«Do salto "vulcânico" para o abismo "atlântico" em três segundos
Arquipélago dos Açores acolhe a 5ª etapa do Red Bull Cliff Diving no próximo dia 26 de julho.
Um penhasco de 27 metros no meio do Oceano Atlântico será nos próximos dias a plataforma de eleição dos melhores atletas do Mundo em saltos radicais, naquela que será a terceira edição consecutiva do Red Bull Cliff Diving World Series no arquipélago dos Açores.
No próximo sábado, as falésias vulcânicas do Ilhéu de Vila Franca do Campo vão abrir a segunda ronda do circuito mundial do Red Bull Cliff Diving num teste à liderança de Gary Hunt. O local, conhecido em São Miguel como o “Anel da Princesa”, acolhe a 5ª etapa da prova e poderá vir a ser determinante na luta pelo título mundial atualmente na posse do russo Artem Silchenko, o mais jovem atleta campeão da modalidade.
Para além do líder da competição Gary Hunt, e de Artem Silchenko, campeão em título, o “Anel da Princesa” terá nas suas encostas atletas de renome como o colombiano Orlando Duque, uma lenda neste desporto com 10 títulos mundiais e dois recordes do Guiness, ou o mexicano Jonathan Paredes, uma das maiores promessas da modalidade, ocupando atualmente o segundo lugar do circuito mundial.
E as expectativas são elevadas para a prova no Atlântico, uma vez que é a única no circuito mundial onde os atletas saltam diretamente do penhasco vulcânico para o abismo numa alusão às raízes da modalidade no Oceano Pacífico.
Segundo reza a lenda, o “cliff diving” terá começado no Havai, durante o século VXIII, quando o Rei Kahekili, um dos últimos monarcas independentes da Ilha de Maui, saltou de um penhasco vulcânico para o mar como forma de afirmação de poder e de coragem perante os seus súbditos. O líder tribal obrigou depois os guerreiros da ilha a seguirem o seu exemplo como prova de lealdade naquilo que viria a tornar-se num rito de iniciação.
Três séculos depois, os “guerreiros” e o oceano são outros apesar dos desafios continuarem a ser semelhantes, sendo que no fundo continua a ser um homem contra o abismo, onde três segundos frenéticos de adrenalina levam um corpo sem proteção a percorrer 27 metros a uma velocidade de 85 km por hora. E tudo isto sob avaliação de um júri composto por 5 juízes internacionais entre os quais se destaca a estreia do famoso mergulhador olímpico russo Dmitri Sautin.
Os saltos a partir de uma altura três vezes superior à altura dos saltos para a água do programa Olímpico têm uma vasta variedade de escolhas de entre um total de 119 saltos, 5 posições de saída, 9 grupos de saltos e 4 posições de saltos. Os atletas ganham ou perdem pontos de acordo com a avaliação dos juízes que vão ter em atenção a todas as particularidades da execução técnica do salto, desde a saída até à entrada na água do atleta. E tudo isto em apenas três segundos.
Classificação geral após a 4ª etapa:
1. Gary Hunt 730pts
2. Jonathan Paredes 470
3. Artem Silchenko 430
4. Steven LoBue 410
5. Orlando Duque 360
5. Michal Navratil 360
7. Blake Aldridge 350
8. David Colturi 240
9. Andy Jones 170
10. Kris Kolanus 89
11. Anatoliy Shabotenko (wildcard) 70
12. Mat Cowen (wildcard) 60
13. Miguel Garcia Celis (wildcard) 50
14. Jucelino Junior (wildcard) 48
15. Alain Kohl (wildcard) 30
16. Kent De Mond (wildcard) 29
17. Cyrille Oumedjkane (wildcard) 10
18. Edivaldo Keda Moura (wildcard) 9
19. Jorge Ferzuli (wildcard) 8
19. Kai Kirbs (wildcard) 8» in http://desporto.sapo.pt/mais_modalidades/artigo/2014/07/25/do-salto-vulc-nico-para-o-abismo-atl-ntico-em-tr-s-segundos
(Do salto “vulcânico” para o abismo “atlântico” em três segundos)
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