«No futuro (longínquo) a Terra poderá sofrer o mesmo destino de Marte
A NASA continua a tentar perceber o que aconteceu à atmosfera de Marte e o que provocou a perda de gases. Os ventos solares são uma das causas, mas teoricamente a Terra pode sofrer os mesmos efeitos.
A análise realizada nos últimos meses através do MAVEN permitiu já aos cientistas tirar algumas conclusões, algumas das quais foram alcançadas através da comparação entre a atmosfera do Planeta Vermelho e a Terra.
Na conferência de imprensa que o TeK acompanhou em direto os cientistas do programa de exploração de Marte explicam os mecanismos que levaram à perda de atmosfera, o que aconteceu há alguns milhares de milhões de anos atrás, e que causou a desertificação do planeta, tornando-o no deserto árido e avermelhado que acabaram por lhe conferir o seu cognome.
Em setembro a NASA tinha concluído que Marte já teve água líquida, e uma atmosfera que poderia ter suportado vida, mas não marcianos. A descoberta foi revolucionária, mas continuou a ser investigada pela equipa que também prepara a primeira missão humana ao planeta.
Agora a perda de campo magnético do planeta é apontada como uma das razões para a perda de gases da atmosfera, o que poderá acontecer também à Terra num futuro longínquo. A possibilidade da Terra vir a perder o seu campo magnético é uma das hipóteses que tem sido colocada pelos cientistas, e que poderá deixar o planeta à mercê dos ventos solares.
Respondendo a questões colocadas pelos utilizadores por telefone, online e nas redes sociais, os cientistas afirmam que a análise de dados sobre a possibilidade de existência de vida, e de uma atmosfera continua a justificar a continuidade da investigação no planeta.
O que aconteceu em Marte?
Os dados recolhidos pelo MAVEN mostram a velocidade a que o planeta perde gases para o espaço, através do vento solar, que acelera a erosão da atmosfera, sobretudo durante tempestades mais intensas.
Marte terá tido uma atmosfera mais densa, o suficiente para suportar a existência de água em estado líquido, um dos elementos cruciais para a existência de vida, explicou John Grunsfeld, astronauta e administrador da NASA na conferência que decorreu hoje.
Segundo os dados, a perda de atmosfera acontece a uma taxa de 100 gramas por segundo, mas tudo somado torna-se significativa ao longo do tempo. E a taxa poderá ter sido mais relevante há milhares de milhões de anos, quando o Sol era uma estrela mais jovem e mais ativa.
A combinação entre taxas de perda elevada de gases e tempestades solares intensas, e emissões de ultravioletas, podem justificar um processo de transformação acelerada do clima de Marte que terá acontecido há milhares de milhões de anos.
As perdas são mais significativas em três regiões do planeta: na "cauda", sobre os pólos de Marte e na nuvem de gás que rodeia Marte. A equipa determinou que pelo menos 75% dos iões que escapam do planeta vêm da região da "cauda".
Os cientistas realçam ainda que a compreensão do que aconteceu à atmosfera de Marte é importante para perceber as mudanças do ambiente e preparar a viagem da primeira missão humana.» in http://tek.sapo.pt/multimedia/artigo/no_futuro_longinquo_a_terra_podera_sofrer_o_mesmo_destino_de_marte-44910xwj.html
(O vídeo que reproduzimos simula o efeito do vento solar na atmosfera de Marte)
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