(“O carro dos Cómicos”, de Júlio Pomar. Óleo sobre tela, assinado e datado de 1960. Em leilão a partir de 60.000 euros)
«Obra de Júlio Pomar sobe à praça a partir dos 60 mil euros
Leilão da Cabral Moncada reúne 346 lotes de arte moderna e contemporânea.
Este ano está a ser marcado por vários recordes mundiais no mercado de leilões de arte. O caso mais recente aconteceu há poucos dias quando, num evento da Sotheby's, em Londres, um anónimo arrematou por 34 milhões de euros uma pintura abstracta de Gerhard Richter que fazia parte da colecção do famoso músico Eric Clapton. Trata-se de um novo recorde de preço pago alguma vez num leilão pela obra de um artista vivo. À medida dos bolsos dos portugueses, o próximo leilão que a Cabral Moncada realiza a 22 de Outubro também poderá ser uma oportunidade tanto para quem pretende vender uma peça como para quem procura enriquecer a sua colecção de arte. Na segunda-feira, a leiloeira Cabral Moncada realiza um leilão de arte moderna e contemporânea recheado de obras de nomes sonantes. Entre outras, serão sujeitas ao ‘bater do martelo' peças de Júlio Pomar, António Dacosta, Menez, Paula Rego, Jason Martin, Júlio Resende, Jorge Vieira, Manuel Cargaleiro, Nadir Afonso ou Francis Smith.
Apesar de ser um leilão com artistas conceituados, os preços de base de licitação são muito variados. O quadro com o valor de licitação mais elevado pertence a Júlio Pomar. Trata-se de "O carro dos Cómicos", um óleo sobre tela datado e assinado de 1960 que vai à praça a partir dos 60 mil euros. No entanto, é possível adquirir peças por valores bem mais modestos entre os 346 lotes disponíveis. A título de exemplo, o lote com preço mais baixo tem um valor base de 80 euros. Tal como explica Pedro de Alvim, sócio gerente da leiloeira, "neste leilão há um pouco de tudo, entre peças maiores e mais pequenas, de autores consagrados e de outros que começam a aparecer". Em termos de áreas artísticas, a opção de escolha é muita vasta. Apesar do principal ser a pintura, também é possível adquirir lotes de desenho, escultura, fotografia, peças de mobiliário e de design, pratas ou arte africana.
Para além da pintura, o responsável da Cabral Moncada destaca ainda algumas esculturas por terem "um valor relativamente reduzido". É o que se passa, por exemplo, com três esculturas de Jorge Vieira. Deste artista, referência para a escultura em bronze "Figura Feminina" que é sujeita ao "bater do martelo" com uma base de licitação de 1.800 euros. Esta obra tem a particularidade de ser acompanhada por um certificado de autenticidade assinado por Noémia Cruz, viúva do Autor. No campo das curiosidades, poderá ser arrematado um óleo sobre tecido denominado "Linha de Água" da autoria de Mário Cesariny que tem a particularidade de ser uma almofada. Este lote já esteve presente num outro leilão e regressa agora à praça com um preço base mais baixo: 6.000 euros.
Pedro de Alvim considera que, apesar da crise, são cada vez mais os portugueses que frequentam os leilões, sendo que no caso concreto da arte moderna e contemporânea captam um público diferente dos eventos da arte mais antiga. Mais concretamente, chamam a atenção de um público mais jovem. Ainda assim, este responsável alerta para o facto de haver alguma "erosão de preços" nos leilão. "As peças muito boas têm sempre comprador, enquanto que nas peças médias já se nota mais isso", frisa Pedro de Alvim. Contudo, a crise poderá não ser o único responsável por este arrefecimento de preços. "Pode-se dizer que, depois de alguma euforia exagerada, os preços regressam a um ponto de equilíbrio", explica o especialista em arte.
Dicas em leilão
Informe-se
Antes dos leilões, as casas da especialidade disponibilizam dois ou mais dias para os interessados admirarem as peças. Aproveite-os para seleccionar as peças que pretende adquirir. É importante avaliar o preço da obra de arte e a cotação do artista.
Controle as emoções
Num leilão, a disputa de dois interessados pela mesma obra pode levar a que a peça seja arrematada por um valor bem mais elevado do que o previsto. Defina bem até onde pode ir para evitar um mau negócio.
Cuidado com os nomes sonantes
Uma colecção de arte repleta de peças de nomes sonantes não significa necessariamente que se está perante uma colecção valiosa ou com potencial de valorização. Mesmo os artistas mais conceituados fizeram obras de menor qualidade e passaram por fases menos brilhantes.
Compre apenas o que gosta
Os especialistas das leiloeiras aconselham os interessados a adquirem obras que, acima de tudo, apreciem. É preciso recordar que o primeiro objectivo de uma peça de arte é a sua exposição. Só depois vem a parte de investimento.» in http://economico.sapo.pt/noticias/obra-de-julio-pomar-sobe-a-praca-a-partir-dos-60-mil-euros_154302.html
(Júlio Pomar)
(Júlio Pomar - I)
(Júlio Pomar - II)
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