Casa da Cidreira Fregim, meados do século XX
«Sobre a História de Amarante e da Freguesia de Fregim, escreveu o Dr. Luís Van Zeller Macedo, sobre um aspeto menos glorioso que aconteceu na nossa freguesia:
«(..) É que havia alguns portugueses, que por medo, ou por tática, se mostravam adeptos do Imperador de França.
Foi o que aconteceu com o dono de uma casa em Fregim:
Quando as outras casas se encontravam já a arder, lembrou-se de colocar dentro da sua, logo à entrada, um grande retrato de Napoleão e quando os soldados franceses vieram, viram o retrato do seu Imperador e a casa foi poupada.
Este foi caso único, porque a maior parte dos amarantinos em face do espetáculo dantesco, que era o incêndio da Vila, sempre mostraram grande patriotismo e vontade de vencer os invasores.
Poucas foram as casas que escaparam: a de José Macedo, meu terceiro avó, por ser grande e por isso aproveitada para quartel do general Loison; a da família Pascoaes, na mesma rua, por ter servido para hospital, duas em Santa Clara, de onde metralhavam a ponte e poucas mais.
A casa Grande de Pinheiro também não ardeu, por nela terem instalado o quartel do General Delabord, outro comandante francês. (..)» in (Pequena História de Amarante, compilada por Luís Van Zeller Macedo, Amarante 1989)
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Esta história do quadro de Napoleão numa casa de Fregim ouvia-a algumas vezes contada na casa da Cidreira, pelo meu falecido Pai e Tios, e, na Casa de Pousada, por esse fantástico orador, o Senhor Sousa. Por motivos de honra escuso-me a nomear a casa em consideração, até porque quem sou eu para criticar um Maltês que para evitar que a sua casa e os seus bens fossem queimados... a "História" dos vencedores, não é só feita de vitórias, embora se queira, muitas vezes, endeusar os vencedores...
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