«FÓRMULA COLOMBIANA
Jackson e James ameaçaram resolver o jogo praticamente desde o início, mas só cumpriram pelo fim. Ou quase, porque, depois do golo e tal como antes, ficaram outros por fazer. Ensaio atrás de ensaio, a interferência colombiana revelou-se uma constante que justificou a variável. O suficiente para fazer toda a diferença: James "bateu" o canto e Jackson marcou. Estava derrotado o Moreirense.
A retractação, depois de duas derrotas consecutivas em duas competições que não a Liga, chegou a parecer uma questão de segundos, mas o processo revelar-se-ia mais demorado e difícil do que fazia prever o remate cruzado de Jackson Martínez, ainda antes de esgotado o primeiro minuto.
Seria preciso dar tempo ao tempo, suspeita reforçada pouco depois, quando James falhou o que não costuma perdoar, dispondo de espaço e da bola a seu gosto: no ar e ao jeito do pé esquerdo. Tudo na sequência de um canto, em que pensou e executou suficientemente rápido, mas sem a precisão necessária.
Mais dois remates que tinham tudo para ser golo, na cabeça e nos pés de Jackson, e ficou fácil perceber que acrescentar paciência à estratégia, que já pedia mais velocidade, era uma inevitabilidade. Sobretudo, porque há muito que envolvia todos os seus recursos, incluindo as versões mais atacantes dos defesas Danilo e Alex Sandro.
A segunda parte, que começou com Kelvin no lugar de Lucho, numa troca imposta por lesão, manteve a configuração da metade que a precedeu, mas com contornos mais intensos e extremados e duas consequências mais ou menos lógicas: se, por um lado, o ataque mais efectivo aproximou ainda mais o FC Porto do golo, por outro, o assédio absoluto soltou o contra-ataque do Moreirense, inflacionando o risco.
Jackson e James voltavam a ameaçar, mas pequenos e grandes pormenores impediam-nos de cumprir. O guarda-redes Ricardo Ribeiro, em noite inspirada, era o maior de todos. Grande, mas não imenso, para poder negar a vantagem portista eternamente. Aos 71 minutos, por fim, não pôde mais adiar aquilo que desde cedo parecera incontornável.
Num movimento típico de ponta-de-lança, a que acrescentou um instante quase circense na forma como rodopiou no ar para melhor enquadrar o cabeamento, Jackson marcou mesmo. De cima para baixo, fez o seu décimo golo na Liga e a nona vitória portista na prova. A assistência, desde a marca de canto, foi de James, fortalecendo a fórmula colombiana que já decompôs a resistência de outros adversários.
FICHA DE JOGO
FC Porto-Moreirense, 1-0
Liga, 11.ª jornada
8 de Dezembro de 2012
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 24.610 espectadores
Árbitro: Vasco Santos (Porto)
Assistentes: João Santos e Ludovico Santos
Quarto árbitro: João Lamares
FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Defour, Lucho (cap.) e João Moutinho; James, Jackson Martínez e Varela
Substituições: Lucho por Kelvin (46m), Varela por Kleber (57m) e James por Atsu (90m)
Não utilizados: Fabiano, Iturbe, Miguel Lopes e Abdoulaye
Treinador: Vítor Pereira
MOREIRENSE: Ricardo Ribeiro; Paulinho, Ricardo Fernandes, Anilton e Augusto; Júlio César e Filipe Gonçalves (cap.); Pablo Olivera, Pintassilgo e Fábio Espinho; Ghilas
Substituições: Pablo Olivera por Wagner (73m), Pintassilgo por Castro (78m) e Júlio César por Renatinho (83m)
Não utilizados: Ricardo Andrade, Ricardo Pessoa, Rafael Lopes e Diego Gaúcho
Treinador: Jorge Casquilha
Ao intervalo: 0-0
Marcador: Jackson Martínez (71m)
Cartão amarelo: Filipe Gonçalves (52m), Alex Sandro (62m), Mangala (77m), Fábio Espinho (85m)» in http://www.fcporto.pt/Noticias/Futebol/noticiafutebol_futfcpcronica_081212_72560.asp
(FC Porto 1-0 Moreirense)
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