Pavão faleceu a 16 de dezembro de 1973 durante um FC Porto-Vitória de Setúbal.
A tragédia abateu-se sobre um clube, uma cidade, um país e o mundo do desporto há precisamente 50 anos. Quando o FC Porto recebeu o Vitória de Setúbal, naquele fatídico 16 de dezembro de 1973, todos esperavam (e desejavam) que o duelo entre Béla Guttmann e José Maria Pedroto fosse apenas mais um domingo de futebol nas Antas.
Mas não foi. Ao 13.º minuto da 13.ª jornada, acabado de passar a bola a António Oliveira, Fernando Pascoal Neves caiu inanimado no relvado e teve de ser transportado de emergência para o Hospital de São João.
Entre os milhares de portistas nas bancadas e os que seguiam a partida através do relato a angústia era enorme. A dúvida quanto ao estado clínico do atleta pairava no ar e os maqueiros da Cruz Vermelha socorreram dezenas de espetadores que se sentiram mal.
As más notícias correm depressa e o jogo já havia passado para segundo plano quando a dúvida deu lugar à certeza. Na Emissora Nacional, o comentador de serviço confirmava os piores receios: “Pavão morreu”.
Flaviense de gema, Fernando Pascoal Neves tinha apenas 26 anos, era internacional português e ganhou a alcunha por abrir muito os braços nos relvados por onde espalhava magia.
Fê-lo entre as décadas de 50 e 70, começou no Desportivo de Chaves e mudou-se para a Invicta em 1964. Estreou-se na principal equipa dos Dragões pela mão de Flávio Costa, numa vitória por 2-0 contra o Benfica, e dignificou as cores que o apaixonavam mais de 225 vezes.
Atingiu o estatuto de internacional, realizou uma dúzia de jogos pela seleção e chegou a ser dono da braçadeira azul e branca durante duas temporadas. Só abdicou dela quando deixou de se sentir digno de a envergar, após receber seis jogos de castigo por protestos contra Américo Barradas, árbitro de um Leixões-FC Porto.
Nos dias seguintes à morte do craque que contribuíra para a contratação de Cubillas, milhares de adeptos fizeram questão de se despedir dele e acorreram ao velório - uma missa de corpo presente que teve lugar no pavilhão das Antas. O cortejo fúnebre seguiu para o Cemitério de Agramonte, onde Pavão descansa eternamente no Mausoléu do FC Porto.» in https://www.fcporto.pt/pt/noticias/20231216-pt-meio-seculo-de-saudade
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