31/07/14

Rota do Românico do Tâmega e Sousa - A Igreja do Salvador de Lufrei localiza-se num vale fértil, junto à confluência de dois pequenos cursos de água, contrapondo-se assim à implantação de um número considerável de igrejas paroquiais edificadas em outeiros ou cumes mais ou menos elevados.

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«Igreja do Salvador de Lufrei

A Igreja do Salvador de Lufrei localiza-se num vale fértil, junto à confluência de dois pequenos cursos de água, contrapondo-se assim à implantação de um número considerável de igrejas paroquiais edificadas em outeiros ou cumes mais ou menos elevados. 

A sua origem monástica poderá explicar esta localização, tomada como ideal por Cluny e pelos beneditinos e definitivamente adotada por Cister como local-modelo para a implantação das suas casas.

Atribui-se a Lufrei o estatuto de mosteiro destinado a albergar monjas beneditinas (talvez fundado pela família de Gonçalo João da Pedreira) que, como tantos outros casos na região, nomeadamente Gondar) resultou em abandono no século XV, convertendo o seu estatuto monástico em igreja paroquial em 1455.

A tradição atribui a D. Mem de Gundar, da linhagem dos Gondar, a fundação dos três cenóbios de monjas beneditinas da região: Gondar, Lufrei e Gestaçô.

Estas infraestruturas comprovam a influência que as famílias nobres tiveram na fundação de casas religiosas, bem como testemunham a importância e subsequente criação de comunidades beneditinas femininas a partir do século XII. 

Eclesiasticamente a paróquia de Lufrei integrou inicialmente o termo da arquidiocese de Braga, tendo transitado para a do Porto em 1882. No século XX, passa a incluir a Comarca eclesiástica de Sobretâmega e a vigararia de Amarante.

Até 2001, a Igreja de Lufrei exerceu a função de paroquial junto da comunidade. No entanto, com a construção de uma nova igreja e devido ao mau estado de conservação, a sua função de culto foi-se perdendo ao longo do tempo. 

Desde março de 2010 que este elemento patrimonial românico integra o itinerário turístico cultural da Rota do Românico.

De modestas dimensões, a Igreja de Lufrei é, na sua essência, um excelente testemunho do designado românico de resistência ou gótico rural, demonstrando claramente como a construção “à maneira românica” foi tão apreciada no contexto da arquitetura da região dos vales do Sousa, do Tâmega e do Douro. 

Por tais motivos, esta construção de caráter simplificado, isenta de detalhes decorativos, deve ser entendida em função da sua cronologia tardia, da sua implantação e do seu contexto social. 
O caso de Lufrei é um bom testemunho de como as formas românicas persistiram no tempo, indo mesmo além da sua própria cronologia, assumindo contornos vernaculares.

Formalmente é um templo organizado por planta longitudinal, composta por nave única e capela-mor mais baixa e estreita que a nave. Lateralmente é adossada a sacristia, organizada em planta retangular e construída posteriormente. 

Plantas da Igreja de LufreiApesar da homogeneidade que se confirma ao nível da altura das fiadas de silhares, o aparelho que dá corpo ao templo prima pela irregularidade. 

Isenta de detalhes decorativos esculpidos, a Igreja de Lufrei é apenas iluminada por estreitas frestas de gosto românico, sendo estas rasgadas em pontos-chave do edifício, como são os casos das frestas abertas sobre o portal principal, sobre o arco cruzeiro e mais duas distribuídas por cada alçado da nave.

Os cachorros, pelas suas características formais (lisos e de forma retangular), são testemunhos do caráter tardio da construção. Também o arranjo dos portais, que se inscrevem na espessura dos muros, sem colunas ou tímpano, reforçam a inserção deste monumento numa cronologia avançada dentro do românico português. A empena da fachada principal é interrompida por uma dupla sineira, erguida ao modo românico.» in http://www.rotadoromanico.com/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/IgrejadoSalvadordeLufrei.aspx?galeria=Fotografias&regiao=Amarante&monumento=Igreja%20do%20Salvador%20de%20Lufrei&categoria=&TabNumber=0&valor=/vPT/Monumentos/Monumentos/Paginas/IgrejadoSalvadordeLufrei.aspx&guid={840DF223-B94C-4DAD-9135-428C1223EE86}



(Rota do Românico, vídeo promocional)


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