09/03/20

Zoologia - Uma câmara de armadilhagem fotográfica colocada por técnicos da organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural na aldeia de Uva (concelho de Vimioso, distrito de Bragança) registou a presença de um milhafre-real (Milvus milvus) oriundo de França.



«Milhafre-real voou 1500 quilómetros para passar inverno em Portugal

Uma câmara de armadilhagem fotográfica colocada por técnicos da organização não governamental de ambiente  Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural na aldeia de Uva (concelho de Vimioso, distrito de Bragança) registou a presença de um milhafre-real (Milvus milvus) oriundo de França. Foi no mês passado, dia 17 de fevereiro, que um indíviduo desta espécie, anilhado e marcado com marcas alares no nordeste francês, em Foug, foi observado em território nacional.

A ave foi também vista a sobrevoar a aldeia portuguesa de Uva em outros dias do mês de fevereiro, calculando-se que terá percorrido uma distância de cerca de 1500 quilómetros para passar o inverno no Nordeste transmontano. Nesta região encontra condições mais favoráveis de alimentação e clima durante esta estação do ano. A Palombar refere também que este exemplar nidifica e reproduz-se desde 2019 em Villeroy-sur-Méholle, também em França, a poucos quilómetros do seu local de nascimento.

A espécie é monogâmica, nidifica em árvores e ambos os progenitores cuidam das crias. Tanto caçam presas vivas como têm hábitos necrófagos. Como nidificante, o milhafre-real encontra-se em declínio acentuado e tornou-se bastante raro em Portugal, sendo hoje uma ave extremamente ameaçada com uma população reprodutora criticamente em perigo e uma população invernante vulnerável, com a presença de efetivos oriundos do norte da Europa.

No censo europeu do milhafre-real invernante 2020, realizado entre 1 de janeiro e 2 de fevereiro, no qual a Palombar ficou responsável pelo distrito de Bragança, os técnicos da organização registaram mais de 100 indíviduos e identificaram três dormitórios da espécie. “Todos os anos, grande parte dos milhafres-reais originários da Europa Central migram até à Península Ibérica para passar o Inverno, visto que é nesse território que encontra melhores condições de disponibilidade de alimento e climáticas”, explicou a ONG, com sede em Vimioso.

A Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural é uma organização não governamental de ambiente sem fins lucrativos, criada em 2000, que tem como missão conservar a biodiversidade, os ecossistemas selvagens, florestais e agrícolas e preservar o património rural edificado, bem como as técnicas tradicionais de construção.

Onde observar o Milhafre-real

Trás-os-Montes – Pode ser visto com regularidade na zona do Douro Internacional, nomeadamente junto a Miranda do Douro

Beira interior – Durante a época reprodutora pode ser visto no planalto de Riba Côa e na região do Sabugal

Alentejo – Pode ser visto durante o período de invernada na barragem da Póvoa, Elvas, albufeira do Caia, albufeira do Alqueva, Arraiolos, Mourão, Barrancos e Castro Verde, entre outros locais

Algarve – Aparece por vezes no período outonal junto ao cabo de São Vicente» in https://greensavers.sapo.pt/milhafre-real-voou-1500-quilometros-para-passar-inverno-em-portugal/


Milhafre-real/Red Kite - (Milvus milvus)

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