(A obra "Rio de Janeiro", de António Carneiro)
FLORBELA ALVES
«Os modernistas que aprenderam a olhar e a ver em exposição no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante
Seis dezenas de obras de 14 pintores modernistas da Coleção Millennium bcp chegam à terra natal daquele que é considerado o maior de todos eles: Amarante. A exposição Os Modernistas, Amigos e Contemporâneos de Amadeo de Souza-Cardoso pode ser vista até fim de outubro
A Pintura modernista ocupa um lugar importante na Coleção Millennium bcp, cujas obras nos têm sido apresentadas amiúde. Desta vez, chegam à cidade “do maior dos modernistas, Amadeo de Souza -Cardoso”, congratula-se a historiadora Raquel Henriques da Silva, curadora da exposição Os Modernistas, Amigos e Contemporâneos de Amadeo de Souza-Cardoso, que acaba de inaugurar em Amarante, no museu que leva o nome do pintor português da primeira geração de modernistas (do início do século XX).
O que une estes 14 pintores, que nos apresentam 59 obras, “é a vontade de pôr em causa o modo como até então a pintura representava o que vemos à nossa volta”, sublinha a curadora no texto do catálogo da exposição. Estes artistas, que iniciaram as suas carreiras entre 1900 e 1930, “não pretendem que o espectador admire a perfeição, confundindo a arte com a vida, mas mostrar os processos de trabalho; para eles uma obra de arte é recriação, não cópia”, reforça. O circuito expositivo acompanha a disposição das salas do museu, obra do arquiteto Alcino Soutinho, e um dos primeiros espaços museológicos pensados para a Arte Contemporânea.
Raquel Henriques da Silva reconhece que estas obras da primeira metade do século XX, poucas vezes mostradas ao público, “não são fáceis de ver”. Têm uma variedade de técnicas e temas, desde as paisagens aos retratos ou às naturezas-mortas. De Amadeo de Souza-Cardoso, “o que morreu mais cedo desta geração tão promissora”, veremos duas pinturas: Paisagem (1912) e Montanhas (1910). Marçano (1939), de Almada Negreiros, será, aponta Raquel Henriques da Silva, uma das “obras inesquecíveis”, bem como Cavalos, de Dordio Gomes – uma das seis pinturas do artista em exposição –, Rio de Janeiro, de António Carneiro, as pequenas paisagens francesas de Francis Smith ou ainda “as figuras inquietantes” de Júlio [dos Reis Pereira, irmão de José Régio]. A exposição, que inaugura ao mesmo tempo que a cidade recebe o festival MIMO, pode ser visitada até 28 de outubro, mês em que se assinala o centenário da morte de Amadeo.
A curadora e historiadora de arte Raquel Henriques da Silva fará algumas visitas guiadas à exposição, em Amarante, em datas ainda a definir.
Museu Amadeo de Souza-Cardoso > Alameda Teixeira de Pascoaes, Amarante > T. 255 420 282 > 20 jul-28 out, ter-dom 10h-12h30, 14h-18h > €1» in http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/ver/2018-07-21-Os-modernistas-que-aprenderam-a-olhar-e-a-ver-em-exposicao-no-Museu-Amadeo-de-Souza-Cardoso-em-Amarante
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