«Em 1911, ainda Pascoaes era juiz substituto em Amarante.
Foi então que se reuniu em Coimbra, no Choupal, com Leonardo Coimbra, Augusto Casimiro, Jaime Cortesão e Álvaro Pinto.
Foi este grupo que resolveu fundar uma associação cultural — a Renascença Portuguesa —, que terá o propósito de «restituir Portugal à consciência dos seus valores espirituais próprios».
Pascoaes criou a filosofia da Saudade. Para ele a Saudade é a lembrança saudosa do passado projectada em Esperança no Futuro.
Este idealismo reflecte-se em toda a sua obra.
Nesse mesmo ano, publicou um novo livro — «Marânus» —, um longo poema cíclico de grande exaltação e simbolismo, consagrado à Saudade.
Uma parte desta obra foi escrita em Travanca do Monte, à sombra de um enorme rochedo que ainda hoje existe intacto. A outra parte foi escrita, como atrás dissemos, no Mirante da Casa de Pascoaes.
A figura central deste cântico saudosista, Eleonor, foi inspirada pela lembrança de Leonor Dagge, a loira inglesinha da Foz.
A serra do Marão é o grande cenário desta peregrinação saudosa:
«Pois só morre quem ama, e quem é amado Vive sempre em espírito saudoso...»
A 1 de Janeiro de 1912, sai o primeiro número da revista «A Águia», órgão da Renascença Portuguesa, dirigida por Teixeira de Pascoaes. António Carneiro é o director artístico.» in Fotobiografia "Na Sombra de Pascoaes" de Maria João Teixeira de Vasconcelos.
Nova Águia - (Revista de Cultura para o Século XXI)
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