«Casa de Tardinhade vai ser monumento de interesse público
A casa e a quinta de Tardinhade, na freguesia de Gatão, vão ser objeto de classificação como “monumento de interesse público”, decorrendo até 30 de outubro a audiência prévia para a fixação da respetiva Zona Especial de Proteção (ZEP).
Toda a quinta se insere numa encosta sobranceira ao no Tâmega, voltada a sudeste, que se mantém muito bem preservada do ponto de vista paisagístico. A antiga estrada municipal Amarante/Celorico divide a quinta, implantando-se a casa de Tardinhade na zona nascente. Um portão ameado localizado no topo de um pequeno troço de caminho, marca a entrada principal com acesso através de um terreiro fronteiro à casa.
É possível que o núcleo inicial da casa remonte ao século XVI ou primeira metade da centúria seguinte, sendo constituído pela cozinha, duas salas e varanda coberta. Já no final só século XVII foi acrescentado um corpo perpendicular, dignificando o imóvel. Aqui se encontra a fachada principal com escada de acesso ao andar nobre e fenestração regular simétrica. No decorrer do século XIX registam-se várias alterações, entre as quais se destaca a construção ou reconstrução da torre que se eleva junto ao corpo mais antigo.
No interior, merecem especial referência o teto de masseira octogonal com decoração entalhada. A propriedade foi vendida em 1941, data a partir da qual o imóvel conheceu mais uma série de adaptações, principalmente ao nível interno, que procuraram respeitar as pré-existências. Do conjunto, destaca-se a cavalariça, muito modificada em consequência dessas intervenções.
A quinta possui, ainda, para além do alpendre e do edifício da adega e lagares, que se desenvolvem junto da casa, outros núcleos construídos que funcionam como casas de caseiros, palheiro e cavalariças e um edifício designado como casa do artista.
Esta última, decorre do facto de a Casa e quinta terem acolhido reuniões de artistas plásticos e escritores, maioritariamente amarantinos e com os quais a família proprietária se relacionava. Entre estes destacam-se António Carneiro, António Cândido, Amadeo de Souza-Cardoso, Teixeira de Pascoaes e Augustina Bessa-Luis.
Na quinta continua a cultivar-se vinha e a produzir-se um dos mais afamados vinhos verdes tintos da zona de gatão.
Os proprietários têm em curso a recuperação de toda a quinta, incluindo a parte agrícola, os jardins e fontes, matas e bosques, linhas de água e caminhos, intervenções que têm sido feitas com séria preocupação em ser autossuficiente e em respeitar processos tradicionais, tais como manutenção de vinhas em latada e reflorestação com espécies autóctones.
A casa principal ou a “casa grande” também se encontra em obras, tendo sido já recuperada toda a cobertura, de forma tradicional, utilizando-se a estrutura e telha preexistente.
Trata-se de um conjunto com grande interesse patrimonial não só pelas características arquitetónicas da casa principal, mas atendendo fundamentalmente à forte relação que existe entre a casa, a quinta e a envolvente, e a articulação entre os edifícios e os jardins/fontes/tanques, percursos, latadas, leiras, e matas, tudo disposto harmoniosamente. Acresce, ainda, que a quinta possui um excelente enquadramento paisagístico que se mantém muito bem preservado.» in http://www.cm-amarante.pt/index.php?info=YTozOntzOjQ6Im1lbnUiO3M6MzoiY2FtIjtzOjU6ImFjY2FvIjtzOjEyOiJub3RpY2lhc19sZXIiO3M6MjoiaWQiO3M6NDoiMTA0NSI7fQ==
Mais detalhes do processo, na página do IGESPAR:
http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/155982/
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