"CHÃO DE AMAR
Não demores o por do sol,
Porque é inútil semear um canteiro,
À sombra de um lençol.
Amanhã voltarás a ter
Montes de querer,
Por tudo o que não fizeste.
Não demores a vontade de um corpo em dolo,
Com odor a pinhos,
Deitado num chão agreste.
Colhe-o pela cintura,
Como à rosa o jardineiro,
E com a mesma ternura
Com que uma andorinha em consolo,
Esvoaça um céu de espinhos."
Eugénio Mourão
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