«DESCULPAS ACEITES
Jackson Martínez falhou um penálti, mas redimiu-se com dois golos que permitiram ao FC Porto bater o Rio Ave (2-1) no Dragão. Por isso, será consensual dizer que os portistas o “perdoam”, até porque já lá vão 22 remates certeiros na competição. Os portistas estiveram a perder por 1-0, mas a fórmula colombiana (Quiño e James também estiveram nos golos) permitiu dar a volta ao resultado.
Vítor Pereira comemorou o seu 50.º jogo na Liga com uma vitória (aliás, regista apenas uma derrota, há mais de um ano, em Barcelos), mas o Rio Ave fez o que podia para deixar o técnico de sorriso amarelo, tal qual a cor do equipamento alternativo que os vilacondenses apresentaram no Porto. Perante uma barreira defensiva, na segunda parte, os azuis e brancos tiveram de aumentar a rotação e chegaram ao 2-1 já aos 77 minutos.
O desenho em campo do Rio Ave foi claro desde o primeiro minuto: quatro defesas, dois médios a funcionar como “tampão” às ofensivas portistas (Wires e Tarantini, com Filipe Augusto mais avançado) e três homens móveis na frente (Ukra, Bebé e Braga). Mais relevante ainda é destacar o facto dos vilacondenses recuarem, sem excepção, para trás da linha da bola, sempre que o FC Porto a controlava.
Apesar do Rio Ave ter a intenção de aproveitar a velocidade dos seus dianteiros, o perigo criado foi pouco. Os portistas tiveram 73 por cento de posse de bola no primeiro tempo e praticaram o seu habitual jogo de toques e trocas de posição, mas com menos brilho do que o habitual. Houve mais perdas de bola do que é regra.
Nos primeiros 30 minutos, o lance de maior perigo foi uma triangulação entre Moutinho, Varela e Lucho, com o argentino a rematar à figura, aos 14 minutos. Aos 22, Braga não viu o devido cartão amarelo e o árbitro Artur Soares Dias ainda interrompeu o lance de ataque azul e branco.
A partida começou verdadeiramente a ganhar emoção aos 31 minutos, quando Filipe Augusto rasteirou Izmaylov na sua grande área. Porém, o penálti de Jackson saiu à figura de Oblak. Aos 38, Braga aproveitou uma desatenção da defesa portista para se isolar, ultrapassar Helton e marcar, na sequência de um passe longo. Pairou no ar a hipótese de uma “maldição” no Dragão, já que o avançado tinha marcado pelo Leixões, em 2008, na última derrota caseira do FC Porto para a Liga.
O lance de contra-ataque quase deixava os forasteiros em vantagem ao intervalo, mas o “forcing” portista ainda permitiu o empate na primeira metade: Marcelo meteu claramente a mão à bola após um cruzamento do estreante Quiño (que protagonizou uma exibição auspiciosa) e, desta vez, Jackson converteu o castigo máximo.
O FC Porto entrou mais pressionante e rápido na troca de bola no segundo tempo. A equipa percebeu, no descanso, que teria de dar mais para ultrapassar um Rio Ave organizado e que, não por acaso, é uma das sensações da Liga. A bola passou a rondar cada vez mais a área forasteira e os contra-ataques eram cada vez mais tímidos. Aos 49 minutos, Oblak voltou a impedir o sucesso de um remate de Jackson, na grande área, após uma excelente trabalho com Lucho.
A história da segunda parte, pelo menos até aos 77 minutos, resumiu-se a um jogo de squash em que a parede era uma barreira amarela. O FC Porto tentou chegar ao golo com remates de meia distância e cruzamentos, pela direita, pela esquerda e também pelo meio. O segundo golo acabou por surgir em mais um lance de sabor colombiano: James cruzou, Jackson recebeu, esperou a saída de Oblak e colocou a bola fora do seu alcance.
O Rio Ave já não teve forças para reagir e o FC Porto até poderia por duas vezes ter aumentado a vantagem, a segunda das quais por Jackson, que assim teria feito um “hat-trick”. Não era preciso tanto, porque os adeptos já o tinham “perdoado” – aliás, desculparam-no mesmo antes da marcação do segundo penálti, com uma calorosa salva de palmas. O FC Porto lidera a Liga, para já de forma isolada, com 52 pontos.
FICHA DE JOGO
FC Porto-Rio Ave, 2-1
Liga portuguesa, 20.ª jornada
23 de Fevereiro de 2013
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 27.859 espectadores
Árbitro: Artur Soares Dias (Porto)
Assistentes: Rui Licínio e Bruno Rodrigues
Quarto árbitro: Rui Fernandes
FC PORTO: Helton; Danilo, Maicon, Otamendi e Quiño; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); Varela, Jackson Martínez e Izmaylov
Substituições: Izmaylov por James (intervalo), Lucho por Defour (67m) e Varela por Castro (87m)
Não utilizados: Fabiano, Liedson, Abdoulaye e Kelvin
Treinador: Vítor Pereira
RIO AVE: Oblak; Lionn, Nivaldo, Marcelo e Edimar; Tarantini (cap.), Wires e Filipe Augusto; Braga, Bebé e Ukra
Substituições: Braga por Tope (66m) e Bebé por Diego Lopes (82m)
Não utilizados: Rafa, André Vilas Boas, André Dias, Del Valle e André Costa
Treinador: Nuno Espírito Santo
Ao intervalo: 1-1
Marcadores: Lucho (20m) e Jackson Martínez (45m+2 e 77m)
Cartões amarelos: Marcelo (45m+1), Tope (68m), Ukra (80m) e Wires (90m+1)
Cartões vermelhos: nada a assinalar» in
(20ª J: Resumo FC Porto 2-1 Rio Ave)
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