10/02/13

Liga Zon Sagres: F.C. do Porto 1 vs Olhanense 1 - Dragões escorregam no granizo e perdem oportunidade de se isolarem na frente do campeonato!

«Tentámos de todas as formas e feitios»

«OLHO GORDO

O FC Porto mantém-se líder da Liga, mas não foi capaz de bater este domingo o Olhanense (1-1), num encontro em que desperdiçou inúmeras oportunidades e em que viu o guarda-redes Bracali  ser “milagreiro”. Jackson apontou o 19.º golo na prova (uma média superior a um por jogo, que já não era atingida nesta fase desde 1998/99, por Jardel), mas falhou um penálti que poderia ter isolado os Dragões na tabela.

O Olhanense apresentou-se em campo com uma natural aposta em linhas defensivas recuadas e em contra-ataques rápidos, com Targino como “falso” ponta de lança. Foi o FC Porto a fazer chegar a bola à área contrária nos minutos iniciais, mas o Olhanense marcou primeiro num lance protagonizado precisamente por Targino, na direita. 440 minutos depois, Helton foi batido, mas ainda assim esta é a sua terceira melhor marca ao serviço dos portistas.

O encontro esteve interrompido durante cerca de três minutos, devido ao granizo que caiu no Dragão, e a história do primeiro tempo fez-se precisamente com sucessivas vagas de ataque azuis e brancas, que foram fustigando a defesa algarvia, capaz ainda assim de escapar pelos pingos da chuva. O Olhanense chegou ao descanso em vantagem, sendo a primeira formação que o consegue esta época no Dragão

De nada valeu a posse de bola esmagadora (73 por cento), nem o facto de o segundo remate do Olhanense ter ocorrido já nos descontos do primeiro tempo e ter sido inofensivo. No futebol, contam as bolas dentro das redes e não as ocasiões criadas. Nesse capítulo, destaque para dois remates de Jackson, aos 33 e 39 minutos – com Maurício a evitar o golo em ambas as situações, no segundo caso em cima da linha de baliza – e outro de Alex Sandro, na ressaca a um livre apontado por João Moutinho.

No segundo tempo, a linha defensiva do FC Porto subiu ainda mais uns metros e, como consequência, o Olhanense foi forçado a recuar mais. Era evidente que não era possível um jogo de posse de bola tão vistoso como nos últimos encontros. E o golo do empate acabou por surgir num lance de bola parada, aos dez minutos da segunda parte: canto no lado esquerdo do ataque, bola no poste e Jackson a empurrar para o fundo da baliza.

Será impossível apontar falta de vontade aos jogadores do FC Porto; se houve falhas, ocorreram por sofreguidão em chegar à vitória. Foi essa mesma sofreguidão que obrigou Helton a uma excelente defesa, perante Targino, aos 61 minutos. Foi mesmo o único lance de perigo dos algarvios na etapa complementar. Tratou-se de um mero interregno num filme de sentido único, cujo final feliz poderia ter sido escrito de novo por Jackson. Uma mão na bola de Jander, aos 64 minutos, prtoporcionaram aos Dragões uma grande penalidade em que o colombiano atirou por cima.

Se os nervos já estavam à flor da pele, ainda aumentaram mais a partir desse momento e passou a ser claro que já não havia condições para um futebol racional e pensado. Recorrendo a lances mais directos, o FC Porto criou ocasiões mais do que suficientes para chegar ao segundo golo. Por centímetros ou por milagrosas intervenções de Bracali, o tento nunca chegou.

Enumerar esses lances seria tão fastidioso como relatar o número de vezes em que os jogadores do Olhanense caíram no relvado ou perderam tempo na execução de lances de bola parada. O FC Porto fez 29 remates, somou 11 ocasiões de golo (segundo a estatística oficial da Liga) e teve 78 por cento de tempo de posse de bola. Também não vale a pena pensar muito no lance em que Targino vê amarelo mas bem poderia ter sido expulso. A bola não entrou por uma segunda vez na baliza da Olhanense e tal só parece ter acontecido por acção de um invejoso olho gordo, que é como quem diz mau-olhado.

FICHA DE JOGO

FC Porto-Olhanense, 1-1
Liga portuguesa, 18.ª jornada
10 de Fevereiro de 2013
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 26.809 espectadores

Árbitro: Cosme Machado (Braga)
Assistentes: Inácio Pereira e Alfredo Braga
Quarto árbitro: António Augusto Costa

FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); Varela, Jackson Martínez e Izmaylov
Substituições: Izmaylov por Sebá (58m), Varela por Tozé (66m) e Fernando por Liedson (71m)
Não utilizados: Fabiano, Maicon, Castro e Abdoulaye
Treinador: Vítor Pereira

OLHANENSE: Bracali; Luís Filipe, André Micael, Maurício e Jander; Vasco Fernandes, Tiago Terroso e Rui Duarte (cap.); Babanco, Targino e Evandro
Substituições: Evandro por David Silva (59m), Babanco por Lucas (66m) e Luís Filipe por Nuno Piloto (76m)
Não utilizados: Ricardo, Nuno Reis, Leandro e Francesco
Treinador: Manuel Cajuda

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Targino (7m) e Jackson Martínez (55m)
Cartões amarelos: Jander (64m), Fernando (72m), Nuno Piloto (78m), Targino (80m), Rui Duarte (83m) e Lucas (83m)
Cartões vermelhos: nada a assinalar» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futfcpolhanensecro_100213_73717.asp



2013.02.10 (20h15) - FC Porto 1-1 Olhanense

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