e estarem por isso fora do duelo em Munique. Mais uma vez, o olho do árbitro foi clínico: Boateng, em risco de suspensão, foi claramente poupado pelo juiz, os portistas não tiveram a mesma sorte. Porém, no final do jogo, os portistas só podem ter sentido orgulho pela exibição frente a uma equipa que apresentou cinco campeões do Mundo e muitos milhões no relvado e no banco. Na saída do estádio, o hino do clube foi entoado a plenos pulmões.
VER FICHA DE JOGO» in http://www.fcporto.pt/pt/noticias/Pages/2014%20-%202015/cidade-invicta-tambem-na-champions-4-15-2015.aspx
FC Porto vs Bayern Munich 3-1 ~ All Goals & Full Highlights [2015]
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