"VIDAS CRUZADAS
Carência em ânsia crescente,
Rumos de direção em alento,
O que a um o outro sente
No peito, num momento.
Ao cruzar um gesto se faz
Tão distante, no embaraço
De dar, por não ser capaz
A vontade de um abraço.
São instantes em desvio,
Corações que batem à toa,
Ao preencher o vazio
Da vida, que tão magoa.
Por tão longe a idade
Da memória, num rosto,
Faz acordar a saudade.
Quanta em desgosto!
Como pedras calçadas
De paixão, que foram ruas
De mulheres tão amadas,
Hoje, de palavras nuas."
Eugénio Mourão
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