«Portugal-Itália, 1-0 (crónica)
Vitória, vitória... e escreveu-se história.
Escreveu-se nesta segunda-feira o primeiro capítulo em português da Liga das Nações. Evitando entrar por caminhos complicados para explicar como funciona esta nova competição da UEFA – até o raio da bandeira é difícil de descrever -, o que importa dizer é que Portugal entrou a ganhar, convencendo perante uma Itália cujo nome – e historial – assusta mais do que o futebol que pratica.
E se quisermos ir pelo Era uma vez…, o adversário desta estreia era um quase-bicho-papão. Se nas histórias infantis o mau acaba sempre por não se safar, a história do futebol é bem distinta. Pelo menos a avaliar pelos confrontos entre Portugal e Itália.
Em 25 jogos diante da squadra azzura, Portugal vencera apenas cinco, sendo que a única que acontecera em jogos oficiais remontava a 1958. 60 anos. Sessenta anos. Por extenso e tudo.
É preciso sublinhar, porém que Portugal defrontou a Itália mais fragilizada dos últimos anos. Nem será exagerado dizer das últimas décadas.
Esta era a Itália que falhou o apuramento para a fase final de um Mundial. A Itália que depois de Roberto Mancini assumir o cargo de selecionador – no pós-trauma pelo não apuramento – somou uma derrota e dois empates, o último dos quais em casa, diante da Polónia, na primeira jornada desta Liga das Nações.
Mas a possível fragilidade italiana de pouco valeria à seleção campeã da Europa, se esta não encarasse o jogo de forma séria e ambiciosa. E foi isso que se viu desde os primeiros minutos de jogo.
Portugal teve muito mais personalidade coletiva, qualidade com bola e sem ela, e a pressionar alto de forma a jogar com a intranquilidade de uma equipa que viu o seu treinador mudar nove peças relativamente ao jogo da Polónia… três dias antes do confronto com Portugal.
Das ameaças ao atos
Os primeiros 45 minutos pertenceram inteiramente a Portugal, a única equipa com chegada à área de qualidade e com perigo. William Carvalho ameaçou duas vezes, com os remates a saírem ambas as vezes muito perto do poste; Bernardo obrigou Bonaventura a tirar uma um golo certo em cima da linha e até uma bola na trave da baliza houve, num desvio infeliz de Cristante.
Enquanto isso, do lado italiano, Zaza era o único a mostrar algum inconformismo ainda que não o suficiente para evitar que Rui Patrício fosse fazendo uns sprints na sua área, de forma a manter-se ativo para o que desse e viesse.
A verdade é que veio pouco. Muito pouco jogo ofensivo italiano, zero ideias ou sequer uma jogada de perigo.
E se Portugal ameaçou durante toda a primeira parte, na segunda entrou a passar aos atos.
Bruma ganhou um ressalto já dentro do meio-campo ofensivo, cavalgou em direção à área e tocou para o lado, onde estavam três companheiros. Ainda que a definição não tenha sido perfeita, a bola desviou num adversário e sobrou para o pé esquerdo de André Silva tirar um arco indefensável até mesmo para o gigante Donnarumma, seu antigo companheiro no Milan.
A partir daí, Portugal passou a ser ainda mais senhor do jogo, não se encolhendo atrás da frágil vantagem. Donnarumma cresceu e juntou o seu nome ao de Zaza nos melhores do lado italiano, mostrando o porquê de ser considerado uma das maiores esperanças do futebol italiano.
Aos 55’ fez a defesa da noite ao ir buscar um remate colocadíssimo de Bernardo Silva e já perto final foi ao chão para impedir o golo do regressado – e muito saudado pelos adeptos – Renato Sanches.
Nada feito, porém. Nem aquele epílogo que habitualmente sorria sempre à matreirice italiana surgiu neste capítulo histórico.
Portugal entrou na Liga das Nações com uma vitória e escreveu história. Pela competição, mas também por uma vitória que fugia há demasiado tempo. E pelos três pontos que dão a liderança no grupo, já agora.» in http://www.maisfutebol.iol.pt/liga-nacoes/topnews/portugal-italia-1-0-cronica
(Portugal vs Italia 1-0 | All goals and highlights LEAGUE OF NATIONS 11/09/2018)
Sem comentários:
Enviar um comentário