
«Entrada de Dragão
Foi com redobrada obstinação que o Dragão ultrapassou uma obstinada marca, que ameaçava tornar-se indissociável das campanhas europeias azuis e brancas. Cinco épocas de entradas na Champions sem registos de triunfos ficaram resolvidas em apenas 13 minutos, com tiro duplo de assinatura argentina, mas só confirmadas em cima do apito final, no resoluto espírito portista que não se deixa restringir perante memórias ardilosas.
A entrada dos Dragões não poderia ser mais convincente para aqueles que ainda faziam contas e trocavam estatísticas passadas, remetendo as atribulações dentro de campo a meros exercícios de destino e fortuna. Em dois tempos, inspiração dobrada, os comandados de Jesualdo Ferreira esclareceram os cépticos.
Primeiro fê-lo Lisandro, que antes havia ameaçado, mas que aos 11 minutos irrompeu no sítio certo para atribuir a melhor sequência a uma primorosa solicitação de Raul Meireles. Dois minutos depois, o perfume sul-americano voltou a sentir-se em pleno no desempenho portista: Lucho foi, desta vez, o protagonista, aproveitando uma jogada de insistência de Rodríguez, para disparar, dispensando conjecturas, para o fundo das redes contrárias, sem que o desamparado guarda-redes adversário percebesse o que o havia atingido em tão curto espaço de tempo.

«Encostada às cordas», a formação turca apenas ensaiou alguma oposição à passagem da meia hora da partida, e conseguiu reduzir a desvantagem numa das primeiras ocasiões que criou, graças ao golo do espanhol Guiza.
À semelhança da primeira metade, a segunda arrancou com um F.C. Porto determinado, que teve em Mariano um protagonista eminente, aproveitando um erro defensivo adversário para se colocar frente-a-frente com o guarda-redes, não achando, por centímetros, o desejado caminho para o golo que insistentemente procurou.

O arranque vitorioso na edição 2008/09 da Champions, que de glória cunhou igualmente a estreia de sete jogadores portistas na competição (cinco como titulares e mais dois suplentes), atinge contornos de destaque a vários níveis: acerta contas antigas perante entradas indecisas na prova, patenteia os argumentos do Tricampeão nas lides de topo europeu e abre caminho a uma promissora campanha azul e branca na competição.

Ficha de Jogo:
UEFA Champions League 2008/09 – Grupo G – 1ª Jornada
17 de Setembro de 2008
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 38.709 espectadores
Árbitro: Bertrand Layec (França)
Assistentes: David Benech e Michael Annonier
4º árbitro: Hervé Piccirillo
F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Bruno Alves, Rolando e Benítez; Fernando, Raul Meireles e Lucho «cap.»; Mariano, Lisandro e Rodríguez
Substituições: Mariano por Hulk (60 min), Raul Meireles por Tomás Costa (66 min) e Rodríguez por Lino (90 min)
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Farías e Candeias
Treinador: Jesualdo Ferreira
FENERBAHÇE: Demirel; Gonul, Lugano, Çakmak e Roberto Carlos; Emre, Maldonado, Sahin e Boral; Alex «cap.» e Guiza
Substituições: Sahin por Josico (45 min), Josico por Yilmaz (53 min) e Boral por Kazim Kazim (76 min)
Não utilizados: Babacan, Bilgin, Turaci e Parlak
Treinador: Luís Aragonés
Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Lisandro (11 min), Lucho (13 min), Guiza (29 min) e Lino (90 min)
Disciplina: Cartão amarelo para Sapunaru (54 min), Lugano (71 min) e Guiza (74 min)» in site F.C. Porto.
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